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Capítulo 41: O Informante Oculto

*ALERTA DE GATILHOS: ANSIEDADE, MORTE, ASSASSINATO E DESCRIÇÃO GRÁFICA DE CRIMES.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: Feeling Good - Nina Simone

— Prossiga.

Do bolso da calça ele apanhou um pequeno gravador de voz e transferiu por baixo da mesa para Kansas.

— Apenas coloque no bolso de sua roupa. Não há mais ninguém prestando atenção em nós.

Kansas cumpriu o que ele determinou.

Deangelo precisava registrar tudo.

— Antes de qualquer coisa, preciso indicar que sou um padre, Sr. Deangelo. E como um padre, jurei que nunca quebraria meus votos de silêncio. Nunca.

Ingeriu mais um gole da bebida e preencheu a taça com mais.

Padres.

Sua mãe e família o fizeram jurar que não se envolveria com a igreja.

— Mas o silêncio mantido para muitas coisas que testemunhei em toda minha trajetória como padre, é contra os princípios de Deus. Por isso que eu, Roman Kansas, tenho plena consciência dos meus atos e confesso que minhas mãos estão sujas de sangue.

Entre sons e risadas daquela atmosfera, o investigador se manteve conservado como um bom profissional e um ótimo ouvinte.

— Recentemente, por aqui em Londres, dois padres foram assassinados misteriosamente e eu digo isso com toda a certeza, Sr. Deangelo. Não estou fora das minhas capacidades mentais. Nunca estive — ele tremia os lábios finos ao falar. — O primeiro foi encontrado sem vida no dia cinco de junho desse mesmo ano.

Apanhou do bolso interno do sobretudo uma fotografia explícita do corpo, recortada de um jornal impresso e repassou para o jovem, por baixo da mesa.

Os informativos em Londres amavam expor imagens cruas para se apreciar durante o café da manhã.

— Padre Charles Nowell não possuía boa reputação, eu sei. Mas sua família era bem importante para a igreja, principalmente em Rye.

— Ele estava em casa no dia do ocorrido? — olhou curioso para Kansas.

— Em Mayfair, onde morava num apartamento custeado pela igreja — Deangelo riu e formou pensamentos na cabeça. — Recebi a notícia através de alguns padres no seminário que sou responsável, pois o Charles estudou por lá. E em seguida, quatro dias depois, o Padre Michael Dell Chatoxx, também foi assassinado. Mas a forma que...

Notou o estômago embrulhar.

— Se for um tópico sensível demais, tome seu tempo, Padre Kansas — coçou as têmporas.

Kansas respirou imersivo, bebeu com dificuldade mais um gole de Pink Lemonade, sentiu que colocaria a bebida para fora e resolveu detalhar.

— O corpo dele foi encontrado pelo faroleiro nas rochas do Farol de Santa Maria da Baía de Whitley. E com a altura da queda, a cabeça do Michael estourou e se espalhou para todos os lados, ficando cem por cento irreconhecível, Sr. Deangelo.

Minha nossa... — sussurrou.

— Disseram que, com a pressão da queda, todos os ossos foram esmagados como ovos e da maneira que ele caiu, alguns foram expostos — contou e chorou um pouco.

O investigador se inclinou para trás e esfregou a mão no rosto para aceitar todas aquelas informações.

— E só conseguiram identificá-lo porque o Michael possuía uma enorme mancha nas costas e utilizava um crucifixo de ouro puro no pescoço com o nome da mãe.

Foi uma morte impactante para um detetive que lidava com situações mais leves que aquela.

— E não houve sequer alguma hipótese de suicídio? — voltou seu corpo para frente e se encostou na borda da mesa. — Levantaram suspeitas, histórico do convívio familiar... coisas assim?

— Fecharam o caso e indicaram suicídio. Mas sei e Deus sabe que ele foi assassinado, investigador Deangelo. E sabe por que eu sei?

O jovem negou entender com a cabeça.

— Chatoxx temia a morte, era apavorado com alturas. Quando estava no seminário, trocou a função de tocar o sino da tarde para se dedicar à jardinagem. Seu quarto ficava abaixo da escada da instituição que guia aos dormitórios. Preferia estar no chão por estima a Deus, Jesus e à Virgem Maria nos céus. Estar tão alto era o mais próximo da morte.

