Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

c a p í t u l o - 🇽 🇮 🇮


Quando ela abriu a porta, soube que estava encrencado novamente. Não de uma forma ruim, a princípio, mas me vi completamente chocado com a beleza daquela mulher. Samantha estava simplesmente linda. Não pela roupa que usava, mas pelo brilho que refletia em seus olhos com vivacidade e alegria, pelo jeito que seus cabelos, tão sedosos, estavam jogados e pelo sorriso que seus pequenos lábios formaram.

Ela tinha uma aura tão feliz, tão pura. Era contagiante. Ah, droga. Eu não podia estar sentindo aquilo, não deveria. Mas estava completamente rendido quando ela permitiu que eu entrasse, fechando a porta de metal atrás de si assim que passei.

Eu fiquei alguns passos longe dela, evitando que a agarrasse e a jogasse naquela cama, tão próxima de nós. Senti a veia do meu pescoço pulsando. Engoli a seco, me segurando para não fazer nada do que pudesse me arrepender depois. Eu sabia que o que falaria a seguir, provavelmente mudaria o rumo daquela amizade que se formou. E talvez, não seria para o lado bom.

— Precisamos conversar sobre a próxima missão — falei, colocando as mãos nos bolsos, a pele suada com a tensão.

— O que vamos precisar fazer? — perguntou ela, séria, me observando com intensidade. Balancei os ombros suavemente, me preparando.

— Há alguns anos, houve um grande encontro entre alguns líderes da nova HYDRA. Eles se reuniram para conversar sobre um novo tipo de medicamento que pudesse formar super-soldados ainda mais fortes — contei, deixando de lado alguns dos principais pontos da história. Aquilo não parecia querer sair da minha boca.

— Soro como o seu? — perguntou ela, baixando o tom de voz.

Ela sabia o que isso havia sido para mim. O pesadelo que eu havia vivido. Agora, parecia tomar extremo cuidado cada vez que fazia referência àquilo. Eu gostava desse cuidado, afinal, realmente não gostava de reviver nada daquilo. Mas aquela situação estava alcançando um nível crítico de perigo mundial e ela precisaria estar conosco... comigo... nos ajudando a enfrentá-lo.

— Sim. Talvez pior — falei, afirmando com a cabeça. — O que nós sabemos é que esse exército se chama PHYTON, como a cobra.

— Do caderno que deciframos — respondeu ela, continuando na linha de pensamento, conforme eu já havia falado para ela antes.

— Sim. Mas antes de continuar a encontrar os nomes daquele arquivo, precisamos achar a composição daquele soro — falei. — Se não, isso nunca vai acabar. Mais soldados serão feitos e sabe-se lá o que vão fazer.

— E vocês sabem onde pode estar essa substância? — perguntou ela, cruzando os braços finos sobre o peito, me fazendo engolir seco.

— Sabemos. Essa será a nossa missão amanhã — respondi, balançando a cabeça. — Sei que ainda é cedo para você, mas precisamos que vá conosco.

— Precisam? Por quê?

— Porque você é uma parte importante disso. Precisamos que nos ajude a buscá-lo. Vamos eu, Samuel, Renata e Josi — citei a equipe. Samuel era o Falcão, um soldado extremamente preparado que tinha grande talento no meio aéreo. Renata era nossa médica, mas também atuava no planejamento junto com Josi, de fora, as duas sempre nos mantinham informados sobre o que estava acontecendo ou para onde deveríamos ir.

— Por que eu sinto que você está me escondendo alguma coisa? — retrucou ela, balançando a cabeça, franzindo o cenho.

Merda. Eu não sou bom para mentiras, mas acho que estar ao lado de alguém que sabe ler nossas sensações piora a situação. Se ela decidisse usar seu poder sobre mim novamente, tenho certeza que encontraria aquela informação que eu tanto estava tentando esconder.

— Por que estou — confessei, baixando os olhos para o chão. Não queria falar aquilo.

— E o que é?

— Estamos indo atrás de informações que estavam junto ao general Howard, que... sumiram no dia que ele morreu no teatro Franz Schubert.... em 13 de agosto de 2016 — continuei a falar, baixando o tom de voz também.

Fitei seus olhos, esperando a ficha cair. Sua mandíbula se firmou e seus olhos brilharam, surpresos e invadidos por uma onda de melancolia. Aquilo era a data e o local exato da morte dos seus pais. Eu não podia esconder isso dela por muito mais tempo. Se não, ela jamais confiaria em mim novamente e eu não podia deixar que isso acontecesse.

— O... O quê? — ela sussurrou, piscando repetidamente. Sua voz falhava cada vez que ela ia continuar a falar. — O dia que... O lugar que...

Fiquei em silêncio, encarando sua expressão enquanto ela se sentava na cama. Tentei me aproximar, mas ela levantou uma das mãos, me afastando sem me tocar.

— Você sabia disso? Sabia deles? — perguntou-me ela, agora mais brava.

