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Capítulo 2



Ricardo ficou observando Amanda se afastar, sentindo o suave aroma que ela ia deixando no ar, conforme andava. Daniel sempre comentara sobre a irmã caçula com carinho, o ouvira elogiá-la várias vezes, mas ele nunca mencionara que ela era dona de uma beleza de tirar o fôlego. E que beleza, Ricardo pensou, demorando-se um pouco mais em observá-la. Ele a observara quando ela visitara sua sala mais cedo, mas não pudera analisá-la com atenção, pois ela estava acompanhada pelo pai. Mas reparara nos belos olhos azuis, e nas feições belas e delicadas do seu rosto. Agora que ela estava sozinha, pode olhá-la mais detalhadamente. Os cabelos negros, levemente ondulados, que chegavam a cintura, eram brilhantes e sedosos, convidando ao toque. Desceu mais o olhar, admirando a curva das nádegas que a saia justa ressaltava. A peça chegava na altura dos joelhos, portanto cobria boa parte das pernas dela, mas o pouco que estava a mostra lhe dizia que ela devia possuir belas pernas também. Ricardo respirou fundo e passou as mãos pelos cabelos. O que ele estava pensando? Estava reparando demais na irmã do seu melhor amigo, e o que era pior, na filha do seu chefe. Devia tratá-la como colega de trabalho e nada mais, se não quisesse arrumar um grande problema para si mesmo. E além do mais, sequer sabia se ela tinha namorado. Casada sabia que ela não era, porque olhara discretamente para sua mão esquerda e não vira nenhuma aliança. E se ela fosse casada Daniel com certeza comentaria algo a respeito. Mas claro que uma mulher tão bonita certamente teria alguém em sua vida... Dando um longo suspiro, ele apertou o botão para chamar o elevador de volta, e decidiu não pensar mais na bela irmã do seu amigo.

A tarde passou voando. Seu Humberto não havia exagerado. As coisas em seu escritório realmente estavam uma verdadeira bagunça. Amanda trabalhou com afinco, e nem sentiu as horas passarem. Levou um susto quando seu pai se aproximou da sua mesa e disse que ela estava dispensada.

— Já estou indo, papai, preciso só terminar de organizar esses arquivos aqui e...

— Amanhã você termina. Já passa das dezessete horas, hoje foi seu primeiro dia e você deve estar exausta. — seu Humberto replicou, interrompendo-a. — Tem muita coisa para organizar, vai demorar para você colocar tudo em ordem, não precisa se exceder no trabalho.

Amanda concordou com um gesto de cabeça, e começou a arrumar sua mesa. Seu pai já estava entrando em sua sala quando ela se lembrou de algo e o chamou.

— O que foi? – ele indagou, tornando a se aproximar da mesa da filha.

Amanda mordeu o lábio inferior, um gesto que ela sempre fazia quando estava nervosa.

— Eu... preciso te pedir algo...

— Diga.

— Bem, é que tenho poucas roupas apropriadas para trabalhar. Queria saber se eu poderia pegar umas peças lá na loja como um adiantamento, e depois o senhor desconta do meu pagamento.

Amanda estava detestando ter que pedir um favor ao pai, mas não havia outra saída. Não poderia gastar o resto do dinheiro que ainda possuía, pois poderia precisar dele e realmente necessitava de roupas novas.

— Claro que pode, Amanda. — o pai respondeu. — Você lembra onde fica a filial que funciona nessa rua? — depois que Amanda assentiu, ele continuou. — Procure a Michelle, ela é a gerente de lá, e diga que você é minha filha. Escolha o que quiser e não se preocupe com a conta.

— Mas papai, eu gostara de pagar pelas roupas e...

— Amanda, quando eu morrer, você e seus irmãos serão donos da metade da empresa. Você há de concordar comigo que não é muito inteligente pagar por uma mercadoria que veio de uma empresa que um dia será sua, certo? Então não discuta e vá lá escolher o que você está precisando.

Como a loja ficava a uma distância de poucos metros, ela decidiu ir andando. Enquanto descia pelo elevador e caminhava em direção à saída ela percebeu que vários funcionários, que também deixavam o expediente a encaravam e depois a cumprimentavam com um certo respeito. Pelo visto, todos na empresa já sabiam que a nova secretária do dono era também filha dele. Não que desse para ocultar esse fato, pois era impossível não notar a incrível semelhança entre ela e seu pai. Amanda deu de ombros mentalmente. Não pensara em esconder o fato de que era filha do dono da empresa, seus irmãos e sua madrasta também trabalhavam ali, então não fazia muita diferença. Só não queria que ninguém soubesse de sua deficiência.

Estava tão absorta em seus pensamentos que a princípio não ouviu alguém chamá-la. Já estava na calçada, andando na direção da loja, e o barulho dos veículos na avenida àquela hora era intenso, o que tornava bem difícil para ela escutar qualquer outra coisa. Sobressaltou-se quando sentiu uma mão tocar seu ombro. Se virou e reconheceu Ricardo.

— Nossa, Ricardo, você quase me mata de susto! — ela exclamou, logo sentindo as batidas desenfreadas do seu coração, que reagira ao susto, claro.

— Perdão, não queria assustá-la. — ele murmurou, desculpando-se. — Mas eu chamei você um monte de vezes e você não me ouviu. — Ricardo prometera a si mesmo não pensa mais na bela filha do seu chefe. Prometera manter somente a mesma proximidade que mantinha com outros colegas de trabalho. Mas bastara vê-la andando sozinha na calçada, os cabelos esvoaçando ao vento, e os quadris ondulando de forma provocante enquanto ela andava, para ele se esquecer quem ela era...


— Eu é que peço desculpas, estava muito distraída... — ela disse, abaixando os olhos. Claro que não ia confessar que o barulho do tráfego e o fato de ele não estar de frente para ela que a atrapalharam de ouvi-lo...

— Sem problemas. — ele sorriu. — Vi você andando e parei para perguntar se você não quer uma carona para casa. Meu carro está logo ali. — ele disse, apontando para um Gol prateado.

— Eu agradeço a gentileza, mas não precisa. Daniel também me ofereceu carona, mas eu preciso passar em outro lugar antes de ir para casa.

— Posso levá-la até lá, se quiser...

— É que eu... hum... irei demorar um pouco. E não precisa se preocupar comigo, estou acostumada a me locomover sem carro. — ela replicou, sorrindo para amenizar sua recusa. A última coisa de que precisava era que Ricardo estivesse ao seu lado enquanto escolhia e experimentava roupas.

Ricardo ficou desapontado, mas não deixou transparecer. Onde ela estaria indo, logo após o expediente?

— Tem certeza? — ele ainda tentou, meio hesitante.

— Sim, tenho, Ricardo, mas obrigada pela oferta.

— Tudo bem, então. — ele respondeu. — Tenha um bom descanso. Até amanhã. — ele se despediu e se dirigiu de volta para o carro. Amanda se flagrou observando-o caminhar. Ele tinha um belo físico, ela constatou, mas logo afastou esse pensamento tão logo ele ocorreu. Planejara não pensar mais nele e lá estava ela, divagando novamente.

Com um aceno de despedida, ele entrou no carro e ligou o motor, tentando frear sua curiosidade sobre o compromisso que ela tinha e que a impedia de aceitar sua carona. Será que estava indo se encontrar com alguém? Um namorado, talvez? Sentiu uma inquietação invadi-lo ao pensar nisso. Mas não era de se espantar, pois Amanda era uma linda mulher, certamente devia ter alguém em sua vida. E pensar nisso o incomodava bastante, embora soubesse que só devia enxergá-la como colega de trabalho. Seria difícil, mas era o que devia fazer. Não podia arriscar seu emprego se envolvendo com a filha do seu chefe.

Decidido a tirá-la dos seus pensamentos, ligou o som do carro e se dirigiu para seu apartamento. Batucou o volante impaciente, ao se deparar com o trânsito da hora do rush. Já morava há seis anos no Rio, e ainda não se acostumara com o trânsito caótico da cidade. Assim como o clima. Ainda estavam na primavera e já fazia um calor infernal. Se não fosse o ar-condicionado do carro, estaria pingando de suor, parado naquele engarrafamento. Mesmo conhecendo o Rio desde criança, pois sua família adorava passar o carnaval na Cidade Maravilhosa, ele ainda estranhava o clima, pois em sua cidade natal o clima era bem mais ameno, com estações definidas. No inverno, a temperatura podia chegar a dez graus, uma diferença e tanto para o clima da capital fluminense.

Nascido e criado em Petrópolis, região serrana do Estado, viera para a capital quando fora aprovado no vestibular da UFRJ, uma das melhores universidades do Estado, e uma referência no país. Apesar da distância entre as duas cidades ser pequena, ele achou que ficaria cansativo ir e voltar todos os dias. Assim, arrumara um emprego em uma famosa rede de lanchonetes e alugara um pequeno apartamento. Só ia para casa visitar os pais aos fins de semana. No início, se sentira sozinho e meio deslocado naquela cidade enorme, mas conhecera Daniel no primeiro ano de faculdade, e os dois logo ficaram amigos. Daniel até convidara Ricardo para dividir o apartamento com ele, pois também saíra de casa e fora morar próximo à universidade. O convite fora feito na intenção de ajudar o amigo a ter menos gastos, mas Ricardo recusara educadamente, pois preferia ter seu próprio espaço. E além do mais, Daniel já dividia o imóvel com mais outros dois colegas da faculdade. Era muita gente dividindo o mesmo ambiente, e Ricardo gostava de privacidade e ter liberdade. E seus pais ajudavam nas contas, não era muito, mas dava para sobreviver. Quando se formara em Publicidade e Propaganda, ou Comunicação Social, como era conhecida a área nos dias atuais, quatro anos depois, colocara currículo em várias empresas, tentando uma vaga em sua área. Mesmo tendo sido promovido por duas vezes na rede de lanchonetes, chegando a ocupar o cargo de coordenador de equipe, ansiava por sair do comércio, daquela rotina estressante e com cargas horárias desgastantes, e trabalhar no que se formara. Porém, com a crise que o país atravessava, o desemprego alcançara proporções gigantescas e arrumar vaga em outra empresa não era nada fácil. Fora Daniel que viera em seu socorro, quando abrira uma vaga no setor publicitário  na empresa do pai. A Phormato Modas era bem conhecida no país, e o salário oferecido era infinitamente melhor que seu atual emprego, com uma carga horária menor também, que ia de segunda a sexta, o que significava que teria os fins de semana livres. Ricardo aceitara sem pestanejar, e já fazia dois anos que trabalhava para seu Humberto, e ainda no primeiro ano, conseguira comprar seu carro. Se não fosse por Daniel, que também começara a trabalhar para o pai, ainda estaria ralando na rede de lanchonetes, muitas vezes tendo que dobrar seu turno de trabalho, para conseguir folgar dois dias seguidos e assim visitar sua família. Depois que ingressara na Phormato Modas, ia todo fim de semana para sua cidade natal, para alegria de seus pais e irmãos.

Quando por fim adentrou a garagem do seu prédio, deu um suspiro de alívio. Subiu para seu apartamento, e após tomar um banho refrescante e fazer uma refeição leve, se acomodou no sofá para assistir ao noticiário da noite. Mas a lembrança de uma certa moça de olhos azuis e cabelos pretos teimava em invadir sua mente, impedindo-o de se concentrar no programa. Não entendia porquê Amanda mexera tanto com ele. Talvez fosse o fato de estar há um bom tempo sozinho... Fazia meses que não namorava ninguém. Não por falta de oportunidade, mas porque nenhuma mulher o atraíra a esse ponto. E por que justamente Amanda mexera tanto com ele? Seria o gosto pelo proibido, talvez? Ele não sabia responder a isso, só sabia que o melhor era parar de pensar nela daquela forma, e enxergá-la como enxergava todas as outras funcionárias da empresa. Estava acostumado a lidar com mulheres bonitas no seu dia a dia, por que com Amanda tinha que ser diferente? Talvez estivesse precisando sair e curtir uma boa companhia feminina... Sua rotina ultimamente era só casa e trabalho, e visitar sua família aos fins de semana. Tinha que pensar em uma maneira de consertar isso. Em meio aos prováveis planos para os fins de semana, seus pensamentos se desviaram um pouco da linda irmã do seu melhor amigo...


                                                                   *********

Ao chegar à loja, Amanda ficou impressionada com a variedade de peças femininas à venda. Deu uma boa olhada em vários modelos, admirando o design das peças. Tinha que concordar que seu pai tinha ótimos estilistas trabalhando para ele.

Uma vendedora se aproximou e ela pediu para falar com a tal Michelle que seu pai havia mencionado. Quando a mulher veio atendê-la, ela explicou quem era e do que precisava. Com um grande sorriso, a mulher imediatamente começou a ajudá-la a separar várias peças de roupa. Amanda começou a experimentar algumas, mas a gerente iniciou uma conversa com ela pelo outro lado da porta fechada do provador, e Amanda não estava entendendo quase nada. Para evitar um constrangimento para si mesma, ela alegou que estava cansada, e perguntou se poderia levar as peças para experimentar em casa, e se poderia trocar alguma que não servisse ou que ela não gostasse. A gerente então separou as roupas que Amanda já havia experimentado, e as que ela mais gostara, e embalou tudo. Amanda pediu se a gerente poderia fazer uma nota de tudo que ela estava levando, porém a gerente disse que seu pai havia telefonado avisando de sua chegada, e ordenara que ela não cobrasse nada de Amanda, mesmo se ela insistisse em pagar. Assim, ela agradeceu a ajuda de Michelle, e pegando as bolsas com as compras, se dirigiu para casa.

Estava em seu quarto experimentando as roupas novas quando a campanha tocou. Ao ver pelo olho mágico que se tratava de Cristiane, ela se apressou em abrir a porta e deu um abraço apertado na amiga.

— Até que enfim você reservou um tempo para me ver. — Amanda disse, convidando a amiga para entrar.

— Ah, Amanda, você sabe que minha vida está uma correria só. — Cristiane respondeu, se jogando pesadamente no sofá. Amanda ofereceu um refrigerante à amiga, que aceitou de bom grado. — Tenho estudado como uma louca, pois estou em período de provas, e também tenho pesquisado bastante sobre minha especialização. Sei que ainda faltam dois anos para eu terminar o bacharelado, mas quanto mais conhecimento eu tiver, melhor — Cristiane cursava a Faculdade de Medicina, e pretendia se especializar em Pediatria, pois adorava crianças. — Só dei uma passadinha rápida aqui para saber como foi seu primeiro dia de trabalho.

— Até que foi bom. — Amanda respondeu, sentando-se ao lado da amiga. — Como o escritório do meu pai estava uma bagunça, fiz tanta coisa que o dia passou voando.

— Ainda não consigo acreditar que seu pai deu a você uma vaga de secretária, quando você é uma designer formada e muito talentosa.

— Tenho que começar de algum lugar, não é? —Amanda deu de ombros. — E depois, nem se sei sou tão talentosa assim...

— Ah, para com isso, ok? Claro que você é talentosa. Ainda tenho os vestidos que você desenhou para minha festa de quinze anos. E o que você desenhou quando fiz dezoito. Ainda arraso corações quando visto ele. Preciso dizer algo mais? — Cristiane perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Amanda teve que rir com o comentário da amiga.

— Tá, eu posso até levar jeito. Mas ter talento? Não sei. Olha para isso. — Amanda disse, levantando-se, e apontando a roupa que vestia.

Cristiane olhou para o vestido que a amiga usava e perguntou, franzindo o cenho.

— É um lindo vestido, concordo, mas e daí?

— Daí que foi feito na fábrica do meu pai. Não por mim, obviamente. Tenho como competir com isso?

— Você pegou um vestido da fábrica do seu pai? — Cristiane replicou, totalmente surpresa. — Uau, quem te viu, quem te vê, hein, Amanda?

— Eu estava sem roupa para trabalhar. — Amanda explicou, se defendendo. — Tenho mais calças jeans, shorts, essas coisas. Aí pedi um adiantamento para o meu pai.

— Adiantamento? Você ficou louca? Aquela empresa é sua também, e você quer pagar pelo que já é seu?

Amanda deu outra risada e disse:

— Meu pai disse a mesma coisa. E disse que eu não precisava pagar. A propósito, eu trouxe mais roupas. Estava experimentando-as quando você chegou. Quer dar uma olhada?

— Eu planejava não demorar, mas você sabe que sou curiosa...

Cristiane seguiu a amiga até o quarto e examinou as peças que estavam sobre a cama.

— São realmente lindas, mas claro que você pode fazer igual ou melhor do que isso, pare de se menosprezar.

— E você pare de me bajular. — Amanda brincou. — Sei que você não quer demorar, mas janta comigo? É muito ruim comer sozinha.


— Depende. — Cristiane levantou outra sobrancelha, em outro gesto divertido. Sabia que a amiga cozinhava muito bem, e qualquer coisa que ela tivesse preparado estaria delicioso. — O que você fez para o jantar?

— Preparei uma lasanha ontem e congelei. Sabia que não ia ter tempo nem ânimo para ir hoje para a cozinha.

— Bem, sendo assim, eu adio meu descanso e janto com você. — Cristiane brincou e as duas caíram na risada. Era sempre assim entre elas. Cristiane possuía um espírito divertido, era muito brincalhona, e era praticamente impossível estar ao lado dela e ficar séria por muito tempo.