— Então suspeita que a vida de Michael Chatoxx foi ceifada sem a própria autorização?

— Não suspeito, Sr. Deangelo. Eu lhe asseguro — posicionou as mãos espalmadas sobre a mesa.

Por pedido deles, o garçom fora solicitado novamente, mas naquele instante com o intuito de registrar o pedido por alguns bolinhos de peixe frito.

Ambos gostavam do mesmo petisco.

— Investigador, também há uma pessoa, quero dizer, havia uma pessoa que me repassou algumas informações importantes e na última vez que iríamos nos encontrar, justamente aqui, ela... — notou Kansas ladear os olhares, se inclinar e sussurrar algo — morreu. Bem aqui no clube de jazz.

Olhou para o corredor no canto que encaminhava até o escritório transformado em cena do crime.

— Sua cabeça decepada foi encontrada apenas com um bilhete recolhido pela polícia. Mas acredito que era um aviso para mostrar o que poderiam fazer com quem quebra o sigilo e a Ivone vivia em contato com alguns membros que sem dúvidas pertencem à igreja. Ela e...

Cauteloso, apontou com o queixo para Gaya, que cantava sua última música daquela noite.

Ela torcia para chegar em casa, tomar um banho de ervas, acender um incenso para limpar seu corpo de qualquer impureza e estar mais próxima da Mãe Terra.

— A cantora? Ela sabe de algo?

Seus olhos agitados voltaram para Gaya que entoava de pálpebras seladas.

— Também estava no mesmo ambiente que Ivone Castrell — respirou paciente por curtos minutos. — E se não for um incômodo, gostaria de deixar o contato iniciar pelo senhor. Acho que apenas ficarei por trás a partir de agora, pois não sei quem será a próxima vítima e talvez consiga me entregar respostas aos poucos.

— Creio que seja o ideal, padre. Precisamos preservá-lo e tentarei contato com a possível testemunha ainda hoje — selaram as mãos para firmar o acordo.

Cuidadoso, Kansas removeu o gravador de seu bolso e entregou de volta para Deangelo que o guardou no mesmo lugar.

— Pedirei um táxi para o senhor, padre.

O viu se levantar para aproveitar que todos estavam de pé, aplaudindo a cantora.

— Aproveitarei que aquele grupo de pessoas está saindo e não será necessário, porque há um motorista de confiança à minha espera na esquina — apontou com o queixo. — Ainda hoje retorno para o seminário.

O investigador se levantou para acompanhá-lo, ambos firmaram as mãos mais uma vez, se despediram e ele voltou a sentar.

— Ficarei no aguardo das respostas. Regressarei para Rye na mesma noite e qualquer valor será devidamente repassado — consentiu. — Que Deus lhe abençoe, Sr. Deangelo.

Acatou sua benção por respeito, contudo, não acreditava em Deus.

Não havia mais o que fazer.

Selou acordo com a igreja de qualquer maneira e a partir dali precisava contornar sua aliança com um padre para a família.

Kansas seguiu comedido e refinado para fora do clube, Deangelo resolveu tomar o lugar dele e se pôs de frente para o palco, onde já recolhiam com cuidado os instrumentos e a cantora ajudava seus parceiros de banda a esvaziarem o tablado.

Ela parecia estar impaciente.

Logo que notou o fim do show, o investigador acenou, solicitou o mesmo garçom de antes que aparentava ser novato naquele emprego, mas suas palavras entendiam saber de muitas coisas por intermédio dos ouvidos atentos.

— Deseja mais alguma bebida, comida, senhor?

Educado, aguardou e considerou que Deangelo era bem endinheirado.

— A conta, por favor. E também quero saber um pouco mais daquela cantora — indicou com a cabeça e seu semblante era encantador.

Gaya desceu elegante os degraus, temeu tropeçar nos saltos vermelhos e tocou o chão.

O garçom sorriu malicioso e voltou com a atenção no jovem detetive.

Era tudo encenação para repassar a ideia de um fã apaixonado.

— Sol Basil, a mais bela de todo o clube de jazz, senhor. É apenas o que sei — suspirou. — De resto, tudo nela é segredo.

— Não duvido de suas palavras — respondeu de fato atraído por ela.

Deangelo sentiu que a moça era reconhecível em algum momento de sua vida.

Aqueles cachos crespos brilhantes e seu olhar imersivo, ainda por cima aniquilador, intimidador, perfumou a memória do rapaz em lembranças esquecidas.

Jurou acreditar nisso.

— Ela aceita convite de estranhos? Claro, sem intenções.

O garçom riu notável de orelha a orelha, mas havia interesses, entretanto, profissionais.

— Não me arriscaria — enxugou o suor da testa por culpa do ambiente abafado por perfumes e calor humano. — Ela quase matou um dos garçons com uma chave de braço.

Deangelo se encantou ainda mais. Gostava de apreciar mulheres perigosas.

— Recomendo que tenha um seguro de vida antes de se achegar na Srta. Basil.

— Bem interessante — o garçom o julgou corajoso e suas sobrancelhas saltaram surpresas. — Então, por gentileza, poderia entregar este bilhete a ela?

— Arriscarei a minha vida.

Brincou, recolheu as taças na bandeja e o recipiente do petisco que sobrou apenas farelos.

— Porém, o bilhete será entregue como deseja.

Deangelo apanhou com delicadeza da mesa um guardanapo branco com textura, pediu a caneta emprestada do garçom e fez pequenas anotações em letras cursivas bem desenhadas.

Em sequência, dobrou o papel em fragmentos, o repassou para o jovem, que engoliu seco e coletou entre uma das folhas da caderneta escondida embaixo do braço.

— Tome isso como um incentivo e gratidão — de sua carteira entregou uma bela gorjeta em cédulas, o que evidenciou o brilho nos olhos do funcionário.

Não havia recebido tanto como naquela noite.

Já estava próximo da meia-noite quando Gaya saiu desconfiada do clube, se despediu brevemente da banda que organizava os equipamentos numa van preta, da Abigail que aguardava ansiosa por um táxi e diferente das demais saídas, a bruxa se situava incerta se confirmaria o encontro com o desconhecido que havia escrito o seguinte recado:

"Me desculpe, pois, sei que irá soar estranho, mas lhe aguardo na viela ao lado. Creio que tenha algo a me falar sobre Ivone Castrell".

— Foi você quem escreveu?! — evitou mostrá-lo, pois não queria que o garçom soubesse de sua ligação com os estranhos do clube restrito.

Ambos se situavam próximos do banheiro, entre os olhares dos frequentadores que entravam e saíam.

A mão que segurava o papel amassou o bilhete, mas ela não estava disposta a jogar fora.

A outra apertou o ombro do garçom por trás, que era de uma altura inferior que a dela, embora usasse um salto.

O rapaz tremia e rezava em silêncio para que seu pescoço não se tornasse um alvo, pois a mão de Sol Basil se posicionou perto de cumprir tal ato.

— Nã-não, Srta. Basil. Por favor, não faça nada comigo — o impediu de se ajoelhar e pedir perdão. — Eu juro, não fui eu. Preciso ir para casa. Tenho gatos para alimentar.

Seus ombros retraídos buscavam se desvencilhar.

— Então quem me mandou o bilhete?

Largou o ombro do rapaz que se recompôs e daquela vez falou mais brando.

— E-eu não o conheço. Ele apenas me pediu que lhe entregasse isso.

— Espero que não esteja mentindo.

— Eu juro! Não tenho nada a ver com esse papel! — sua bexiga estourou e ele quase urinou nas calças.

Gaya o permitiu escapar, o avistou correr e esbarrar nas pessoas.

Ela analisou em poucos minutos as palavras desenhadas no guardanapo.

Uma caligrafia como aquela a fez considerar ser um dos velhos repugnantes do ambiente secreto.

Contudo, parou para pensar que a tal pessoa responsável pelo assassinato de Ivone Castrell, desejaria apagar qualquer menção ao crime cometido.

