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CAPÍTULO DOIS

Meus olhos ainda estavam fechados quando senti um tremor em minha cabeça, mexi desconfortável na cama e percebi estar coberta.

Abro os olhos lentamente e sou obrigada a fechar outra vez, a claridade invadiu meu campo de visão.

Resmunguei baixo.

Estava cansada e não lembro que horas peguei no sono. Agora estou com uma dor de cabeça terrível.

— Bom dia, meu amor.

Escutei a voz da minha mãe assim que cheguei à cozinha.

— Alguém foi atropelado durante a madrugada e eu não fiquei sabendo?

— Quem te contou? — perguntei. Ainda tentava me acostumar com meu estado.

— Quem me contou o que? — Apenas depois entendi o que ela disse. Não era sobre meu quase atropelamento ou eu ter passado a noite pensando naquele rapaz.

— Não, nada. Eu estou com uma dor forte na cabeça.

Fiz movimentos circulares na testa na esperança de algo melhorar.

Mamãe colocou um copo com água e um comprimido sobre o balcão. Tomei o remédio e resmunguei. Por que o gosto tem que ser tão ruim?

— Se não passar me fale. Te levo ao médico.

Assenti. Minha mãe sempre preocupada.

— Cadê o papai?

— Saiu cedo para não se atrasar.

Tomei o café improvisado que estava sobre a mesa e voltei ao meu quarto para continuar esvaziando as caixas.

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E foi assim o resto da manhã, arrumando minhas gavetas e ora ou outra minha mente forçava lembrar do olhar que aquele garoto me lançou. Algo nele me parecia familiar. E mesmo depois de tanto tentar lembrar, nada aconteceu.

Mais tarde, Tia Marta veio passar o restante do dia com minha mãe e eu. Decoramos um pouco a sala e terminamos de organizar a cozinha.

Minha tia sempre fazendo questão de me apertar a cada meia hora.

Foi um bom dia.

Papai chegou à noite e com ele trouxe o jantar, provavelmente que ele mesmo fez no restaurante. Mamãe disse que sairemos cedo para o mercado amanhã. Pelo que entendi, irei acompanhar porque meu pai não vai poder. Ele não ficava muito tempo fora quando morávamos na outra cidade. Ele deve estar ocupado assim por causa da transferência, espero que volte logo ao normal.

A melhor hora do dia para mim é o café da manhã, ficamos juntos e conversamos sem o estresse de um dia cansativo. Mas, por enquanto, a rotina ainda está bagunçada.

Minhas aulas começam próxima semana, isso me deixou com frio na barriga.

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No dia seguinte, mamãe me acordou antes das oito. Agora, dentro do carro, aguardo ela que esqueceu a carteira.

— Então, pronta para conhecer um pouco sua nova cidade? — sorriu para mim. Mamãe cresceu aqui, ela sempre falava como era bom viver nesse lugar na infância. Disse que me apresentaria todos os cantos secretos, tia Marta também. Então, mesmo sem ter apreciado antes essas paisagens, o tour por ela já estava marcado pelas mulheres da minha família.

— Você não falou muito sobre como foi ontem. — Mamãe comentou, enquanto saía da nossa rua.

O carro estava lento. Agradeci mentalmente, pois podia observar o ambiente através da janela.

— É um belo lugar, não nego. Agora entendo o porquê da empolgação de vocês duas. Tia Marta já me alertou que vai ser meu guia turístico.

Mamãe soltou uma risada leve.

— Quando você for onde queremos te levar, entenderá o quanto está me fazendo bem voltar aqui depois de dez anos. — Virou à direita. A vista amarela ainda permanece em vários pontos das ruas. — Mas não foi isso que quis dizer. Você saiu e conheceu alguém. Como era mesmo o nome dele?

— Miguel.

— Ah, e você me responde assim? Me diga como foi, se ele vai manter contato, quantos anos tem. Ele pareceu ser tão educado...

— Mamãe, eu também não fiz uma entrevista sobre a vida dele. A gente só conversou sobre coisas aleatórias. Ele foi sim muito educado, mas, como é bem mais velho que eu, acho difícil querer manter uma amizade mesmo. Sou muito nova para o ciclo social dele. — Ela me olhava esperando algo a mais. Minha mãe me conhece tão bem que às vezes irrita. — Ele me ajudou quando quase fui atropelada. — Sussurrei. — E antes que diga algo, eu estou bem. Lembra que eu disse "quase atropelada".

— Explica essa história direito, Olívia.

— Foi simples, mãe. Fiquei distraída quando vi aquela praça maravilhosa. Acho que nunca vi uma tão linda assim antes. — Suspirei. — Então do nada um carro freou perto de mim e caí com o susto. Miguel viu e me ajudou a levantar.

