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CAPÍTULO VINTE E SEIS


Miguel sorria de orelha a orelha para o telão. Ele havia me trazido ao cinema para ver uma comédia romântica. Confesso que apesar dos meus olhos focarem no filme, a minha mente trabalhava tentando não esquecer cada palavra que Angélica Ferraz me ditou na academia.

A risada alta das pessoas ao redor me assustou. Me senti culpada. Miguel era um cara legal e eu não conseguia o corresponder como deveria.

— Inacreditável, olha o que esse cara fez por ela. Há limites, né? — Miguel pergunta pra mim entre risos. Ele demonstrou estar feliz comigo. Droga, Olívia.

Quando percebe que eu não respondi ele procura meus Olhos.

— Você não gostou? Podemos ir embora.

— Não, Miguel. Vamos ficar. Você me surpreendeu, não pensei que gostasse desse tipo de filme.

Pensando bem, pelo jeito dele tranquilo eu poderia desconfiar.

— Ver um romance leve e ainda dar risada é um combo. Meu dia a dia já é sério demais pra buscar isso no meu tempo livre.

Alguém o mandou calar a boca. Nos encaramos e rimos sozinhos. Como nossas cabeças ficaram próximas demais, acabo tocando sem querer em seu ombro. Miguel baixou o olhar para a minha boca. Um arrepio percorre meu corpo e eu prendo a respiração involuntariamente.

— Sinto muito, Liv, seus lábios são irresistíveis.

E me beija. No meio do cinema com dezenas de pessoas desconhecidas. Entretanto, não foram esses detalhes que me incomodaram. Eu não podia ficar com Miguel, não conseguia. Eu deveria parar o beijo e dizer o que se passava, mas tive medo, não queria magoa-lo. Seja sincera, Olívia Menezes.

Empurro seu peito devagar. Ele suspira e encosta suas costas na cadeira voltando a encarar o telão. Outra risada conjunta ecoa na sala, mas, Miguel já não estava prestando atenção.

— Sinto muito, de verdade.

Agarrei minha bolsa de lado e levantei da cadeira em direção a saída. Ouvi reclamações e xingamentos durante o meu trajeto, mas nem liguei. Só queria sair dali o mais rápido possível. A culpa por não conseguir corresponder os seus sentimentos por mim era enorme e me fazia tremer.

Peguei um taxi e fui tentando não desmoronar em lágrimas até chegar em casa. Ainda era cedo, papai não estava aqui. Me joguei sobre a cama e gritei, a culpa se transformou em raiva. Eu era intensa demais, precisava de ajuda com isso ou então enlouqueceria.

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Seis meses depois.

Isadora Fernandes. Esse foi o nome que Clarisse disse pertencer a sua neta adotiva quando fui até a galeria assinar os documentos das novas vendas.

Consegui me manter calma quando ela ratificou que Angélica e seu filho continuam apenas amigos, mesmo que algo dentro de mim quisesse demonstrar que me importava. Não tanto como antes, mas importava.

Procurei ajuda, nos primeiros meses de terapia eu estava tão destruída emocionalmente que nem percebia o estrago enorme.

Não foi apenas pelo meu relacionamento com Ricardo ou a gravidez da Angélica. Minha mente estava adoecida desde muito antes.

A minha infância como nômande em cidade em cidade, sem conseguir manter laços fixos com as pessoas e o medo de me aproximar foi o primeiro trauma listado. Depois, fui conduzida a perceber que abandonar uma companhia frequente quando bem criança me fez ter uma reação de pavor e solidão com os meus próprios pensamentos. Um bloqueio, definiu o meu psicólogo.

Segundo ele, eu fiquei tão triste por não manter contanto com o meu amigo de infância, que não conseguia me expressar bem com os outros e assim acabei deixando todos os questionamentos, dúvidas e emoções presas na minha mente.

A morte precoce da mamãe foi mais um baque. Foi preciso vários encontros com o psicólogo para poder dizer que minha mente estava bem. Ainda continuo o vendo a cada duas semanas, todavia posso afirmar que já não sou mais a Olívia de antes.

Parada em frente a grande porta do castelo sinto um calafrio. Não venho aqui desde aquele terrível dia. Reflito se foi mesmo uma boa ideia vir até aqui. A conversa com Clarisse na galeria dias atrás me fez querer saber de Ricardo, como ele estaria. Eu poderia ter ligado para perguntar? Poderia. Entretanto, quando dei por mim já estava dentro do táxi a caminho da mansão.

Já estavam a esperar por mim, o segurança anunciou desde quando pedi para entrar aqui. Respiro fundo e caminho em passos curtos pelo corredor principal.

Assim que entrei na sala de estar a figura de Clarisse me recebe sorridente.

