Planejando o futuro
Saímos do cativeiro e fomos direto para uma igreja.
Fizemos o sinal da cruz assim que entramos. Confesso que me senti um pouco desconfortável naquele local, tinha tanto tempo que não pisava numa igreja e vendo todas aquelas imagens, tinha vontade de correr porque eu fiz mal há tanta gente.
Deus não iria querer que casasse numa igreja, era mais fácil casar no Civil.
Mas a Dayane faz questão de entrar de noiva na igreja e de uma festa também, mesmo que pequena.
Dinheiro não é um problema para mim, mas para que gastar numa festa grande se não temos tantas pessoas assim para convidar? Prefiro gastar o meu dinheiro em viagens com ela e nisso nós dois concordamos.
“Meus filhos, sejam bem vindos a casa do Senhor!” Um padre que já estava pendendo mais para o céu do que para a terra falou conosco.
“Obrigada, padre. Queremos marcar o nosso casamento.” Dayane disse indo direto ao ponto.
“Deise, traga-me o livro.” Ele disse para uma freira que assentiu e entrou em um outro local.
Ela voltou minutos depois com um livro que deveria pesar mais do que eu mesmo e colocou na frente do padre.
“O senhor ainda registra os casamentos num livro?” Perguntei alarmado.
“Sim. Não sei mexer em tecnologia! Vejamos para quando podemos marcar o seu casamento...” Ele começou a folhear o livro.
“Eu te conheço de algum lugar...” A freira disse, olhando para mim.
“Provavelmente sim, sou modelo.” Sorri e abaixei o rosto para que ela não pudesse me olhar direito. Vai que eu matei alguém que ela conhecia, né?
“Temos no dia 20/09. O que acham?” O padre me perguntou e eu quis dar um tiro na cabeça dele.
Porra, seis meses depois? É sério isso?
“Lembrei! Você é o mafioso que matou o parlamentar Pietro!” Deise disse assustada.
Pronto, vou ter que procurar outra igreja.
“Os seus olhos... É você mesmo!” O padre disse me reconhecendo.
“Sou eu.” Disse em um tom baixo. Não tinha como fugir dessa.
“Que tal dia 01/05? Eu posso atrasar a outra cerimônia que eu tenho marcada para esse dia, ou melhor... nem faço! Só peço para que não portem armas na igreja, a menos é claro que o senhor faça questão. É uma data especial, tem que ser do jeito que os noivos estão imaginando... quem sou eu para me meter, né?”
O padre disse morrendo de medo de mim e eu estava me segurando para não rir da cara dele. Em pensar que por eles terem descoberto quem eu era, eu estava pensando em procurar outra igreja...
Maio está um pouco em cima, já que temos muitos detalhes para acertar, mas acho que dá. Dayane fez que sim com a cabeça e eu disse: “ Para mim, está perfeito. E sim, teremos armas na igreja. Inclusive estou com uma agora.” Sorri e mostrei para ele a minha inseparável 38. O padre faltou ter um infarto e a freira começou a rezar.
“Ok. Não se preocupe com a documentação. Vocês mafiosos tem muito para se preocupar, apenas me digam os nomes completos de vocês que a cerimônia será realizada.” O Padre disse.
Sorri. “Christian Ferrandini e Dayane Sherimam.” Disse.
“Minha filha, você não é a filha do presidente? Por que não falou logo? Deise, vai buscar uma água para ela!” O padre disse.
“Sou sim.” Dayane respondeu sem graça.
Deise entregou o copo de água. “O que a filha do presidente faz com o chefe da máfia italiana? O seu pai aprova a relação?” Deise perguntou e Dayane quase engasgou com a água.
“Menina, Deus não gosta de fofocas!” O padre a repreendeu.
“Foi bom ela tocar nesse assunto. O meu pai não aprova e eu queria saber se teria problema se eu entrasse com outra pessoa no altar...” Dayane disse com vergonha.
“Claro, minha filha. Com quem seria?” O padre perguntou.
“Christian, pode ser o seu pai?” Dayane me olhou de um jeito esperançoso, como dizer não?
“Claro. Tenho certeza de que ele concordará com a sua escolha, meu amor.” Disse.
Se fosse há um tempo atrás, ele teria que negar porque a Meirieli a detestava, mas agora que ela concorda com o meu relacionamento com a Dayane, acho que nós dois não teremos problemas com relação à isso.
“Meus filhos, se quiserem podem ir, se quiserem podem rezar ou se quiserem se confessar, estou à disposição.” O padre disse.
“Obrigado, mas estamos indo. Eu mato desde os meus cinco anos de idade e nunca me confessei. Acho que o senhor nunca mais sairia desse confessionário se eu resolvesse contar todas as atrocidades que cometi e que ainda cometo.” Sorri e virei as costas para ir embora, já com a mão engatada nas costas da Dayane.
“Se precisar, estarei sempre aqui e sinto que precisa.” O padre disse. Senti um calafrio na espinha.
Peguei o carro e fui para a mansão.
Abri a porta e eles pareciam estar comemorando algo.
“O que está acontecendo aqui?” Perguntei sorrindo.
“Meu filho, senta aqui com a sua mãe...” Meirieli pediu.
Giuseppe saiu do lado dela do sofá e eu sentei.
“Deita no meu colo, quero te fazer carinho...” Meirieli pediu.
Ela nunca me fez carinho antes, olhei para o Giuseppe que me incentivou e assim eu fiz.
