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|livro dois| rogationem

Minha cabeça lateja numa pulsação constante, é uma dor intensa, não consigo raciocinar ou me situar. Tento abrir os olhos, mas as pálpebras estão pesadas, sendo assim, os sons ao redor se tornam o foco da minha atenção. O silêncio é cortado por um gemido baixo e ruídos de metal, um tilintar delicado, como se alguém se esforçasse para não me acordar.

Uma carga de adrenalina sobe pelo meu estômago e faz o meu coração bater mais rápido. Estou presa, deitada de barriga para cima com os braços e pés estendidos na medida do possível para uma cama de solteiro. Meus pulsos ardem e minhas pernas estão formigando pelo tempo na mesma posição. Abro a boca para gritar, mas não consigo. Merda, está tapada por uma fita. A respiração se acelera, ressoa rápido pelos meus ouvidos junto às batidas do meu coração. O escuro e a dor, a vontade de me mexer...

Engulo em seco. Não posso chamar atenção de quem está levantando a minha blusa.

Alguém está levantando a minha blusa?

Arregalo os olhos e acerto um tapa na mão intrometida. As algemas que me prendem a cama tilintam no processo.

— Hm! — Solto um grito abafado pelo tampão.

Bambam repousa a mão ao lado da cama. Ele está sentado ao meu lado.

Não sei por quanto tempo fiquei inconsciente, mas a luz do quarto está acesa e me faz piscar com dificuldade. É como se alguém estivesse esfregando o meu cérebro em uma parede de chapisco, pontinhos pretos dançam pela minha visão. Fecho os olhos com força, soltando um murmúrio dolorido.

Durante esse tempo, Bambam remexe na maleta ao lado da cama, fora do meu campo de visão. Ele liga uma lanterna pequena na frente dos meus olhos. Afasto a cabeça do facho de luz, não quero ser um experimento, ser aberta como Woozi, sofrer sem poder lutar contra, mas Bambam me força a ficar quieta enquanto abre os meus olhos. Suas mãos estão cobertas por uma luva de látex e os cabelos reluzem em um branco translúcido devido à luz do entardecer atravessando as persianas.

Ele não parece preocupado com a possibilidade de alguém passar pelo corredor e ver, sem querer, Woozi preso na parede atrás de mim. Ele está vivo, o gemido que ouço vem dele, mas não consigo vê-lo. Mover a cabeça é um ato trabalhoso demais.

— Você tem um corte feio na barriga que está prestes a infeccionar... — Bambam ignora a minha segunda tentativa de pará-lo e levanta a minha blusa. Forço o meu corpo para cima, para fugir das mãos dele, mas a minha cintura também está presa à cama.

— Hmhmmmhm!!! — berro ou tento.

Ele me arrasta para perto com um puxão.

— Ei, ei! Fica quieta!

Em desespero, observo-o apanhar algumas gazes.

— Não sei quem te indicou essa pomada cicatrizante... na verdade eu sei, é a cara de Lalisa. Mas umidade dificulta a cicatrização. — Bambam estala a língua no céu da boca. — Que sutura de merda é essa...? — Ele me toca com tanta delicadeza que demoro a sentir a gaze na minha barriga.— Esses pontos vão formar uma cicatriz bem feia... foram feitos de maneira porca.

Assisto aquilo com os olhos arregalados, sem saber como agir. Ele abriu a garganta de Woozi e o prendeu vivo na parede, me drogou e me amarrou na cama, debaixo do menino que cortou a garganta... enquanto limpa um ferimento infeccionado como se nada tivesse acontecido?

Bambam lê os meus pensamentos.

— Desculpe por isso... — Ele aponta para as algemas com os dedos enluvados. — Eu quero conversar com você, mas não consigo fazer isso se tentar me matar e, por favor, não me olhe assim... — Bambam afunda o indicador na ponta do meu nariz, estampando um sorriso singelo. — Eu sei que você vai me atacar se eu te libertar das algemas.

Mexo o meu corpo de um lado para o outro, porém, encerro os movimentos em um arfar. Suor frio escorre pela minha testa.

— HMHMHMHMHM! — rebato.

Bambam massagea as têmporas. Posso imaginá-lo prescrevendo uma dose cavalar do que há de melhor para me fazer dormir por uma semana ininterrupta.