— Ah, tudo bem. Mas, da próxima vez, me conta sem eu precisar perguntar esses detalhes. Gosto de ter o que falar com você, filha.

Concordei com a cabeça e voltei minha atenção para a janela.

Esse lugar parece ter sido construído a dedo. Os locais das casas, das árvores, entradas e saídas das ruas, tudo alinhado. Essa cidade realmente é encantadora.

— Você ficou admirada com a praça, espera só até ver de onde sai aquilo tudo. — Sorriu. — Depois da estação tem o caminho para a parte natural. Lá é proibido qualquer alteração, desde remover as árvores a poluir os rios. Todos aqui são criados com essa consciência. Preservar o começo da Cidade Dourada é essencial para os moradores de Canobra. — Ela disse com tanto amor estampado nos olhos que foi impossível não sorrir. — Tiram apenas as sementes que caem para planta-las espalhadas pela cidade. É por isso que você percebe de longe como tudo aqui é tão colorido, e principalmente amarelo.

Mamãe continuou dizendo algumas curiosidades sobre as coisas daqui. Nem precisaria, apenas por olhar você já entende o quanto cada ponto que nós passamos está preservado.

Quando mamãe parou o carro em frente ao supermercado senti uma inquietação no peito. Podia sentir o medo chegando aos poucos, mas não entendia que tipo e nem o porquê.

Entramos no estabelecimento e ajudei com as compras. Compramos muita coisa que tinha na lista e outras coisas aleatórias também.

A sensação estranha voltou e com ela uma vontade enorme de ir ao banheiro.

— Não consigo segurar. Onde que fica o banheiro?

Estávamos em fila perto do caixa. Daria tempo chegar ao banheiro se esse mercado não fosse enorme.

— Se eu sair da fila perco o lugar. Se você for rápido não terá problema. — Confirmei. Não seguraria por muito tempo. — Certo, vá por ali e no final daquele corredor tem os banheiros.

Me indicou a direção. Andei rápido, não queria arriscar correr e me esbarrar em alguma coisa.

Parecia que todos resolveram ficar no meu caminho. Meu Deus, por que tem que ser tão longo?

Virei o corredor indicado e no final dele avistei as portas que deduzi ser os banheiros.

Não vi placa nomeando a porta, ou melhor, estava tão nervosa que nem prestei atenção se tinha ou não. Entrei no banheiro e escolhi uma cabine que estava aberta.

Liberdade, senti isso. Logo após, senti outra coisa também. Resmunguei, o fedor de urina estava por toda parte. Parecia um banheiro de escola depois da aula de educação física.

Saio da cabine e vou em direção a pia. Tinha um homem lavando as mãos ao meu lado. Foi então que percebi, entrei no banheiro errado. Lavei as mãos rapidamente, meu rosto estava quente de vergonha.

O homem saiu e eu respirei fundo. Saio do banheiro em seguida olhando para o chão.

— Belo começo, não é, Olívia?

Falei comigo mesma irritada. Mas não fui totalmente errada, não tinha nenhuma indicação na porta. Bufei.

Ainda olhando para o chão, não percebi um corpo chegar em minha frente e se esbarrar em mim.

— Uou, cuidado aí.

Escutei aquela voz, a voz do meu sonho.

Olhei para cima e percebi que ele me segurava pelo braço.

— Você outra vez, pirralha? Ainda não aprendeu a prestar atenção por onde anda?

E com isso me soltou.

Eu deveria agradecer por ele ter me segurado. Deveria.

— Digo o mesmo. Você também não estava prestando atenção ou estou enganada? Olhe o espaço em volta.

Ri da cara que ele fez.

— Olha aqui, não tenho tempo para perder com você. Sai da minha frente.

E se foi em direção aos banheiros.

— EDUCAÇÃO MANDOU LEMBRANÇAS. — Gritei. Me arrependo logo depois, algumas pessoas me olharam estranho. Ignorei e continuo a andar.

Quem ele pensa que é? O dono do mundo para tratar os menores assim? Tomara que ele erre o banheiro também e passe vergonha.

Voltei ao caixa e minha mãe não estava mais lá. Encontrei ela colocando as sacolas no porta-malas.

— Voltei. Podemos ir?

— O que aconteceu?

— Como assim?

— Você está vermelha e ofegante. Por que está nervosa?

É um poder de mãe conhecer um filho tão bem assim?

— Errei o banheiro. Fiquei morrendo de vergonha.

Não menti, só omiti que cruzei com o cara do olhar indecifrável e que também é mal educado.

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Já em casa, ajudei mamãe a organizar as coisas dentro dos armários e preparamos um macarrão com queijo para o almoço. Papai ligou avisando que chegará apenas à noite, ou seja, mais um dia longe de nós.

A tarde passou arrastando, mas aproveitei para retirar coisas das caixas.

Fiz várias doações antes da mudança. