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Capítulo 35: Longe de Casa

*ALERTA DE GATILHOS: TRAUMAS DE REPUTAÇÃO.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: Smile - Lily Allen e Season Of The Witch - Lana Del Rey

Gaya apanhou o primeiro táxi até a pequena estação da cidade. Assim que chegou ao seu destino, recompensou o motorista, encaminhou com as malas para obter seu bilhete individual, atentou-se a algumas faces estranhas na sua direção, mas ignorou e torceu em jamais rever aquelas pessoas.

Confiava que pelo menos em Londres se afastaria dos habitantes nefastos e ignorantes de Rye.

Além do seu passado de acusações acerca da morte de Moniese Gregori.

Rye era uma cidade incrível e em boa parte nem todo o povo se mostrava tão acolhedor como as Demdike. Talvez um costume de séculos em privar-se da socialização.

Assim, ela aguardou sentada num assento extenso, balançou as pernas inquietas, ansiosa pela chegada do transporte, ao lado de uma idosa de expressão ranzinza e mais dois adolescentes risonhos que também esperavam a locomotiva.

Decerto, se manifestava como a única jovem que aguardava o trem de Rye até King's Cross.

Ele demorou poucas horas para chegar, todavia, a viagem da cidade natal de Gaya até a capital da Inglaterra duraria seis horas, o que constava no bilhete quando ela o observou outra vez para se certificar.

O percurso demorado serviria como um bom tempo para apreciar a paisagem por intermédio da janela, cochilar ou continuar os capítulos iniciais do clássico "O Exorcista", de William Peter Blatty.

Gaya mantinha-se aflita com a obra, mas hesitava ler durante a noite e optava em aproveitar a leitura à medida que havia sol.

Ao embarcar no trem, entregou seu bilhete ao condutor amigável que a direcionou até a cadeira marcada e auxiliou Gaya com as bagagens.

Caminhando entre o vasto corredor, ausente de intenção, ela esbarrou sua mala numa senhora mal-humorada, rogou inúmeras desculpas e seguiu até o assento, envergonhada com a situação.

Ela organizou suas bagagens no compartimento superior sem apoio, sentou-se no banco estofado de cor vinho, se acomodou relaxada, esticou as pernas para libertar a preguiça, encostou o ombro e apoiou a cabeça na avantajada janela levemente embaçada pela poeira externa.

Quando o condutor avisou a todos que o trem partiria, Gaya descansou os olhos pesados e cansados, desistiu de prosseguir na leitura, respirou pesado e sentiu o veículo se mover, com os pés apoiados no piso.

Rye naquele instante fazia parte do passado e seu futuro encontrava-se em Londres.

Desconhecia como e onde iria terminar os seus objetivos, mas arriscava tudo para insistir numa felicidade diferente das que experienciou.

Era uma hora e meia do entardecer quando Gaya despertou aos chamados do condutor que alertou a chegada com sucesso em Londres.

Ela esfregou as pálpebras com os dedos, espreguiçou-se e se levantou para retirar as malas do compartimento.

Despediu-se do profissional com um sorriso meigo, agradecido, desembarcou e se distraiu com a estação.

A estação era enorme, ostentava um teto eminente de vidro com a vista para o céu nublado, um notável relógio gigante preso a algumas vigas de ferro, contando a exata hora em que ela chegou.

Gaya até ousou em conferir se o ponteiro de seu relógio se estabelecia certo, combinando com o do lugar.

Em seguida, confirmou e caminhou em meio à célere multidão que corria desesperada para apanhar os demais trens que encaminhavam para outras localidades e distritos de Londres.

Admirou algumas esculturas de bronze enquanto descia pela escada com degraus e também demonstrou, em simultâneo, um breve incômodo ao topar com as rodinhas da mala.

Ao se retirar da área interna da estação, Gaya soprou em alívio, acompanhou atenta a maioria das pessoas que sinalizavam para alguns táxis à frente do local e um pouco receosa, arriscou em agir da mesma maneira.

Assim que acenou agoniada para um dos veículos, ela foi bem amparada pelo motorista que desceu do lado direito e ofereceu ajuda.

Ausente de grande espaço no porta-malas, o senhor empurrou a bagagem de mão para o lado esquerdo do banco de passageiro e abriu a porta para a jovem que nunca fora atendida com tamanha educação.

Logo que Gaya sentou-se no banco traseiro e pôs o cinto de segurança, o homem agiu simpático com sua passageira.

Normalmente, a maioria dos britânicos não agia tão receptivos e se preservavam resguardados dos demais.

— Boa tarde, senhorita! Bem-vinda à capital! Para onde quer que eu a leve? — minutos depois, ao passo que dirigia cauteloso e seguia em fileira próximo aos carros, ela surpreendeu-se com o idoso.

Como ele descobriu que Gaya não nasceu em Londres?

