Capítulo 27: Frutos Proibidos
*ALERTA DE GATILHOS: AFEFOBIA E INSINUAÇÃO SEXUAL EXPLÍCITA.
*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: War ‐ Chance Peña e Mr. Forgettable - David Kushner
À medida que os beijos se intensificaram e os atos íntimos e explícitos se evidenciaram, os dois desejaram possuir além do que era permitido.
Para um primeiro beijo, ainda chocaram os dentes, porém, isso não se tornou empecilho.
Os lábios de Franco incendiaram dizimados pela tentação quando sua amada o mordia devorando, provocava deliciosos arrepios na pele, até os delicados e finos pelos de seus braços despertarem abaixo da blusa.
Mais intenso que observar uma chama nascer na ponta de um fósforo.
Inteiramente devoto à sua essência e imagem.
Sua mandíbula tencionou, as pupilas expandiram-se ao notá-la tatear suas bochechas coradas e o pomo de sua garganta moveu-se.
Franco suspirou ansiedade, pois nunca havia experienciado tal ato íntimo.
Se conservava rendido pelos seus cachos crespos, seus lábios brilhantes, o olhar hipnótico que o fez afundar na relva do paraíso.
O coração de ambos entrou em sintonia. Exceto as iniciativas.
Concebia uma energia oposta, súbita.
Gaya, curiosa, nunca testemunhara Franco exposto, distante das vestes contidas que escondiam seu corpo, incluindo suas mãos. Mas o compreendia.
As mãos atraíam mistério, desconhecia como elas eram, o formato, comprimento dos dedos, as unhas, visto que ele aproveitava os tempos como pintor.
Mãos para Gaya lhe incitavam sensações ofegantes. Partes atraentes do corpo.
Contudo, se sentia culpada por descobrir, sabendo que uma delas carregava a marca da dor.
Franco Gregori deixara de ser uma criança, um adolescente e se exibia num semblante amadurecido precocemente, porém, ainda angélico.
Mas para questões consideradas proibidas, com a ausência de conselhos e mantido exposto com as amizades no internato, ainda era muito imaturo para se envolver sexualmente com alguém.
Principalmente com a jovem que se mantinha aconselhada pelas mães acerca das referidas questões íntimas.
Ela temia a desproteção, a chegada prévia de outro ser, não aproveitar os prazeres do mundo, seguir seus sonhos. Ambos ainda não estavam tão certos para ultrapassar limites, apesar de relutarem.
— Há mais alguém conosco?
Sussurrou entre os lábios de Gaya, saboreou o doce contido, seus olhos pesaram e caíram nos seios provocados e reprimidos no tecido.
— Alguém na casa?
— Apenas você e eu.
Sorriu agraciada pela devoção presente nos olhos azuis.
Todavia, pensara na avó do rapaz como um espírito os observando na hora e a vergonha em saber que a Mãe Terra testemunharia aquela situação entre uma bruxa e seu amaldiçoado.
— Por que se preocupa? Não pretendemos fazer nada mais que carícias para saciar poucas vontades.
Franco sorriu malicioso e mordeu seu próprio lábio inferior. Ela entendia que inexistia a doçura do passado naquele homem.
— Ou está planejando...
Fora calada por mais um beijo, um chio e posta em silêncio.
Ele se mostrou alucinado.
— Você... Você quer isso? Digo: Está segura? — os olhos quase se tocaram entre os hálitos quentes. — Porque eu quero. Entende? Acho que percebe o quanto — ela confirmou com a cabeça, engoliu saliva e provocou barulho com a garganta.
As mãos espalmadas se apoiaram nas laterais da bancada, ladearam as coxas da jovem e sua visão peregrinou no vestido até se encaixar no olhar delirante da Demdike que interpretou o que ele emanava.
— Por que comigo? Por que, Franco? — os olhos preocupados em busca de respostas derrubaram o rapaz que entreabriu os lábios molhados.
"Eu te...".
Quase escapou de seus lábios nervosos como num frio congelante.
— No seu aniversário de dezoito anos, quando mantivemos um afastamento, eu sabia que minha sanidade havia se fragmentado com a brisa. Trocamos olhares naquele sofá ao fim da celebração — voltou seus olhos para o estofado, apontou para o assento e regressou a ela —, foram exatas seis vezes que você pôs uma mecha de cabelo para trás da orelha. Suas pernas brilhavam, o vento tocou sua pele e trouxe seu perfume até mim... — suspirou e vedou as pálpebras até voltar a enxergá-la. — Eu ainda buscava esconder. Mas agora não dá, Gaya. Não dá.