— Cheguei a me perguntar se voltaria a te ver aqui de novo, filha. — Ela me abraça. — Essa aqui sempre será sua casa.

Seu olhar carinhoso me acalma.

— Ele está no jardim.

Caminho lentamente controlando o nervosismo. O que meses atrás parecia impossível de fazer.

Vejo suas costas marcadas por uma camisa branca. Ricardo usava uma bermuda também clara.

— Você não tem medo de sujar a roupa de terra? — Minha voz saiu audível. Temi que não fosse.

Ricardo gira o corpo para me encarar. Pude ver surpresa em seu rosto. Já tinha um tempo que havia o encontrado, ou na galeria ou na academia. E sempre que me deparava com ele evitava falar. Mas, hoje, eu estava decidida, não queria guardar mais mágoas comigo.

— Não pensei nesse detalhe. — Sua voz grave fez meus pelos arrepiarem. Mal pude disfarçar. Por sorte os seus olhos estavam analisando a camisa branca que estava usando. — Não esperava você aqui.

Ricardo torna a me encarar. Lembro da promessa das suas palavras no dia do término do namoro. Porém, confesso que ele ter respeitado a minha decisão e se afastado me fez duvidar se ela ainda fosse verdadeira.

— Clarisse me disse outro dia do nascimento da sua filha. Parabéns, papai. — Rezei que minha voz soasse o mais natural possível. Ele não esconde o sorriso.

— Isadora é perfeita!

O elogio destinado a filha de Angélica me quebrou. Lembrei que sentia falta de seu afeto.

— Ricardo, eu vim aqui por um motivo. — Me aproximei dele. — Nós dois dividimos muita coisa juntos, quando crianças e tudo o que aconteceu depois. Eu não quero ter que guardar pra sempre uma energia ruim quando lembrar de você, por isso eu precisava te dizer que está tudo bem.

Ricardo não diz nada de início, parecia analisar o que eu havia dito. Ele me surpreendeu com um abraço, levo segundos pra raciocinar o seu aperto e tocar as suas costas com as mãos. O seu perfume invade minhas narinas como se fosse uma droga que há muito tempo não consumia. Suspirei com a sensação de alívio, por finalmente conseguir perdoar e estar sob o calor de seu corpo.

Quando desfazemos o abraço, Ricardo coloca uma mexa solta em meu rosto atrás da orelha. Sua covinha direita denunciava um sorriso leve no rosto dele.

Meu corpo reagiu imediatamente a essa ação.

— Duvidei que esse dia realmente chegaria, você me perdoou, Liv. Mesmo depois de toda dor que eu te causei, eu quem deveria ter te protegido...

— Ei, ei, vamos deixar o passado no passado. Não quero que renasça um possível desentendimento ainda desses erros. — Seguro em suas mãos tentando demonstrar tranquilidade.

— Mas foi graças ao renascer do passado que estamos aqui hoje, os nossos sentimentos sobreviveram mesmo abafados pelo tempo, Olívia.

Ricardo ameaça me beijar, mas desvio rapidamente.

— Ric, eu te perdoei, mas não por isso. Quero te encontrar nos lugares e não sentir receio e nem nervoso sobre falar ou não com você.

— Você não me ama mais? — Senti o nó em sua garganta ao me perguntar. Chegaria o dia que isso fosse acontecer?

— Isso não importa, Ric. A minha intenção não foi essa ao vir aqui.

Ricardo fitava o meu rosto com sua seriedade. Ao contrário do que pensei que ele fosse reagir.

— Tudo bem, Olívia. Agradeço por você estar aqui.

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No fim de semana eu usava um vestido branco cheio de pedrinhas, ele tinha mangas longas e batia um pouco acima dos meus joelhos. Meu cabelo estava solto com as ondas caídas até o final das minhas costas. Me sentia deslumbrante.

Caminhei ao lado de papai pela galeria com um sorriso largo. A exposição dos quadros e telas da mamãe ainda acontecia uma vez por mês. Era sempre um sucesso de vendas. O dinheiro que arrecadamos estava intacto até o momento, papai decidiu que seria o meu apoio futuramente quando ele já não estivesse mais comigo.

Depois de receber elogios de alguns visitantes, encontro Miguel parado próximo a um quadro que não estava a venda. Mamãe havia me pintado quando criança, era algo muito familiar para ser pendurado na sala de um desconhecido.

Ao lado de Miguel uma figura familiar estremece meu corpo. Franzi o cenho tentando identificar de onde conheço aquele homem parado ao lado do meu velho amigo. Falho miseravelmente.

O olhar de Miguel encontra o meu. Sério, como agora ele costumava me encarar quando me via. Não posso culpa-lo, eu corri dele durante o nosso encontro meses atrás. Devo ter o magoado muito, tanto ao não corresponder os seus sentimentos e por ter saído daquele jeito do cinema. Não conversamos mais depois disso, a frieza em seu olhar me deixava com calafrios toda vez que o encontrava.

Faltava poucos minutos para a galeria ser fechada quando o inesperado aconteceu.

Notei uma movimentação estranha ao redor de Clarisse e sua assistente. Ela estava pálida feito papel e parecia tremer. Segurei o impulso de caminhar até lá. Papai que estava ao meu lado franziu a testa confuso, logo fitou o mesmo lugar que eu.

Os minutos seguintes foram preocupantes. Um segurança precisou segurar Clarisse para que ela não caísse, não me contive e caminhei até ela. Algo errado estava acontecendo.

Quando parei em sua frente, Clarisse me encarou com os olhos nublados em lágrimas, após alguns segundos ela avançou sobre mim me abraçando. Eu teria caído para trás se a minha resistência nos pés não tivesse sido melhorada nos treinos.

Algo molha as minhas costas, ela chorava em silêncio. Fiquei sem saber o que fazer. Sempre a vi sorridente, nunca vulnerável assim.

— Vai ficar tudo bem! — Digo, passando as mãos em seus cabelos tentando acalmá-la. Ela se afasta negando.

— Bernardo... meu marido está morto.

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Não faço ideia de que horas eram, papai e eu acompanhamos Clarisse até a mansão mesmo sendo tarde da noite. O pai de Ricardo havia sofrido um infarto, pelo menos essa foi a causa da morte mais evidente, visto que ele estaria sozinho jantando no castelo.

Não éramos os únicos na mansão, havia uma movimentação dos guardas e funcionários pelos corredores até o salão de festas. O velório de Bernardo seria ali, então já estavam organizando para o dia seguinte.

Clarisse estava deitada no sofá de olhos fechados. Sei que ela não dormia, apenas o cansaço e a dor da perda a deixaram fraca. Compreensível.

Papai ouvia atentamente a assistente de Clarisse e a governanta da mansão. Algo sobre o que precisaria ser feito para o velório, porém como ninguém esperava por isso estava uma desorganização.

Respirei fundo e procurei Ricardo apenas com os olhos. Não o vi ainda aqui, como será que ele reagiu? Sei que a relação dele com Bernardo não era uma das melhores, contudo ele foi o seu pai, deve sentir a perda.

Levei os meus passos pelos corredores até chegar a escada principal, já não me perdia como anos antes. Parei atrás da porta do quarto de Ricardo. Um silêncio ensurdecedor me fez recuar. Será que ele estava bem e dormindo? Não poderia acorda-lo.

Uma onda de preocupação me invade, fazendo com que não pensasse mais e abrisse lentamente a porta tentando não fazer barulho. Precisava saber se Ricardo estava bem.

A luz do quarto estava apagada, porém o reflexo da lua nos vidros da janela o iluminava parcialmente.

Ricardo parecia dormir profundamente em sua cama, mas o que estava fazendo companhia que me surpreendeu.

Ao lado dele estava um bebê. Isadora dormia serenamente dentro de um bercinho coberto por uma tenda.

Ela era mesmo perfeita. Tão pequena e alheia a tudo que já aconteceu e acontece ao seu redor. Isadora era inocente.

Respirei fundo e voltei meus passos tentando sair despercebida. Ricardo estava seguro, amanhã no enterro eu o veria em sua dor, não posso atrapalhar o seu sono.

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O dia seguinte seguia estranho. A mansão de Clarisse estava lotada de pessoas, tinha muito mais gente do que qualquer evento que ela havia feito.

O caixão com o corpo de Bernardo estava no mini palco no final do salão, cercado de várias coroas de flores. Eu me sentia exausta, dormi pouco tempo durante a madrugada e desde que acordei acompanho Clarisse. Ela já não chorava mais. Usando um vestido longo preto e o cabelo preso em um coque, seu rosto sem maquiagem demonstrava o ar abatido que Clarisse exalava.

Suspirei. Eu estava parada com ela apoiada em meus braços enquanto recebia os pêsames das pessoas. Eram muitas.

Avistei Ricardo entrar no salão com Angélica segurando o braço dele. O seu rosto não expressava nenhuma emoção além da seriedade. Não falei com ele ainda desde que cheguei aqui.

Balanço a cabeça devagar, não posso deixar Clarisse sozinha. Por um momento lembro de como me senti no enterro da mamãe. Um nó se forma em minha garganta, Clarisse sempre foi sorridente e amorosa, creio que amava Bernardo já que teve um longo casamento.

As pessoas sempre ditavam um discurso similar. No entanto, duvido muito que realmente sintam por ela tudo isso. Principalmente das pessoas desconhecidas que vieram só presenciar o seu momento de fraqueza e dor.

Angélica não saiu do lado de Ricardo nem por um segundo durante o velório e nem durante o enterro. Admito que senti uma pontada de inveja, eu quem deveria estar com ele. Eu queria.

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Cemitérios sempre foram sombrios pra mim, essa era a segunda vez que vinha aqui. Não visitei o túmulo da minha mãe antes porque não sabia como minha mente barulhenta reagiria.

Todavia, após o caixão de Bernardo Fernandes atingir o solo, uma amiga de Clarisse ficou ao lado dela e eu pude me retirar. Caminhei lentamente, não tinha pressa, mamãe continuaria ali em matéria. As lágrimas já começaram a se formar em meus olhos, porém elas só caíram quando me deparei com uma pequena fotografia sobre a lápide. Mamãe tinha um sorriso de orelha a orelha, usava uma bandana colorida em seu cabelo e uma blusa branca. Ela era tão linda.

Me ajoelhei ao lado da lápide e me permiti chorar.

"Isabela Menezes

Jamais esqueceremos do seu sorriso, para sempre conosco, mãe e esposa."

A frase era mínima, mas demonstrava que ela sempre estaria presente em nossas vidas.

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Papai e eu chegamos em casa após o entardecer. Minhas pernas reclamaram de dor quando me deitei na cama depois do banho. A calça moletom me dava uma falsa sensação de aconchego, eu me sentia muito mal por Clarisse. Ela já vivia solitária mesmo rodeada de funcionários na mansão, imagina agora viúva.

Vejo a tela do meu celular acender sobre a mesa de estudos. Ele estava no modo silencioso e não era mensagem já que a luz permaneceu acesa.

Procurei meus chinelos e leio o nome no visor. Ricardo quem me chamava.

Não o cumprimentei no enterro além da demonstração do meu olhar de apreço por ele. Ricardo viu que eu apoiei Clarisse o tempo inteiro sem sair do lado dela.

O celular para de vibrar. Percebo que demorei tempo demais pensando e retorno a ligação. Ele atende no quarto toque.

— Oi, como você está? — Perguntei, temendo sua resposta. Talvez Ricardo voltasse a agir por impulso por conta da dor.

Preciso te ver, Olívia. Preciso de você.

Sinto algo esquentar em meu interior. A partir daí não nego mais nada.

— Estou te esperando, meu amor.

Quando Ricardo chegou minutos depois eu já o esperava na porta de casa. Ele havia tirado o terno que usou o dia inteiro e colocado uma calça jeans escura acompanhada da jaqueta de couro.

Seu semblante parecia realmente triste, apesar de não ter o visto chorar.

Praticamente pulei jogando meus braços ao redor do pescoço de Ricardo o abraçando. Ele me aperta a favor do seu peitoral. O perfume que exalava me fez fechar os olhos quase atordoada.

— Eu sinto muito pelo seu pai. — Disse, calmamente quando nos afastamos centímetros. Ricardo apenas balança a cabeça. — Você comeu alguma coisa hoje, Ric?

Perguntei analisando o rosto pálido dele.

— Eu só preciso de você, Liv. Nada mais.

Fecho a porta atrás de nós e seguro a mão de Ricardo. Encaro os seus olhos castanhos antes de nos guiar até o meu quarto.

Após trancar a porta, volto minha atenção a ele com as mãos trêmulas.

O olhar de Ricardo desce por todo o meu corpo em análise. Uma onda de calor irradia a minha pele em resposta.

Ele se aproxima.

— Anjo, eu não vim aqui pra isso que você está pensando. — Ele segura as minhas mãos, acalmando-as — Mesmo que ficar com você dessa maneira seja a coisa que mais desejei em toda a minha vida.

O olhar, a voz, o corpo, tudo em Ricardo me fazia arrepiar. Eu o desejava intensamente.

Não conseguia encontrar as palavras certas para dizer. Então, eliminei a distância entre nós e o beijei.

Não existia mais dor, mágoas, ou tristezas. O meu coração batia violentamente no peito escancarando todo o amor e desejo que sentia por Ricardo, que no momento não estava diferente de mim.

Ele avançou em minha direção me prendendo com as costas na porta. O beijo continuava a me atordoar, nunca havíamos beijado assim antes.

Sinto as mãos de Ricardo me erguer facilmente, envolvi minhas pernas em sua cintura.

— Liv — sua voz rouca entre o beijo era alucinante. — Não podemos.

Era tarde demais.

— Faça me sua, Ricardo.

— Eu te quero pra sempre, Olívia... — Sua mão alisou o meu cabelo. — Você quer se casar comigo?

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Sem palavras para esse capítulo...

O que vocês acharam???

Aguardo ansiosamente vocês no próximo.

Um beijão da autora!!!

❤️❤️❤️

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