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Capítulo 9: Bom de "Bom" Jovi/ Roubo Inesperado - parte 2

Voltamos pra mesa e Bob chegou.

-E aí, pessoal? Já pediram pra mim? Obrigado. Parabéns irmão, parabéns Michelly! Um ano, né? Fiquei sabendo ontem. Felicidades. Planos pra hoje?

    -Sim, vamos jantar. E como foi a procura por um emprego?

    -Foi ótimo! Fiz uma entrevista em um escritório de contabilidade que pareceu ser bem promissor. Deixei meu currículo e disseram que ligariam. O mesmo em uma empresa que trabalham com a produção e exportação de cerveja.

  Parabenizamos Bob, olhei no relógio e já tinha se passado quinze minutos desde que sentamos de novo a mesa. Toquei a mão de Michelly por baixo da mesa, nos olhamos e eu disse:

-Vamos ali comigo.

Ela consentiu com a cabeça, nos levantamos, demos tchau ao pessoal e nos dirigimos até lá fora. Bob perguntou:

    -Vocês já vão? Eu acabei de chegar, podiam passar mais alguns minutos com a gente.

    -Nós compensamos você depois, prometo.

    -Tá legal, divirtam-se por mim e comportem-se pombinhos.

Michelly e eu cruzamos a porta do bar e ela me perguntou sorrindo:

    -Onde estamos indo, Andrew?

    -Vamos ter que descobrir - respondi rindo.

    -Não inventa. Você sabe bem pra onde vamos, acho que os rapazes também sabem pelo jeito que vocês confabulavam, só eu que estou no escuro e isso me deixa curiosa. Sabe como sou quando estou curiosa. Não é justo.

    -Confabulando? {Risos}. Eu sei que isso deve te deixar curiosa, mas espera só mais um pouco, estamos perto e prometo que vai ser alguma coisa.

    -Alguma coisa?? Como assim?

    -Pode ser bem divertido ou só uma coisa normal. Pode ser uma noite diferente ou igual as outras.
Não quero aumentar, nem diminuir suas expectativas e também não posso dar spoiler, por isso prometo que será alguma coisa.

    -Isso não ajuda, sabia? {Risos}. Só aumenta minha curiosidade e pelo modo como falou, pode ser qualquer coisa.

    -Só vendo pra saber. Porque não vou te contar mais nadinha.

Pegamos um táxi e seguimos para o endereço que dei ao taxista. Michelly retomou o assunto:

    -Você podia só mentir pra mim pra não me deixar curiosa e me surpreender no final.

    -Acha que daria certo?

    -Eu acho.

    -Tá bom. Vamos ao Empire State Building pra ter a melhor vista da cidade e depois vamos pedir comida Chinesa.

    -Assim não dá. Agora eu sei que você tá mentindo porque te dei a ideia, meio minuto atras.

    -E se eu não tiver mentindo? Se realmente tiver cedido a suas insistências? Gosto de passar tempo com nossos amigos, mas hoje é um dia especial, um dia só nosso e pensei que podíamos passar juntos, só você e eu.

    -Que droga, Andrew! Agora não sei se você está mentindo ou não.

    -Vai ter que ver por você mesma.

    -Que filho da mãe!

    -Já ouvi muito isso, mas geralmente estou com Gil e essas palavras são digidas a ele, junto com meia dúzia de insultos. Acho que a convivência pega, né?

    -Já se perguntou o que faz o Gil ser o Gil?

    -Bom, eu não sei. Mas Noah e eu temos uma teoria. O pai e a mãe dele eram exploradores e numa expedição, perderam o Gil, ele caiu de uma cestinha e bateu a cabeça no chão, foi então encontrado por uma família de Chimpanzés e criado por eles, a família verdadeira só o encontrou anos depois em um prostibulo.
Ele tinha sido pego e ensinado a ser homem por um cafetão. Isso explica porque ele nunca falou da familia dele, explica os comportamentos primitivos dele, a compulsão sexual, porquê parece que ele conhece cada garota de programa da cidade e ele parecer ser meio pancada das ideias.

