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eu fecho os olhos e deixo de prestar atenção no mundo ao meu redor. me esqueço da multidão, me esqueço de você e até me esqueço de mim mesma. respiro bem fundo e expiro, prestando atenção à cada batida que bate o meu coração. aos poucos, o ar deixa de ser tóxico; torna-se respirável e a vida, menos difícil de se ser vivida. nesse tempo em que estou parada aqui, as pessoas ao meu redor vão embora, as conhecidas e desconhecidas também. chega um ponto onde nem mesmo você está mais lá. eu não me importo. simplesmente continuo quieta em meu canto, até que algo, pela primeira vez em muito tempo, me faz abrir os olhos e finalmente olhar ao meu redor. é que agora que estou aqui sozinha, a chuva resolveu me fazer companhia. sinto as gotas caindo... elas começam como cócegas contra a minha pele, mas tudo logo se intensifica e percebo que o que antes era doce companhia se transformou em temporal tempestivo. logo quando decidi abrir os olhos foi começando a anoitecer e meu Deus, nunca me senti tão sozinha. quero dizer, mesmo cercada de pessoas eu sentia a solidão, mas agora que elas de fato foram embora sinto como se a minha alma fosse se partir ao meio. como assim? eu nunca havia percebido que era tão dependente emocionalmente até que mandei todos embora com a minha introversão... e agora eles não querem mais voltar a me fazer companhia.
— des-intoxicação.
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