— Ah, boa tarde e muito obrigada, senhor! Ladbroke Grove, Rua Chesterton, casa vinte e dois.

Um curto silêncio pairou no ar após o condutor confirmar com a cabeça ao escutar o endereço.

— Diga-me senhor: como notou que não sou londrina?

Sorriu nervosa, desviou seu olhar para as mercearias movimentadas e as belas casas de cores neutras exibidas no trajeto.

— Não é por mal sobre o que falarei, senhorita, mas já ouviu dizer que nós, londrinos, somos pontuais?

Ele coçou seu bigode branco e se empenhou em quebrar o clima constrangedor entre eles, ao mesmo segundo em que ela negou e desentendeu do que se tratava.

— Me perdoe pelo que direi por ser um estereótipo, mas logo que solicitou o serviço, demonstrou estar apressada. Raramente vejo londrinos atrasados e isso me fez supor que não seja uma — arrancou um sorriso tímido de Gaya.

— E não é que o senhor acertou?!

— Imaginei — sorriu rouco. — De onde a senhorita vem?

Leste de Sussex. Rye. Conhece?

— Ah, conheço sim. Conheço bem — seu tom era levemente debochado. — Lá é onde vivem as bruxas. Pelo menos a história das bruxas.

As mãos da Demdike pinicaram nervosas e uma das pálpebras tremeu.

— Bruxas? — fingiu desentender acerca do que ele afirmou. — Isso é novidade para mim.

Seus olhos desviaram mais uma vez para as lojas e pessoas que caminhavam feito formigas.

— É o que dizem sobre a cidade. Mas se de fato existirem, não devem ser tão maléficas quanto algumas pessoas que passaram a mandar em nossa cidade. Na realidade não creio que sejam pessoas ruins.

Acalmou a bruxa que libertou um sopro aliviado.

— E por qual motivo veio para Londres? Sair de uma cidade tão pacata e vir para uma capital tão movimentada, deve ter suas motivações.

— Verdade. Vim para cá no intuito de cumprir meus estudos e nunca coloquei meus pés em Londres. Então, o senhor acertou de primeira — riu desconcertada, ainda apreensiva pela conversa anterior.

No mínimo, até ali, fora bem acolhida em outra cidade em que vivenciaria por anos.

— Por aqui há pessoas legais como o senhor? Receio ser mal-recebida, em especial, sendo do interior. Estou sozinha e planejo conquistar um emprego temporário durante a minha estadia aqui. O que me aconselha?

O olhar do motorista alcançou os de Gaya através do retrovisor interno e transmitiu acolhimento.

— Senhorita, como em todo lugar, têm pessoas ignorantes que são inóspitas. Dificilmente achará por aqui, porque em Londres existem habitantes sociáveis e se aparentar simpatia, encontrará parcerias interessantes, de preferência nos pub's¹ e como veio no intuito de estudar, conseguirá se adaptar. Caso contrário, pode trabalhar sendo uma taxista assim como eu.

— Creio que seja uma ótima alternativa de emprego. Qualquer trabalho que surgir em meu caminho, agarrarei orgulhosa.

No momento em que o táxi a deixou na frente da residência, ela caçou uma quantidade de cédulas no bolso da mochila, a pôs novamente presa às costas, pagou ao motorista, retirou suas bagagens, o agradeceu carinhosa por ser recebida daquela maneira graciosa e o viu partir ao entrar numa das ruas mais adiante.

Ela encarou admirada a casa vinte e dois, se atentou aos lados e enxergou uma senhora ruiva se aproximar na sua direção em passos calmos.

Segurava uma pasta por baixo do braço, semelhante à fisionomia da falecida Moniese, o que lhe assustou por um segundo e quase sentiu sua pressão despencar.

Mas diferente da velha que por graças faleceu, a mulher mostrou-se receptiva, se apresentou com um breve aperto de mãos e encaminhou Gaya ao interior da habitação.

— Bem, tudo já foi organizado para a senhorita, está nos conformes, em seus devidos lugares. E para comprovar o que falo, me acompanhe para conhecer os cômodos da casa. Ah! Trouxe todas as papeladas essenciais, certo?

— Estão na minha mochila, deixe-me...

Fora interrompida ao posicionar a bolsa para frente, puxou o zíper e tentou caçar a pasta de documentos com as mãos buliçosas.

— Não, não precisa agora, Srta. Demdike. Só depois que eu lhe mostrar cada canto da casa. Certificar de que irá querer de fato a residência, concorda?

A casa mostrava-se ampla e todas as paredes, os azulejos da cozinha e do banheiro foram pincelados na cor branca, além de enfeitadas por quadros retangulares de paisagens que incluíam montanhas, relvados, mares, pinturas habituais de decoração que se encontra em lojas baratas.

A porta encarava os fundos de uma cozinha comum, estruturada no estilo britânico.

