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CAPÍTULO OITO

Portas. Portas. Portas.

Não sei se um dia vou aprender a circular por esse labirinto que chamam de casa.

— Olívia — meu nome sai seguido por um riso. — Não precisa ter medo de andar.

— Eu não estou com medo. Você acha fácil acompanhar essas suas pernas?

Ricardo para de andar.

— Certo, achei que você estava com pressa para sair do meu quarto.

Sim. Para me enterrar de vergonha quando encontrasse o jardim.

— Sim, meu pai deve estar preocupado. — Respondo, adiantando os passos para descer as escadas.

Ouço o pisar dos sapatos dele sobre os degraus atrás de mim.

Teria continuado a caminhar. Mas quando acabou a escada surgiram três entradas idênticas, uma da direita, outra da esquerda, e uma em frente. Não sei por qual cheguei.

Ricardo dá uma leve risada quando passa por mim, entrando no corredor da direita.

Revirei os olhos e praticamente corri para não me perder outra vez.

— Se sente melhor? — Ele pergunta. Puxo ar voltando a caminhar.

— Como?

— Saiu do salão porque precisava de ar. Já está bem para voltar?

Não esperava por essa preocupação, digo, pergunta. Não nego, meu coração falhou uma batida. Ricardo está demonstrando ser completamente o oposto daquele cara que falou aquelas grosserias. Essa seria a essência do meu amigo de infância?

— Sim — falei em sussurro. O problema era o medo de esbarrar com ele e isso não vou admitir. — Demorei demais tentando encontrar o jardim e depois o caminho de volta. Deu tempo de respirar.

— Se você quiser posso te ensinar o caminho para o jardim. Você dá uma olhada rápida só para não ter perdido o tempo.

Paro de andar e o observo. Comecei a desconfiar.

Ele me pediu desculpas, se explicou por aqueles encontros desagradáveis. Mas ainda é estranho receber boas palavras do Ricardo adolescente.

Por ter dividido ele em dois na minha cabeça, o meu amigo antigo e o Ricardo de agora, pessoas opostas, não pensei que seria confuso pensar nele como um só.

Será que perdoei facilmente e ele não está sendo sincero comigo? Por que estou com um pé atrás se Ricardo somente se desculpou e não comentou mais nada?

Ele continuou com seus passos largos até perceber que eu não estava atrás dele.

— O que foi? — volta três passos e para. — Fiz algo errado?

Meus dedos apertam o caderno.

— Não — me recupero e ando até ele. — Na verdade, eu quero ir sim.

— Não falta muito. Olha — indicou com a cabeça. — Esse é o corredor principal, se você seguir reto chegará à porta de entrada.

— Ah — sussurrei. Reconheci por causa de um quadro bem maior do que eu pendurado do lado esquerdo. — Acho que sei como chegar ao salão daqui.

— Sim, não é difícil.

Me chamou com o polegar. Ricardo foi pelo caminho oposto que fiz para procurar o jardim. Revirei os olhos.

Reconheci algumas pinturas e objetos que observei na noite que estive aqui.

Passamos ao lado da sala de estar e pouco tempo depois chegamos à porta que dava acesso a saída.

Caminhávamos sobre a calçada. Pude ver claramente as pedras de diferentes tamanhos formando a passarela que iria até o jardim de Clarisse.

Senti o aroma das flores invadir meu corpo assim que me aproximei. Tamanha sensação me faz fechar os olhos e dar um leve sorriso.

Quando volto a observar ao redor, vejo Ricardo parado no mesmo lugar daquela noite e com a postura de sempre. Penso em agradecer por ter feito a gentileza de me trazer aqui. Mas as palavras certas parecem escapar da mente. Não consegui dizer nada.

Dou quatro passos. As cores estavam mais vivas do que me lembrava. O sol contribuiu muito para isso.

Agora durante a luz do dia, observo melhor o hobby de Clarisse. As divisórias para cada tipo de flor formam um círculo perfeito. Há três passarelas, uma para cada direção. Oposta a que chegamos, parece ir para parte de trás da mansão. E o outro caminho que é mais no centro, deve terminar na parte da frente. Afasto o pensamento sobre o que poderia encontrar atrás da mansão. Já me meti em confusão demais por ser curiosa.

Meu celular vibra dentro da bolsa.

— Ei — digo assim que atendo. Era meu pai.

Onde você está, Olívia? — ele pergunta baixo. — Te disse para não demorar.

— Eu sei, pai. Estou no jardim ainda.

Preferi ocultar o que aconteceu. Se falasse que me perdi teria que explicar porque não liguei pedindo ajuda. Falar que invadi o quarto de Ricardo não seria uma boa ideia. Não estou afim de ficar de castigo.

Venha, daqui a pouco sua mãe irá se apresentar no palco.

— Estou indo.

Desligo e guardo novamente dentro da bolsa.

— Por que não disse que se perdeu?

Por um breve momento esqueci que não estava sozinha.

— Você já me encontrou, não quis deixar meu pai preocupado.

Ele resmunga alguma coisa.

— O que disse?

— Nada — responde, e dá alguns passos. — Não vou comentar com ninguém sobre o que você fez. — Me olhou sério. — Só não entre em mais lugares sem permissão, numa próxima vez talvez não termine bem.

Começa a refazer o caminho pela passarela.

Respirei profundamente. Às vezes parece que meu corpo esquece de buscar ar por conta própria.

Passo a mão direita por algumas rosas ao mesmo tempo que apresso meus passos para seguir Ricardo.

Ele caminhava tranquilamente. Seu tamanho que o fazia parecer caminhar rápido comparando comigo.

Ricardo dá uma breve olhada para trás. Parece conferir se estava o seguindo.

Meu vestido e cabelo foram balançados alguns segundos pelo vento. Vou precisar de um espelho.

Só agora me dou conta de um detalhe.

Ele vestia uma camiseta listrada e sobre ela um terno azul sem gravata.

Minha mãe quem escolheu minha roupa. Seria algo combinado ou pura coincidência?

Tropecei em uma pedrinha que não tinha reparado. Por sorte não caí, porém deu tempo suficiente para Ricardo ver e soltar um riso. Ele me esperava na porta.

— Você precisa prestar mais atenção as coisas que acontecem em sua volta. Já te alertei sobre isso.

Reviro os olhos e passo apressada por ele.

Já decorei o caminho, consigo chegar sozinha até o salão onde está acontecendo o leilão.

Ouço o som dos sapatos dele atrás de mim e de uma voz feminina que ecoa pelos corredores. Clarisse.

A voz dela fica mais alta à medida que nos aproximamos.

Enquanto andamos pelo último corredor, passo a vista rapidamente por uma pintura. Essa mesma imagem fica exposta em minha mente. Meu próximo trabalho.

Vejo Ricardo me lançar um olhar junto a um sorriso sem mostrar os dentes antes de passar pela entrada. Seria uma despedida silenciosa?

Não tive tempo de responder. Ele havia entrado no salão e caminhava na direção oposta que eu iria.

Agora esse lugar está cheio. Todos sentados. As cadeiras foram distribuídas em duas colunas e o palco mais ao fundo.

Meu pai estava no meio da coluna da esquerda. Vejo o lugar vazio ao seu lado.

Respiro fundo. Droga. Espero que ninguém percebe que estou atrasada.

Além do mais, sou a única jovenzinha no meio de tanta gente. Parece que mesmo sem querer chamo atenção.

Caminho lentamente por trás da última fileira de cadeiras, em seguida, pelas laterais.

Quando sento ao lado do meu pai, solto uma respiração pesada.

Ele me olha pelo canto do olho e não diz nada. Isso significa que mais tarde irei ouvir reclamação.

Olho para o palco. Não consigo ver com clareza porque agora todos os assentos estão ocupados. Mas posso ouvir muito bem o que estão dizendo. Informaram para quais projetos o dinheiro arrecadado será doado e devo ter escutado agradecimentos para alguém específico que não está aqui.

Minha mãe recita o discurso que a ouvi treinar por duas semanas. Não consegui ver nada além de seu rosto, ser baixinha em meio a gigantes resultou isso. Porém, ontem à noite vi quando experimentou o vestido caro, digo, alugado. Mamãe estava deslumbrante.

Quando ela termina o discurso, um barulho instrumental preenche o ambiente.

Não presto mais atenção. É uma excelente iniciativa para ajudar aqueles que precisam, mas isso parece que vai demorar. E me sinto estranhamente inquieta.

Solto um suspiro. Busquei com o olhar algo para poder gastar meu tempo enquanto os minutos passam.

Pareço encontrar, pois meus olhos focam em uma fileira específica da coluna da direita. Lá está, Bernardo Fernandes, com uma seriedade idêntica a do jantar, Ricardo ao seu lado, com o terno azul que tenho certas dúvidas de ter sido apenas coincidência usarmos a mesma cor, e reconheci outra pessoa, aquela garota, Angélica. Ela estar na mesma fila que ambos parece confirmar a aproximação dela com a família Fernandes. Acho que não saber exatamente até que ponto, me deixa em um conflito interior que ainda não sou capaz de entender.

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Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Alguns fios teimosos ainda ficaram expostos no meu rosto. A cada dois minutos tinha que colocar as mechas soltas atrás da orelha para não atrapalhar minha visão.

— Vejo que já está pronta.

Diz minha mãe ao entrar no quarto. Meu coração palpitou, sempre levando sustos.

— Estou bem? Não quero parecer arrumada demais. — Digo, me referindo a jardineira que vesti.

— Você está linda, filha. Como sempre. — Se aproxima e beija minha testa. — Toma — entregou meu celular. Franzi a testa. — Coloquei ele para carregar quando você chegou da escola. Caso precise de algo, vai precisar de bateria para chamar por alguém.

Dou um meio sorriso como agradecimento. Nunca lembro de colocar para carregar antes de precisar dele.

Mamãe sai do meu quarto. Em seguida, peguei a bolsa preta que escolhi levar e guardo o celular.

Fecho a porta do meu quarto e desci para a sala. Miguel já deve estar chegando.

Ele me ligou ontem para confirmar nosso passeio. Disse que às quatro em ponto vinha me buscar.

Ouço a campainha e vou até a porta. Quando abro dou de cara com um belo rapaz. Miguel usava uma camiseta lilás. Por cima dela, uma camisa jeans clara com os botões abertos.

— Que pontual! — Sorri para ele. Miguel retribuiu.

— Não seria correto deixar uma bela moça esperando.

Continuei sorrindo.

— Você é sempre assim? — Pergunto quando ele me oferece o braço direito para começarmos a andar.

— É sempre bom não ter medo de tratar com carinho as pessoas que gostamos. — Ele diz, me guiando pela calçada. — Se importa de irmos a pé?

Balanço a cabeça em negação.

— Então você gosta mesmo de mim?

— Acredito que você também, já que aceitou sair comigo.

Suas palavras me fazem parar de andar. Qual será a interpretação que ele teve quanto a isso?

— Miguel — chamei calmamente. — Estamos saindo como amigos, certo?

Ele me olha por alguns segundo antes de se soltar do meu braço e dar uma gargalhada.

— O que a fez pensar que seria outra coisa? — Miguel pergunta assim que se recupera. Sinto meu rosto arder de tanta vergonha.

— Não é que... — paro de falar. Nunca pensei que seria além disso. Foram as palavras dele no momento que me fizeram ter dúvidas. Mas agora percebo que não era para tanto. — Desculpe, só quis deixar as coisas claras.

Por que eu disse isso?

— Se acalma, está bem? — Ele volta para perto de mim e segura minhas mãos. — Você me fez gostar pela sua maneira de agir. Já te disse o que penso de você. Quero me aproximar. Mas é só isso.

O sentido de suas palavras me tranquiliza por algum motivo. Porém, agora algo ainda me faz ter dúvidas. Escolhi ignorar.

— Não sei o que te dizer. Me sinto envergonhada.

— Deixa disso. Agora vem. — Estendeu novamente o braço. Voltamos a caminhar pela rua.

— Aqui é tudo tão...certinho. A primeira coisa que notei quando fiz a mudança foi isso.

— É, por toda cidade. — Ele acrescenta. — Funciona como uma conscientização coletiva. No museu tem centenas de fotografias antigas mostrando Canobra desde a fundação já com uma organização absurda. Parece uma regra que você é obrigado a seguir.

— Já comentaram comigo sobre isso. Minha mãe e minha tia são apaixonadas nesse lugar. Já ouvi muitas histórias delas.

— Compreensível!

Passamos pela casa que Miguel disse ser dele. Tinha uma senhora sentada em um banco na varanda. Ela olha para nós e acena com uma das mãos.

— Quem é?

— Minha avó. — Ele diz, acenando de volta. — Na realidade, de consideração.

Quase pergunto sobre os pais dele, ainda bem que me contive. Não queria ser indiscreta.

— Eu vivo com ela por causa de alguns conflitos familiares. Ela estava morando sozinha, me ofereci para fazer companhia.

— E te deixaram? Você tem quantos anos?

Miguel ri.

— Não estou longe da minha família. Dona Bernadete é mãe da minha madrasta. Como meu pai se casou há vários anos, criei carinho de neto por ela.

Balanço a cabeça concordando.

— Dezessete — franzi a testa. — Minha idade.

— Ah — tento pensar nas palavras certas. — Então, você mora com ela faz muito tempo?

— Alguns meses.

— Você disse que seu pai se casou, e a sua mãe?

Ele para de andar e me olha.

— Nunca a conheci. — Volta a caminhar dando passos lentos. Ouço seu suspiro. — Dizem que morreu por complicações no parto.

— Sinto muito.

Miguel sorri de lado.

— Meu pai nunca teve uma relação concreta com ela. Por isso tenho apenas uma imagem dela na cabeça. A do túmulo.

