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Capítulo 29 - Impasse Total


Scarlett e Rigard foram a um pequeno restaurante do vilarejo que ficava junto à base de um dos principais teleférico das montanhas Nevadas. A noite estava quente e gostosa, com aquele aspecto luxuriante que parece ser uma característica do início do inverno nas montanhas Rochosas de Morlóvia.

Querendo aproveitar o ar noturno e os músicos de rua, Pois nessa época diversos artistas surgiam de diferentes partes do reino. Rigard pediu uma mesa no terraço. O local era coberto por um enorme carvalho centenário iluminado por dezenas de minúsculas luzes coloridas. As notas suaves de uma música dos instrumentos de corda, soberbamente tocada, espalharam-se pelo ar, enquanto eles estudavam o menu.

—Esses músicos são estudantes da escola de música da capital, não são? — Rigard perguntou a Scarlett.

— Acho que sim. Pelo que ouvi dizer, a escola recebe mais de oitocentos estudantes vindos também do reino de Marlóvia, a cada inverno, para cursos intensivos. Como deve saber nessa época do tempo o trabalho nos pequenos vilarejos diminuem consuderavelmente fazendo os pais enviarem seus descendentes para estudarem artes e filosofia, a grande maioria do sexo feminino. O quadro de professores efetivos e convidados dessa escola mais parece uma lista de "Quem é Quem" no mundo da música. Vem gente de todos os cantos do dois reinos para assistir aos concertos.

O garçom chegou para anotar seus pedidos, e Rigard e Scarlett sorriram, agradavelmente surpresos, quando descobriram que tinham escolhido o mesmo prato: filé mal passado com molho pardo.

— Mademoiselle e monsieur não gostariam de escolher uma entrada, também? Disse o Elfo com gentileza.

— Quer dividir comigo um prato de vísceras? — Scarlett convidou.

Rigard imaginou o que ela diria, se começasse a descrever, com detalhes, o que fora sua vida, logo depois que fugira de seu último lar adotivo para ir viver nas montanhas, junto de um grupo de caçadores mercenários. Tivera tanto medo de ser encontrado e mandado de volta, que não se atrevera a sair de seu esconderijo por muito tempo e, em desespero, comera tantas criaturas semelhantes ao monstros que hoje são exterminados por muitos caçadores por se haver se tornado pragas em muitas regiões do reino de Morlóvia e que agora sentia-se mal só de pensar em comê-las de novo, por mais bem preparadas que fossem.

— Agora não. Talvez em outra oportunidade! — Respondeu sem conter o nojo que de repente sentiu.

O garçom saiu para transmitir o pedido, prometendo voltar logo com a garrafa de sangue desejado.

Estendendo o braço por cima da mesa, Scarlett segurou a mão de Rigard. Estava ansiosa para aprender o máximo possível a respeito dele. De repente, sua maior vontade era se tornar uma parte dele, como ele era agora, como fora antes.

— Você sabe alguma coisa sobre o seu nascimento? Ou mesmo por que de todos os acontecimentos? Bem... Eu só... — Perguntou gentilmente, tentando fazê-lo continuar a conversa daquela tarde.

Rigard olhou para suas mãos entrelaçadas. Se pelo menos não fosse tão difícil falar, pensou.

— Me contaram que meu pai foi um dos líderes mais valentes e promissores em sua geração, e que o segundo clã naquela época era muito respeitado por suas conquistas e decisões dentro do conselho dos anciões, tanto que o primeiro clã acabou desenvolvendo um certo grau de rivalidade. Em alguns dos manuscritos que li, ele também é chamado de Tempestade Vermelha. Era um vampiro tão alto quanto eu e um grande guerreiro. A segunda geração mais próxima dos antigos fundadores, outros comentavam que o clã Dimitrescu seria o clã mais direto vindo dos Alucard. — Com o polegar, ele se pôs a acariciar as costas da mão dela. — Se bem que isso não tem nada de extraordinário, pois os Alucard eram conhecidos por sua altura e a ferocidade com que lutavam contra os outros clãs e a raça humana. Uma ferocidade pela qual eles pagaram caro, no fim. Hoje, nenhum manuscrito afirma ou ostenta o nome deles, e, a não ser pelo fato de aparecerem em velhos contos espalhados por vilarejos assim, os Alucard, assim como o clã Dimitrescu foi completamente banido, eles são um povo praticamente esquecido.

— Você acha que é um deles? Que foi por isso que Jack fez o que fez com você e seus pais? Tem alguma pista do nome que seus pais escolheram para você anteriormente. Pois com certa o seu nome lhe daria mais pistas. Seu nome seria a única forma de ligação com um passado desconhecido, e ele tecera tantos sonhos em torno desse nome que o transformara em algo precioso e particular, difícil de ser discutido. Foi por isso que levou algum tempo para responder à pergunta simples de Scarlett.

— Já pensei nisso. E posso lhe garantir que o nome Rigard Dimitrescu foi muito mais fácil de ser investigado que o nome Vladimir, Vlad.

Sem ter ideia do que poderia dizer para ajudá-lo, Scarlett limitou-se a ouvir.

— Quando eu saí das terras onde fomos praticamente obrigados a viver... — Vendo a surpresa nos olhos dela, Rigard lembrou-se de que não tinha lhe falado a respeito dos anos que passara com os caçadores mercenários. — Qualquer hora eu lhe conto tudo sobre isso. Eu prometo!... — Prometeu. — Mas, quando eu saí daquele lugar, voltei para Marlóvia, para ver se encontrava alguém que soubesse me explicar o verdadeiro motivo que levou os acontecimentos. Encontrei muitas mentiras e nenhum manuscrito sobre o que aconteceu. Não sei o que eu esperava, mas, fosse lá o que fosse, nunca aconteceu. Eu costumava procurar até achar alguém bem alto ou com olhos azuis como os meus, e daí em diante passava a seguir essa pessoa como se fosse uma sombra. Alguns devem ter se assustado bastante. Imagine, serem seguidos por um adolescente vampiro cabeludo e maltrapilho, com ar de selvagem! O que eles não devem ter pensado... Bem, mas, como eu não sabia o que estava procurando, não é de admirar que nunca tenha encontrado.

O garçom voltou com a garrafa de sangue e, depois de esperar que Rigard o provasse, serviu-os e tornou a desaparecer.

— Fiquei sabendo que você era a criança de quem o diretor mais gostava na escola. — Rigard comentou, aproveitando a interrupção para desviar a conversa de si mesmo.

Scarlett riu.

— O diretor gostava era de me mandar de volta para o reino de Morlóvia. Eu estava sempre me metendo em confusões por desobedecer às regras da academia real. Mas como foi que você soube disso?

— Segredo!

Ela pensou por um instante.

— Já sei! Você esteve conversando com Isarnia, a Lycan mais selvagem e problemática do que eu. O que mais ela lhe contou? Não todo o meu negro passado, espero!

— Ela não me contou nem a metade do que eu gostaria de saber. Nunca me canso de ouvir falar a seu respeito.

Por cima da taça de sangue, Scarlett fitou-o com olhos sorridentes.

— Que coisa linda de se ouvir!

Rigard sorriu, agradecendo, antes de indagar.

— Mas como foi que esse terror infantil se transformou num membro tão sólida e respeitada do mundo dos caçadores de elite?

— Em cinquenta palavras ou menos?

— Use até cem, se precisar... — Ele ofereceu, generoso.

— Bem... eu aprendi a ser mais civilizada. Aprendi que existem muitos meios de uma vampira conseguir o que quer, sem precisar ser hostil ou agressiva. E aprendi também a aceitar o que não posso mudar. — Scarlett riu. — Você não imagina como a minha vida se tornou mais fácil quando parei de tentar transformar todas as vampiras do nosso reino em feministas militantes. Quando jovem acreditava que todas deveriam se tornar guerreiras e se igualar aos vampiors, mas eu estava errada. Cada uma tem a sua própria habilidade e seus sonhos particulares para conquistar. Agora, não só sou capaz de controlar o meu temperamento, como ainda mantenho a boca fechada nas reuniões de nosso clã. O que não deixa de ser um fato e tanto, principalmente quando um dos mais velhos anciões de nosso país começam a proclamar que os reinos estariam bem melhor se as vampiras não tivessem abandonado os seus afazeres, que é o lugar delas.

Rigard ergueu as sobrancelhas com ceticismo, o que fez Scarlett rir de novo.

