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Capítulo 24: A Primavera

*ALERTA DE GATILHOS: RELIGIÃO E INSINUAÇÃO SEXUAL EXPLÍCITA.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: A Song for You ‐ Amy Winehouse e Take Me To Church - Hozier

Ao testemunharem a expressão de Gaya na ocasião, diriam que ter presenciado um espírito.

Um frio na barriga emergiu, instigou a correr até o banheiro pelo embrulho repentino, uma das pálpebras tremeram e preocupada com o silêncio dela, a mulher chamou insistente pelo seu nome, em busca por resposta.

— Não pode ser! — incrédula, respondeu confusa e riu graças ao nervosismo. — Mãe Terra! Me perdoe, senhora. Desaprendi como reagir às surpresas.

Trêmula, temeu o telefone prestes a escapar de suas mãos suadas, emitiu uma tímida risada e desacreditou na notícia.

— Espere aí, não caiu a minha ficha. Eu passei?! E-eu estava tão ansiosa pela chegada desse dia.

Transmitiu esperança. Para uma jovem do interior, Gaya sonhava com Londres e com tudo o que poderia se realizar na capital.

— Sim, Srta. Demdike. Foi aprovada e lhe esperamos na academia! — animou-se mais uma vez e emitiu confiança à moça. — Aliás, sua matrícula de início poderá ser cumprida digitalmente e logo que chegar ao tão esperado dia, ao vir para Londres, a finalizaremos antes do mês de maio, quando se iniciam as aulas, tudo bem?

Ela consentiu silenciosa com a cabeça, se conservou cética e a deixou sem resposta. Havia muitos questionamentos acerca da sua estadia por lá, porém, esquecera por culpa da expectativa.

— Tudo bem, Srta. Demdike? — repetiu até a Gaya retomar os sentidos.

— Ah, tudo perfeito e brilhante!

— O ideal é se preparar para sua vinda. Portanto, aguardamos a sua presença ainda nesta semana. Confio que serão momentos únicos na Academia Real de Música. Planejamos acompanhar seu crescimento e formar mais uma profissional de sucesso.

Encerraram a ligação com Gaya agradecendo incontáveis vezes e cansando a vice-diretora.

A jovem, entusiasmada, colocou com delicadeza o aparelho no seu devido lugar, disparou de volta ao quarto, se jogou de braços abertos, de bruços na cama, gritou em celebração e bateu os punhos fechados no travesseiro.

Esperava pelo segundo telefonema, porém, não tinha certeza de que a aceitariam na instituição de artes dramáticas. Talvez no futuro ela tentasse caso não fosse aceita.

Londres representava o primeiro passo para seu reconhecimento como artista. Queria ser vista além de uma bruxa Demdike. Almejava chamarem-na de cantora, atriz, antes de recordarem o seu passado.

Na sua imaginação, apostaria que na similar noite sairia em direção ao primeiro "pub" de Rye e beberia até esquecer seu próprio nome.

A princípio, adorou a sugestão, contudo, nunca havia sequer colocado uma gota de álcool na boca e não chegaria a tal ponto.

Também ruminou passar uma madrugada jogando sinuca na companhia de sua avó, como nos velhos tempos, mas Anika insistia em expor perder a mesma energia de antes.

"Para jogar sinuca, ela insiste em dizer que se encontra debilitada. Mas para caminhar pela cidade inteira, até a praça principal de Rye, creio que compareceria sonâmbula", o pensamento ergueu em sua cabeça.

Entretanto, de repente surgiu uma ideia atraente, todavia, desfrutava a consciência que se isso acontecesse, a porcentagem de algo ultrapassar os limites eram quase certeiras: o tão almejado beijo de Franco.

Desejava como presente de comemoração por ingressar na academia. O originário beijo.

Adoraria descobrir se seus lábios encaixariam certamente nos seus, se os pelos dos braços iriam arrepiar ao sentir o seu perfume tão próximo das narinas, se ele se esforçaria em tocar o seu rosto, ausente das luvas e sua pele.

Gaya sonhava acordada e ambicionava por momentos assim.

E quando se virou no colchão, de abdômen para cima, observou o ventilador de teto girar, assim como seus olhos que acompanharam a rotação, a fez entrar num transe, lhe contendo num breve descanso e que despertaria um lado ocultado pela bruxa.

Ao mergulhar num sono imersivo, ela sonhou. E esse devaneio tornou-se provocante, quase real e a surpreendeu.

Ela se posicionava sentada de pernas cruzadas num divã de ouro e estofado da cor vinho.

Consistia glorificada num vestido longo rosa bebê, abençoado por um decote cavado acima do umbigo.

Revelando seus detalhes superiores mais íntimos, na qual suas mangas longas e bufantes transparentes eram preenchidas por delicados bordados de flores rosas corais que remeteram à "A Primavera", pintura de Sandro Botticelli.

Uma vestimenta paradisíaca, semelhante ao jardim de sua casa, complementava a beleza divina de Gaya.

Seus cachos cheios, longos e crespos se deparavam amarrados num penteado pompadour¹ clássico que apenas permitia poucas mechas caírem sobre sua face louvada por uma luz que se originava de um pequeno refletor pregado numa parede à sua frente.

Ela mirou os dois lados, não existia ninguém, apoiou suas mãos esparramadas no acolchoado, viu-se descalça e roçou um pé no outro, num chão de tacos.

Se situava numa grande e extensa sala que se assemelhava a um museu, um salão interno do Museu do Louvre, em Paris.

O teto curvado e iluminado provocou um certeiro e tremendo vazio na jovem solitária.

Quando encarou a parede localizada em sua frente, presenciou um amplo quadro limpo com moldura acobreada.

Quanto mais o examinava junto aos olhos cerrados, a tela formava as cores elementares numa apressada movimentação. Logo que as primeiras paisagens surgiram, consoante a criação descrita na bíblia referente ao jardim do Éden, sobreveio um homem.

Pensava ser a personificação de Adão, mas não se encontrava despido conforme antes de desobedecer a Deus.

A figura masculina caminhou em seu rumo, propagando mistério e medo na bruxa que se esforçava para falar, no entanto, de sua boca não provinha nada.

Enquanto os demais seres da fauna e flora surgiram de modo a acrescentar a imagem, ele se aproximou ainda mais e desejou sair da pintura.

E então, agiu.

Alinhado num "smoking" visivelmente caro, seus cabelos acobreados e molhados, suas minúsculas pintas espalhadas em seu rosto, além de seu olhar penetrante que envenenaria qualquer inocente, provocou arrepios na 'apreciadora da arte'.

Contudo, seu pescoço traçado numa marca, uma linha vermelha, a fez estranhar e notar um sentimento denso logo que seus olhos fixaram no traço.

Desse modo, percebera que aquele belo homem elegante, sutil e sensual, se referia ao seu amado Franco.

Ele não portava as luvas consigo e enaltecia suas fascinantes e delicadas mãos — além de bem desenhadas —, as idealizando envolver seu pescoço ou esfregar as pontas dos dedos sobre seus lábios.

Entretanto, como contraste, suas palmas depararam-se azuladas. Não entendia a união entre beleza e incômodo no Gregori.

À medida que a pintura prosseguia por trás dele, como uma passagem do tempo, em cada passo silencioso na companhia dos sapatos elegantes, Franco aproximou-se lentamente de Gaya, fazendo-a suspirar frenética.

Desconhecia o que poderia acontecer. Estava vulnerável e imóvel no divã, semelhante a um manequim, retratada conforme uma musa.

Logo que se aproximou para mais perto de Gaya, ele se inclinou orientado a ela e sorriu perverso, destoante de seu habitual.

Lançou a mão direita para trás, num gesto cavalheiro e estendeu a esquerda a fim de tocar e provocar com as costas do dedo indicador, a face da jovem rendida por sua sedução.

Faltante dos óculos, Franco não se mostrava concordante ao que ele sempre costumava ser. Equivalia a outra personalidade talvez ocultada por dentro de si.

Exibindo através do sonho uma figura idealizada pela Demdike e seu íntimo que temia por algo.

Gaya sentiu o seu corpo estremecer graças aos toques sutis em sua derme, a delirando.

E curioso pela atitude dela, ele sorriu devasso, tendeu a cabeça para o lado esquerdo e estreitou os olhos interessados em observá-la com atenção.

Num ato súbito, ela se surpreendeu com ele sustentando o seu queixo na ponta dos dedos. Ergueu lentamente a cabeça da jovem que pendeu para trás e o testemunhara a partir de seu olhar esforçado, se aproximar do seu ouvido.

E então, o inferno e o céu se abriram para os dois amantes transformados pela tentação:

— Sou manipulável como uma alma disposta a ser possuída pelo Diabo. Tenho sede de vinho, suporto a fome da carne e serei rendido pelo poder do submundo. Os desejos estão guardados em mim e somente esta divindade os saciará — ofegou e estimulou as fantasias da jovem. — Portanto, me responda com a certeza que habita consigo, Gaya Demdike: sobre quem falamos? — sua voz branda e sussurrante intimidou a arrebatadora dama imobilizada no grande salão.

Gaya se esforçou para se mexer, porém, desistiu em crer que falharia com a insistência.

Franco aguardou pela replicação num sorriso irônico de canto, umidificou seus lábios com a língua que passeou entre eles e a atraiu para o caos.

Ela pretendia segurá-lo pela gravata borboleta e ceder sua devoção ao Gregori.

Diga... — sussurrou ardente, próximo dos lábios da moça.

Por consequência, num piscar de olhos, nervosa em estar tão próxima do belo e sensual rapaz, Gaya se esforçou em sibilar na primeira oportunidade e conseguiu. O sonho havia permitido uma exceção.

— Aquela que ocupa o seu íntimo, a dama da babel², do dia e da noite. A que regressará, irá inquietar e corromper sua mente imaculada.

Se instaurou uma pausa dramática e seguiu de um suspiro inquietante, até as restantes palavras ecoarem com vigor, ainda em um sussurro emitido na sala do museu.

— A imperatriz do mundo, a bruxa.

O piso estremeceu num repentino abalo sísmico ao soar a terminante e poderosa palavra, rachando as paredes que ocultavam a escuridão.

O quadro por trás de Franco se finalizou e mal perceberam que enquanto se depararam próximos, todas as passagens bíblicas transitaram enérgicas do Gênesis ao Apocalipse, e naquele instante, a tela se exibiu vazia e escura, um amedrontador espaço ausente de estrelas.

Foi quando ele contornou com a ponta do dedo indicador, da mecha do cabelo da Demdike até percorrer na direção de seu decote e manteve contato visual fatal.

O coração dela se rendeu e seus seios tomados apontaram direcionados ao homem incumbido pelas suas luxúrias.

Quanto mais Franco se aproximava com o indicador para dentro do decote e desejava incitá-la, Gaya consentia escapar ponderados gemidos e suspiros, que em sequência repetiam consoante a batida de um ponteiro circundando o relógio.

Ao ignorar sua provocação, ele agarrou com as duas mãos firmes o decote do delicado vestido na finalidade de rasgá-lo sem qualquer piedade, como uma folha de papel, ambicionou sentir e apreciar os macios seios da jovem com as costas dos dedos.

— Esperei incurável para me deliciar com o que há debaixo de suas vestes e me declaro faminto para tê-la chocando contra a minha pele. Arranhar minha carne e sentir o calor de seu corpo ao encontro do meu. Transformar o limite entre o céu e inferno num universo entre nós — sorriu, prestes a devorá-la com os olhos.

Gaya suspirou preparada e expectou pelo que tanto ansiava.

Sem depositar tamanha força na peça, Franco rompeu o tecido sutil, almejou sua pele retinta resplandecer como uma obra contemplável e arfou excitado com o par de seios evidenciados, mas seus dedos torciam em tomar outro rumo.

— Peça — acariciou as pontas dos seios em círculos, sucintos toques e a fez gemer. — Implore por mim, Gaya Demdike — os lábios se expandiram, sua língua tocou o céu da boca e seus dentes cerraram, de feitio maquiavélico.

Implorar resultava em lhe tomar por todo o corpo. Em deitá-la no divã, erguer a parte inferior de seu vestido, prendê-la com o peso de seu corpo e esfregar suavemente seus dedos lambuzados e úmidos num ponto particular em Gaya. Como ela esperava.

Contudo, despertara confusa do sonho.

Ela se levantou atordoada, sem fôlego, meramente suada, engoliu seco e necessitou de água. Resultou no melhor devaneio de toda a sua vida.

Ao pôr os pés no carpete, em busca de pegar um copo d'água, Gaya ouviu um barulho de motor quase velho na rua.

Como a maioria dos veículos em Rye normalmente se enquadravam nos atuais, estranhou junto aos ouvidos aguçados o provável automóvel envelhecido.

Correu curiosa de modo a ver o carro e se fascinou.

Franco havia enfim comprado o fusca preto de 1972 com um aspecto novo que refletia luz de tão polido e renovado.

Consistia no seu primeiro veículo. Seu fusca na qual cuidaria com imenso apreço e em nome de Franco Gregori Callahan I, seu memorável pai.

Embora o tivesse avistado através da janela, Gaya hesitou em procurá-lo; apesar de cobiçar a realização do sonho, seu orgulho impedia que buscasse por Franco. No fundo, se considerava errada e seu impulso permanecia guardado para tomar, porventura em alguma ocasião adequada, a decisão correta.

No instante em que o presenciou estacionar na frente da residência Gregori, ela se assustou ao ser notada pelo homem.

Franco desceu do veículo, fechou a porta com cuidado, preservando o carro — embora estivesse usado — e notou que alguém o assistia.

Mediante dos óculos modernos e redondos que precisavam urgentemente trocar o grau há tempos, Franco sorriu de canto ao presenciar Gaya lhe observar e sumir rápido.

Fingiu surpresa.

Negando, sorridente como efeito da conduta dela, ele entrou em casa e iniciou seu processo de mudança com as malas prontas para o seminário.

Gaya ainda se situava encostada na parede ao lado da janela, espremeu os olhos e resmungou consigo pelo que acabara de fazer.

Mas procedeu na única reação da jovem e deixou nítido ao Franco, que a graciosa moça queria de fato ter dito algo ou vê-lo numa última vez.

¹Pompadour: O corte Pompadour nasceu no século XVIII. Naquela época, era um penteado feminino. As mulheres ostentavam o topete alto no topo da cabeça para demonstrar quem elas eram na sociedade. Funcionava assim: quanto mais alto o topete, mais nobre a pessoa era;

²Babel: Sinônimo de desordem.

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