Suas mãos se contorceram na bancada e quase cortaram o couro das luvas por raiva em temer tocá-la.
— Aqui — levou o dedo indicador para a têmpora esquerda e pressionou novamente as pálpebras — sou forte, me oculto no irreal e alimento a imaginação com ocasiões que nunca existiram. — abriu os olhos, levou o mesmo dedo até o próprio peito, direcionado ao coração e contornou num desenho invisível. — Mas aqui, eu sou fraco diante de ti.
Franco, devorou sua amiga com imensa vontade, a cobiçava aos poucos entre dois sentimentos, criando suspense com o tecido do vestido e a atmosfera aquecida pelo casal.
Ela se inclinou para trás, se encostou na parede, afastou-se do rapaz e permitiu que Franco a visualizasse com bastante atenção.
Buscava que ele recordasse do seu corpo e guardasse a imagem na memória quando partisse para o seminário.
— Estou preso numa caixa revestida por reflexos e enxergo minhas personalidades que faço questão de matar. Uma delas sussurra em meu ouvido que devo estar contigo.
Seu olhar desviou dela, concentrado nos pensamentos.
— 'Diga a ela. Admita agora! Diga que a quer, que sonha em escutá-la gemer no pé do seu ouvido, diga que poderia apanhá-la nos braços e levá-la para viver uma vida longe deste caos. Diga que também conseguiria protegê-la mesmo sabendo que ela consegue se defender muito bem. Diga antes que a morte lhe carregue. A sinta, beije, se entregue, implore em seu nome. Toque-a quando conseguir' — a adorava como os fiéis com seus santinhos de gesso.
Franco abaixou a cabeça, focou seus olhos no botão e braguilha da calça, desejou desatar o aviamento e voltou sua atenção para Gaya que implorava por ele através dos olhos cobiçantes.
Estava um pouco mais nervoso, com as mãos trêmulas ao apoiar o polegar direito dentro do cós e notou-a piscar as pálpebras como estrelas no céu noturno
— Talvez você... — queira tentar num outro momento.
Completou em silêncio após suas palavras serem cortadas entre o suor frio que estava prestes a escorrer de sua testa e os seios enrijecerem.
— Gaya — removeu o cabelo que caiu sobre os olhos. Ao passar a palma da mão esquerda, esfregou a testa e levou o fio para trás. — Podemos fazer isso juntos.
A animou, apesar de estarem inseguros, inconsequentes e as últimas palavras ecoarem pela casa.
O dedo que prevalecia no cós contornou até a abertura da calça, o fez tremer e errou ao desatar a braguilha.
Os quadris de Gaya se inclinaram e tocaram os dele. Dava para escutar o coração de ambos bater perdidos e ansiosos.
Os olhares se cruzaram, os lábios inferiores caíram mostrando os dentes, os corpos se esquentaram e decidiram ultrapassar os perigosos limites.
Isentos de pudor.
Ela sentia explodir por dentro, assim como ele. Seu couro cabeludo pinicou em alerta que algo estava prestes a acontecer naquela bancada entre a massa interrompida e a farinha espalhada por todo o espaço.
Gaya lambeu os lábios, prendeu os dentes e se sustentou com as mãos espalmadas no mármore.
Pulsava para experienciar pela primeira vez logo que o enxergou descer lentamente o zíper com os dedos na luva de couro e sustentou a aba para baixo, agarrada com a cueca da mesma cor.
Podia-se ver pequenos sinais e pelos ruivos aparados que guiaram para baixo entre sua barriga e os óculos o permitiram notá-la excitada, visto que sua peça íntima estava visível e levemente molhada.
Demarcava o que lhe deixara também excitado.
Os dois polegares do rapaz se prenderam nas laterais da calça e cueca, levou ambos os tecidos para baixo, ultrapassou a linha do quadril até os oblíquos externos marcados em "V", encaminhou até a virilha e evidenciou o princípio do que se mantinha enrijecido, pulsante e direcionado para cima com o tecido.
— Jamais pensei que fosse assim.
Sibilou animada ao visualizar um mero detalhe em formato que lembrou um pêssego rosado.
A parte mais íntima de Franco ficou evidente para ela tatear.
— Gosta do que vê? — ele ofegou, aproximou sua boca nela e sugou o lábio preso nos dentes. — Queria descobrir a sensação de te penetrar.
A Demdike experimentou um choque instigante por todo o corpo com a declaração.