— Quanto mais se mover, mais demorado vai ser. Acredite em mim.

Maneio a cabeça em negação.

— Hmhmhm hmhmhm hmhmhm! — respondo.

Os seus olhos estreitam.

— O que disse, querida? Você fala para dentro.

Filho da puta.

Solto um bufar impaciente.

Bambam ri da minha cara, sua risada é escandalosa. Até que puxa o tampão da minha boca.

— Eu disse que eu quero que você vá para a porra do inferno seu resto de aborto! — Minha voz sai esganiçada. Doeu tanto proferir essa frase que me engasgo.

Bambam retira a luva de látex, despreocupado.

— Imaginei que fosse algo do tipo.

Continuo a proferir o máximo de palavrões que consigo.

— Me solta daqui, porrinha. Ou eu juro...

Ele ergue uma sobrancelha.

— Que vai me matar? Eu sei que quer muito me matar, Jennie, mas você precisa ouvir o meu lado antes.

Ele quer que eu ouça o seu lado da história? Solto uma risada anasalada, incrédula. Estou pouco me fodendo. Quero que Lisa descubra para onde ele se mudou, vou queimar o bairro inteiro.

— Eu já ouvi o suficiente sobre você, Bambam — respondo entre dentes.

Ele passa a mão pelos cabelos platinados, como se estivéssemos batendo papo em uma cafeteria. Bambam parece galanteador, do tipo que te leva a um restaurante caro no centro, onde passa metade da noite falando sobre como Ibiza é subestimada e como é difícil ser rico hoje em dia. Ele vai ficar bravo quando você se recusar a dar para ele no fim da noite, porque acha que é impossível uma garota em sã consciência não querer transar com ele.

— ...Mas você ouviu o que Lalisa disse sobre mim — retrucou ele, como uma criança pirracenta. — Aposto que ela contou a história da praia, que eu a acertei com a pedra na cabeça. Foi uma brincadeira! As franjas combinam com ela. Assunto encerrado.

— Eu não quero saber nada sobre você, Bambam! — respondo em um grito.

Por que ele não me mata logo? Se me torturar com essa conversa por mais meia hora, que abra a minha garganta de uma vez. No entanto, Bambam também perde a paciência e segura o meu queixo com força, obrigando-me a olhar para o fundo dos seus olhos frios, eles não são profundos ou escondem algo, como os de Lisa. Os olhos de Bambam são como uma piscina rasa.

— Você deveria se considerar sortuda, vadiazinha. — Ele aperta o meu queixo, espremendo os meus lábios. — Aquele seria o seu destino... — E aponta para Woozi. — Pelo que fez ao meu pai e à minha casa, mas mudei de ideia no caminho, e mesmo que você não goste desse garoto o trabalho que terá para tirar o corpo dele daqui será uma forma divertida de te punir, mas não é o quinto do que você merece.

Bambam afrouxa o aperto, eu aproveito a proximidade para cuspir na sua cara.

Ele se afasta com brusquidão.

Espero um tapa, um puxão de cabelo, espero que ele faça comigo o que homens fazem com mulheres que não aceitam suas imposições, mas Bambam apenas limpa as bochechas com um lenço. O silêncio pesado perdura por pouco tempo, pois logo sua risada ecoa pelo quarto, arrepiando a minha espinha.

Sinto o gosto de bile na boca junto a uma ânsia de vômito, estou com nojo.

— Eu sabia que Lalisa estava guardando algo precioso... Mas não imaginava que fosse tão precioso assim. — Ele me olha como uma criança apreciando o brinquedo que quer ganhar no natal. — Ela deveria saber que não consegue esconder nada de mim, não por muito tempo.

Não desvio o olhar, por mais que fosse doloroso encará-lo.

— Lisa não está me escondendo de você, ela nem se importa comigo.

Por mais que eu me iluda pensando o contrário, que tente ver um lapso de bondade em Lisa, eu sei como a cabeça dela funciona e sei que não há nenhuma chance da nossa relação ser verdadeira. Me esfaquear deixou as coisas bem claras, mas Bambam parece discordar.

Ele entra em uma crise de risos.

— Você não faz ideia, não é...? Por Deus, não seja tão burra, Jennie. Faz mal à saúde.

Um franzido se forma entre as minhas sobrancelhas.

— O quê...? Do que você está...?

Mas um toque de celular se soma às risadas de Bambam, ele se levanta e me dá as costas.

Enquanto isso, uso essa distração para procurar uma forma de me soltar. A mala dele está acima da minha escrivaninha, cheia de ferramentas que posso usar para quebrar as algemas, mas não conseguirei pegar nada sem fazer barulho. Forço o meu o braço para cima, testando a firmeza das algemas, elas são fortes.

Bambam vira a cabeça para me olhar, abaixo o braço apressadamente.

— ... Estou um pouco ocupado agora, problemas familiares, sabe como é. A senhora Park? Nossa... me esqueci totalmente dela! Remarque a consulta para as 19h, acho que consigo chegar a tempo. Não, não, claro que não, você nunca atrapalha. Faça o que eu te pedi, okay? Estou chegando... — Ele faz uma careta enquanto fala com a pessoa do outro lado da linha. — Obrigada por me lembrar, querida.

Bambam desliga a chamada e retorna a atenção para mim. Odeio vê-lo de pé na posição em que estou, amarrada e indefesa, esperando um homem decidir o que fazer comigo. Ele cruza os braços, os músculos sobressaem na camisa social.

— Nosso tempo está acabando, Jennie. Não gosto de deixar os meus pacientes esperando.

Levanto as sobrancelhas, zombeteira.

— Você é médico...? Meu deus... — Solto uma risada amarga.

Bambam chega mais perto.

— O que há de errado? É o disfarce perfeito... — Com o indicador, ele traça o caminho de uma veia saliente no meu pescoço até chegar na cruz, no meio dos meus seios. Seus dedos estão quentes, mas me causam repulsa. — Me sinto o Deus para o qual você reza todas as noites — sussurra.

Meu peito sobe e desce debaixo das falanges dele. A lembrança de Lisa tocando aquela cruz semestre passado ganha vida pelas minhas pupilas. Naquela época, ela parecia ser uma professora ousada, quebrando as regras impostas com tanto afinco na sala de aula. Bambam é a segunda pessoa que toca o meu passe para o inferno sem vergonha alguma.

Quero testá-lo.

— Me acha religiosa, doutor? — pergunto com um sorriso mínimo.

— Não, nenhum pouco. — Ele recolhe a mão, desviando os olhos. — Costuma fazer isso muitas vezes, Jennie?

Faço um biquinho provocativo, estufando o peito para que meus seios se destaquem.

— Fazer o quê?

Bambam ri, incrédulo.

— O que acabou de fazer. Seduzir homens fingindo ser uma garota inocente, brincando com a culpa divina deles e a vontade que possuem de tirar a sua falsa virgindade.

— Costuma funcionar com frequência — admito. — Funcionou com Lisa.

Bambam faz uma careta.

— Claro que funcionou.

Respiro fundo, desistente. Todas as minhas tentativas se foram, não posso lutar, não posso seduzi-lo, não posso ao menos me mexer. Meus pulsos, minhas pernas e a minha cabeça doem. Woozi se cansou dessa conversa e preferiu morrer, sortudo, não ouço mais nenhum gemido dele e, com isso, fecho os olhos e rezo. Não peço muitos favores a Deus, mas rezo baixinho para que leve Woozi de uma vez.

Meus olhos se enchem d'água e minha garganta fica dolorida. Quero chorar, nunca quis tanto chorar. Estou exausta, não há uma parte do meu corpo que não esteja doendo.

— O que você quer? — pergunto de novo, em um fiapo. — Não me parece alguém que fez tudo isso só para me contar o seu lado da história.

Ele suspira, também aparenta estar cansado.

— Sei que você quer matar Lalisa — disse simplista. — Se fosse há alguns anos atrás eu ficaria com ciúmes. Só eu posso tentar matá-la, entende? Mas bem, acho que isso deixou de ser divertido há algum tempo, então eu posso te ajudar.

Ele quer... o quê?

— Me ajuda a... — Passo a língua pelos lábios secos, piscando na mesma rapidez que um beija flor bate asas. — A matar Lisa?

