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Capítulo 01


"— Olhe pra mim! — Quando o macho que eu havia ido caçar gritou, a aura dele era o suficiente para matar alguém de susto. Eu podia senti-lo se aproximando de mim e, aquela sensação gostosa que o cheiro dele me proporcionou inicialmente, deu lugar à mesma de quando meus pais adotivos chegavam perto.

A voz do Alfa era forte e ameaçadora. Não é que eu não quisesse obedecer, mas meu cérebro desligou no momento em que ele pairou sobre mim. Tudo o que eu sentia era a expectativa de receber uns tapas."

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As memórias do que houve foram interrompidas quando senti a presença de um desconhecido.

A cela estava escura e úmida. Eu podia sentir a atmosfera ao meu redor tão pesada que era quase difícil respirar. Me sufocando, fazendo meus pulmões coçarem.

Depois que me jogaram nessa cela, ninguém veio falar comigo. Eu estava até me perguntando se eles haviam se esquecido da minha existência. Às vezes, ser esquecido não é uma coisa ruim. É o melhor. Quando ninguém nota você, ninguém te bate.Ou te assedia.

Mas pelo visto, a minha sorte estava para mudar.

Pelo cheiro, não era o mesmo macho de antes. O Alfa. Eu saberia se fosse ele. Seu delicioso cheiro de terra, logo após a chuva, e de menta, eram inesquecíveis.

— Ei! — Alguém gritou comigo, que estava em um canto, encolhida, segurando meus joelhos,sem me mexer. — Ela é surda? — O lobisomem perguntou a alguém. Ele era alguém alto escalão. Não o Alpha, claro, mas muito poderoso. Sua aura mostrava tudo.

Escutei a chave girando e a porta se abrindo. Passos. Quem quer que fosse, ele estava vindo até mim. Eu podia sentir meu corpo tremendo, mas não ousei olhar para cima.

Eu estava com os olhos bem fechados e, a cada passo que o homem dava, mais forte eu os fechava. Era o habitual para mim. Eu já conhecia algumas de minhas próprias reações, tendo convivido com elas por quase duas décadas, ou desde que me lembro. E então, senti algo cutucando meus pés.

— Ei! — O lobisomem repetiu, desta vez, não tão duramente. — Eu não vou bater em você. Só quero perguntar algumas coisas. Mas você tem que olhar para mim, certo?

Usei todas as minhas forças para fazer o que ele pediu. Eu precisava. Ele estava pedindo educadamente, então era sempre melhor obedecer quando eles não estavam me forçando a nada.

Respirei fundo e levantei a cabeça. Parte do meu cabelo estava cobrindo o meu rosto, mas eu ainda podia olhar para ele através de minhas mechas. Sujas, infelizmente.

O lobisomem era alto, e quando ele se agachou e ficou com os olhos na minha altura, pude ver que ele tinha cabelos loiros, apesar de serem muito curtos — uma vez ouvi humanos chamarem aquilo de "corte militar" — e olhos escuros. Olhos muito escuros.

— Seus olhos são outra coisa, não são? — Ele me perguntou e levantou a mão para eu vê-la, mostrando que estava ali em paz, e se aproximou, afastando meu cabelo do rosto e prendendo as mechas atrás da orelha. Eu queria recuar, para que ele não me tocasse, mas meu corpo não obedeceu — Qual o seu nome? — ele perguntou-me.

Passei a língua pelos lábios, notando como estavam secos. Eu estava morrendo de sede!

— Jay! — O lobisomem gritou — Traga-me um copo de água, por favor! — Ele disse isso para alguém que estava do outro lado da porta, sem tirar os olhos de mim, apenas virando um pouco a cabeça por sobre o ombro.

Ele estendeu a mão para trás e foi quando notei outro lobisomem, de armadura. Um ranger, para ser mais específico, entrando e caminhando na direção do meu interrogador, entregando-lhe algo pequeno.

O lobisomem, agora com a mão novamente na frente do corpo, sorriu para mim.

— Diga-me seu nome, garotinha, e eu lhe darei isto. — Ele me mostrou um copo de água. Cheio de água límpida.

Meus olhos provavelmente estavam brilhando, pois me senti ávida por aquele pequeno copo de água. Que decadente. Desviei meus olhos do copo para o rosto dele, ponderando se deveria aceitar ou não o acordo. Então, olhei em outra direção: a porta.

— Não pense em fugir. Apenas me responda e você ficará bem.

— Raelyn — Eu murmurei.

— De novo? — Ele disse, aproximando a mão livre do ouvido.

Eu respirei fundo. Eu não estava acostumada a falar, muito menos falar em voz alta.

— Raelyn — Eu me repeti. O lobisomem pareceu satisfeito, pois assentiu. Ele estendeu o copo para mim, mas depois o puxou de volta para ele, sorrindo. Aquilo era uma brincadeira? Ou ele estava apenas sendo cruel?

"Ele não vai me dar a água?", eu me perguntei, sentindo o desespero crescendo dentro de mim. No entanto, ele ofereceu um sorriso mais sincero e devolveu o copo para mim, permitindo-me segurá-lo desta vez. Ele estava, de fato, brincando.

Com as mãos trêmulas, bebi a água, deixando cair parte dela no chão. A porra de um desperdício!

— Então, Raelynn, agora que somos amigos, vamos conversar. Eu sou Aaron, Beta deste bando.

Ele estendeu a mão para mim. Eu olhei para ele, sem saber o que fazer. O que ele queria? Então ele olhou para o copo na minha mão.

