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|livro um| undecim




Jisoo ainda roe as unhas quando chegamos ao quarto, está roendo desde que saímos da delegacia. Seus olhos estão vidrados e ela demora a piscar, o que a deixa muito parecida com uma louca que acabou de receber alta do hospício. Eu não pareço melhor, mas tento respirar pelo nariz e soltar pela boca, longos e espaçados suspiros a fim de me acalmar. Lembro que minha mãe me ensinava a respirar desse modo para frear os ataques de fúria que me atormentavam vez ou outra, responsáveis por me fazer bater a cabeça de Seulgi na calçada, empurrar Nayeon do brinquedo no parque, afogar Chaerin na banheira da própria casa, bater com um pé de cabra na cabeça de Hyolyn, e bem, a lista não é tão extensa assim e nem todas foram propositais, Tiffany me obrigou a enforcá-la naquele quarto de hotel em Huimang Hill, o único problema foi que apertei forte demais. Acidentes acontecem.

— Você tem certeza que ela estava morta? — Jisoo se senta na cama tão lentamente que parece ter acabado de fazer cirurgia no quadril. Fecho a porta e depois tranco, passando a chave no ferrolho várias vezes, como se assim estivéssemos protegidas contra tudo do lado de fora do quarto.

— É claro que tenho, você mesmo a viu — relembro. — Não tem como Rosé estar viva, a pergunta que temos que fazer é quem achou o corpo dela primeiro, e como vimos mais cedo, podemos descartar a polícia.

— Não faz sentido, Jennie, o corpo dela estava no porta malas de um carro debaixo de um lago, ninguém conseguiria resgatá-lo antes da revitalização.

Me sento ao lado de Jisoo, realmente não faz sentido algum. Quem se interessaria por esconder a morte de Rosé?

Preciso controlar a coceira nas mãos, que nada mais é que a vontade e pesquisar o nome dela na internet, tentar achar um Instagram ou algum comunicado da família. Rosé era uma garota bonita e parecia ser bem relacionada, não é possível que não tenha familiares ou amigos procurando pelo seu desaparecimento, talvez até tenham achado o corpo dela há alguns dias atrás e o caso acabou sendo aceito como afogamento, então, não saiu na mídia e eu e Jisoo não soubemos de nada.

— A menos que... — sorrio, incrédula. — A menos que o corpo dela não tenha sido descoberto ainda. O impacto na água pode ter aberto o porta malas, o corpo saiu e sei lá, afundou e enroscou em alguma coisa no fundo do lago! Se o acharem não tem como associar com a gente!

— Você realmente não vê CSI e matou todas as aulas de biologia possíveis — Jisoo me olha como se eu fosse um caso perdido. — Um corpo humano solta gases, Jennie, em menos de quatro dias ele vai boiar na água, já se passaram dois meses.

— Um corpo boia? — pergunto, enojada.

— E ainda é uma péssima assassina. — Jisoo se levanta com uma decisão que até poucos minutos atrás não havia. Ela não pede minha ajuda para empurrar o guarda roupas, tirando-o da parede. Algumas roupas caem no processo mas o quarto já está tão bagunçado que não faz diferença alguma. Ela vai até a mesinha, pega uma caneta hidrográfica e começa a escrever na madeira.

— "Quem matou Park Rosé?" — Leio o que ela escreveu e Jisoo se vira, orgulhosa, como uma professora prestes a elogiar um aluno.

— Exato! — Ela volta a escrever. — "Jennie Kim". — Meu nome está embaixo da pergunta que acabo de ler. — Agora, vamos para próxima pergunta: "Quem ocultou o corpo de Park Rosé?"

Ela quer mesmo que eu responda?

— Jennie Kim e... Kim Jisoo — falo, como se não tivesse certeza.

— Isso! — Ela escreve nossos nomes. — Agora a pergunta valendo cem mil, "onde está o corpo de Park Rosé?" Lembrando que não vale respostas de cunho sobrenatural. — Jisoo ergue uma sobrancelha, esperando a minha fala.

— As vezes eu acho que você é mais doida do que eu.

— Eu não sou doida, só acho que não adianta ficarmos sentadas pensando no que aconteceu, vamos ficar paranoicas. E nos seriados, criar um quadro de investigação sempre ajuda.

— Nos seriados eles também prendem os culpados.

— Podemos deixar isso de lado. — Ela dá de ombros.

— Isso! Podemos.... — Me levanto de supetão e vou até Jisoo. —  Deixar isso de lado! O que acha? — Agarro o rosto dela e encho de beijinhos. — Isso não é um sinal divino? Ou... ou... Você é cristã, Jisoo! Entende o que eu estou falando. Deixa a natureza fazer o seu trabalho, não acontece tanta coisa inexplicável por aí? Essa é só mais uma delas, não precisamos fazer uma investigação de um corpo que não existe e provavelmente nunca vai ser encontrado!

Jisoo não parece querer seguir essa ideia, percebo isso pela maneira que me olha, como se duvidasse na minha sanidade mental. Acontece que acreditar no acaso sempre me fez safar de qualquer suspeita, eu tenho 19 anos, nada de verdadeiramente ruim aconteceu comigo durante esse tempo. E eu acredito fielmente que existem dois tipos de pessoa: as idiotas que são pegas pela polícia e as idiotas que querem ser pegas pela polícia. Eu não me encaixo em nenhuma dessas opções.

— Acredite, Jisoo. Não há nada para nos preocuparmos, confie em mim, por favor. — Agarro seus ombros, quase balançando-os para que assim a ideia se implante em sua mente. Não recebo uma resposta dela, na verdade, a receberia se não tivessem batido na porta do nosso quarto.

Jisoo arregala os olhos, tão paranoica que está com medo de ver policiais do outro lado da porta, com um mandato para revistar nosso quarto e recebendo de bandeja nossa confissão escrita por caneta hidrográfica no guarda roupas.

— Já vai! — respondo, nós duas arrastamos o guarda-roupas para a parede novamente, e enquanto caminho para atender a porta Jisoo olha para as próprias mãos manchadas de tinta, esconde o canetão debaixo do travesseiro e limpa descontrolavelmente as mãos no vestido. Destranco a porta e estou preparada para mandar a merda qualquer pretende de Jisoo ou Woozi e sua certeza que somos melhores amigos agora, mas o que vejo me faz recuar como um bichinho indefeso.

— Lalisa?

Ela sorri, relaxada, como se estivesse passando pelos alojamentos e de repente decidisse bater na minha porta.

O sol ainda não foi embora e a qualquer momento alguém pode encontrar a professora Manoban parada na porta do quarto da garota que todos já desconfiam — nem que seja um pouquinho — de uma relação estranha que permeia o amor e o ódio, e definitivamente, não é a relação mais propícia aluno-professor.

No entanto, Lalisa é controversa dos pés a cabeça, ao mesmo tempo que me reprime e cria regras, é a primeira a quebrá-las. No primeiro dia de aula diz que não fica com alunos e flerta comigo depois, no bar diz que não pode pensar certas coisas sobre mim e aceita o meu convite para passarmos uma noite juntas, e então, no dia seguinte, fala veementemente que não podemos continuar nos encontrando e muda de ideia no mesmo instante, sem contar quando ela avisou não ser uma boa ideia irmos ao evento de Woozi e dias depois passou para me pegar. Ali, ela está mais uma vez quebrando as intermináveis regras que só servem para serem quebradas. Logo quando chego a pensar que se distanciaria de mim depois das perguntas indecorosas que fiz sobre Yeri na sala de aula.

Lalisa coloca as mãos no bolso da calça larga e tenta bisbilhotar o que escondo no quarto, já que estou apenas com a cabeça entre o vão da porta. Jisoo aparece por cima de mim, provavelmente querendo saber o motivo da minha demora.

— Olá, professora Manoban, que bom ver você... de novo por aqui.

Dou um cutucão em Jisoo e ela engole um "aí."

— Eu, é... pois é... — Lalisa olha para o lados, talvez tenha percebido que foi longe demais vindo até aqui pela segunda vez. — Preciso conversar urgentemente com Jennie sobre um trabalho, como ela não apareceu na minha sala ontem e nem na aula de hoje, fiquei bastante preocupada.

Quase sorrio ao pensar em Lalisa preocupada comigo. Penso em diversas desculpas para ocultar o motivo da falta na aula de hoje e o bolo que a dei ontem. Não acho que a delegacia libere uma declaração de comparecimento além do B.O que fizemos, e explicar como eu e Jisoo jogamos um carro no lago implicaria em mentiras mais elaboradas que uma visita aos pais e um cachorro falso morto.

— Jisoo, por que não sai um pouquinho? 

— Não, estou bem aqui. — Ela continua encarando Lalisa, com a cabeça em cima da minha.

— Jisoo? — falo de novo, pausadamente.

— Jennie? — ela responde do mesmo modo. — No momento, acho que temos coisas mais importantes para nos preocupar do que com o trabalho da professora Lalisa, e já me desculpando se soei grossa, professora.

Preciso inspirar pelo nariz e expirar pela boca para conter a minha vontade de bater em Jisoo. Lalisa parece absorta naquele embate silencioso entre mim e minha irmã.

— Só um momento, Lalisa. — Sorrio breve antes de fechar a porta, tranco novamente e me viro para Jisoo. — Qual o seu problema? — sussurro.

— Não estou gostando de Lalisa aparecendo aqui, isso está saindo de todos os limites possíveis, não acha? Além de ser conveniente demais.

— O quê? O que é conveniente demais? E o que você sabe sobre limites? Logo você, Jisoo? — Me aproximo dela, e com isso, me distancio da porta, com medo de sermos ouvidas.

— Você sabe muito bem! E sobre limites, alguma de nós duas precisa ter. Agora eu sou a única que acha essa merda estranha demais. — Ela aponta para o guarda roupa, com as anotações.

