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11 | ᴅᴇsᴛɪɴᴏ

M E E R A

Minhas pálpebras desatavam-se devagar, visando manter estabilidade.

Meus olhos vagueavam por todo o ambiente, percebi que estava em um quarto grande e confortável. Tudo ao meu redor girava, como uma agonia que se dispersava e causava um fatídico amargor.

Jazia em uma cama macia, poderia jurar que estava nas nuvens. Parando para analisar? não conheço aquele lugar, definitivamente não é minha casa, então, onde estou?

- Jordan, compreenda uma coisa: a melhor opção para todos nós é matá-la. A garota tem que morrer! - Alegou uma voz feminina, aguda e firme.

Quem tem que morrer?

- Mina, isso não é nem algo a ser cogitado! -Alertou, uma outra voz feminina, em um tom mais dócil.

Lembro que os vampiros atacaram, destruíram o lar que eu tanto batalhei para conquistar e estilhaçaram os meus sonhos. Meu alicerce cedeu. Se essa for a toca do inimigo, o que farão comigo? O mesmo que fizeram com minha mãe?

Afastei meu corpo o máximo que pude até colidir com uma parede rochosa, com o medo imenso corroendo cada centímetro de meu corpo. Observei todos aqueles rostos e não os reconheci, juntei forças para conseguir proferir algo.

- Onde está minha irmã? - Perguntei, receosa, sentindo a garganta fechar. Os olhares assustados voltaram-se para mim e uma mulher loira e bonita tomou a frente, aproximando-se devagar.

- Olha... Só presta atenção e não se exalte. - Disse, ao chegar mais perto, todavia, não contive as batidas exasperadas de meu coração. - Houve um confronte, mas só conseguimos salvar uma de vocês. Carol está nas mãos do inimigo. - Revelou, sentando-se na beirada da cama e olhando-me no fundo dos olhos. Não segurei as lágrimas, que desceram rasgando.

Minha respiração falhou e minha visão ficou turva. Tudo ao meu redor desdenhou em um precipício sem fim, me levando junto a ele. Minhas mãos e pernas tremiam e eu só pensava no quão irresponsável eu fui, e isso teve um preço: os meus pecados serão pagos com o sofrimento dela. No momento, não era capaz de ver nada além de uma imensa escuridão. Estava destruída, quebrada e magoada, não só por fora, como morta por dentro.

Fitei o teto, suplicando a Deus por misericórdia, pedindo seu perdão. Eu havia falhado, não só como irmã, mas também como ser humano. Eu sou a pior pessoa que pode existir na Terra. Ao mentir para minha irmã, determinei uma sentença a mim mesma, é o que eu mereço por pensar que minha vida poderia dar certo, pois sempre estive submersa na miséria, jamais seria diferente. Queria fugir, gritar e expressar a dor que está se apoderando. Fracassada, eu sou uma fracassada.

- Sei que está triste e não há nada para remediar sua dor, independente das palavras que eu disser. Todavia, faremos todos os esforços necessários para trazê-la de volta e massacraremos os Insurretos para fazer justiça. - A voz grave ecoou pelo quarto, me tirando do devaneio.

Um retrato masculino surgiu ao lado da mulher. Ele trajava um terno negro, que agregado ao seu semblante sério emanavam pavor, seus fios dourados reluziam com o toque do sol. Seu olhar enigmático e centrado penetrou o meu; eram olhos arrogantes e intensos. E então ele falou:

- Sou Jordan Ekirev, líder da espécie Vampyyre, mais conhecido como O Soberano.- Declamou, com um olhar pródigo que transbordava segurança. Senti tanto ódio ao ouvir a palavra Soberano que o chicoteei com as órbitas. Aquele homem foi o estopim para minha ruína.

- O Soberano? - Indaguei, encarando-o fixamente. - Então é sua... a culpa é inteiramente sua. - Esbravejei, mordendo os lábios com força. - Eles sempre falavam de você, diziam que, com nós, teriam poder suficiente pra te derrotar. Então, Sr. Ekirev, a culpa de minha irmã ter sido capturada por eles é inteiramente sua.