Só então percebi que ele me deu um copo de vidro. Era de vidro! Ele tinha que estar muito seguro de suas habilidades, para dar algo que um rogue poderia usar como arma.

Não que eu fosse ter uma atitude idiota daquelas. Ele era um Beta, pelo amor de Selene!

— O problema é que eu só quero saber duas coisas: o que vocês estavam fazendo aqui e por que você não lutou junto com seus amigos? — Ele perguntou e olhou para mim, erguendo as sobrancelhas. — Vamos, Rae. Posso te chamar assim? Fale comigo. Se não falar, eu não posso te ajudar.

Tenho certeza de que devo ter feito uma careta.

"Amigos", repeti mentalmente. Eles não eram meus amigos! Dois eram meus pais adotivos e os outros, rogues que trabalhavam com eles. Eu era apenas a rastreadora, a principal razão pela qual eles me mantiveram ao seu lado, tenho certeza.

— A-alguém pediu que... Que eles viessem e f-falassem com o seu A-alfa — Eu respondi. Afinal, foi isso que eles me disseram. Agora, pensando bem, provavelmente não passava de uma mentirola. Como eu era burra! — E sim, você pode me chamar de Rae.

Ninguém me chamava de Rae. Era muito informal, muito pessoal. E não é que eu não permitisse que me chamassem assim, a questão era que ninguém queria me chamar assim.

— Obrigado — Ele disse e me deu um leve e rápido sorriso — Eles queriam falar com o Alfa. O que eles tinham para conversar com ele?

Dei de ombros. Eu sabia que eles provavelmente estavam mentindo, mas, mesmo que não estivessem, como eu poderia saber? Por que eles me dariam tais detalhes? Eu era uma ninguém...

Nesse momento, algo me veio à mente. Eu tinha dado de ombros! Oh, não! Meus pais adotivos me puniam por isso, porque como dizia meu pai, era "a porra de uma insolência!". todas as vezes que eu agia assim, não demorava até sentir algo me atingindo: talvez uma mão, talvez um sapato, talvez algo mais duro, como o joelho. Mas eu seria punida, sem dúvida.

Fechei os olhos na mesma hora... Eu não queria ver a raiva nos olhos daquele lobisomem. Os olhos do Beta! Eu tinha certeza de que ele era muito mais forte do que qualquer um dos rogues com quem eu vivi.

Em vez de dor, senti um toque suave em meu braço. Por reflexo, eu me encolhi e fui para trás, sentindo a parede nas minhas costas. Eu queria entrar naquela parede e ficar fora do alcance de qualquer um. Eu não percebi que estava chorando, até que as lágrimas caíram no meu braço. Chorar deixaria meus pais adotivos ainda mais zangados.

— Por favor, me desculpe! — Eu me desculpei. Eu estava apavorada!

Eu não tinha medo de morrer, exatamente, mas também não tinha nenhuma intenção de ser espancada até o meu fim.

— Porque você está se desculpando? — Ele perguntou, lentamente. Aaron estava franzindo a testa quando olhei entre as mechas do meu cabelo que estavam, novamente, na frente do meu rosto.

— Eu não vou encolher os ombros novamente — Eu prometi em voz baixa — Serei boazinha.

Em vez de raiva, vi algo mais em seus olhos. Eu poderia estar enganada, mas parecia... Pena? Ele se moveu um pouco, só um pouco, na minha direção, eu vi seus braços se movendo.

Pensei que ele me abraçaria, mas logo afastei isso da mente. Que coisa idiota de se pensar! Eu não era membro daquele bando. E eu estava em uma cela, como prisioneira.

— OK. Tudo bem — Ele disse — Eu não vou te punir — Ele balançou a cabeça para cima e para baixo, como se quisesse me assegurar disso. Concordei com a cabeça, mostrando a ele que o entendia.

— Juro q-que não sei de n-nada — Eu odiava gaguejar. Não por achar que era uma fraqueza, mas porque era mais um dos meus defeitos, quando ficava nervosa. Defeitos significavam uma coisa: espancamento.

— Hmmm. E por que você não lutou? — Ele perguntou, mas antes que eu pudesse responder, ele falou novamente — Quantos anos você tem?

— Dezenove — Respondi. Pude ver como ele parecia surpreso. Seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu. O quê? Por que ele agiria assim?

— Você não tem lobo — Isso não era uma pergunta, claro. O lobo, pela minha idade,já deveria estar desperto há um ano, quando completei dezoito anos.

Não é que ela não tenha aparecido, porém, tão rápido quanto a senti pela primeira vez, ela se foi e eu nem tive a oportunidade de saber pelo menos o nome dela. O momento mais feliz e triste da minha vida.

Eu olhei para baixo e assenti. Ele deve ter entendido uma das minhas razões para não lutar: eu não tinha nem chances. Eu não era a criatura mais brilhante a vagar por esse mundo, mas também não era tão burra. A outra razão era que eu odiava lutar, de qualquer maneira.

— Ok Rae. Eu tenho que ir. Mas voltarei mais tarde, combinado? — Ele disse como se me prometesse que voltaria.

Ele se levantou e foi embora. Eu, por outro lado, abaixei a cabeça novamente, entre os joelhos, enquanto os segurava. Essa era a minha posição segura.

"Pelo menos ele me deu água e não me bateu", foi o que eu pensei. Eu estava com fome, mas, pensando bem, era apenas mais uma coisa normal na minha vida. Fome.

E foi assim que eu acabei dormindo, entrando em mais um dos meus pesadelos. 

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