Bambam franze as sobrancelhas.

— Não é isso que você quer?

É... ou era.

Mais cedo, disse a Lisa que queria matá-la, mas agora não sei se falei da boca para fora. Quando saí daquele cemitério, matar Lisa era a única coisa que me mantinha viva. Eu deveria matar Lisa, é, deveria. Eu quero matar, Lisa? Querer de verdade? Ela merece, certo? Tenho certeza que ela merece. Mas o mundo está cheio de injustiças...

Balanço a cabeça.

— Como você sabe disso? Como sabe... sabe que quero matar Lisa?

— Você não é tão Low Profile como pensa ser. E eu monitoro Lalisa há algum tempo... — Ele me dá um sorriso sapeca. — Só não conte a ela.

Minhas sobrancelhas se erguem.

— Você sabia que Lisa mataria o seu pai?

Bambam dá de ombros.

— O segredo é fazê-la achar que está a um passo à frente. Sempre funciona. A questão é que eu sei como abalar Lalisa, sei dos pontos fracos ... — Ele se aproxima e afunda os dedos na minha ferida. Me contorço em um grito agudo, mas Bambam continua por cima das minhas súplicas. O rosto a centímetros do meu. — Eu sei onde dói.

Engulo um arfar de alívio quando o aperto cessa. Com o rosto úmido, tanto pelas lágrimas quanto pelo suor, fito-o com ódio. Sangue preenche a minha boca, mordi a língua enquanto gritava.

— Você vai precisar de mim se quiser matá-la. — Bambam conclui. — E não se engane, você precisa matá-la, senão ela vai te matar. Lalisa é boa nisso, em ganhar tempo. Aposto que está sendo boa com você... te enchendo de presentes... — Ele tira o celular do bolso, é o que ganhei esta manhã. — Roxo é a cor favorita dela.

Bambam deixa o celular na escrivaninha, junto a uma chave. Avanço para pegá-la como um moribumbo ao ver um copo d'água no deserto, mas ele levanta o metalzinho no ar e, cuidadosamente, o deixa na beirada do móvel.

— Me ligue quando estiver pronta, meu número está no seu celular. Tranquei o gato no banheiro porque o desgraçado não parava de miar, mas é melhor deixá-lo fora do meu caminho... — Ele forma garras com as mãos, sorrindo. — Foi uma tentação não apertar aquele pescocinho... E ah! Woozi! — Bambam paira o olhar acima de mim, para o garoto preso à parede. — O nome dele é mesmo Woozi? Enfim, ele vai morrer.

Prendo a respiração, então ele ainda não está morto. Bambam prossegue:

— Se você tirá-lo dessa posição, vai comprimir a única passagem de ar que ele possui. Meu conselho é: se gosta minimamente dele, mate-o antes ou Woozi terá uma morte lenta.

Não há mais luz do sol do lado de fora das persianas, somente escuridão. Quanto tempo durou essa conversa? Parecia ter se passado séculos. Não tenho forças para mandá-lo ao inferno, não mais. Bambam fecha a mala com um clique e confere as horas no relógio de pulso.

— E faça depressa, Lalisa está chegando. Deixo para você explicar a ela o que aconteceu aqui, mas o meu conselho é: Minta. — Bambam apalpa os bolsos, checando se não esqueceu nada. Despreocupação estampa o seu semblante. — Normalmente, Lalisa sabe quando alguém está mentindo, mas estará abalada demais para notar. Ela também vai apresentar comportamentos controladores a partir de agora. Aceite ser protegida, é a forma que ela encontra para não surtar de vez... e por Deus, não a deixe surtar. — Ele faz uma careta. — Tivemos que nos mudar de país depois do último surto.

Fecho os olhos com força, respirando espaçadamente. Bambam ajeita o meu cabelo. Nunca quis tanto matar alguém em toda a minha vida mas, ao mesmo tempo, sei que não posso, porque preciso dele.

— Troque o curativo do seu ferimento duas vezes ao dia e lave com água e sabão. — Ele sorri largo, o mesmo sorriso que me deu de início. — Foi um prazer conversar com você, Jennie. Até mais.

Bambam sai porta afora, despreocupado.

Solto um grito raivoso.





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