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Capítulo 8: Malditos Espreitadores

*ALERTA DE GATILHOS: ANSIEDADE, PÂNICO, AMEAÇAS VELADAS E MENÇÃO A ASSASSINATOS.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: Say You'll Be There - Ben L'Oncle Soul e The Stars We Follow - Federico Albanese

Ao se encontrarem de volta na casa da jovem bruxa, a presença da família Demdike era contagiante e irradiava o ambiente por inteiro tal qual um sol quente a beijar a face. Nem sequer o espírito de Moniese surgiria na companhia de tantas bruxas num único canto.

Era covarde.

Ainda organizando o que restava para aproveitarem a noite de comemoração, Dane se encarregou de levar todos os petiscos veganos prontos da cozinha até a sala. Além de preparar mais alguns na bancada, enquanto um cover de "Say You'll Be There" das Spice Girls animava a tocar numa estação qualquer, proveniente do pequeno rádio conservado por Gaya e retirado de um dos armários do porão.

A partir daquele dia nebuloso e traumático, somente o Dawson se incumbiu de descer ao cômodo caso precisasse. A Demdike não se arriscava após o ocorrido.

À medida que o rapaz organizava os aperitivos na mesa de centro num recipiente de porcelana com flores pinceladas, Anika castigava a filha com a bengala a bater levemente nas pernas de Anya, que brincou com a impaciência da idosa. E Delphine se atentou em repassar novas dicas de plantio durante a lua cheia à Gaya.

Ao passo que o perfume de incenso de eucalipto confortava a atmosfera festiva, Gaya se levantou do estofado ao pedir licença à família e se dispôs a auxiliar Dane, que focava na cozinha, disposto a finalizar tudo. Parecia compenetrado ao pegar meros ingredientes na geladeira e pôs por cima da bancada de modo a acompanhar os restantes dos bolinhos.

— Precisa de ajuda?

— Hoje ocorreu sua formatura. Encare como uma festa de aniversário e aniversariantes não fazem nada.

Apanhou um sorriso dos lábios preenchidos por batom.

— Não havia nenhum sinal deles na formatura — principiou a descascar as camadas da cebola com as mãos habilidosas e não lacrimejou. — Só para lhe tranquilizar — sorriu de canto e a notou faminta em razão do cheiro forte da cebola. — Passei horas concentrado em qualquer movimentação.

— Por isso que não se importou tanto com a entrega de diplomas? — a olhou estranho.

— Sabe que prestei atenção. Eu estava no momento — revirou as escleras. — Me atentei em cada detalhe — ergueu as sobrancelhas até o limite, focado na cebola em mãos.

— Apenas brinquei — concedeu uma tapinha no ombro do homem.

Ele preparava um molho verde com maionese natural de leite de soja, cebolas picadas, alho, azeite e salsa ao lado de Gaya, que começou a secar bolinhos empanados de soja.

Compartilhavam a mesma cozinha, quando ela quase derrubou um dos bolinhos no chão, porém o equilibrou sem reparar na alta temperatura. Se divertiram com a situação.

— Acha que virão atrás da minha família? Hoje? — o rapaz misturou os ingredientes do molho num triturador guardado no armário e a bruxa lançou as mãos na cabeça, preocupada. — Não me surpreenderia — a exata dúvida sempre pairava em sua consciência.

Preocupado, interrompeu a mistura e tomou os punhos de Gaya em suas mãos quentes e receptivas. As irises acinzentadas e inquietas se lançaram nos dela e ele repetiu, ao confirmar o que já dissera:

— Não pouparemos ninguém. Todas as noites penso sobre como findar nosso sofrimento e matar um por um. Mas estamos fartos de violência — arfou exausto ao extremo. — Confesso não querer entrar em contendas por estar cansado disso. Mas se algo acontecer, serei o primeiro a lhe ajudar a pôr um fim nesses malditos.

— Não me importaria de arrancar sangue. Se estão dispostos a fazer mal, receberão em troca. Mas temo pelos meus, pelos seus.

Os olhos eram profundos por culpa do ódio evidente e pareciam sangrar rios de angústia.

— E você está comigo nessa, não é?

Era um questionamento semelhante ao que escutava sua mãe falar para o seu pai ao adentrarem o quarto selado por segredos. O Dawson detestava reviver a brutalidade, mas por Gaya, o rapaz honraria a cicatriz.

