Capítulo 4: Inverno - parte 2
Até onde sabíamos, Gil nunca tinha sido escoteiro, mas até onde sabíamos ele podia ser o presidente do Catar, ou um Sheike no Marrocos, ali-en-Habba. Mesmo não acreditando que Gil manteria sua palavra, eu topei. Então dissemos ao Gil que podia ir buscar a caixa, pois nós, tomariamos conta de tudo na sua ausência. Confiando em nossas pessoas, Garry e foi pegar a Junkbox e deixou o resto conosco. Planos pra detrás do balcão e começamos a mexer nas bebidas. Garry mal saiu e duas belas garotas chegaram, Gil tomou a frente e foi atendê-las, eu fui nos fundos ver se ainda tinha algum vinho, só ouvi quando Gil disse:
-Hoje, mulher paga meia. Mas pra duas belezinha como vocês, é por conta da casa.
Uma das garrafas de vinho escorregou da minha mão bem nessa hora, pulei para agarrá-la, cai no chão por cima de umas caixas de papelão, fazendo a maior barulheira. Gil se espantou com o barulho e deixou cair uma garrafa de Gin. A noite mal tinha começado e já tínhamos prejuízos. Fui ver o que tinha acontecido, Gil falou que havia deixado cair uma garrafa, mas nada com o que se preocupar. Perguntou que barulho tinha sido aquele nos fundos, respondi assim como ele, que não era nada com o quê se preocupar. Voltei nos fundos, peguei uma vassoura, uma pá, um esfregão e um balde, varremos os cacos de vidro para a pá, enchemos o balde com água e esfregamos o chão pra limpar as manchas de bebida. Enquanto isso, mais garotas entravam no bar e Gil entrava em cena. Ele disse:
-Essa deve ser nossa... nossa não. Agora você é um pobre cão; castrado, vacinado e adestrado. Então, deve ser minha, noite de sorte. - virou-se para uma das clientes e disse: - então gracinha, qual seu pedido?
-duas cervejas - disse ela.
-Duas cervejas? Uau, duas cervejas. Só pode ser é destino minha cara. Eu também só penso duas cervejas, pois é de conhecimento geral que não se bebe sozinho. - falava Gil, enquanto jogava todo o seu charme pra cima dela. Se é que ele tinha algum.
Michelly acompanhava tudo da mesa que estavam. Vez ou outra, ela olhava, me dava uma piscada e sorria, eu piscava de volta e voltava ao trabalho. Logo a casa encheu, tinha muitas pessoas sobe o balcão, em sua maioria, mulheres. As duas garotas que servimos anteriormente, fizeram a propaganda de Gil se espalhar, que mulheres pagavam meia. Parecia que todas as mulheres daquela cidade, tinham vindo de encontro a aquele bar, todas elas só pagaram metade do valor das cervejas. Eu até tentei explicar que aquilo era um equivoco, mas o barulho da clientela estava grande, nem me deram atenção e Gil, simplesmente não teve coragem de desfazer todo o mal entendido. De repente começa uma gritaria no bar, seguida de uma troca de tapas. Duas loiras se agarraram no meio daquele monte de gente e começaram a brigar, outras duas tentaram apartar a briga, mas acabaram piorando a situação. Logo, metade do bar estava envolvido na confusão. Garry não demorou mais que uma hora ou duas horas pra chegar, nesse meio tempo, já tínhamos acalmado os ânimos, já de volta, ele se alegrou em ver a casa cheia, mas uma alegria que não durou muito. Mais tarde, naquela mesma noite, ele contou o dinheiro e tinha mil e trezentos dólares a menos do que deveria. Ele então nos olhou com uma cara embravecida e perguntou o que tinha acontecido, olhamos um para o outro, ascenamos com a cabeça e contamos pra ele a história.
-Bom, tudo começou um pouco depois que você saiu. Duas garotas meio maluquinhas entraram, pediram umas cervejas e pareciam ter gostado do atendimento, depois voltaram com um batalhão de mulheres, só o Papa Jones pra saber o que deu nelas. Logo a casa lotou, tinham vários pedidos e eu e Gabb aqui, estávamos hábil e competentemente servindo a todas. Foi quando... quando... quando um rato apareceu! Você já deve imaginar, um rato no meio de um tanto de mulheres. A gritaria foi grande, elas gritavam e corriam, até pulavam e nisso deixavam cair o dinheiro com o qual pagariam as bebidas, no final, eu e Gabb conseguimos pegar o rato, mas no meio dessa confusão toda, algumas delas cataram o dinheiro do chão e deram o fora, sem pagar. Sinto muito Garry. - Disse Gil, muito confiante.
-Você confirma a história, cara? - perguntou Garry para mim.
-Realmente, foi a maior confusão por aqui e as mulheres estavam bem agitadas, sairam tão repentinamente quanto chegaram. É tudo o que posso dizer. - Eu sabia que não tinha sido bem assim, mas me senti na obrigação de dar cobertura ao Gil e na falta de uma história melhor, aquela servia.