    -É uma teoria interessante- Ela disse rindo. - Mas acho que ele tem seus motivos, tem algo mais profundo.

    -Pra ser sincero, também penso assim. Mas o que faria o Gil ser... bom, o Gil?

    -A gente podia perguntar qualquer dia.

    -Não é má ideia. Vamos jogar verdade ou desafio com ele amanhã.

    -Você podia jogar isso comigo mais tarde...

    -Eu nem fiz as perguntas e já tenho até medo das respostas.

    -Que perguntas você me faria?

    -É uma boa pergunta, mas já chegamos. Ha ha.

    -Já? Espera... Essa conversa toda... você tava apenas desconversando e me fazendo não pensar no que me deixava curiosa?

    -Tipo isso mesmo.

    -Jogada esperta. Mas se você fizer isso em outros contextos, eu vou odiar você até o Natal.

    -Até o Natal? Por que só até o Natal?

    -Tenho que dar uma trégua, vou te odiar depois disso, mas ainda quero passar o Natal contigo. Então quando chegar o Natal a gente levanta a bandeira branca.

    -Prometo não desconversar com você em outros contextos pra te fazer esquecer o que eu quero, só porque será vantajoso pra mim... Mas se tiver vantagem pra ambos, podemos discutir o assunto.

    -Andrew!

    -O importante é tudo o que importa, e nesse momento, importa que chegamos.

Descemos do táxi e a nossa espera tinha uma linda charrete e um cocheiro. Ele disse:

    -Vamos.

E ajudei Michelly a subir na charrete, fizemos um belo passeio pela cidade e Michelly me contava o quão estranho era ela já ter sonhado com isso. Respondi animado que podíamos tornar qualquer sonho em realidade, mas ela completou dizendo:

    -Acontece que no meu sonho esse passeio era como Bradley Cooper?

    -Bradley Cooper? Vamos concordar, eu sou melhor que o Bradley Cooper, Michelly.

    -Eu sei que é.

    -Ele é só um rostinho bonito e vai saber se ele é mesmo tudo isso. Computação gráfica existe. Eu por outro lado sou cem por cento real. - Disse bem humorado.

    -E o mais importante Andrew, você está aqui.

Nesse momento passamos em frente uma floricultura.

    -Agora você me vê, agora não vê mais. - disse cobrindo seus olhos e tentando descer da charrete.

    -Ha ha ha, engraçadinho.

    -Fica aqui. Não vá embora com nenhum astro do cinema até eu voltar.

    -Vou tentar - ela respondeu risonha - mas aonde é que você vai?

    -Já volto. - Eu disse.

Sai correndo em direção a floricultura a deixando com um grande sorriso no rosto, sorriso de quem não entendeu nada, mas achou engraçado. Na floricultura a atendente me pareceu familiar, perguntou como poderia me ajudar. Respondi que precisava de flores.
Ela respondeu que eram a especialidade daquele local. Restruquei dizendo:

    -Você não está entendendo. É pra alguém especial, então preciso das flores mais especiais que tiver.

    -É, ela deve ser mesmo bem especial. - respondeu a moça.

    -Sim, hoje fazemos um ano de namoro e queria dar a ela um fim de tarde e noite bem romântica.

    -Sabe o tipo de flores que ela gosta? Seria uma informação bem útil, assim a gente evita que ela acabe recebendo flores da qual ela pode ser alérgica.

    -Bom, ela não tem alergia a nenhum tipo de flor e sua flor favorita é...

    -É?

    -Eu não consigo lembrar...

    -Tudo bem. Você pode me falar um pouco sobre essa pessoa especial?

    -Claro.

Comecei a falar sobre Michelly, disse tudo e mais um pouco, não poupei elogios. Ao final ela me perguntou se eu teria alguma foto. Mostrei uma foto dela que tirei da carteira. A floriculturista disse animada:

    -Já sei.

Ela virou-se e foi buscar algumas flores mais ao fundo da casa. Quando estava voltando, o nome veio em mente.

    -Lembrei! - Eu disse. -Tulipas! - Falamos ao mesmo tempo.

-Prontinho, aqui estão. - Ela disse enquanto ria por termos falado simultaneamente.

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