— Franco... — vibrou ou escutá-la. — Você já teve a curiosidade em se tocar de uma maneira diferente? — focou na lubricidade que saía dele.
A preparação para o ato.
— Nunca — mentiu. O Gregori era curioso em tentar depravações. — Mas se desejar, permito suas mãos, sua boca, você por inteiro. Porém, eu almejo partir de uma forma mais direta.
A consentiu sem desvios.
— Então me mostre tudo.
Quando Franco estava prestes a ceder suas peças de roupa ao chão e se revelar despido, ereto para Gaya, além de partir devagar para senti-la por dentro numa primeira vez, ouviu-se uma voz intimidadora em sequência de um pigarro sucedido do ranger da porta sendo fechada:
— Mas não neste ambiente, meus jovens.
— Mãe?! — Gaya se espantou, ao análogo instante que prendeu as pernas em Franco e as contornou distante dele.
Parecia ter perdido metade de sua alma.
— Santo Deus — Franco queria esconder sua cabeça na terra. — Santo Deus, Santo Deus... — sibilou e repetiu agoniado.
Delphine havia regressado silenciosa até sua casa, a fim de buscar sua carteira na qual esquecera e deixou Anya cuidar da floricultura.
Logo que reparou a porta entreaberta e se adentrou na residência, deparou-se com a cena envergonhante:
Franco com a calça um tanto abaixada, o que revelou parte das nádegas, se preparava para cumprir o ato com sua filha.
Já Gaya estava com o vestido suspenso — quase ausente da peça íntima — sobre a bancada e com os ingredientes do bolo espalhados por cima.
Delphine se incomodara com a bagunça, ao invés do ato e virou-se de costas para que eles se recompusessem.
Em busca de compreender do que se tratava, Delphine se abismou ao avistar sua filha ofegante, além de testemunhar o Gregori, aquele similar garoto criado como inocente durante toda sua vida, tomar partido para efetuar atos ainda mais carnais.
Não se referia ao mesmo Franco de sempre.
Demonstrava sua atração contida há anos pela imagem santa construída através da avó.
Quando a notaram virar de costas, Gaya se apressou para ajeitar o vestido e Franco se avermelhou por inteiro, sem saber onde se enterrar.
Havia constrangimento impregnado naquele ambiente.
— Mãe, deixe-me explicar... — arrumou os fios de cabelo e caminhou até Delphine que sustentou uma risada inesperada contida entre as mãos.
Em dúvida, desentendeu o comportamento dela.
— Não Gaya.
Tomou a frente da jovem, já organizado com suas vestes no lugar e escondeu o volume com as mãos na frente até amenizar a situação.
— Deixe-me fazer isso. Tudo partiu de mim. — Delphine ainda ria abafado. — Sra. Delphine, eu tomei a iniciativa. A instiguei a fazer amo...
Delphine gesticulou e pediu que ele parasse de se explicar.
— Se Anika soubesse disso... — ainda buscava conter o riso, mas precisava agir seriamente com os dois. — Vocês não imaginam o trabalho que um bebê pode dar em suas vidas ou infecções que podem adquirir num momento de desejo e mesmo assim não pensaram em proteção, não é? E ainda na minha cozinha, Sol? Na minha bancada que limpei ontem?
Cruzou os braços entre o semblante decepcionado ao avistar a bagunça no balcão.
— Lamentável, lamentável... — negou com a cabeça. — São jovens e embora seja natural borbulharem em euforia, lembrem-se de ir para um lugar reservado, trancar a porta e se protegerem. Nada mais além que isso.
— Nos perdoe, mamãe — apanhou as mãos da mãe, implorou por perdão enquanto Franco se aproximava da porta.
Até aquele momento, Gaya tremia de nervosismo.
— Estávamos ansiosos para isso — ela completou.
— Mas nem pensaram em seguir para o quarto, não é? Conversaremos depois sobre isso — a jovem confirmou com a cabeça. — E Franco, creio que não deveria agir desta forma, querido. Vai se tornar um padre — o interrompeu de tocar a maçaneta.
Gaya se sentiu envergonhada, enquanto Franco ainda se recuperava do susto junto aos seus olhos alarmados.
Àquela altura, tornava-se a ocasião ideal para seguir o seu caminho.
— Prometemos que nunca mais faremos nada que seja arriscado, Sra. Delphine. Não é Gaya? — mirou Gaya, buscou por uma resposta como promessa, mas se frustrou.
— Não posso prometer coisa nenhuma — esbanjou um mero sorriso maldoso quase escondido do rapaz e ponderou repetir a sensação do dia.