Respirei profundamente.

— Miguel, não queria que lembrasse de coisas ruins. Droga. Eu deveria ter pensado antes de te perguntar sobre isso.

— Está tudo bem, Olívia, a ideia é nos conhecermos. Lembro de poucas coisas que eram diferentes antes do meu pai conhecer e se casar com a Rosa. Ela me acolheu como filho desde o início. Tinha sete anos quando fui pela primeira vez a Mansão Fernandes.

Associei o que ele acabou de dizer ao dia em que nos conhecemos. Ele chamou o pai de Ricardo de tio.

— Você e Ricardo Fernandes são primos? — a pergunta sai automaticamente.

— Sim, se contar que chamo a avó dele de minha avó. Somos primos.

Estamos próximos da entrada da rua. Próximos da praça também.

— Rosa é irmã de Bernardo.

— Entendi. — Minha mente passeia pelas informações. — É por isso que sabia tanto de Ricardo quando ele quase me atropelou.

Miguel assente.

— Ele não é um cara ruim. Só é muito impulsivo.

Subimos na calçada para andar pela praça. Linda como me lembrava.

Alguns bancos estavam ocupados. Crianças disputavam os brinquedos disponíveis. Pássaros e borboletas perambulavam aleatoriamente nas árvores e nas plantas restantes. O cheiro das diversas flores estava por toda parte.

Miguel me guiava por toda praça. Ora ou outra fazia pequenos comentários sobre a espécie da planta e beleza desse jardim público. Essa tarde me deixou muito inspirada. Com uma leveza interna inexplicável.

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O tempo mudou completamente de uma hora para outra. Tive que vestir um moletom para conseguir me manter aquecida enquanto terminava alguns exercícios sobre a mesa de estudos.

Meu caderno de artes estava aberto no último desenho que trabalhei, aquela pintura que me chamou atenção na mansão.

Pego ele em minhas mãos. Ricardo disse que eu havia feito um poço idêntico ao que tinha na casa dele. Essa imagem que ficou gravada na minha cabeça me pareceu muito familiar depois de olha-la por algum tempo. Será que ela está pendurada ali há mais de dez anos?

Quase como um ato involuntário, meus dedos passam para a próxima página em branco. A caneta que estava parada sobre a mesa, começa a ser usada para fazer alguns traços. A folha foi dividida ao meio com uma linha ondulada. Meus dedos são ágeis fazendo os detalhes, primeiro do lado esquerdo em seguida o lado direito. Estava tão focada que não percebi quando minha mãe entrou no quarto.

— Está tarde, filha. — diz ela, baixinho. — Você acorda cedo amanhã.

Balaço a cabeça não desgrudando a caneta do papel.

— Tinha que terminar algumas questões. — Digo, também baixinho.

O barulho de chuva começou a surgir.

— Sei. — Ela anda até parar ao meu lado. Olha o que estou fazendo. — Você é tão talentosa, Liv. — A ouço sorrir. — Consigo entender perfeitamente o que está fazendo.

Coloco minhas mãos dentro dos bolsos do moletom e observo o que acabei de fazer.

De um lado, fiz a representação do Jardim que visitei na mansão. Do outro, a primeira vista que tive do Jardim da praça. Ambos paralelos. Quase como um quebra-cabeça. E em cada lado, a sombra de alguém que não era eu.

— Quer conversar? — Ela pergunta calmamente.

— Sobre o que seria?

Mamãe respira fundo e me chama para sentar na cama. Obedeço.

— Você não se dá conta, mas está confusa com muitas coisas que vem acontecendo.

— Eu sei que estou confusa, mãe. Desde que chegamos aqui, tudo me deixa mais pensativa que o normal

— Entendo — Ela sorri de lado. — E você sabe por quê?

Balanço a cabeça em negativa. Nunca tinha parado para pensar exatamente o porquê.

— Você está crescendo. Entende melhor como as coisas funcionam. E... — Ela para de falar como se pensasse quais palavras usar. — Percebi o que houve quando jantamos na Mansão Fernandes. Você ficou incomodada com a presença do seu amigo de infância. E agora, você desenha o jardim da casa dele ao lado do lugar que você foi hoje com outro rapaz. Isso não é suficiente para você entender?

Não sabia o que responder. Minha mente parecia em branco.

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Oiê, leitores. ❤️

Peço que tenham paciência com os acontecimentos da história. Vocês já devem ter percebido que o livro conta a vida da Olívia, então eu preciso detalhar algumas coisas para que no futuro dela seja fácil entender.

Aguardo as críticas nos comentários e os votos, beijos!!!

❤️❤️❤️

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