Alguém pretendia ressurgir com o assunto e antes que seguisse o pedido do bilhete, a Demdike se concentrou, inspirou pesado, acariciou as têmporas e pediu um conselho imediato da Mãe Terra.

E para sua surpresa, a divindade a alertou que fosse cuidadosa no encontro com o desconhecido, mas que seguia o caminho certo, caso de fato buscasse por justiça.

A rua estreita não era tão escura devido ao único poste de luz branca que clareava o chão de paralelepípedos molhados pela chuva anterior à saída dos funcionários.

O barulho do trânsito não conseguia penetrar o silêncio que aquele pequeno espaço proporcionava.

Era bem assustador estar presente à noite e de repente escutar o piar das corujas ou sons dos morcegos a rondar os telhados na ausência de alguém.

Fora o uivo do vento após a meia-noite, feito um ser assombrado pelas próprias memórias de ante mortem.

Como o clube se localizava ao lado da viela, havia uma porta vermelha aos fundos, exclusiva para funcionários, que guiava para fora, diante de um contêiner azul de lixo.

O que facilitava o recolhimento para os coletores da madrugada.

Um pouco receosa e estranhamente corajosa, Gaya prendeu a pequena bolsa junto ao corpo e segurou destemida consigo seu mesmo canivete inseparável.

Qualquer ação da parte do estranho, estava pronta para se defender.

O vento gélido arrepiou seus pelos da pele e cabelos cheios que transpassaram sobre seus olhos, a irritando.

As pupilas se alarmaram e sua audição captou o mínimo ruído ao redor.

O ambiente cheirava levemente a chorume e isso também incomodava seu olfato até o instante que ela notou, com facilidade, a aparição de alguém quieto no lado mais escuro da viela, bem camuflado.

Feito uma sombra maligna.

Entretanto, Gaya entendeu que não se tratava de um espírito ruim.

A pessoa que estava ali, ainda existia em vida.

A Demdike se viu indecisa em questionar com quem lidava, porém, a presença se revelaria melhor caso não houvesse mais ninguém próximo, passando na frente do beco.

— Quem estiver aí apareça de imediato ou será morto!

Apontou a arma cortante para a silhueta que posicionou um dos pés no pedal e utilizou o outro para se mover aos poucos, na companhia da luz.

Orientou a motocicleta de farol desligado — também preta — para mais perto da bruxa.

Gaya tremeu os lábios pintados, mas a sua mão se conservou inerte, pois todo seu destemor se apresentava naquela faca.

Seu corpo se inclinou um pouco para trás, em defesa à medida que ele chegava perto e se revelava fisicamente.

Ainda estava acomodado na moto, com as mãos nas manetas até lentamente soltá-las, sustentou o veículo com o pé composto numa botina escura de couro e removeu o capacete com cuidado para não desarrumar seus cabelos escuros.

Contudo, falhou na ação.

Para Gaya, ele era uma criatura esquisita, bem mais que Franco.

Não tivera muito contato tão estreito com alguém estranho desde Rye.

As pessoas que costumavam participar de sua rotina amavam cores, pelo menos um detalhe com flores ou formas geométricas coloridas.

Seus olhos estavam contornados por uma sombra escura derretida que manchou suas bochechas finas e lábios rosados.

Havia se molhado um pouco na chuva.

Para Gaya, ele aparentava ter saído do submundo.

Feito um corvo.

— Desculpe pela situação, Srta. Basil.

Seu rosto abatido não convenceu Gaya que segurava a base do canivete com tamanha força, preparada para cortar o pescoço dele ou rasgar a pele branca.

Ambos ainda não se aproximaram, contudo, Deangelo estacionou a moto distante de uma poça d'água, desceu calmamente do veículo e permaneceu no mesmo lugar com as mãos espalmadas em defesa, quase erguidas para o alto.

As íris acinzentadas cortaram para trás da bruxa, desconfiou se alguém os notaria por ali e voltou a cruzar com os dela.

— Creio que seja mais seguro estar na minha presença, ao contrário daqueles sacerdotes.

Gaya entreabriu os lábios, surpresa, recolheu o canivete e se manteve em alerta.

Ela finalmente entendeu que teria muitas coisas para falar.

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