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c a p í t u l o - 🇮 🇮 🇮


Quando fiquei parado em frente a aquilo que chamavam de museu, posso dizer que, novamente, senti um misto de emoções. Eu lembro de cada pessoa que ajudou a construir aquele lugar. Olhei para o prédio ao lado, chique, tecnológico, enquanto pensava que ali por perto, um dia eu já chamei de lar. Mas agora, estamos em 2021. Minha vida anterior havia ficado no passado. Respirei fundo enquanto caminhei para dentro do espaço, olhando para as câmeras e todos os soldados que estavam por ali.

Aquele tipo de situação eu sabia controlar, mas agora, depois de tudo, me dava arrepios. O museu tinha vários espaços. Um voltado às principais armas, um dos principais soldados que lutaram por lá e um voltado ao grande Capitão América. Engoli seco ao parar em frente a um soldado. Eu. Nascimento: 1917. Morte: 1945. Bem, pelo menos era a data da minha morte para o governo ali.

Aquela foto e aquela descrição me lembravam de tanta coisa. Eu era um jovem soldado com um sorriso no rosto e um brilho leve no olhar. Parecia em paz. Agora, a maioria das informações ali, fazia parte das minhas noites. Dos meus piores pesadelos. Franzi os lábios, incomodado, enquanto caminhava pelo corredor até o espaço que se tornou a biblioteca. O cheio de poeira incomodou meu nariz, mas me relembrou dos velhos tempos. Aquele verniz era cheiroso para mim. Gostava disso.

Queria parar para ver cada papel ali, mas não era para isso que vim. O caderno que coletamos na Romênia era extremamente importante para a nossa missão. Para a minha missão. Segundo as nossas pesquisas, ali dentro estava uma das maiores restauradoras do país. Quando descobri isso, precisei cobrar um favor do meu "amigo" Tomas Duckham. Lembro de estar com Samuel no complexo, quando decidimos isso.

— Seus velhos amigos já não morreram? — Samuel me perguntou, zoando com a minha cara.

— Ha ha, muito engraçado — falei, arrumando o braço. Semicerrei os olhos para ele. — O próximo pode ser você.

Então estava ali, com aquela tagarela, muito bonita, chamada Vanessa, ignorando completamente seu monólogo até que ela me levasse ao subsolo por uma pequena porta atrás dos balcões de atendimento. Eu já estava querendo passar silver tape na boca dela para ver se ficava quieta. Eu conhecia cada uma das histórias que ela contou sobre o lugar e a maioria delas estava errada. Mas pensar naquilo poderia ser meio injusto, já que eu estive lá para saber.

— Bem, Sr. Barnes — disse a mulher, depois de contar a décima história por ali. — O Sr. Duckham permitiu a sua permanência com acesso total enquanto for necessário. Se o senhor me permitir, posso levá-lo até o subsolo agora para apresentar você à senhorita Prigget.

Então, depois dela pegar um pacote com algo que pareceu comida, finalmente descemos as escadas de concreto. Eu pensava encontrar muitas coisas lá. A primeira delas, era uma senhora Prigget. Uma mulher com mais de sessenta anos, com um pequeno óculos de grau, focada em terminar seu trabalho. Mas quando entramos, a atendente ainda falando, tive uma surpresa. Uma boa surpresa.

Foi quando a vi pela primeira vez, curvada sobre uma grande mesa com alguns papéis em mãos. Ela era bonita, um pouco mais baixa que eu, algo entre um metro e setenta ou um metro e sessenta e cinco. Magra e esbelta, estava com os cabelos escuros bagunçados e não usava nenhum sapato. O que era engraçado. Ela estava tremendamente concentrada até a mulher na minha frente interrompê-la com um pequeno susto.

Ela deu um pequeno salto, desconcentrando-se. Ali, senti que tudo poderia desandar. Quando ela me olhou pela primeira vez, senti algo completamente estranho. E nossa... Acho que não me sentia assim há muito tempo. Desde 1945, o ano que eu supostamente morri, nunca mais havia estado com nenhuma mulher, embora houvesse tentado. Posso dizer que os encontros atualmente são torturantes e bem complicados, principalmente por todas as coisas que se esperavam de nós.

E então conversamos. Ela não me olhou como se eu fosse um monstro com aquele braço biônico. E eu, bem, eu não a achei estranha com aquele poder que dizia ter. Eu já vi tanta coisa nas últimas décadas que nada mais me abala. Seu poder era de certa forma... interessante. Eu já havia visto coisas parecidas, mas enquanto não o visse em ação, não poderia ter certeza.

Naquele dia, lembro de voltar de madrugada para o complexo.

— Como foi? — Samuel me perguntou, enquanto eu arrumava meu braço com uma pinça, arrumando uma pequena engrenagem que estava me incomodando.

— Foi... interessante — falei. Tinha sido realmente interessante.

— Ah, caralho, é uma mulher bonita? — Sam disse, surpreso. Eu levantei meus olhos até ele. Queria saber como o maldito conseguia me ler apenas através do olhar. — Nem vem com essa cara, Bucky, é uma mulher bonita?

— Sim — falei, me rendendo. — Muito bonita.

— Ah, tu tá com uma cara de apaixonado — Sam disse. Nossa, tinha certos momentos que eu só gostaria de estrangulá-lo para que ficasse quieto. — Cuidado hein, não vai baixar a guarda hein.

— Sam, só cala a boca — falei, balançando a cabeça. — Eu a conheci hoje. Não tem como ter paixão em algumas horas.

— Nunca vi você fazer essa cara para ninguém. Você está interessado.

— Olha cara...

— Não, não... — disse ele, levantando as mãos. — Tá bom, não está mais aqui quem falou!

Sam riu alto enquanto arrumava uma mochila. Balancei o braço, para que tudo se encaixasse perfeitamente de novo.

Vários dias se passaram trabalhando com Samantha. Cada um deles mais diferente do normal. Eu, porém, não conseguia aceitar aquilo. Mesmo tendo aproveitado muito a vida anos atrás, hoje em dia não havia amor tão romântico. As pessoas começavam a namorar sem se conhecer, encontrei até pessoas que namoravam pela internet. Preciso confessar que já tentei acessar um desses sites, mas acho que estou velho demais para isso.

Samantha, no entanto, abria uma nova porta na minha mente. Uma porta que eu imaginava ter se fechado completamente quando recuperei minhas memórias. Quando eu desabei. Mas talvez ali ainda houvesse uma oportunidade, uma pequena brecha. Eu precisava ser esperançoso. Não era muito fácil fazer isso, principalmente quando não se pode tocar na pessoa. E se ela absorve a escuridão, acho melhor que nunca me toque.

Hoje sairíamos para conversar com algumas pessoas. Eu e Samuel. Na verdade, saímos para bater em algumas pessoas e atirar em outras. Uma rotina que, apesar de eu fugir, não saía de mim. Tentei me concentrar piamente naquele trabalho, mas eu só conseguia me lembrar das palavras de Samantha na minha cabeça "Sim. Por isso, não gosto disso. Não tenho controle sobre mim. Você já se sentiu assim? Completamente perdido?". Ah, eu me sentia perdido. Eu sabia o que era estar sem controle sobre mim mesmo. E como.

— Qual é o nome dele? — perguntei mais uma vez enquanto segurava o malandro pelo colarinho.

Havíamos corrido quatro quarteirões enquanto ele tentava nos acertar com uma pistola. Mas quando chegamos a um beco sem saída, conseguimos pará-lo. Aquele espião estava no meu radar há um bom tempo e agora, fiz de tudo para o alcançar. Sam e eu o encontramos em um bar, enquanto nos disfarçamos. E bebíamos, claro. Depois daqueles dias, eu aceitava uma dose de whiskey, ou duas, ou cinco... e depois corremos.

O lado bom de ser um experimento é que eu não me cansava fácil. Sam, por outro lado, era um soldado simplesmente humano, mas extremamente inteligente. Agarrei o pescoço do garoto e o joguei contra a parede, apertando a circulação. Ele sangrava, com um tiro de raspão e um braço quebrado, enquanto implorava para não ser machucado.

— Me diga... — falei, cerrando os dentes. — Qual o nome?

— Ki...ki... Pri-pri... — disse ele, silábico, arregalando os olhos. — Prig...

Finalmente iria ouvir aquele nome. Mas a minha ansiedade foi totalmente cortada. Não deu tempo. Ouvi um estalo conhecido e desviei ao sentir o projétil vindo em minha direção. A bala acertou meu informante bem na testa antes que ele pudesse falar qualquer coisa, explodindo em sangue e muita raiva de minha parte.

— NÃO! MERDA! — exclamei, chutando a parede ao lado do corpo caído, olhando para um prédio a distância do qual eu tinha certeza que o tiro havia saído. Quem quer que tivesse atirado, já havia sumido.

— Ah, cacete. Por que essas coisas sempre acontecem com a gente? — perguntou Sam.

Eu bem que gostaria de saber. Parecia que o mundo estava contra nós. No entanto, eu pelo menos sabia de uma sílaba do maldito nome: KI, PRI alguma coisa. O que isso significava? Porra nenhuma até ali. Mas nós iríamos atrás disso.

╰─────╮•╭─────╯

Depois de nos livrarmos do corpo do informante, caminhamos para voltar ao complexo. Uma mania que eu havia desenvolvido com o passar do tempo era o de caminhar e correr. Samuel não era um super soldado, mas mesmo assim estava sempre ativo também. Eu estava estressado naquele momento, bravo. E continuei assim até passarmos na frente do mesmo bar onde encontramos aquele patife. Agora, um gole de whiskey quente cairia muito bem.

— Vamos entrar? — perguntou Sam.

— Pelo amor de Deus — falei o seguindo para dentro.