— Eu estava lá — falei, fitando intensamente seus olhos.

— Mas... — ela começou a balbuciar, sem sentido. Então se calou.

— Estava em uma missão, buscando informações sobre o general e a substância — continuei. — Não é de hoje que queremos alcançar essas pessoas.

Ela pareceu ainda mais chocada e brava, mas acima de tudo, estava confusa. Eu não estava mentindo e tinha em mente que deveria responder suas dúvidas. Eu esperava muita coisa dela: uma explosão, puro ódio e raiva, mas a pior delas era a decepção e o silêncio.

— Você estava lá quando meus pais morreram e não me contou? — ela cuspiu a frase com raiva, franzindo o cenho. — Você estava lá quando tudo aconteceu? Estava lá quando tudo pegou fogo? Estava lá quando atiraram? Desde quando sabia disso?

A cada pergunta, sentia meu peito doer mais do que com um tiro. E olha que eu já recebi vários deles.

— Soube um pouco depois de conhecer você — respondi com sinceridade. Sabia que as coisas não estavam nem perto do caminho que eu esperava. Ela exasperou, chocada. — Mas não estava como soldado.

— Você... você... — ela pareceu formular alguma frase cheia de ódio, me olhando chocada.

Tentei me aproximar, mas ela não parecia querer me aceitar. Eu estava ficando bravo comigo mesmo também, mas não podia simplesmente ignorar tudo o que me lembrava do dia. Eu precisava que ela me entendesse.

— Samantha... Por favor, me escute — pedi, me aproximando dela.

— Eu não quero!

— Por favor, Sam...

— Sai de perto de mim! — gritou ela com o rosto vermelho em uma mistura de raiva e vergonha.

— Sam... — repeti, roucamente.

Ela ficou calada, inundada pelo mais cruel silêncio. Eu já havia sentido essa dor antes, esse peso de contar a verdade sobre algo que fiz. E ele dói. Fazer ou estar no momento errado no lugar errado não é nada perto da sensação de desapontamento das outras pessoas. Eu não podia, depois de tudo aquilo, aguentar o olhar de desapontamento de Samantha. Precisava que ela me entendesse.

— Leia, por favor... — falei, estendendo a mão nua para ela. — Confie em mim.

Queria que ela me tocasse. Queria que soubesse o que havia acontecido naquele dia. Ela precisava entender. Queria que usasse seus poderes para viver aquilo que eu vivi.

Samantha olhou para minha mão estendida, depois para os meus olhos. Ela parecia decepcionada, mas ao mesmo tempo, curiosa. Então, estendeu os dedos finos com uma pausa, pensando se o faria, e colocou a palma sobre a minha em um toque macio e gelado. Pude sentir uma onda elétrica do seu poder passar por mim, como havia acontecido da última vez.

Ela me olhou nos olhos, mas percebi que via além deles. Como se estivesse observando a minha alma, a escuridão parecia estar ao seu lado encontrando o pior de mim. Fechei os olhos e tentei me guiar para aquele dia, para que ela pudesse encontrá-lo.

Eu estava no segundo andar do teatro, em pé, ao lado de uma das poltronas especiais do salão. Era noite, mas o espaço do teatro brilhava em centenas de lâmpadas amareladas, dando um ar luxuoso e especial ao lugar. Eu estava escondido, observando tudo como uma águia, lembrando do nome de cada pessoa que eu conhecia ali dentro e que iria ferrá-los.

Eu queria paz e só conseguiria me redimindo com minhas ações do passado. Para isso, precisava alcançar ele e aquela coisa. O general Gustave Howard caminhava com sua postura arrogante de militar entre as pessoas enquanto era rodeado por dezenas de soldados e outros homens fardados, como o Capitão Prigget, pai de Samantha e sua mulher, Katherine.

Eles estavam lá. Um belo casal sorridente que se olhavam frequentemente, como se estivessem flertando. Eram bonitos e pareciam extremamente interessados em algo que Howard falava. Eu queria saber do que se tratava, mas não conseguia olhar muito longe, nem poderia descer para o local sem que algum daqueles caras me notasse. E acho que isso não seria uma coisa boa.

Foi quando vi a luz refletir o pequeno broche do general. Um pequeno pingente com a cobra píton brilhou em sua camiseta, debaixo do casaco de tecido luxuoso. Semicerrei os olhos. Aquela maldita cobra. Queria saber do que eles falavam, mas todas as pessoas naquele teatro pareciam querer resmungar ao mesmo tempo. Em minha leitura labial, consegui perceber o general chamando um dos soldados de prontidão e sussurrando para ele que "já era a hora", enquanto olhava para o casal Prigget.

O general assentiu com a cabeça para Katherine com um olhar diferente, intenso, e eu soube que alguma coisa iria acontecer em breve. E bem, eu não podia estar mais certo. Em alguns segundos, ouvimos o som de algumas janelas se estraçalhando, com cacos de vidro voando em cima de todas as pessoas do lugar.

Os barulho fez todos se abaixarem e olharem em volta, assustados, arfando, enquanto um soldado de roupa escura entrava com um fuzil, acompanhado de vários soldados parecidos. Ele estava totalmente coberto, indecifrável, indefinido. Mas consegui observar o seu talento ao mirar no general e abrir fogo. Ele era um super soldado.

Fiquei momentaneamente surpreso. Não esperava por aquilo. Ouvi os tiros disparando pelo salão, ecoando em meus ouvidos, junto com vários gritos estridentes e agitados. O som das cadeiras arrastando, copos quebrando e munições caindo era ensurdecedor, mas para mim, já era comum, rotineiro.

Quando olhei para baixo, vi que o general havia desaparecido por completo. Enquanto as pessoas corriam e se debatiam, fugindo dos soldados invernais, o casal Prigget estava no chão. O capitão estava entre as pernas da esposa, caído, sangrando com um tiro que o alcançou, enquanto ela permanecia forte ao seu lado. Ela subiu o olhar e ele se encontrou com o meu, o mesmo olhar de Samantha.

Ela não clamou por ajuda, nem me acusou de nada. Seus olhos inflamavam, intensos e furiosos. Foi quando eu vi as labaredas de fogo subindo pelas cortinas. Um dos soldados jogava gasolina enquanto outros ateavam fogo no teatro. As pessoas começaram a gritar, intensamente, enquanto tudo era consumido. Eu saí do meu esconderijo, me levantando com cuidado para não ser visto e então, atravessei uma vidraça que havia no corredor. Se eles estavam fechando tudo, aquela poderia ser uma saída.

E bem, para alguém que já caiu de um penhasco e sobreviveu, dois andares de um prédio não são nada. Caí rolando, então me levantei e chamei por Samuel no nosso sistema de comunicação.

 Temos um problemão  falei.

E então, a lembrança se foi. Samantha soltou a minha mão.

Eu fiquei olhando para ela por alguns segundos enquanto ela se manteve em silêncio absoluto. Ouvia a sua respiração menos ofegante do que estava, mas muito mais intensa. Tinha lágrimas escorrendo pelos dois lados do rosto que me deixavam destruído. Parecia sentir a dor da perda e ao mesmo tempo, uma pontada de esperança. Pelo que ela esperava, eu nunca saberia dizer.

— Sam... — chamei.

— Eu vou com vocês amanhã — disse ela, sem me olhar nos olhos. — Mas preciso de um momento para mim agora. Preciso pensar, por favor, saia.

— Tudo bem — falei, a voz falhando levemente. — Estarei aqui depois do café da manhã.

Ela ficou parada, a cabeça baixa, olhando para o chão com as mãos no colo. Sai do seu quarto abalado. Chateado. É óbvio que havia a possibilidade dela nunca mais querer olhar na minha cara, mas como eu podia esconder essas coisas dela?

Encontrei Samuel indo para o meu quarto.

— Pelo visto foi péssimo — disse ele, franzindo os lábios. — Ela te deu um pé na bunda?

— Disse que precisava pensar — falei, enquanto ele andava ao meu lado. — Eu deixei que ela visse a minha lembrança.

— Ela te odeia? — perguntou ele.

— Não sei. Vamos precisar descobrir — retruquei.

— Chama ela pra treinar, se ela te der outra surra é porque ainda está com raiva — Sam brincou, mas o meu humor não estava com paciência pra isso. Olhei para ele, bravo.

— Olha só... — comecei.

— Ih, cara, tudo bem. Relaxa - disse ele. - Vai descansar também. Amanhã temos um longo dia. Um dia para usar terno! Se ela não meteu a mão na sua cara, provavelmente não vai fazer isso em breve também. Deixa ela pensar.

— Não sei se consigo simplesmente descansar — falei. — Tô me sentindo péssimo.

— Eu sei que você gosta dela... — Sam começou a falar.

— Eu não... — tentei cortá-lo, mas ele ergueu o dedo indicador pedindo silêncio.

— Mas ela deve estar magoada. Vai precisar de um tempo para relembrar e aceitar a morte dos pais. Lembre-se que isso não é fácil — continuou ele, sério.

Franzi o cenho. Só de pensar nisso já me irritava, mas tudo bem. Samuel havia conseguido passagem para uma visita ao teatro. Havia uma reunião importante sobre os combatentes do governo e era importante que ele estivesse lá. Eu, bem, eu não era o mais amigo do governo, mas precisava me comportar se quisesse continuar livre.

Tomei um banho, frustrado com o jeito que aquela conversa com Samantha aconteceu. Mas eu sabia, mais do que ninguém, como as lembranças e a verdade poderiam incomodar alguém. Fiquei me virando sob o pano da coberta, estirada no chão, incomodado, até o momento que finalmente me deixei levar pela escuridão do sono.

╰─────╮•╭─────╯

NA: Como vocês reagiriam se te contassem algo do tipo?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro