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CAPÍTULO SETE

Os dias seguintes passaram rapidamente, logo chegou o dia do leilão. Mansão de Clarisse, casa de Ricardo.

Mentalizei a manhã inteira para não ficar nervosa quando estiver perto dele e nem falar muito. Apenas o necessário.

Depois que descobri sobre o meu amigo antigo, tenho recordado nos sonhos algumas situações que aconteceram no passado. Nada de anormal, porém sinto algo estranho toda vez que penso na aproximação que tive com esse garoto. Mesmo sendo criança quando estou sonhando, sinto uma intensidade de sentimentos que me deixa completamente assustada. E isso me faz pensar como estando consciente não me lembre de nada daquilo. Se foi tão importante como posso ter esquecido?

Então, não fico nervosa por o leilão ser na mansão de Ricardo. Não há nada demais, não importa o local. Fico nervosa apenas por ele ser quem é, alguém que foi tão próximo de mim ao ponto de saber mais sobre como eu era do que eu mesma. E quando a chuva de sentimentos por esse amigo antigo se junta aos pensamentos que Ricardo me fez ter, me deixa em total estado de confusão. São a mesma pessoa.

Mais cedo, tentei me concentrar o máximo possível para não falhar se precisar responder algo a ele. Para me convencer que aquele que um dia foi meu protetor, agora já não é mais.

Talvez eu esteja exagerando, mas não posso dar espaço para ser tratada mal novamente. Apesar de que, depois da apresentação no jantar, ele fingiu que nada tinha acontecido.

Respiro fundo. Talvez ele nem esteja lá.

Mamãe disse que é um evento anual para arrecadar fundos. Todo dinheiro será doado para alguns projetos da cidade. Admirável o que Clarisse faz, tudo que sei dela é inspirador. Ama ajudar e parece ser muito feliz.

O carro foi estacionado ao lado de vários outros. Vim apenas com papai, minha mãe está aqui desde cedo com Clarisse.

Sinto o vento balançar levemente as ondas do meu cabelo assim que desço do carro. Espero que não fique desalinhado.

Em passos curtos, sigo o caminho que as pessoas estavam fazendo para dentro da mansão. Papai andava em um ritmo mais acelerado do que o meu, tive que me preocupar em acompanha-lo para não me perder dentre aquele mar de gente.

Durante o dia esse lugar consegue ser ainda mais incrível. Altas paredes, claras e escuras. Se pareciam pedras à noite, agora quase posso confirmar. Diria até que são imitações daquelas torres em construções antigas.

Tenho certeza que me perderia facilmente dentro desse "castelo".

Andamos pelos longos e altos corredores até chegar a um salão enorme. Tinha vários assentos ainda vazios, muitos deles sendo preenchidos neste momento.

Observo, pessoas bem vestidas e com toda certeza muito ricas. Olho para minha roupa. Mamãe alugou um vestido longo e pediu que eu o usasse. Ele tem um tom claro de azul, fino e leve, me sinto muito arrumada.

— Tudo bem, filha? — Perguntou meu pai. Eu devo estar com alguma expressão ruim no rosto.

— Sim, pai.

Foquei meu olhar para o fundo do salão, havia um palco bem decorado lá. Algumas pessoas se moviam com diversos equipamentos nas mãos, nunca tinha visto nada parecido. Aliás, nunca estive próxima de tantas pessoas em qualquer evento. Fora as comemorações da escola, saía apenas quando havia as festas onde papai trabalhava. Nos restaurantes era algo mais afastado. Ficava com mamãe observando todos os convidados enquanto papai trabalhava na cozinha. Nada parecido com agora.

Observo uma mulher baixinha e com cachos loiros se virar para onde eu estava. Quando me reconhece, Clarisse faz um leve movimento com a mão direita me cumprimentando. O máximo que consegui foi dar um sorriso para retribuir. Por mais que estivesse feito exercícios mentais para não ficar tão nervosa, não consegui evitar.

— Pai — chamei. Ele olha para mim. — Vou até o jardim tomar um pouco de ar. Não estou acostumada a ficar perto de tantas pessoas.

— Não demore. Está com o celular? ligue para alguém caso não encontre o caminho de volta.

Confirmei. É bem capaz disso acontecer comigo.

Vejo o horário e ainda tem meia hora antes de tudo começar.

Me levantei e voltei até a grande porta. Refaço o caminho em que entramos.

Nada me é familiar, parece que nunca estive aqui antes. Se eu precisasse ir até a sala em que jantamos aquela noite, jamais a encontraria. É tudo tão igual e contínuo. Quantos cômodos terá esta mansão? Será que eles usam um mapa para localizar os quartos um do outro? Só são três pessoas que vivem aqui? Aquela garota que um dia vi entrando no carro de Ricardo e sempre anda com ele na escola, seria sua irmã?

Balaço a cabeça. Perguntas de mais, ar fresco de menos.

Muitas pessoas ainda andavam em direção ao salão. A maioria delas bem mais velhas, quase ninguém próximo da minha idade. Estou começando a achar que sou exceção porque sou "praticamente da família".

Solto um riso leve. Ainda é difícil associar que convivi com eles, e que fui tão próxima de Ricardo Fernandes.

Surpreende como fortes laços podem se perder com o tempo. Enfim, não vem ao caso. Ele pode ter me feito bem antes, mas não faço questão de manter perto alguém que trata as pessoas daquela maneira. O mais horrível é essa confusão de pensamentos. Como pode alguém te tratar tão amavelmente em suas lembranças e no presente ser alguém completamente oposto a isso?

E como sempre acontece quando penso em Ricardo Fernandes, perdi a noção da realidade.

— Droga, sempre falo que quero me afastar dele, mas continuo trazendo Ricardo para mim.

O som da minha voz me fez ficar imóvel. Susto pela altura não planejada, talvez.

Olho em volta. Não reconheço este lugar.

Tento buscar em minha memória o quanto me distanciei das outras pessoas. Queria apenas encontrar a saída para o jardim e tomar um pouco de ar puro. Mas agora, acho que pela falta de atenção ou sei lá o que aconteceu comigo, estou com a sensação de ter subido escadas. Muitos degraus de escada.

Me encosto em uma parede próxima e fecho os olhos.

Essa minha falta de atenção vai acabar me colocando em problemas, se é que já não estou.

Abro os olhos e refaço o percurso pelo corredor em que cheguei.

A decoração é toda em cores neutras. Pinturas e mais pinturas espalhadas nas paredes. Alguns objetos estranhos, mas com toda certeza mais caros do que minha casa.

Percebo o quanto estou longe do salão só pela demora em encontrar as escadas.

Meu coração começa a acelerar as batidas.

— Calma, você não está perdida.

Lembro do que meu pai disse e solto uma leve risada enquanto tiro o celular de dentro da minha bolsa.

Ligaria para ele se uma porta entreaberta não tivesse chamado minha atenção.

Olho para os dois lados do corredor. Vazio.

Mordo os lábios pensando o quanto é errado entrar sem permissão. Só que essa casa, mansão, castelo, tem um ar de mistério, de história. Uma curiosidade interna esquentou meu corpo. Não vou fazer mal a ninguém dando apenas uma olhadinha. Penso.

Ameacei andar até lá, mas paro. Não posso fazer isso, seria invasão.

Caminho para próximo da porta, mas logo dei alguns passos criando distância.

— Droga, por que tem que ser tão curiosa?

De uma só vez, antes que pudesse me arrepender, volto meus passos, entro e fecho a porta.

Agora entendo quando dizem que o coração está quase saindo pela boca. Sentia o meu exatamente assim.

Já estava dentro então me permiti olhar. Ainda que fosse sem desgrudar minhas costas da porta.

Era um quarto, e como tudo nesta mansão, bem grande e com tons neutros. As paredes altas que já acostumei ver por aqui. Uma janela de vidro a minha direita, com uma cortina escura parcialmente aberta. Uma estante cheia de livros a minha esquerda. E uma cama de casal no centro do quarto.

Dei dois passos em frente. Alguns quadros faziam a decoração. Uma TV próxima à cama tinha destaque ao lado de outra porta que deduzi ser um banheiro. Uma mesa razoavelmente bagunçada e cheia de cadernos e canetas me fez ter clara certeza a quem pertencia esse quarto.

Um arrepio estranho percorreu em meu corpo. Sinto que já estive aqui antes, mas nada me é familiar. Tento forçar as lembranças, porém, como sempre, continua tudo em branco.

Não devo estar enganada, apenas era muito nova para me lembrar de detalhes sobre qualquer coisa. Imagina uma mansão desse tamanho, praticamente impossível já que nem de Ricardo eu recordo com clareza.

O choque de realidade apareceu. Preciso sair daqui e voltar para o salão antes que alguém perceba que entrei neste quarto.

Meu Deus, posso ter milhões de problemas se algo sumir. Se algum segurança me pegar pelos corredores tão distante dos outros. E se tiver câmeras aqui? Meu Deus, quero nem pensar.

Apresso meus passos até a porta só que não tive tempo para abrir, outra pessoa faz isso por mim.

— O que está fazendo aqui?

Susto. Vergonha. Medo.

O que senti neste momento não me permitiu abrir a boca para responder. Estava paralisada.

— Te fiz uma pergunta. — Reforça Ricardo, me olhando ainda surpreso. — O que está fazendo aqui, Olívia?

Sua voz soava em minha cabeça como um autofalante. Me deixou arrepiada. Mas ainda assim, sem conseguir formular qualquer frase para responder.

Ele continuava com o olhar focado em mim. Meu rosto ardia de tanta vergonha por isso.

— Ficou muda agora? — Ele respira fundo. Ricardo fechou a porta atrás dele e deu alguns passos pelo quarto. — Não precisa ter medo, se você me explicar o porquê de ter entrado aqui, não irei ficar bravo com você.

Ele estava de costas para mim, olhava para a janela com a mesma posição da noite do jantar, mãos dentro dos bolsos em uma postura invejável. Solto a respiração. Tentei dizer alguma coisa.

Mas dizer o que? Eu não tive nenhum motivo para entrar ali a não ser curiosidade. Droga, maldita curiosidade. Não posso mentir dizendo que procurava por ele, por qual motivo seria?

Ricardo se vira para mim. Quando foco em seu rosto os autofalantes da minha cabeça repetem o que ele acabou de dizer.

"Não precisa ter medo". "Não irei ficar bravo com você".

Uma sensação esquecida parece acordar dentro de mim. Suas palavras pareceram muito familiar. Ele já teria me dito isso alguma vez?

— Ricardo — consigo pronunciar seu nome sem tremer a voz. — Desculpe. Eu não deveria ter entrado aqui.

Ele concorda com a cabeça. Anda próximo da cama e joga um celular sobre ela. Instantaneamente olho para o meu que ainda segurava em minha mão, se eu tivesse feito a ligação para o meu pai não estaria nessa situação agora.

— Eu me perdi. Queria encontrar o jardim que você me mostrou. Não me sentia bem, precisava de ar.

— Você sente isso com frequência?

— Como?

— Falta de ar. Na noite do jantar você se sentiu assim, e agora o mesmo.

Não me sentia assim com frequência. O problema é o nervosismo. Ricardo me deixou sufocada naquela noite, e hoje no salão, todas aquelas pessoas junto a minha concentração para não ficar nervosa me sufocaram. Mas não direi isso, seria admitir que foi por causa dele.

— Não. Tinha muita gente no salão, ainda iria demorar para começar o evento. Quis voltar a ver o jardim. Apenas isso.

Ricardo balançou a cabeça e se sentou na cama.

— Isso não explica o porquê de você está agora no meu quarto. O jardim que te levei fica do outro lado da mansão e ainda na parte de baixo.

Ele manteve o olhar fixo em mim. Não estava sério, na verdade, demonstrava uma tranquilidade que nunca havia presenciado. Lembrando do meu quase atropelamento e queda no mercado, nem parecia estar de frente com a mesma pessoa.

— Tem razão. — Respirei fundo. — Não faço ideia de como cheguei até aqui, essa é a verdade. — Digo naquele tom de defesa que descobri usar apenas com Ricardo. — Não se preocupe porque não mexi em nada, entrei faz alguns minutos e já estou de saída.

Me virei com a intenção de fugir logo dali. Porém Ricardo, rapidamente, levanta e segura meu braço esquerdo.

— Espera, Olívia.

Olho para sua mão que me segurava. A sensação quente me faz arrepiar. Impossível controlar a vermelhidão que aparece no rosto.

Em seguida, ele me solta.

— Eu te devo dois pedidos de desculpa.

Não esperava por isso.

— Você estava certa no que disse depois de quase te atropelar — o ouço suspirar. — Fiquei irritado com algo que aconteceu antes de pegar o carro, não prestei atenção na estrada e nem em você. A culpa foi minha, então, te peço desculpas.

Paralisei mais uma vez. Jamais pensei que Ricardo admitiria isso.

— E sobre o encontro desagradável no mercado. Estava atrasado. Não prestei atenção e esbarrei em você. Sinto muito por isso também.

Meus pensamentos estavam travados. Não conseguia formular fala alguma.

Ele foi grosseiro? Foi. Mas agora está me pedindo desculpa, reconhecendo o erro. Isso é ótimo, não é?

— Ricardo, você está pedindo desculpas apenas por ser eu?

Me arrependi em seguida por ter perguntado isso. Nem sei se restou algo do carinho que ele sentia por mim, em nenhum momento ele demonstrou interesse em voltar a ser meu amigo. Por que ele pediria desculpas apenas por seu eu? Me dei um tapa em pensamento.

— O que? Não. — Ele passa a mão direita algumas vezes no cabelo. — Se fiz algo errado é meu dever reparar o erro. Se não fosse você eu pediria a qualquer outra pessoa. O problema é que não penso direito quando fico irritado.

"Qualquer outra pessoa". Isso me pareceu a confirmação que precisava para ter certeza, para ele tanto faz.

O que estou pensando? Isso é completamente o contrário do motivo pelo qual xinguei ele esse tempo todo. Significa que Ricardo é uma boa pessoa, e não trata mal os desconhecidos.

— Entendi. Todos nós temos dias ruins. — Digo por fim. — Só aceito suas desculpas se prometer nunca mais me chamar de pirralha.

Dei um sorriso. Parece que essa conversa me tirou um peso enorme das costas.

— Sinto muito por isso também.

Ele sorriu para mim. Uma covinha aparece do lado esquerdo de seu rosto. Algo treme em minha barriga.

— Quando vi você caída no chão e pequena, foi automático.

— Lá vem, já vai dizer que não pareço ter minha idade.

Guardei meu celular na bolsa.

— Não exatamente, Olívia — Ele sorri de novo. — O que eu quis dizer foi, que no geral, os menores sempre são chamados assim.

— Tudo bem, te desculpo por esse detalhe horrível.

Ricardo volta a sentar na beirada da cama.

— Tudo bem, te desculpo por ter invadido meu quarto. — Imitou meu tom de voz.

Depois de sua fala, o silêncio preencheu o quarto.

Respirei fundo. Está na hora de voltar para o salão.

— Ricardo — saiu quase como um resmungo. Limpei a garganta para falar mais alto. — Poderia me levar de volta ao salão? já deve ter começado e não faço ideia como chegar lá.

Ele concordou com a cabeça.

Me virei para ir até a porta, mas algo sobre a mesa me chamou atenção quando passei a vista rapidamente.

Senti meu coração acelerar.

Ricardo já havia levantado e procurava alguma coisa pelo quarto quando olhei para ele.

Dou três passos e cheguei perto da mesa que tinha observando assim que entrei. Canetas, folhas, pastas. Uma bagunça. Porém, no meio dela, um dos cadernos estava aberto. Aberto em uma folha específica. Reconheci aquilo como reconheceria qualquer outra coisa feita por mim. Eu que fiz.

— Não acredito.

Me virei para Ricardo que agora estava parado me olhando sério. Pego meu caderno e caminho até ele.

— Pode me explicar por que estava com meu caderno todo esse tempo?

Ele não respondeu. Olhei para o caderno em minhas mãos. Passo as folhas rapidamente.

— Você encontrou e sabia que era meu porque todos tem a minha assinatura. Por que não me devolveu, Ricardo?

Posso contar nos dedos às vezes em que fiquei extremamente irritada como estou nesse momento. Não consigo acreditar.

— Por que não diz nada?

Ele fecha os olhos e respira fundo.

— Estava saindo do ginásio naquele dia. Você saiu apressada por causa da chuva e esqueceu o caderno e a caneta no banco. Peguei com a intenção de te devolver, mas você já estava longe.

— E por que não me devolveu depois? Fácil encontrar minha sala ou minha casa para isso.

Ele se aproximou mais de mim e pegou o caderno das minhas mãos.

— Quando me dei conta sobre o que desenhava quis ver todos que você já tinha feito. — Ricardo devolve o caderno para mim aberto na folha que lembro desenhar naquela manhã. — Esse poço é o que tinha aqui anos atrás. Fiquei surpreso por você lembrar com tantos detalhes contando a idade que tinha na época. — Fitei seu rosto. — Eu precisava ver, e lembrar também. Por isso demorei e não devolvi.

— Eu não me lembro de nada do que aconteceu. — Fechei o caderno. — Tenho tido sonhos, apenas assim as lembranças aparecem. Então, só repito as imagens da minha cabeça.

— Incrível. Esses esboços me fizeram lembrar de muita coisa. Você é talentosa.

Dei um sorriso envergonhado com seu elogio.

— Acho que te devo mais um pedido de desculpa, não é? — Ele ergue uma sobrancelha e em seguida ri. — Certo, não fui um bom rapaz esse mês. Admito.

— Tudo bem, eu te desculpo pela última vez. Ou vou descobrir algo mais suspeito?

Ele balança a cabeça.

— Estou com a consciência tranquila. Agora temos que ir.

Ricardo anda até a porta e sai do quarto. Caminho atrás dele com meus acostumados passos curtos.

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Votem e comentem muito sobre o capítulo, pessoal. Essa autora agradece desde já!

Até o próximo!!!

❤️❤️❤️

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