— Só você — respondo, relutante. — E eu vou sair por aquela porta com Lalisa, porque diferente de você, ela não me faz ficar pensando nesses problemas...

— Nos problemas que você nos causou! — Ela grita, e tapo sua boca com as mãos, alarmada.

— Você quer me foder? É isso? — Sua respiração é abafada pelas minhas mãos, seus olhos estão lacrimejantes, me fitando sem piscar. — Quer que o campus inteiro descubra o que eu fiz? O que nós fizemos? Quer que eu seja presa? Por que você não liga pra porra do papai? Talvez ele consiga te tirar dessa antes que seja tarde demais, então aproveite enquanto é tempo, porque quando eu for pra cadeia as únicas coisas que te farão se sentir viva de novo vai ser cheirar coca como uma louca e transar com homens com o dobro da sua idade. Você quer isso, Jisoo? — Ela balança a cabeça em negação. — Então nunca mais se meta na minha relação com Lalisa. Eu te amo, e não me perdoaria se precisasse fazer algo contra você.

Assim que a solto, Jisoo dá passos vacilantes para trás. Ela me olha de uma forma difícil de decifrar e que eu não tenho tempo para conjecturar sobre. Não posso deixar Lalisa esperando por muito tempo e correr o risco de ser vista pelos corredores.

— Vou chegar antes do jantar — sussurro. — Podemos pedir pizza e eu prometo que pensaremos em algo para te acalmar.

Jisoo não me responde, está impassível, e só o que me resta é sair do quarto.

Fecho a porta e preciso de segundos para respirar profundamente, ao abrir os olhos vejo Lalisa há alguns metros de distância, quase na saída do andar, os braços apoiados na base de sustentação do muro. Ela está distraída, os cabelos voam levemente pela brisa de fim de tarde que torna o céu uma mistura rosa, e parece não se importar caso for pega ali, então, com calma me junto a ela, mantendo uma distância segura entre nós.

— Está tudo bem entre você e sua irmã? — Ela me olha de lado, alguns fios de cabelo voam pelo rosto.

— Não, mas vai ficar. Somos inseparáveis.

Ela tem um sorriso estranho quando diz.

— Deve ser bom ter alguém assim. — Se limita a dizer. — Inseparáveis...

Percebo em Lalisa uma aura ansiosa. Ela realmente não queria vir até aqui, mas pela forma que morde os lábios e aparenta estar em um conflito interno pelas pupilas, talvez tenha agido por impulso e esteja, neste exato momento, se culpado por isso. Lembro-me dela dizer que não consegue ter controle sobre mim, e talvez também não tenha controle sobre a forma que age quando pensa em mim.

Agora estou imaginando Lalisa dentro do carro, no estacionamento do campus, batendo as mãos no volante, fula por não conseguir ir para casa, e por fim, ela sai do veículo para caminhar a pé até aqui. Os sapatos estão sujos porque ela provavelmente passou pelo caminho que não é permitido a entrada de carros e vive sujo de lama, já que o esguicho de água que molha as plantas escorre terra para o meio do caminho.

Mas Lalisa me tira desses devaneios com um só olhar, ela abre a boca e depois a fecha. Seus lábios estão borrados, o batom é só um resquício que quero acabar de tirar mais tarde.

— Por que veio me ver, Lalisa?

Ela ri, constrangida, e abaixa a cabeça, como se houvesse algo de muito importante para se vê lá embaixo.

— Não sei. Quando eu vi já estava aqui eu... Na verdade, eu sei, sei exatamente porque vim, mas vou me arrepender tanto depois que disser que só quero alguns minutos para criar coragem para ir embora.

As nuvens escurecem acima de nós enquanto seguro a minha vontade de chegar um pouco mais perto.

— Um arrependimento a mais, um a menos... você vive se arrependendo, professora.

— Não é uma imagem muito legal de se ter, não acha?

— É melhor do que a minha, pode ter certeza.

— A sua? — Ela olha para o céu, pensando. — Você é uma garota teimosa, intensa e determinada em me tirar do sério, a minha é muito pior do que a sua, sou uma professora pecaminosa que levou uma estudante nove anos mais nova para o mal caminho. Às vezes, imagino uma chamada sensacionalista na TV exatamente assim.

— Se você não falar por que veio aqui essa imagem vai mudar? — sugiro, um tanto quando debochada.

Lalisa levanta uma sobrancelha, forma punhos com as mãos e no fim respira fundo, desistente.

— Venha passar essa noite comigo. Na minha casa.

Um meteoro atinge o meu peito, preciso de alguns minutos para me recuperar. Lalisa não precisa da minha resposta, mas ela a espera mesmo assim, ansiosa, então eu maneio a cabeça em afirmação porque não tenho voz para dizer um simples "sim" porque tenho medo do que vou dizer se abrir a boca naquele instante.

Sinto muito por Jisoo, pelo visto, não irei chegar antes do jantar.

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