Aquilo soava feito uma promessa.

— Sou o seu leal corvo.

Sem nem perceberem, a conversa foi interrompida pela presença de Delphine a surgir calada no cômodo.

— Desculpem-me por interromper — se aproximou para pegar água e avisar acerca de algo, quando os viu próximos e os assistiu se afastar.

A bruxa não visualizava a filha tão feliz após anos desde que partiu de Rye. Gaya e Dane se mostravam de fato como namorados. Mas nenhum deles sustentaria uma relação afetiva.

Apesar de compartilharem gostos semelhantes, ambos amavam outras pessoas.

O rapaz cedia ao falecido passado, não o abandonaria tão cedo. E Gaya, de um período remoto ainda vivo, que foi negado por escolhas conscientes.

Fora que, o corvo e a bruxa se olhavam e tratavam tal qual melhores amigos, um diferente encontro de almas.

Inexistia conexão amorosa. Exceto uma tensão sexual.

Gaya ansiava estar com Franco e Dane se considerava solitário demais para amar alguém da forma que amava seu antigo amor.

— Gaya, uma pessoa ligou para o telefone da sala e mandou comunicar que se trata de assuntos urgentes — a mãe desconfiou.

— Assuntos urgentes? A senhora não se referiu como minha mãe, não é?... — olhou receosa ao Dane, que uniu as mãos em reza por cima da boca, desacreditado. — Mãe, por favor, me fale.

Ambos estavam bastante apreensivos.

— Avisando ou não, acontecerá algo? Está me escondendo alguma coisa? — levou os punhos à cintura.

— Mãe, não aconteceu nada. Simplesmente pregam peças por chamada e não quero que me perturbem ou minha família, entende? — mentiu de modo a recuar da insistência da mãe.

— Está certo, está certo, mas não falei meu nome e nem sobre quem sou — tranquilizou os dois que se aliviaram e sopraram através dos lábios. — Apenas disse que lhe chamaria — indicou com o polegar para trás.

— Acham que deve ser alguém do conhecimento de vocês? — apostou.

— Eu arriscaria no Fran... — Gaya interveio.

As escleras atiraram defronte a mãe que se sentiu errada

— Pode ser um vizinho nosso de Rye, talvez alguém do clube de jazz... — tomou a palavra da mãe. Não apetecia mais ouvir falar do diácono e Delphine analisou estranha. — Quer saber? Vou transferir a chamada ao escritório e você — apontou ao Dane — leve as comidas com minha mãe. E mãe, não conte às duas acerca disso, é algo que somente eu consigo lidar, entendeu?

— Tudo bem. Não direi nada — selou os lábios com os dedos em juramento.

Ao seguir até a sala, sem tomar atenção das familiares, Gaya transferiu o telefonema para o gabinete da casa. Os pés aflitos percorreram pelo corredor, se mostrou angustiada ao olhar por átimos o porão sem porta, e ao fundo, Dane a observou com zelo e desconfiança.

Ao adentrar o aposento em plena quietude, desatou uma das cortinas do ambiente escuro na intenção de permitir a ocupação da luz emitida por intermédio dos postes amarelos, as mãos tremeram ao apanhar o aparelho com firmeza e temeu esmagá-lo com a aflição que eletrocutava os dedos.

Ao pôr colado na orelha, inspirou pesado e cerrou as pálpebras para buscar o controle. Almejava vomitar a ansiedade mediante os beiços trêmulos junto ao coração que batia até se expulsar. Os dentes cerrados evidenciaram medo abissal e várias situações passeavam por sua mente em gritaria.

"Quem será?", ecoou em silêncio no inconsciente.

— Boa noite. Com quem falo? — a voz embargada se expôs.

Constatou a rua vazia, morcegos a voar contra a luz, notou o asfalto molhado e na sua consciência, por instantes, torceu que fosse Franco. Mesmo que ainda estivesse machucada por culpa do abandono.

Mas o queria naquela ligação.

A outra pessoa da linha, um provável desconhecido, se manteve silente por questão de segundos, até que o mundo da bruxa despencou. Antes pensava ser até o espírito de Moniese a lhe perturbar como fazia naquele lugar, no entanto...

— Sol Basil.

A voz estridente estremeceu a espinha da moça. Parecia satisfeita em desestruturá-la.

— Quem fala? Ou desligarei — se impôs ao entortar os lábios.

— Não ousaria desligar.

As mãos suadas no telefone tiritaram em sua orelha quente. Até pensou em excluir ou cortar todas as linhas telefônicas da residência para nunca atender nenhuma chamada. Era um completo inferno.

— Quem fala é o Padre Artur, lembra de mim? — engoliu cortando e não conseguiu respondê-lo. — Aquele que tirou a existência da sua colega que não existe mais.

Gaya não pronunciou palavras ou chiado de seus lábios ondulantes. A alma, preenchida de vivacidade, morreu em segundos e não entendia o que fazer, muito menos falar. Desejava somente fugir de Londres, da Inglaterra, da face da terra.

— Então, como anda a rotina em Chesterton? — pareceu se acomodar numa poltrona do outro extremo da linha pelo ranger do couro consistente. O tom era relaxado, tranquilo em perseguir a testemunha. — Soube que sua casa de porta vermelha é bonita de dia e que está morando com o Dawson — cruzou as pernas no assento e ela ouviu o chio e estalos de chamas acesas, semelhante a uma lareira. — Sabia que ele é um assassino?

— Como conseguiu esse número? — andou em círculos pelo recinto, impaciente, atordoada. — Como sabe se moro onde mencionou?

— Ah, pare de fingir! Seus vizinhos observam muitas coisas em troca de dinheiro, vocês não conseguem disfarçar, contudo, jamais a vi no clube de jazz — contemplou as unhas e mãos velhas. — É uma pena. Porque eu planejava tirar sua bela cabeça para colocar no balcão de bebidas. Ou usar seu crânio como recipiente. Seria interessante — uma risada cortante e melodiosa inundou sua audição.

A cada palavra, Gaya engolia seco, sentia náuseas e vistoriava a janela, em busca de um estranho na rua ou um carro preto qualquer.

— Liguei só para alertar que estamos de olho em você, agora. Deveria ter se afastado do Dawson, para não lhe trazer problemas, mas parece que a senhorita gosta de se envolver nisso. Portanto, espero que fique ciente que a qualquer minuto nos veremos e torço muito por isso. Sabemos que o Dane não quer que ninguém toque em seus cachos — até o momento, a imaginavam da mesma forma que antes. — Mas, não podemos realizar todos os desejos. Considere como um aviso amigável.

— Se for um aviso amigável, também esperem o meu. Não sou só uma simples cantora e não ficarei quieta. Se estão dispostos a fazer algo contra ele e eu, aguardem por vingança. Comerei até o fígado de cada um se for possível. Me darão a honra de matá-los pela primeira vez.

Gaya encerrou a comunicação, quase bateu o aparelho no apoio com tamanha raiva e logo que se virou, na porta, escorado na passagem, o rapaz que segurava duas taças de vinho nas mãos, revelou choque.

De imediato, a moça se lançou em seus braços e ele abandonou os recipientes numa mobília ao lado.

Os braços envolveram as costas de Gaya, até que uma das mãos acariciou a nuca da jovem, que principiou a chorar. Até o momento, Dane não compreendia.

— Quem era, Gaya? — ela soluçava e molhava sua camisa. — Gaya — agarrou seus ombros sofridos.

— Padre Artur — a ira se materializou em Dane —, me certificou que foi o responsável por matar a Ivone. Isso... isso é verdade? — seus globos oculares arremessados nele o machucaram e o rapaz unicamente concordou. — Não pode ser, não pode ser...

A voz embargou, ele a recolheu novamente em seus braços e beijou seu cabelo raspado com tremenda força. Dane estava consumido de ódio e mataria cada um ao sair de casa.

— Nada ficará assim — o tom tornou-se mais grave. — Amanhã, sem receios, sairemos daqui com destino a qualquer hotel próximo — segurou os ombros dela de novo. Se tratavam desse jeito — Logo que sua família for embora, recolheremos alguns pertences. Eles sabem que estou aqui e não demorarão tanto para cessar sua vida antes da minha. Preferem me machucar desta maneira e não deixarei. Nunca! Me entendeu? — os olhos vermelhos pelas lágrimas refletiram a expressão ensandecida do bastardo. — Haverá uma tragédia e que comece por nossas mãos.

A bruxa absorveu o choro e comprimiu os lábios. Fúria e rancor se estamparam na feição que era serena. O fim dos tempos se aproximava com a mudança de Gaya Demdike. Resultava no princípio do caos.

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