Senti as mãos da minha mãe passarem pelos meus cabelos, senti o meu corpo se acalmar, uma felicidade inexplicável vir a tona e o meu coração disparar. Sorri.
“Eu nunca deveria ter te negado isso, você me desculpa?” Minha mãe perguntou chorando.
“É claro, mãe.” Respondi, a dei um beijo no rosto e ela me surpreendeu abrindo os braços para um abraço. A abracei com vontade de nunca mais soltar.
“Meu filho, precisamos conversar.” Ela me disse em um tom sério na voz com as mãos nos meus cabelos. Sabia que tinha algo acontecendo. Saí dos braços dela.
“Fala, mãe. Algum problema?” Perguntei apreensivo. Ela me deu um teste de gravidez.
“Dayane, por que não me disse que estava grávida?” Perguntei atordoado.
“Eu não estou!” Dayane respondeu e eu me senti um pouco decepcionado ao ouvir a resposta dela.
“Então quem...” Olhei para a minha mãe antes de completar a minha pergunta. Não era possível, era?
“Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. Fiz o teste hoje e pelo teste estou de quatro meses.”
Fiquei um tempo encarando a minha mãe e eu não sabia o que dizer ou que falar, até que optei por um abraço. Não disse nada, mas acho que não houve necessidade.
“Também tenho que te contar uma coisa. Pedi a Dayane em casamento e vamos casar no dia 01/05, no dia do meu aniversário.” Sorri.
“Parabéns, meu filho!” Minha mãe sorriu e me deu um beijo.
Dayane foi até onde a minha mãe estava sentada e a abraçou. Ambas se deram parabéns.
Levantei para que o meu pai pudesse voltar a sentar ao lado da Meirieli e o Salvatore me puxou para um abraço.
“Boa sorte, vai ser algemado pela vida toda.” Lorenzo disse sorrindo, após o término do meu abraço.
“Pela vida toda, é isso que eu quero.” Sorri.
“Está muito viado mesmo!” Riccardo disse enquanto me dava tapinhas nas costas.
“Estou entre te dar parabéns ou te dar os pêsames. Quando eu me decidir a gente se fala.” Paolo disse e me puxou para um abraço.
Tivemos um almoço agradável e depois de assistir uma série com a Dayane, a levei para a torre de Pisa, local onde ela tinha que tirar as fotos para a agência. Fiquei com ela todo o tempo e voltamos para a nossa casa.
Dayane tomou um banho, me deu um beijo, sentou na cama ao meu lado e disse para mim: “Temos que começar a pensar sobre o nosso casamento.”
“Vamos pela lista de casamento primeiro. Pensando nas pessoas que queremos chamar, poderemos alugar um lugar que comporte o número de pessoas e um buffet adequado também.” Disse.
“Ok. Quem você está pensando em chamar?” Ela perguntou.
“O meu bando, a Reclene, a Aline. A Reclene deve querer chamar o Filippo, vou dizer que estendo o convite para a Beatriz, que é a filha dele, e também para o marido dela. Se a Aline quiser levar mais alguém também, ela pode, assim como a Reclene. Estava pensando também no Luigi, no Rafaello, na Kathy, no Maurizio e na Sarah. Acho que a minha mãe deva querer chamar a amiga dela, Lua que, por sua vez, deve ir com o marido.”
Maurizio é um amigo que fiz na agência de modelo.
“Por que convidar a Sarah? A Meirieli, com todo o temperamento dela, conseguiu ter uma amiga? Eu estava querendo convidar a Maria Eduarda, o Levy e a Vânia. Não posso chamar os meus pais.” Ela fez uma carinha de triste e eu a beijei.
“A Sarah me ajudou muito, só por isso! Minha ciumenta.” Sorri e ela sorriu de novo. Ignorei o que ela disse a respeito da minha mãe.
“O que você acha de convidar a Lyta também? Ela é fotógrafa, podíamos pedir para ela tirar as fotos do nosso casamento e é claro que iremos pagar.” Perguntei.
“Gostei da ideia!” Ela disse sorrindo.
“E os padrinhos?” Perguntei.
“Queria que fosse a Maria Eduarda e o Levy.” Ela disse.
“Eu queria que fosse o Salvatore e como ele está com a Leila agora...” Disse.
“Pode ser os quatro?” Ela perguntou.
“Por mim está ótimo.” Sorri e a dei um beijo.
“Conhece alguma criança para ser o pajem e a daminha de honra?” Perguntei.
“Não.” Ela disse.
“Ok. Vai ser dois dos meus passarinhos, então.”
Dayane já está completamente inteirada sobre a máfia, mas teve alguns assuntos que eu resolvi omitir alguns fatos, como a morte de alguns passarinhos, tidos como inúteis pela máfia.
A dei um beijo. “Vou lá embaixo falar com o pessoal” Disse.
“Vou com você.” Ela disse. Peguei na mão dela e descemos a escada.
.........................................................
Boa tarde, meus amores!
Descupem- me por não ter postado o capítulo ontem, mas realmente eu tive que sair e não deu para postar.
Sabem aqueles bugs do wattpad? Eu só conseguia marcar os últimos que eu seguia aqui no aplicativo no capítulo que eu postava. Desinstalei e instalei novamente e agora consigo marcar até quem não sigo! 🙌🙌
Eu vou postar o outro capítulo e depois atualizar todos os outros com as devidas marcações.
Dedicado á:
merieli123 (Sempre escrevi o nome errado e só percebi hoje! Kkkkk)
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro