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Capítulo 5 - Nosso Reencontro


"Vivo sonhando com o teu sorriso, com os teus olhos..."


Scarlett estremeceu ao entrar em contato com o ar frio da noite. Cruzando os braços sobre o peito, apressou o passo e os saltos de suas botas, batendo no chão do piso vermelho, fizeram um barulho tão alto que quase a impediram de notar o som leve do piano tocando a poucos metros dela. Encantada com as notas que a brisa leve trazia em sua direção, parou para ouvir, esforçando-se para reconhecer a melodia.

No entanto, apesar da música lhe parecer estranhamente familiar, era diferente de todas que já ouvira anteriormente. Esquecendo-se do frio e da neblina avermelhada, seguiu para o local de onde vinha o som, indo dar num edifício triangular em mármore escurecido, de dois andares, atrás de uma pequena colina de flores negras e brancas. O único sinal de que havia alguém ali era a luz dos castiçais das velas que se filtrava por baixo de uma porta, nos fundos do hall, visível através das portas de vidro da entrada.

Scarlett tentou abri-las, mas ambas estavam trancadas. Sem parar para pensar no que ia fazer, começou a procurar outra entrada, dando, afinal, com uma porta lateral. No maior silêncio possível, dirigiu-se para a sala de onde vinha a música. Diante da porta ligeiramente aberta, tirou as botas e, com elas segura em uma de suas mãos, entrou devagarinho.

Só um castiçal de uma única vela colocada junto ao piano branco, iluminava o ambiente. À luz dessa vela, Scarlett viu um vampiro, totalmente absorvido pela música que estava tocando. Sobre o banco, ao lado dele, havia um sobretudo longo, e a camisa branca, de peitilho pregueado que ele estava usando com o colarinho aberto e as mangas arregaçadas, dava-lhe um ar confortável de quem se encontra totalmente à vontade naquele ambiente.

Sentindo-se como uma ladra sorrateira, mas não querendo interromper a bela audição anunciando sua chegada, Scarlett entrou, mantendo-se nas sombras.

A música mudou para um ritmo alegre e rápido, que a fez lembrar-se de sua infância ao brincar escondido com as crinaças humanas. Recostando-se na fria parede de mármore, ela fechou os olhos e sorriu, a mente cheia de visões de sua infância feliz, passada numa propriedade Redfild na região de Sallynas, em Morlóvia. De repente, a música mudou novamente. As notas leves desapareceram, substituídas por acordes hesitantes, cheios de medo. Scarlett abriu os olhos. Uma estranha transição havia ocorrido no vampiro diante dela.

Seria impossível dizer se o rosto dele refletia a mudança de humor. Ele havia se colocado em tal posição, que só estava podendo ver-lhe as costas. Mesmo assim, esquecendo-se da música por um momento, estudou-o com atenção. Os cabelos do desconhecido eram escuros e espessos, com rebeldes ou seria selvagens, mas naturais que estava cortados de uma maneira bastante diferente dos demais vampiros da região, pois todos o usavam até o colarinho ou mesmo longos; os ombros, largos, e a cintura, estreita. A postura e o à vontade com que ele tocava as teclas, além do óbvio talento, fizeram com que ela se perguntasse se não seria ele uma das criaturas contratadas para animar a festa. Corria a boca pequena que alguns humanos de sangue impuro faziam parte de alguns músicos pela região, muito deles até recebiam proteção de alguns clãs por causa da mistura de espécies.

De repente, a música parou. Só um eco permaneceu em seus ouvidos, enquanto devagar, deliberadamente, o vampiro se voltava e olhava em sua direção.

— O que você quer?

A voz dele cortou o ar como uma espada de dois gumes. Mesmo na penumbra, Scarlett pôde ver-lhe o ar sombrio. Num gesto inconsciente, pressionou as costas contra a parede de mármore, tentando confundir-se com o ambiente para escapar aos olhos perspicazes que a tinham descoberto no cômodo escuro com tanta facilidade quanto se estivesse debaixo de holofotes. Os segundos se passaram vagarosamente, controlados pelos ponteiros de um pêndulo em cristal vulcânico do antigo clã Alucard. Mentalmente, ela tentou arranjar uma desculpa para seu comportamento indelicado, mas, antes que pudesse abrir a boca, uma revelação atingiu-a. Mesmo sem nunca ter visto aquele rosto com clareza, percebeu que o vampiro ao piano era o mesmo que ela tanto desejo possuir, e que observara aquela tarde. Por duas vezes, fora culpada de observá-lo às escondidas.

— Eu... eu... Desculpe... — Gaguejou depois do que lhe pareceram horas, adquirindo a cor vermelha da vergonha que se seguiu. — Eu não quis ser indiscreta. Deveria ter lhe dito que estava aqui. — Virou-se para sair.

— Espere!

Scarlett voltou-se em tempo de ver o ar zangado do vampiro desaparecer, substituído por um olhar de uma estranha curiosidade.