Mudara rapidamente sua expressão.
Ele também desejava, afinal, estava prestes a partir para o tão esperado ápice.
— Então serei eu quem prometerá — Franco disparou uma piscadela, passou pelas bruxas, sorriu chocho conforme um sinal de despedida, abriu a porta e desceu a escada para a calçada, seguido por elas.
Apressado para escapar da situação embaraçosa, cumprimentou Delphine, que lhe retribuiu, além de contemplar sua amada de novo, na qual emitiu um semblante abatido por não fazê-lo ficar.
Mesmo querendo permanecer próximo de Gaya, estava decidido em partir ao seminário.
No momento em que Delphine se despedia, a moça, afetada pela partida de seu bem-querer, o acompanhou de modo a vê-lo entrar no carro e seguir até onde separaria dois amantes que construíram uma amizade verdadeira.
E na atualidade um sentimento desmedido conforme as composições mais tristes de alguém sondado pela saudade.
Quando Franco se encontrava prestes a se aproximar do fusca posicionado na frente da residência Gregori, Gaya correu de imediato para dentro de casa, caçou um papel e um lápis fácil de achar.
Os colocou por dentro do decote de seu vestido e retornou apressada para fora da moradia na finalidade de tentar impedi-lo.
Naquela ocasião falhou em derramar lágrimas e seu estômago embrulhou de ansiedade ao apreciá-lo numa última oportunidade.
Desconhecia seu retorno.
Assim que o alcançou, eles alinharam os olhares em sintonia:
— Voltará a me procurar? Mesmo como um padre? Necessito manter ao menos o nosso habitual convívio, Franco. Além de tudo, continuaremos nossa afinidade e sabemos disso, não é?
Ele estendeu a mão disposto a tocar em seu rosto à medida que correspondeu com seu olhar de súplicas rumo à Gaya, mas uma vez não cumpriu o ato carinhoso e a deixou curiosa acerca de seu toque.
Franco sabia que deixara o amor de sua vida, a permitia seguir e conhecer outras pessoas.
De início pensava dessa forma por vê-la próximo de sua presença.
Contudo, não sabia como reagiria se avistasse com os próprios olhos.
Se lamentava em se certificar que talvez, após anos, quando pudesse reencontrá-la, a querida bruxa estivesse comprometida com outra pessoa "melhor em diversas questões". Fruto de sua mente insegura.
Mas ainda assim estaria satisfeito.
No entanto, sempre carregaria a certeza que Gaya era sem fim a mulher na qual amou até os confins do mundo.
Embora a deixasse cultivar o semelhante e profundo sentimento.
— Anseio te encontrar em algum momento de nossas vidas. Não prometerei porque o futuro pertence a Deus, mas o meu coração permanece seu. Até nos perdermos em distintas realidades, saiba que em qualquer circunstância, pensarei em você.
De repente, enquanto Franco lhe admirava docemente, Gaya pegou o pedaço de papel, o lápis de seu decote e escreveu alguns números com o apoio da palma da mão esquerda.
Logo que concluiu, entregou ao jovem Gregori que entendeu o que ela pretendia dizer:
— Espero que me ligue quando estiver por lá e assim que puder. E claro, se quiser. Ao menos para preservarmos um contato, antes que haja uma triste distância.
Golpeado pelas últimas palavras, Franco considerou como um eterno "Adeus", disfarçou a saudade na companhia de um efêmero sorriso e concordou sem dirigir palavras. Apenas afirmou com a cabeça e guardou o escrito no bolso da calça.
Ali encontrava-se o número do telefone das Demdike.
— Se depender de mim, ligarei todas as noites. Almejo ouvir sua voz. Odeio me sentir tão sozinho e torço que não seja idêntico ao internato. Porém, farei o possível para lhe escutar. Creio que nada me impedirá de conservar a nossa interação.
— Talvez seu Deus, não acha? — Delphine, distante deles, se atentou nas vizinhas que os observavam escondidas por trás das cortinas. — Ao que tudo indica, se desagradará em ver um servo dele se comunicar com uma bruxa. A pessoa que ele... — fora interrompida.
— Deus é piedoso conosco quando compreende que nos preservaremos unidos. Minha avó afirmava ser parte de uma maldição, mas já ouvi dizer que, o que Deus uniu, os mortais não separam. E sinto que simboliza o que construímos durante esse tempo inteiro. Então, confie em mim, Gaya Demdike. Nos veremos em alguma circunstância da vida.
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