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10 | ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴏ̃ᴇs

J O R D A N

O luar de safiras tomava posse da noite estrelada e vívida.

O odor de cigarro, álcool e drogas adentravam em minhas narinas como brasas. Encontrava-me no subúrbio da grande metrópole de Detroit, onde homens tornam-se moleques em uma única noite de prazer.

Admito que tenho certa curiosidade com a vida humana, não recordo mais como é sentir emoções, de constatar o coração acelerar com a frieza da ansiedade ou o calor da alegria. Quando se é uma besta, tudo em você se torna cinza.

- Soberano? O que o traz aqui essa noite? - Sua voz libertou-se em um tom de espanto, ao mesmo tempo que reverenciou meu nome.

Entrei na tenda da feiticeira que conheço desde os tempos de outrora. Sua linhagem mista lhe dá características únicas, como os cabelos escuros e olhos cintilantes. Sua fisionomia se diferencia das linhagens de sangue puro, que normalmente possuem olhos azul prateados e uma dominação maior da natureza.

- Sente-se, Soberano. - Disse, à mesma, deslocando uma cadeira até mim, delicadamente. - O que o senhor busca comigo? - Indagou, com um sorriso malicioso, o qual eu conheço muito bem.

Seu olhar dilapidava o seu apreço por mim, além dos traços de desejo que disseminava-se em seus lábios. Aos poucos sua mão passeava por minhas calças, enquanto ela me observava com luxúria. Sua mão estagnou em meu pau, apalpando-o com ferocidade, mordendo os lábios.

- É por esse motivo que me procura? - Inquiriu, em um tom de deleite, tocando no zíper de minhas vestes.

- Alethra, por mais entusiasmante que seja à proposta, no momento, minha prioridade é outra. - Proferi, segurando seus dedos e empurrando-os devagar.

Ela assentou-se a minha frente e com as mãos na superfície do queixo, apoiou o rosto e suspirou como se estivesse decepcionada.

- Se não está atrás de sexo e nem quer que eu leia as cartas, o que, de fato, quer? Não combina muito com você sair daquela torre somente por diversão. O que não estou sabendo? - Questionou, arqueando as sobrancelhas.

- Deve ter escutado murmúrios acerca do Clã de Insurretos que estão orquestrando badernas pelas ruas de Detroit.

          - Acredito que ouvi algo sobre esse assunto, não dei muita importância, sempre que rebeldes vem a tona são facilmente derrotados. Por acaso, está tendo mais dor de cabeça do que deveria? - Perguntou, escondendo uma mecha do cabelo atrás da orelha e me encarando com suas íris arrogantes.

- Não gosto de usar esse termo, são criaturas desprezíveis demais para afirmar que causam algum sentimento em mim, não sinto nada além de pena. Me conhece há muito tempo, Alethra, honro há 1000 anos o lema de meu pai e não irei ceder, nunca. - Esclareci, cerrando a testa e percebendo o vento bagunçar meus fios dourados.

- Chega de enrolações, Soberano, diga-me de uma vez por todas do que precisa. - Falou, indo diretamente ao ponto, cruzando os braços e bufando.

          - Alguma vez ouviu falar do Espírito de Feiticeira?

  Alethra ficou alguns segundos imóvel e refletindo, parecia buscar lembranças nas profundezas do cérebro. Não sou de confiar em ninguém, contudo, sei que a bruxa jamais mentiria para mim, por mais maldosa e astuta que pudesse ser.

- Esse poder diz respeito a uma das famílias tradicionais do mundo bruxo, a linhagem polonesa dos Peletier e um dom do sangue. Não vai querer investigar o passado dessas pessoas, são perversos e traiçoeiros. Conheci algumas pessoas da família durante a Grande Guerra Bruxa. - Declamou com desdém e agradeci interiormente por sua resposta. Havia encontrado uma informação valiosa.

A Grande Guerra Bruxa ocorreu há pouco mais de três décadas, quando a espécie entrou em colapso após divergências de líderes. Bruxos mistos eram constantemente atacados e vítimas de preconceitos por parte da linhagem de sangue puro, foram subjugados por séculos, até a rebelião, momento que dividiu as duas comunidades e garantiu mais direitos aos mistos. Somente após sangue e poeira, justiça pode ser feita.