Ao lado direito, se encontrava a passagem para a sala com estofados na coloração goiaba, uma gigante televisão fixada na parede, luminária fosca em formato de esfera, uma mesinha de centro, lareira esvaziada e a janela saliente que mirava a rua movimentada.

Ao lado esquerdo, havia uma escada que encaminhava até o dormitório, banheiro, localizados no primeiro andar e o sótão do segundo piso.

E antes de chegarem ao primeiro andar, ainda na mesma lateral, elas encaminharam sobre o assoalho laminado de madeira na direção de um pequeno escritório arrumado com estante vazia de livros, poltrona pigmentada no rosa coral, uma escrivaninha branca, cadeira confortável e alta.

Além da janela "guilhotina" ofuscada pela alva cortina de seda transparente.

Ao deixarem o gabinete, Gaya foi guiada até o porão reformado com tijolos avermelhados, uma ornamentação com um modesto jardim suspenso em vasos desocupados, pregados por um gancho fixado em barras horizontais de ferro.

O ambiente que servia como lavanderia continha apenas a máquina de lavar, uma pia de mármore branca riscada, na ausência da secadora — mas ela não se importou com isso.

Subindo ao primeiro andar, adorou o quarto estruturado com uma elevada cama espaçosa revestida num cobertor macio e quente, uma janela "guilhotina" à frente, assim como na maioria da casa e um armário repleto de tecidos para ser utilizado durante todo o tempo habitando a residência.

Elas seguiram até a pequena toalete composta por uma banheira individual até se encaminharem ao sótão acompanhado de um belo teto de vidro, com vista para o céu apreciável no decorrer da noite e em dias de chuva.

Reparado com a similar estética do porão.

Com certeza Franco amaria aquele lugar.

Sem falar do tão desejado jardim ao descerem e ultrapassarem a cozinha, na intenção de concluir a apresentação.

— Como ele é lindo! — exclamou fascinada. — Enfim, um ambiente que me recordará de Rye.

Seus olhos brilharam ao contemplar o vasto local e ela desejou começar o seu próprio plantio. Deveras, simbolizava a casa dos seus sonhos.

— O jardim precisa de mais cuidado. A última inquilina não se importava tanto.

A parte de trás da residência era separada da vizinha por uma alta cerca leitosa de madeira.

O jardim se salientava composto pelo solo preparado para o cultivo.

E um pouco afastado, rente ao acesso entre cozinha e vergel, existiam duas cadeiras de alumínio para o quintal.

— Bom que você gostou. O sol da manhã atinge o jardim ventilado. Como deve saber, pois todos falam a respeito disso, aqui em Londres o clima é instável e imprevisível, mas não se preocupe porque raramente neva e a neve não prejudica seu plantio. Então fique tranquila, Srta. Demdike. Ah! E já ia me esquecendo!

Retornaram para dentro da casa.

— Por perto, temos o mercado de Portobello, onde poderá fazer suas compras e também aos arredores daqui há drogarias, lojas de roupas, tudo o que precisar. Além dos pub's noturnos, contudo, no horário da meia-noite, costumam fechar cedo. Exceto alguns lugares restritos e frequentados por... — desconversou. — Mas aproveite bastante, Srta. Demdike. Fico feliz por arrendar a casa, pois eu estava ansiosa para conseguir algum inquilino. Será bem recebida pelos londrinos. Acredite em mim.

"Como assim, 'lugares restritos'?"

Gaya pensou desconfiada. Contudo, deixou a informação passar por um momento.

Receptiva, Gaya acompanhou a proprietária de volta ao escritório, de modo a assinar as documentações necessárias com o propósito de conquistar a casa, pagar sem demoras a precedente parcela mensal do aluguel e receber a chave da moradia em mãos que correspondia à entrada e quintal.

E com sucesso, selaram o contrato com um abraço.

A dona da residência permitiu que a jovem desfrutasse de seu recente lar e despediu-se.

Sozinha, em seu respectivo âmbito, ela se enxergava preparada para seguir a sua vida londrina.

Aproveitaria ao máximo o seu tempo precioso com os estudos na academia que tanto almejava, interações sociais com os londrinos acolhedores e diversões noturnas.

Todavia, as duas últimas vontades, ela deixaria por último em qualquer ocasião que fosse.

Logo que respirou consistente ao se agradar com a nova morada, resolveu ajeitar todas as suas coisas na casa, a fim de descansar até o próximo dia em que frequentaria uma das mais reconhecidas academias da cidade.

Representava o início do ciclo de aquário, das mudanças, das conquistas, o novo universo aguardava de portas abertas por Gaya Demdike.

¹Pub: Um Pub é um estabelecimento típico de países de influência britânica onde se vendem refeições e bebidas alcoólicas. A cerveja é a bebida principal.

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