Pedi uma dose dupla de whiskey que virei de primeira, enquanto observava aquele mundaréu de gente dançando. As coisas não estavam indo bem para nós. Na verdade, aquilo era um pleno desastre. Mais um informante perdido, nenhum detalhe nas mãos... O que faria?

— Olha, é bom que aquele caderno faça milagres — disse Sam. — Porque eu já tô cansado de não encontrar nada.

— Espero também — falei para ele.

— Como ela é? — perguntou ele.

— Ela quem?

— A mulher da biblioteca.

— Eu já disse que não quero falar disso — rebati. Ele me perguntava dela há dias, mas nem sabia o que responder.

— Ah, Bucky, tá de sacanagem? — Sam reclamou. — Olha só, eu sempre te falo, agora abre o bico, tá legal?

— Você fala porque quer...

— Ah, fala sério.

O olhei alguns segundos. Sabia que o maldito não ia calar a boca se eu não falasse. Eu olhei para frente, para o espelho atrás da estante de copos. Então, passei os olhos pelo meu copo. O que eu poderia falar dela?

— O nome dela é Samantha — comecei, o fitando. — Um metro e setenta, morena...

— Gostosa? — perguntou ele. Eu o olhei com uma expressão brava. — Ah, eu sei que você não gosta de falar desse jeito, mas vamos lá, por favor.

— Ela é linda — falei, de uma forma mais... respeitosa. — E inteligente. Estudou astrofísica e trabalhou na Stark.

— Na Stark?

— É.

— Caralho — exclamou Sam. — Então tu tá querendo pegar uma nerd gostosa?

— Ah, Sam, pelo amor de Deus — reclamei. — Eu apenas achei ela bonita. — E inteligente, e agradável, e simpática, e atraente — Parece até que o nosso histórico com mulheres é bom.

— Eu só peguei mulher bonita até aqui, fale por você — rebateu ele.

— Tá bom — revirei os olhos. — É porque elas tem dó.

— Dó o quê? Elas se apaixonam por mim.

— Só se for pela beleza mesmo, porque pela inteligência...

— Ah, qual é, cara. Pelo menos eu peguei alguém. Você não deve ficar com uma mulher há mais de setenta anos — rebateu ele.

— Mais um motivo para eu não sair por aí fazendo essas coisas — ergui meu copo em direção a ele.

— Esse deveria ser o motivo para você sair fazer essas coisas — rebateu ele.

Então uma bela mulher se aproximou, colocando as mãos nos ombros de Sam. Ela tinha longos cabelos escuros e várias curvas siliconadas, como uma boneca. Linda, artificial. De praxe no século XXI ao que parecia.

— Oi, Sam. Bom te ver de novo por aqui — disse ela de forma sexy, passando a mão pelos ombros do meu amigo. Então olhou para mim de canto. — Oi, Bucky.

— Como vai, Lia? — levantei o copo em um cumprimento. Então me levantei do banco. — Eu já vou indo.

Me despedi dos dois e fui para casa, ou melhor, para o nosso complexo, caminhando pelo frio da cidade. Sam precisava se divertir um pouco e eu não estava com cabeça para isso. Não que eu já estivesse algum dia. Tomei um banho gelado, deixando todos os espirros de sangue serem lavados fora, esfregando todas as partes do meu corpo com estranheza.

Joguei as roupas no cesto e deitei, ao lado da cama, no chão. Aquele colchão parecia um marshmallow gigante e eu não conseguia ficar em cima dele. As coisas se tornaram tão macias depois da guerra, que agora eu não conseguia aproveitá-las.

Eu precisava descansar, mas não conseguia pregar os olhos. Minha mente viajava entre possíveis pesadelos que teria naquele dia até os grandes olhos escuros daquela garota estranha. Sombras. Ela tinha sombras, poderes. Será que ela era um tipo de feiticeira? Eu já havia conhecido algumas para pensar nessa possibilidade.

Não percebi quando caí no sono, mas agradeci meu cérebro por não haver pesadelos por ali naquele dia.

Pela manhã, antes de qualquer outra pessoa me incomodar, separei algumas coisas e liguei para uma velha conhecida para saber se ela conhecia algo do tipo. Uma talentosa feiticeira que, apesar de tudo, não soube me explicar o que poderia ser. Ela imaginava que Samantha pudesse ter um dos tipos de poderes do coven, mas para isso, precisaria conhecê-la de frente.

Apesar de me ajudar com pouca coisa, afinal eu não ia simplesmente arrastar Samantha até uma estranha, ela me deu alguns conselhos que poderiam me ajudar a lidar melhor com essa situação.

— Lembre-se Bucky. Não importa qual seja o poder, não podemos negá-lo, se não, ele nos consome — disse ela, com a voz suave. — Precisamos aceitar tudo aquilo que faz parte de nós, para então controlar. Se ela está o negando, uma hora ele vai surgir e não vai ser legal.

Desliguei o telefone e fiquei olhando para a janela, enquanto o sol nascia. Mais um dia para eu acertar, ou errar tudo de novo.

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