  Conheci muitas famílias bruxas, mas não recordo de nenhum membro da Família Peletier, sendo franco, nunca ouvi alguém falar sobre eles nem mesmo quando essa guerrilha entre bruxas teve início.

- Não acredito que tenha conhecido-os, eram reservados e não mantinham laços com ninguém, diria até que parecem bastante com o seu jeito. Também não eram muito famosos, a única coisa que realmente os destacava era o poder mágico. A mais forte de todos era Ginevra Peletier, filha da líder da família. - Expressou enquanto prestava atenção em cada sílaba que saía de sua boca.

  Me pergunto se aquela menina que Idália e Stefano encontraram sendo quase capturada pode ser uma Peletier, não é impossível que ela seja. Em condições normais um vampiro mata para se alimentar, não há razões para raptar uma vítima.

- Não se empolgue muito com o que digo, há pouco mais de treze anos foi disseminada a história que a linhagem Peletier estava extinta. Existem muitos segredos envolvendo essa família, uma teoria que ouvi é que Ginevra teve uma filha bastarda com um humano e uma outra filha com um bruxo que sua mãe a obrigou a casar. Não se tem notícia dessas crianças, nem se sobrevieram, ou se, de fato, existiram. Há uma cortina de fumaça em cima de tudo isso, por exemplo, ninguém sabe o que ocasionou a morte de toda a família. A questão é: não tenho fé que ainda exista Espírito de Feiticeira. - Concluiu, inspirando e observando-me.

Meus instintos apontam que aquela garota é uma Peletier, se há a possibilidade das filhas de Ginevra estarem vivas, então o Clã Vecilius está procurando-a. Tenho que crer em meu subconsciente e ir atrás de qualquer ramificação dessa história, sem deixar pontas soltas. As pulgas já se proliferaram demais em minha lanugem e é hora de dar um fim.

Me ergui, recompondo minha estatura. Alethra não desviou o olhar e elevou-se caminhando até mim. Sua mão pairou sobre o meu peito e seus lábios tocaram os meus. Ela afastou-se, sorriu e cedeu passagem.

Percebi que não estou distante do condomínio da provável jovem Peletier, diria que no mínimo há dez minutos. Peregrinava com um único propósito: descobrir a verdade. Após alguns dias estagnado, pressinto que o destino engrenando as peças e fazendo o carrossel girar. Mais cedo ou mais tarde os Insurretos pagariam seus pecados.

Meus pés pisavam nas calçadas de concreto e pedras antigas. Não era mais de 1h da madrugada e o clima de uma noite de primavera é agradável. Os ventos álgidos propiciavam uma sensação satisfatória a qual seria capaz de ficar horas a fio degustando-a.

Em poucos minutos parei em frente ao edifício. Vasculhei a zona inteira, enxergando somente o vazio e à quietude. Me aproximei da construção e subi numa varanda próximo ao apartamento das garotas, reconhecendo instantaneamente o odor forte de incenso. Sei claramente o que é, comumente chamado de incenso de Deméter, é usado para evitar a propagação do som, um isolamento acústico. Não fazia sentido ele estar aceso aqui, onde vivem apenas humanos, a não ser que...

- Soberano! - A voz de Nathyfa soou atrás de mim, me fazendo virar rapidamente. - Idália acabou de me mandar um corvo e uma mensagem urgente! O Clã Vecilius capturou duas garotas desses apartamento, as mesmas que estávamos sondando. - Seu tom me fez estremecer de ódio.

Fechei o punho com força total, pronto para arrancar a cabeça daqueles infames. Os Insurretos deram um passo à minha frente, porém, isso não ficará barato.

- Onde eles estão? - Indaguei, sentindo o sangue borbulhar por cada centímetro. Fechei os olhos e me preparei para acabar com a raça deles.

- Estão no beco das esferas, com vários carros e vários subordinados. Todos os sentinelas estão por lá, só que são muitos, temos de ir, Soberano, precisamos de você. - Sua última palavra me fez saltar carregado pela raiva.

Em um átimo, meu corpo impulsionou todo o seu peso pra frente, fazendo com que eu cortasse o céu. Isso me consumia, me quebrava, me fazia odiar. Tudo que meu cérebro reproduzia era a imagem de minha mão arrancando seus corações e suas bocas suplicando misericórdia. O Leão sempre encontra a presa!