— Bem, eu quase mantenho a boca fechada. Pelo menos, não reajo mais aos gritos e poupo a rainha-mãe de ouvir inúmeros sermões sobre o que ela fez de errado ao me educar. — Ela fez uma pequena pausa, antes de acrescentar. — Faz tanto tempo que não vou para casa, que nem sei o que anda acontecendo por lá...

— Vou lhe fazer um resumo. — Ele brincou. — Perdemos várias áreas de caça com as regulamentações novas do reino de Marlóvia, mas estamos começando a recuperá-las com a ajuda do seu irmão que é incansável a negar aceitar os demandos de Nemesis. Continuamos a ter abalos de terra, e, às vezes, eu volto para casa sem saber se ainda moro no topo de uma montanha ou fui transferido para o vale, lá embaixo. — Sério, de repente, Rigard acrescentou. — Se quiser voltar para o reino de Marlóvia, comigo, será um prazer...

Era a primeira vez, desde que tinham se encontrado de novo, que um deles falava em continuar seu relacionamento, depois de saírem do noroeste de Morlóvia. Antes, no entanto, que Scarlett tivesse tempo de responder, o garçom reapareceu com dois pratos de sopa de vísceras e miúdos. Inalando apreciativamente o delicioso aroma, ela tomou uma colherada do líquido fumegante, descobrindo que o gosto era tão bom quanto o cheiro.

— Você acha que eles nos venderiam uma porção desta sopa, para o almoço de amanhã? — Perguntou.

— Não creio que alguém seja capaz de recusar algo a você.

— Ah, como eu gostaria que isso fosse verdade! Porque você é capaz de recusar, e muito bem.

— Não é verdade. Diga o que quer. Seja lá o que for, é seu.

— Agora? — Ela sussurrou, com malícia.

Rigard riu, e o som alegre fez Scarlett corar de prazer.

— Caí direitinho nessa. É que sempre me esqueço de que há um diabinho por trás desses seus olhos de anjo.

— Isso pode se tornar muito perigoso!... — Ela avisou, um sorriso sedutor entreabrindo-lhe os lábios.

Rigard estudou-a por um momento.

— Sabe que quase destruiu as minhas chances de atravessar este jantar sem fazer algo ultrajante, como, por exemplo, arrancar esse vestido erótico do seu corpo e fazeramor com você da forma mais selvagem e apaixonada?

— Que horror! Você teria mesmo coragem de fazer uma coisa dessas.... aqui? Se bem que, pensando melhor, até que a ideia não é má...

Rigard observou-a com olhos semicerrados, depois começou a se levantar, devagarinho, Scarlett segurou-o.

— Eu desisto. — Murmurou, rindo. — Desta vez você ganhou. — E quando ele já estava sentado novamente, não resistiu à curiosidade e perguntou. — Até que ponto você teria ido, se eu não tivesse cedido?

— Isso é algo que você nunca saberá.

Decidida a não ser derrotada naquele jogo de palavras, Scarlett enfrentou-o com olhos tão brilhantes quanto os dele, transmitindo uma mensagem clara.

— Só para o caso dessa situação se repetir, por favor, tenha cuidado com o meu vestido. Custou uma fortuna.

Rigard balançou a cabeça, vencido.. Scarlett era mesmo incrível. Nunca esperara encontrar uma vampira tão companheira, tão amiga, tão... tão feminina. Sua felicidade era tanta que chegava a dar medo. Os vampiros não tinham tanta sorte assim.

De repente, Rigard se sentiu como se uma das profetisas tivesse aparecido no canto mais sombrio de sua mente e começado a profetizar sua queda.

— O que foi? — Scarlett quis saber, assustada com a mudança que havia se operado nele.

— Sempre foi difícil, para mim, aceitar o que os outros encaram como um direito. Estou sempre esperando que o pior aconteça.

Aliviada por não ser nada sério, Scarlett estendeu a mão e apertou a de Rigard.

— Às vezes não consigo entender você, Rigard Dimitrescu. Primeiro, me cobre de elogios; depois, me compara com um possível desastre. Mas estou cansada de falar a meu respeito. Quero falar de você,

Ele deu uma olhada no tempo.A lua logo estaria no centro do céu.

— Tem exatamente duas horas. Depois disso, o tempo de falar estará esgotado.

— Você tem um jeito delicioso de dizer as coisas.

— Seu tempo já está correndo.

— Está bem, está bem. Quem o ensinou a tocar piano?

— Tocar? Está brincando, não é?

— Modéstia não lhe fica bem, Rigard Dimitrescu.

Sem disfarçar sua relutância diante do interrogatório, Rigard recostou-se na cadeira.

— Quando eu tinha oito ou nove anos, fiquei durante quase um ano num lar adotivo. Mesmo sendo membros do clã da minha família. Foi o maior espaço de tempo que consegui ficar num deles; geralmente, eu ficava dois ou três meses. Bem, a dona dessa casa, uma vampira chamada Curran Dimitrescu, ensinava piano e costumava me deixar assistir às aulas, desde que eu ficasse bem quietinho. Nas noites em que a cabeça dela não doía demais, ela também me deixava usar o piano, para praticar. Eventualmente, a ideia de ter um piano se transformou num símbolo de sucesso para mim, e essa foi a primeira coisa que comprei, quando consegui o meu primeiro lugar como caçador de elite. Eu ainda o tenho... um instrumento velho, de segunda mão, que descobri através de um anúncio de uma das guildas. — Um sorriso iluminou-lhe o rosto. — Tenho medo de mandar reformá-lo e afetar o som, apesar de todas as garantias que já recebi em contrário. Ele é horrível, mas tem um som lindo.

Seria esse vampiro realmente ele, falando sem parar a respeito de um piano que ninguém conhecia ou dava importância?

— Você costuma tocar para os outros ou é sempre tão reservado quanto foi aquele dia na academia?

— Creio que não há ninguém, além de você, que saiba que eu toco.

— Por quê? É impossível que não saiba que é tão bom quanto a maioria dos profissionais. E eu sei que costuma frequentar festas na corte, mas poucos tem o mesmo talento que vi em você. Sabia que a imperatriz Vivica também era uma instrumentista expetacular, ela amava tocar piano.

— Eu nunca quis partilhar a minha música com ninguém. E sim, eu sei disso!... — Ele sorriu. — Além disso, creio que o seu julgamento da minha habilidade como pianista não é imparcial.

Vendo que, por mais que dissesse, Rigard continuaria a achar que estava sendo influenciada pelos sentimentos que lhe dedicava, Scarlett não discutiu.

— Sabe? A impressão que tenho é que você nunca partilhou nada com ninguém.

— Nunca houve ninguém que valesse apena, antes de você...

Será este o momento certo de lhe dizer que o amo?, Scarlett pensou. O momento de lhe dizer que o meu coração está cheio de um amor que se torna mais rico e mais profundo a cada nova coisa que aprendo a respeito dele? Não, ele não vai acreditar, se lhe fizer uma declaração destas, no meio de um jantar, num restaurante popular perdido em um vilarejo do noroeste de Morlóvia. Uma declaração de amor é uma coisa séria, não um assunto para ser introduzido numa conversa, entre dois pratos de uma refeição caseira, como se não tivesse a menor importância.

Eles recusaram a sobremesa, mas saborearam demoradamente mais duas taças de sangue, enquanto Rigard respondia às perguntas de Scarlett sobre a guilda que ele havia adquirido a pouco.

Com os olhos brilhantes de excitamento, ele relatou a luta que travara para transformar a guilda no que era, com a ajuda de um pequeno grupo de caçadores.

— As grandes guildas não queriam se envolver com as guildas pequenas, para não serem rivais de si mesmas. Mas o campo de caça era amplo, e eu resolvi entrar. Agora, naturalmente, a história mudou de figura e as grandes guildas estão se degladiando para tomar conta das pequenas. Para isso, elas usam dois métodos: ou nos compram, ou, quando nos recusamos a vender, dão um jeito de nos arrasar, financeiramente, com sabotagens, atraso no fornecimento de material, etc. Uma Guilda como a nossa é muito vulnerável. Se o mais fraco caçador de um grupo de caça não chega no tempo previsto, o prejuízo é enorme. Se o contratante que solicita os nossos serviços e assina um contrato com outro caçador, podemos passar meses e meses sem ter um trabalho decente.

— É isso que está acontecendo com você, agora? Está sofrendo pressão das guildas maiores? — Quando ele lhe lançou um olhar do tipo, "Como é que você sabe disso?" Scarlett explicou. — Um amigo meu... aquele que estava comigo, no terraço... me falou de um anúncio do reino de Marlóvia onde leu a respeito da sua guilda.

— No momento, ainda estamos no estágio de discutir, amavelmente a possibilidade de uma fusão, o que na realidade significa eu vendo, eles compram. Se isso acontecer, terei duas chances: ou aceito um cargo figurativo no novo conglomerado de caçadores mais experientes, ou arranjo outra coisa para fazer. A qualquer momento, agora, as negociações devem entrar em ritmo final, pois não poderei esconder por mais de uma ou duas semanas que só estava tentando ganhar tempo, para fortalecer a minha guilda com trabalhos e enfrentar a batalha definitiva.

— Como vai lutar contra eles?

— Do único jeito possível. A guilda tem que crescer muito e depressa, para termos condições de oferecer uma série de vantagens não só aos antigos contratantes como aos novos que possam solicitar os nossos serviços de exterminio e caça. Isso nos colocará numa posição difícil, que ou nos levará à vitória, ou à derrota completa.

— E como a guilda é propriedade privada, isso quer dizer que Rigard Dimitrescu está em perigo de perder tudo.

— É uma possibilidade, mas prefiro não pensar nela ainda. Desafiar os nobres dos dois reinos nunca foi fácil.

Scarlett estava assombrada com o vislumbre que tivera do que estava acontecendo com Rigard e a guilda de caçadores. Sentiu vontade de ajudar, e o fato de saber que não poderia fazer nada encheu-a de tristeza.

— Você me deu assunto para pensar durante vários dias. Pode não acreditar, mas não tenho mais perguntas a fazer.

— Então vamos dizer aos músicos, ali embaixo, o quanto gostamos do que eles tocaram.

— Que ideia maravilhosa!

Conversando, de mãos dadas, eles se dirigiram ao centro da rua, que tinha sido fechada ao tráfego e transformada num enorme festival. Pela primeira vez em sua vida, Scarlett falou a respeito da mãe, descrevendo apaixonadamente o que considerava trágico desperdício de talento. Rigard ouviu com atenção, quase sem fazer perguntas e entendendo, afinal, por que, no princípio, ela lutara tanto contra a atração que tinha por ele.

Absorta no que estava falando, Scarlett mal notou os edifícios pelos quais passaram, de fachadas antigas e estilos variados, que iam desde a arquitetura feita pelos duentes e anões até o do início do pioneirismo realizado pelos elfos, numa combinação encantadora. E bem diferente do que si via nas cidades onde os nobres havitavam. Rigard encontrou, com facilidade, os músicos que estavam procurando, colocando sua contribuição na velha capa de um violoncelo, aberta no chão para este fim. As fadas do bosque sorriram e agradeceram cantando uma outra música em homenagem ao casal apaixonado.

Continuando a descer a rua, eles foram atraídos pelo som suave de uma guitarra que nunca haviam visto antes.

Uma moça, usando uma saia rodada e uma blusa em estilo camponês, estava sentada num banquinho alto, tocando como se estivesse perdida num mundo todo dela. A música falava de amor — um amor partilhado, um amor querido — e, enquanto eles ouviam, ela levantou a cabeça e sorriu. Daí em diante, foi como se ela tivesse entendido o sentimento que os unia e passasse a tocar só para eles.

Ela estava junto com um grupo de Lycans que os observaram um pouco desconfiados, mas percebendo que a jovem sorria a tocar a sua guitarra, sorriam também. O grupo nômade e a jovem uma linda mestiça, filha de um humano com uma fada.

Quando a música terminou, Rigard e Scarlett agradeceram à cantora e continuaram o passeio. Pararam um pouco adiante, para admirar os produtos oferecidos por uma tenda mística onde bruxas vendiam de quase tudo.

Pouco depois, dirigindo-se à imagem de Scarlett, refletida na vitrina de quarto branco, Rigard murmurou.

— Mal posso me mover de tanta vontade de fazer amor com você.

— Pensei que fosse a única!... — Scarlett respondeu baixinho, tocando o reflexo do rosto dele no cristal frio. — Você dá a impressão de estar perfeitamente controlado.

— É só ilusão, minha doce vampira. Só ilusão...

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