-Vocês realmente esperam que eu acredite nessa história? Um rato Gil? Se queriam me enganar, podiam ter sido pelo menos mais convincentes. E agora, quem vai pagar pelos mil e trezentos que falaram.
-Não tenho tanto, mas tenho seiscentas pratas. - Eu disse.
-Okay, passa pra cá. E Você manda os outros setecentos - Falou Garry, agora se dirigindo a Gil.
-Por que eu tenho que pagar os setecentos sozinho? não era pra ser meio a meio?
-Não sei porquê, mas algo me diz que se tratando de culpa... você tem a maior fatia, quase sempre.
Eu paguei seiscentos e Gil os outro setecentos e uma garrafa de Gin. Voltamos pra casa exaustos de tanto atender a clientela no bar, mas tínhamos a boa e velha junkbox de volta e uma possível apresentação de Elibelly que não poderíamos perder. Como já de costume, Noah e Hellen foram na frente, Gil em seguida foi pra casa e acompanhei novamente Michelly e Oldris até em casa. Com ela comentando:
-Nossa, você arrasou hoje, até quando você caiu, caiu com estilo.
-Ia te perguntar qual foi a parte que mais gostou na minha performance de hoje, mas pelo comentário, já deu pra perceber qual foi.
-A minha parte preferida, foi quando pedimos outra rodada de bebidas, você veio deixar, sussurrou no meu ouvindo bem assim: "Você está linda hoje", beijou minha bochecha quase no canto da boca e segurou minha mão. Respondida a sua pergunta?
-Tem certeza que fui eu que fiz aquilo? Tinha outro cara vestido muito parecido comigo, até eu me confundiria.
-Ha ha, não seja bobo. Claro que foi você e não tinha ninguém vestido assim no bar, e mesmo que tivesse, reconheceria você até em meio a uma multidão. Ainda que todos estivessem vestidos iguais.
-Já fazem o quê? Seis meses que você me conhece?
-Mais ou menos isso mesmo. Acho que com este já faz sete.
-Sete meses e você já me conhece tão bem assim? As vezes fico pensando; o que ainda não sabemos um do outro.
-Para algumas pessoas, três meses é o suficiente. É o tempo de experiência, se passar é isto. Bom, o que ainda não sabemos um do outro... isso vai depender. Acho que já sabemos a maioria das coisas que deveríamos saber, o que é importante sobre nós. O resto são pequenos detalhes e histórias que não acrescentam muito ao nosso presente e atual momento, mas que seria legal dividir, só que teríamos que revirar tudo em nossas memórias para achar.
-Você pode ter razão. Três meses, tempo de experiência, sabermos tudo o que deveríamos, o que é importante... quem sabe um dia, não chegamos a falar tudo, até os mínimos detalhes.
-Quando você quiser. Sou um livro aberto, não me importo em falar mais sobre mim, contanto, que eu também possa saber mais sobre você. Temos um acordo?
-Eu estou de acordo. Se você pular, eu pulo. - Disse isso enquanto nos deparavamos com um monte de neve na calçada, que depois das minhas palavras, claramente a pulamos.
Chegamos na frente de sua casa, Oldris cansada, foi na frente. Michelly ainda ficou alguns minutos, mas logo teve que entrar, se despediu de mim, subiu os degraus da escadinha, acenou da porta e entrou. Voltei pra casa, caminhando, enquanto olhava para o céu e neve caía sobre mim.
Passamos aquela semana inteira indo ao bar, em uma dessas, chega Gil acompanhado de uma linda mulher que nos apresentou no mesmo instante:
-Gente, essa daqui é a Moira. Ela foi minha dentista, tinha um código rígido de não sair com seus pacientes, mas essa questão foi facilmente resolvida. Eu mudei de clínica e não sou mais paciente dela.
Todos nós levantamos e a comprimentamos, sentamos a mesa e fizemos os pedidos. Moira era mesmo muito simpática e divertida, Hellen, Michelly e Oldris se deram muito bem com ela. Noah também gostou muito da moça e eu, tive até dó da garota. Seria só mais uma noite pro Gil e provavelmente nunca mais a veríamos, ela era bem legal, seria uma pena. Mas enfim, voltando a mesa, nós estavamos conversando sobre assuntos diversos, Oldris parecia bem empolgada com alguma coisa e quando perguntada ela respondeu dizendo:
-Não é nenhum segredo que à uma semana, um casal, donos de um dos casas noturnas dessa área, me chamou para me apresentar lá. Eu contei pra vocês, assim que aconteceu. Vocês me incorajaram a aceitar a proposta e me apresentar lá, então quero que saibam em primeira mão, que amanhã vou me apresentar na casa The Box.
-Uau, você vai se apresentar na Tua Box? - perguntou Gil.
-Sim, exatamente na The Box. - respondeu Hellen. - E estão todos convidados a me ver lá, amanhã.
-Todos nós iremos, não é, gente? - Eu disse.
-Sim, claro. - todos disseram.
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