Percebendo que não tinha mais escolha, Rigard dominou a irritação que sentira ao ser descoberto em seu esconderijo secreto, a sala onde muitas vezes espionava a sua mãe tocar, e convidou-a a se aproximar com um gesto de mão. Depois de quase esbarrar nela na festa, ele havia se fechado na sala de música, para evitar qualquer encontro acidental. Ainda não estava pronto para entrar em contato com ela. Não a observara o bastante, não sabia nada dela.

— Não era minha intenção ser rude. Quer alguma coisa?

A voz grave soou como uma carícia, e Scarlett tentou sorrir.

— Não. Ou melhor, nada, além de ouvi-lo tocar. O que você estava tocando era lindo.

Ela viu os olhos do vampiro, fixos em seu rosto, estreitarem-se e foi tomada pela esagradável sensação de estar sendo inspecionada e analisada. Então, de um modo sutil, quase impossível de se perceber, a postura dele mudou, tornando-se menos fechada.

— Obrigado... — Ele disse, devagar, E, como se a tensão de segundos atrás nunca tivesse existido, perguntou com uma calma assustadora. — Não quer vir para cá, ouvir? A acústica aqui deve ser melhor do que aí, contra a parede enegrecida.

Scarlet hesitou, apreensiva, mas logo se censurou por pensar que o convite pudesse ser mais que um simples gesto de amizade. No entanto, ainda não havia decidido ir ou voltar para a festa, quando ele indicou o lugar junto dele, no banco.

― Será um prazer, se você aceitar My Lady. — Ouviu-o dizer, num tom de voz que lhe deu uma vontade enorme de ficar.

— Tem certeza de que não vou lhe atrapalhar?

Ele sorriu de forma calorosa.

— De jeito nenhum. Vou gostar de ter a sua companhia.

Sem perceber que já tomara uma decisão, Scarlett retribuiu o sorriso e caminhou em direção ao piano.

— Desculpe eu ter entrado como entrei. Não era minha intenção bancar a espiã. Eu só não queria interromper a sua música.

— E eu lhe peço desculpas pela maneira que acabei reagindo. Você me pegou de surpresa. Estava perdido em pensamentos e não esperava companhia.

— Sua música não sofreu com isso. Eu seria capaz de jurar que você estava totalmente absorvido por ela.

Ele recebeu o elogio com um leve sorriso.

— Tocar piano é um hobby para o qual não tenho tido muito tempo, ultimamente. Estou meio enferrujado.

Então ele não era um profissional, e sim um amador talentoso. Que desperdício!

Parando ao lado dele, Scarlett estendeu-lhe a mão.

— Sou Scarlett Redfield, do clã Redfield, uma enviada para assuntos externos do clã Lunar lutando para subir na vida e, como já descobriu, uma péssima espiã.

Dedos fortes, de artista, fecharam-se em torno de sua mão, segurando-a um pouco além do tempo necessário, mas não o bastante para que se sentisse embaraçada e quisesse quebrar o contato.

— Rigard Dimitrescu, My Lady Redfield. E tenho certeza de que, se o grupo de Investigadores Sobrenaturais é que saiu perdendo, o terceiro ramo de seu clã saiu ganhando.

Polido, Scarlett pensou. Muito reservado e polido demais para ter sido criado dentro de Morlóvia. Ele lhe fizera um elogio, sem fornecer a menor informação a respeito de si mesmo. Apoiando os cotovelos sobre o piano, ela se inclinou para a frente, os cabelos cobrindo-lhe os ombros como um manto sedoso.

— E quem ganhou com a perda da música? — Perguntou tentando descobrir algo sobre o fascinante vampiro ao seu lado.

— A estratégia. Estou no campo das conquistas e das descobertas místicas.

— Planejando, observando ou esmagando?

— Um pouco dos três.

— Você não trabalha para um dos três principais clãs, trabalha? — Ela tinha encontrado os demais líderes a dias atrás, o mais novo planejamento de acabar ou não com a infinita rixa entre os humanos e os vampiros.

Fora um ótimo trabalho, e os outros clãs não só tinham se mostrado satisfeitos, como ainda haviam lhe agradecido de forma generosa ao terceiro ramo das famílias originais pela iniciativa. Graças a seu sucesso com os demais clãs é que fora designada para também acompanhar as negociações entre Jack e os atuais guardiões do castelo vermelho.

— Não. Trabalho com os Renegados. Nossa base fica...

— No famoso Valle dos Excluídos, Triburtus. Eu teria que ser uma vampira eremita para nunca ter ouvido falar dos famosos caçadores Renegados. — A mente de Scarlett voltou-se para os boatos que ouvira a respeito dos grandes guerreiros Triburtus. Muitas das famílias nobres os usavam como segurança particular e a maioria deles estavam pensando em voltar para Morlóvia e estabelecerem-se em áreas mais baratas do país, onde ocorressem menos preconceito a suas origens e ideias. — Os Triburtus não estão pensando em se mudar, estão? — Indagou, incapaz de esconder o excitamento. Talvez pudesse recrutar um deles para tentar entender esse novo clã que havia surgido a alguns anos atrás.

Rigard riu alto, um som desinibido e feliz.

— Se estivêssemos, tenho certeza de que seria um segredo muito bem guardado.

Scarlett sorriu, meio sem graça.

— Sutileza nunca foi uma das minhas virtudes, mas, em compensação, eu busco pelos manuscritos antigos, nossa cultura é maravilhosa, e com certeza poderemos descobrir muita coisa com os antigos originais. — Jogou os cabelos para trás, num gesto inconsciente que enfatizou a linha de seus seios. Rigard seguiu o movimento com um olhar tão atento que ela quase olhou para baixo, para ver se o vestido estava no lugar certo.

— Você o usa muito bem! — Ele comentou, como se tivesse lido seus pensamentos.

E, ao ver sua confusão, acrescentou. — O vestido. Nem todas as vampiras seriam capazes de usar um modelo tão provocante e ainda parecerem elegantes.

Scarlett engoliu em seco. O elogio fora tão íntimo quanto um beijo, e não estava sabendo se deveria agradecer-lhe ou se mostrar irritada.

Rigard não esperou que ela se decidisse.

— Não foi você que projetou que descobriu os antigos escritos dos originais Alucard, foi?

— Para dizer a verdade, fui, sim.

— Tive chance de ver o seu alguns objetos, hoje. O modo como combinou privacidade, espaço e luxo foi brilhante. Soube dividi-los muito bem entre os clãs nobres. Mas não sei se os seus antigos mestres iriam gostar disso.

Scarlett ficou contente com a observação dele, mas não soube o que dizer. Sentindo-se, de repente, tímida e incapaz de pensar em outra coisa que não fosse um embaraçado.

— Muito obrigada. Resolveu mudar o rumo da conversa.

— Rigard... — Murmurou, saboreando o som do nome tão pouco usual, enquanto admirava o modo como os cabelos escuros cobriam a parte superior das orelhas dele. 

— É um nome de família?

— Deve ser...  — Rigard replicou, devagar, imaginando o que Scarlett diria, se soubesse da verdade. Empurrando o sobretudo para o lado, deu-lhe lugar para se sentar junto dele, e, assim que ela se acomodou, apoiou um dos braços no piano e virou o corpo, de modo a poder vê-la de frente. — Venho de uma família muito grande. Não é impossível que um dos meus antepassados tenha tido esse nome. Mas não somos nobres como os originais. — Mentiu ele, decidindo que uma mentira lhe traria menos complicações.

Scarlett estudou-lhe o rosto, uma verdadeira combinação de ângulos e planos fortes e proeminentes, onde se destacavam as presas salientes e o queixo firme. Os olhos dele eram grandes e escuros, da cor de um lago de montanha esquecidas do Norte, de águas claras e profundas, geladas. De um profundo taciturno; fosse uma palavra usada para descrever seus olhos, descreveria assim os olhos do vampiro diante dela. Pois apesar de cativantes e calorosos, os olhos de Rigard não revelavam nada do que se passava no íntimo dele.

— E Scarlett? É um nome de família?

Scarlett riu.

— Deve ser, mas na minha família eu sou a terceira a receber tal nome. Eu tive a honra duvidosa de receber o nome de uma vampira que o nosso primeiro original amou e sobre a qual escreveu vários manuscritos. Dizem que a primeira Scarlett levou o nosso clã a uma guerra contra os mais de treze clãs de Lycans no passado. Já a segunda foi responsável pela duas grandes guerras contra os humanos e a terceira por incrível que pareça foi caçadora sobrenatural.

Pensativo, rigard permaneceu em silêncio por alguns momentos. Depois, baixinho, recitou.

— Pois a rara e radiante my Lady, que os anjos caídos chamaram de Scarlett...

— Você deve ter tido uma professora de histporia que gostava tanto de nossas lendas quanto minha mãe. — Scarlett exclamou, surpresa. Também foi obrigado a decorar "O vampiro de Sangue Negro"?

O rosto de Rigard fechou-se.

— Não. Eu decorei porque quis. — Abruptamente, ele mudou de assunto. — Vai passar todo o fim-de-semana aqui?

Scarlett sentiu um nó na boca do estômago, já tinha se esquecido do motivo pelo qual estava ali.

— Acho que sim. Peio menos até amanhã de manhã, ficarei por aqui. Você não parece estar feliz com isso.

— E não estou mesmo.

— Quer dizer que não ficou contente com o fato dessa propriedade permanecer aberta?

Scarlett franziu a testa. Que pergunta mais estranha para ele fazer. Então, percebeu.

Rigard devia tê-la visto com Jack e na certa estava achando que partilhava as ideias do último dos Nemesis.

— Eu... — Começou a explicar, mas ele a interrompeu.

— Não precisa responder. Foi uma pergunta indiscreta.

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