Eu já podia visualizar a carnificina de corpos brigando entre si e as poças de líquido vermelho se espalharem pelo asfalto. Por mais que estivessem em maior número, jamais seriam capazes de nos vencer, pois nós somos a elite. Meus pés colidiram com o solo vigoroso, causando um som agudo, transmitindo pra mim olhares.

Eu fazia questão disso, impor o medo e o respeito em impuros que atrevem-se a me confrontar; veremos se terão tal coragem. Notei quando a alma sumiu de seus corpos e suas pernas tremeram, como se estivessem diante da morte. Essa é a sensação que flui em minhas veias e me torna quem sou: o temor!

- O Soberano! - Clamou, um dos rebeldes. - Temos de fugir, imediatamente! - Deu o mandato.

Eles corriam desesperadamente, todavia, eu não concederia que eles fugissem, eu irei mata-los, um a um, ceifarei alma por alma, sangue por sangue!

- Jordan, alguns foram para aquele lado com as garotas. - Informou, Idália, apontando para o bosque e quebrando os ossos de um vampiro como se fosse um lápis.

Não esperei nenhum segundo e corri na direção indicada, determinado a matar toda e qualquer criatura que tiver a infelicidade de esbarrar comigo. Eles se acham os fodões, mas não sabem que o jogo que eles jogam, fui eu quem criei.

Mesmo a centenas de metros de distância, eu escutava os corpos frenéticos e desesperados correrem exasperadamente. Misturado com o cheiro da floresta também notei o aroma do incenso de Deméter, estava impregnado no corpo das duas garotas, que agora tenho a certeza que são as últimas descendentes da família Peletier.

Ter certeza daquilo só deu mais estímulos pra prosseguir, até que ao ganhar força, lancei o meu corpo com uma força inimaginável. Voei por cima das árvores e fui iluminado pelo luar. Meus pés cravaram no chão de terra e folhas secas e encarei dois vampiros segurando as duas garotas quase inconsciente nos braços.

Identifiquei o par de irises prateadas e cabelos escuros na face da mais velha, à mesma garota do atentado. Algo em mim rompeu ao vê-la tão fragilizada, algo em mim quis protegê-la acima de qualquer coisa.

Minha visão estava turva, cega e corrompida pela força do ódio. Aqueles malditos instigavam em mim um furor imaginável. Os Insurretos não tiveram tempo de reagir, somente correram em direção ao precipício a frente e os segui até o fim da linha. A única coisa que nos separava era um enorme penhasco e minha fúria. Não havia escapatória.

- Me dê a garota e posso considerar se te deixarei viver por mais alguns segundos. - Minha voz arrogante exalava temor em todos os aspectos.

Os dois vampiros estavam tremendo e as garotas os impedia de fugir.

- Você quer a garota, Soberano? Então pegue-a. - Ao ditar aquilo, o corpo da garota foi disparado pra trás.

Não havia tempo pra reação, eu tinha de salvar a garota, era um desejo que suscitava em meu interior. O vampiro intrometeu-se em meu meio, no mesmo tempo que o seu companheiro agarrou a outra.

Pulei precipício a baixo, temendo que eu não pudesse salvá-la da morte, e isso era algo que me afetava. Senti um enorme amargor, algo que nunca senti antes; segurei a mulher por os braços da mesma e pressionei o seu torso contra o meu. Pousei no solo em um enorme estrondo, com galhos e pedras desmoronando em minhas costas. Olhei para ver se ela estava com algum ferimento grave, mas felizmente não havia nada agravante.

Fitei aquele rosto delicado e, por mais que ela estivesse imóvel, escutei as contrações de seu coração e relaxei um pouco. Olhei para cima do morro e me indaguei sobre a sua irmã, não consegui salvar as duas.

- Vá atrás deles, agora! - Ordenei, cerrando o punho, ao ver Ídris e Mina chegarem até onde eu estava.

Meus sentinelas acataram a ordem, e os ditei a direção com a cabeça. Falhei com a segurança dessas garotas e provavelmente coloquei tudo em risco.

Uma peça estava no tabuleiro, mas ainda há muitas outras para encontrar. Perder a segunda garota Peletier essa noite me enfureceu em desnível. A batalha começou e os prelúdios da guerra se aproximam imensuravelmente.

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