Entrei em casa feito um furacão. Sim, o serviço estava feito, mas eu ainda precisava me livrar do celular do velho. Ouvi que todos estavam me perguntando o que houve, mas eu queria achar o pen drive e não respondi a ninguém.

Salvatore me deu um soco no rosto, eu ia revidar, mas o Paolo me segurou por trás.

“ Agora dá para responder que porra deu errado?” Salvatore perguntou.

“Nada, cara! Você não confia mais em mim? Enfiei a porrada no cara, ele era surdo e o aparelho de surdez estava com problema no dia que ele foi no restaurante, ou seja, ele não ouviu nada, eu pedi para que ele dissesse que reagiu a um assalto e não contasse para ninguém, caso ao contrário ele morrerá. Deixei ele na porta do hospital, vendi o carro dele e preciso ir numa lan limpar os arquivos do velho antes de vender o celular. Não posso fazer isso aqui porque eu não confio naquele velho, mas eu preciso da ajuda de vocês.”

“ Embora ele não saiba de nada, você está com medo de que alguém consulte o GPS do celular do velho, por isso não pode ser feito aqui, o que eu não entendi é no que iremos te ajudar na lan.” Disse Paolo.

“ Não quero correr o risco de alguém ver os arquivos. Vamos ter que fechar alguma lan por pouco tempo. Não posso fazer essa parte sozinho!” Respondi.

“ Mas e a mãe da máfia?” Perguntou Paolo receoso.

“ Foda-se ela, tem coisas que não dá para se fazer sozinho. Eu sei que eu fiz merda, mas não dá para fazer tudo sozinho. Posso contar com vocês?”

“Pode!” Salvatore respondeu prontamente.

“ Vamos ter que passar no Rafaello primeiro  para que ele quebre a senha antes da gente ir na lan, ou o celular do velho não tem senha?” Riccardo perguntou.

“ Tem senha. É o nome da gostosinha da filha dele: Dayane. Eu fiz o teste quando o velho me disse a senha. Eu liguei para o Rafaello para que ele mude o IMEI dele para um estrangeiro para não rastrear, mas esse procedimento demora um pouco, prefiro fazer na lan logo de uma vez.”

“ Dá para soltar o meu filho agora, Paolo?”

Paolo me soltou.

“Desculpa por ter te dado um soco, mas foi a única forma que eu achei para que você voltasse para a realidade e nos desse atenção.” Salvatore disparou porque na certa ficou com medo de eu revidar agora que estava livre.

“ Tranquilo, Salvatore. Vamos lá, gente?”

“ Não vai, Christian. Tem cinco pontos que eu quero esclarecer.” Disse o meu pai.

“ Primeiro, como você vai sem o pen drive que está dentro da gaveta? Segundo, por que você o levou para o hospital? Terceiro, o velho é surdo e a modelo? É muda? Quarto, tirou o chip do celular? Quinto, o celular está desligado?”

“ Fiquei com pena dele, peguei pesado. Eu não tinha pensado nisso, pai. O que eu faço? Tirei sim e desliguei.”

“ Saí daqui logo, resolve o que tem  que resolver e volta para a gente pensar juntos.”

Peguei  o pen drive, coloquei o chip em cima da mesa, me olhei no espelho, sorri para o meu pai e perguntei: “ O que você fez com a Meirieli?”

“ Pedi para que os meninos a prendessem  no banheiro. Ela não deixaria eles te ajudarem e era perceptível que você precisava da gente.”

Ri. “Obrigado, pai e  boa sorte com ela, vai precisar!”

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Dedicado á:

ciganaSheri

merieli123