Durante o jantar, ela quis saber mais sobre o dia de Amanda, e ela contou, ocultando, é claro, que conhecera um certo homem... Não queria falar e nem pensar nisso.

Mas de boba sua amiga não tinha nada, e percebeu que havia algo que Amanda estava deixando de contar.

— E o que mais?

— Não tem mais nada, Cris. — ela replicou. — Por que você acha isso?

— Porque você não me engana. Sei que tem alguma coisa que você não quer me contar.

— Deixa de besteira, Cris. Por que eu deixaria de contar algo para você? — ela se levantou, começando a tirar a mesa e perguntou, mudando de assunto: — Quer sorvete de sobremesa?

Cristiane percebeu a tática da amiga, mas não disse nada. Quando Amanda estivesse pronta para falar, ela falaria.

— Não, obrigada. Estou satisfeita, e além do mais, consumi muitas calorias por hoje. Não sou como você, que come o que quer e não engorda.

Amanda riu e levou a louça para a cozinha.

— Aceita um café, então?

— Também, não. Devo ter tomado uns dois litros de café por hoje. Dormi pouco na noite passada. — ao notar o olhar divertido da amiga, ela emendou, se defendendo: — Eu estava estudando, lembra que falei que estou em época de prova? Você tem uma mente muito suja, viu?

— Eu? Sou um poço de inocência. Nem vida amorosa eu tenho...

— Não tem porque não quer. — Cristiane disse e se levantou da mesa também. —Agora sério, preciso mesmo ir. Amanhã o dia será puxado de novo.

— Está bem, mas vê se não some, viu? — Amanda disse, abraçando a amiga. —Sabe que sinto sua falta.

— Eu também sinto a sua, querida. E não sumo, estou sempre ligando...

— Não é a mesma coisa. — Amanda protestou, acompanhando a amiga até a porta. — Vê se você se cuida, hein? Uma futura médica dormindo e comendo mal é um péssimo exemplo.

— Sim, mamãe. — Cristiane gracejou. — Você também se cuida. Se precisar, sabe que pode me ligar, não sabe?

Amanda assentiu e esperou a amiga pegar o elevador para só então entrar no apartamento. Arrumou a cozinha, e depois de ajeitar as novas roupas no armário, foi tomar um longo banho. Estava deitada na cama quando o rosto sorridente de Ricardo surgiu novamente em sua mente. Mas que droga!, ela pensou. Por que pensava em um cara que havia acabado de conhecer? Nunca tivera problemas em manter distância dos homens. Aprendera da pior maneira que a única coisa que os homens poderiam querer dela era sexo. O cara que namorara por um breve período deixara isso claro. E os outros dois com quem tivera alguns encontros também, assim que descobriram sua deficiência. Achavam que a garota "anormal" estaria louca para transar e seria uma presa fácil. Mas se enganaram redondamente, porque ela não se entregara a nenhum deles. Sexo e amor caminhavam juntos para ela, e só se entregaria se estivesse bastante envolvida. O que até poderia ter acontecido com seu ex, se ele não a tivesse magoado profundamente. Ainda se lembrava das palavras amargas dele. " Nenhum homem vai querer namorar sério com uma garota como você". Amanda acreditara, sua deficiência parecia espantar os homens... Por que Ricardo seria diferente? Só aceitaria entrar em uma relação onde fosse respeitada e aceita como era, com um homem que a amasse de verdade. Estava determinada a não aceitar menos do que isso, e preferia ficar sozinha do que namorar um cara igual ao seu ex.

Dando um longo suspiro, ela se ajeitou melhor na cama. Tinha coisas maiores com que se preocupar. Como mostrar para o pai que não cursara uma faculdade para trabalhar como secretária. Queria uma chance para mostrar do que era capaz, para colocar em prática tudo que aprendera. Queria que seu pai enxergasse que seu lugar não era naquele cubículo ao lado da sala dele. Seria uma tarefa bastante difícil, e ela sabia que precisava dar um passo de cada vez. Primeiro precisara convencê-lo de que sua deficiência era no ouvido e não no cérebro, e que era capaz de trabalhar como qualquer outra pessoa.


Aí, está, mais um capítulo feito com muito carinho... Espero que gostem... Não esqueçam de comentar, eu pulo de alegria ao ver os comentários de vocês... E se estiverem gostando, votem, indiquem... Um beijão no coração de todos!

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