Seu olhar permaneceu vidrado em mim, sem desviar ou expressar algo. Sua feição prosseguiu serena e enigmática. Tive vontade de avançar nele e fazê-lo sentir a dor que eu estava sentindo. Queria maltrata-lo para que doesse tanto quanto em mim.

- A frustração que se apodera de ti é totalmente compreensível, mas não tente encontrar culpados nisso tudo. Todos nós falhamos com você e com Carol, isso não deveria ter ido tão longe. Aqueles imundos ousam afrontar minha dinastia e eles pagarão com sangue e poeira, também irão pagar por cada maldade que semearam contra você e sua irmã. - Tentou me consolar, com o timbre inalterável. Apertei os lençóis com força e rangi os dentes, suspirando fundo.

- Droga, isso não importa, nada disso importa! Eles estão com ela, eles estão com a minha irmã! Se você é tão poderoso, por que não evitou? Por que deixou que nós sofrêssemos tanto? Eu prometi a minha irmã que teríamos uma vida de paz e alegria e você estragou TUDO! - Expressei, quase gritando na ultima palavra. Jordan engoliu em seco e os outros mantiveram-se em silêncio, cabisbaixos.

Uma onda de furor cruzava cada canto de mim. Meu sangue fervia como se estivesse em ebulição. Queria descarregar minha raiva nele, porém não é justo culpa-lo por tudo, errei ao acreditar que daria uma vida melhor a minha irmã. Estava ciente que esconder a verdade exigiria um preço e agora a dívida está sendo quitada.

Meu corpo e mente sentiam raiva, tristeza, angústia, amargor; todos esses se expandindo por minha pele como uma fonte inesgotável de adrenalina e medo e dor. Uma mistura insolúvel de sentimentos que tentavam emergir a superfície mas eram barrados por algo além de mim.

- Há muito que precisa saber, Meera. Os segredos do sobrenatural são maiores do que imagina e os rebeldes aproveitaram de sua inocência para roubar algo tão precioso. - Pronunciou, passando a mão pelos fios dourados.

- O espírito de feiticeira... - Murmurei, fitando o chão de pedras. Essa é a razão por trás de todo esse drama, algo que sequer sabia da existência.

- Exatamente, Meera, esse poder é o que alimenta sua alma e a magia que corre no seu sangue e de toda sua família. Sua mãe, Ginevra, deteve esse mesmo poder, e a sua avó também. Não sei se sabe, mas sua herança é de uma progenitura de bruxas arcaicas naturalizadas com supremacia legítima. - As informações que saíram de seus lábios não faziam o menor sentido, mas já desconfiava que algo anormal estava me acompanhando esse tempo todo.

- Isso quer dizer que aquilo na minha irmã foram seus poderes de bruxa, é isso que minha irmã é: uma bruxa. - Declamei, tendo pequenas recordações da confusão. O homem assentiu com minha resposta.

"- Eu vou matar cada um de vocês, de uma maneira dolorosa, lenta, até que não reste nem mesmo o pó de seus ossos. Eu irei ceifar à sua alma, disso, vocês podem ter certeza."

          Aquela não era a minha irmã, ela jamais falaria assim.

- Ela se transformou em algo que desconheço, Carol flutuava e emanava uma energia tão forte que reverberava. Seu comportamento mudou e a sua fisionomia e a sua fala também. Parece que algo a invadiu e a virou do avesso, algo forte e amargo. - Relatei, querendo chorar ao lembrar de minha irmã daquela forma.

- A princípio pensávamos que sua linhagem estava extinta, não se há registro de nenhum Peletier vivo. Com quem esteve todo esse tempo? - Contou, o mesmo, me analisando.

   Entrei em uma crise existencial. Tudo o que achava que sabia estava errado, fui enganada a vida inteira. Tudo é uma mentira.

- Vivi com os meus tios no interior, éramos simples e humildes, nunca mencionaram nada sobre minha família. Quando aqueles vampiros começaram a me perseguir? - Questionei, aflita, mordiscando os lábios.

- É bem possível que tenha tido um início no dia que aquele Insurreto quase te capturou. Certamente, aquele foi o prelúdio.

- Em algum lugar na névoa tenho a sensação que fui traída. Se quer saber, eu tive um flashback do passado na mesma noite que nos atacaram, talvez tenha sido um recado do universo para me alertar do perigo. - Anunciei, observando ele dar um passo a frente. - Nesse sonho encontrei minha mãe, não conseguimos conversar, ela estava fugindo dos vampiros de Etgar.

Respirei demasiadamente antes de mover a peça mais melancólica desse tabuleiro.

- Etgar queria o poder de minha mãe, mencionou que o usaria para ascender ao poder. Minha mãe recusou e ele não hesitou em mata-la. - Controlei as lágrimas que se formavam em meu olho. - Ele a matou a sangue frio e vi uma poça vermelha surgir em meus pés. Depois disso, acordei suada e com febre. Pareceu tão real, como se estivesse, de fato, presenciando aquilo.

          O homem ficou em silêncio por alguns segundos, analisando a situação. Queria descobrir o que se passava na mente dele, sobre o que estaria refletindo. Coçou o queixo, como se estivesse intrigado com meu depoimento.

- Parece que os rebeldes são mais espertos do que imaginamos. Esse período todo estavam agindo nas sombras até encontrarem o momento para dar o bote. - Articulou, novamente, a figura feminina de cabelo loiro e olhos cinzas. Sua feição era encantadora.

Enxergando com uma maior nitidez, ficou evidente quem era. Se não me engano, seu nome é Idália. A mesma que decapitou um vampiro diante de meus olhos; a mesma que procurou por mim em meu trabalho no dia que fui assediada por Fred; a mesma que guerrilhava contra o clã de vampiros.

- O que acontece agora? Minha irmã foi raptada, o que farão? - Interpelei, movendo os fios de cabelo que atrapalhavam a minha visão.

- Recuperar a sua irmã é a nossa prioridade. Tenho uma dívida com você, Meera. - Afirmou, em um tom confiante e prepotente, como se ele tivesse total certeza do que diz. - E quanto a sua segurança, o melhor é que fique na fortaleza.

Como?

- Essa é a minha fortaleza, ninguém teria coragem suficiente de entrar sem minha autorização. É aqui onde eu comando todo o meu povo, e é aqui que ninguém ousaria tocar em você. Ao meu lado eu posso te proteger, seria um caminho mais fácil para que achemos a sua irmã. - Se justificou, estendendo sua mão para que eu apertasse. Estava afim de selar um acordo.

Idealizei minha irmã em minha mente e vislumbrei seu sorriso genuíno e alegre. Não queria ter que viver com tantos monstros me cercando, não desejo ver seus olhos vazios todos os dias, mas não estou em posição de negar ajuda. Sou vulnerável e uma vítima fácil para qualquer um da espécie deles. Por mais que tudo dentro de mim expressasse com todas as letras um "não", me forcei a apertar a mão fria e áspera de Jordan e selar sua promessa.

- Tenho noção que não será uma tarefa fácil, mas acredito que já passou por situações que teve que ser forte para suportar a dor. Precisa ser forte agora mais do que nunca. - O Soberano falou como se me conhecesse há décadas, no entanto, ele não sabe um terço de meu sofrimento.

Seu discurso claramente era pra me manter calma, apesar de isso não ser possível. Não posso simplesmente aceitar aquela realidade como o mundo perfeito, estou presa nesse mar de perversidade e maldade. Nunca quis que a vida tomasse esse rumo, nem em meus piores pesadelos ruminei um futuro tão horrível quanto esse. O destino tem sido insensível e injusto.

- Eu só quero que você me prometa uma coisa, Jordan. - Contei, fazendo-o concordar com a cabeça. - Encontre a minha irmã e a traga de volta em segurança, me deve isso.

- Está tudo em minhas mãos, Meera, não se preocupe, você a terá de volta. - Proclamou, por fim, erguendo o queixo e dando passos para trás.

Todos nós estávamos de uma certa maneira incluídos nesse mundo, e nada que eu fizer poderá mudar isso. Apesar disso, não sou pura e nem ingênua, estou corroída e suja.

Como eu pude ser irresponsável a esse ponto? Como deixei isso acontecer? Eu só tinha um objetivo em minha vida: buscar a felicidade. Encontrei tudo em meu caminho, menos o que mais estimei.

Terei de me conformar com essa culpa, ou ela morrerá comigo.

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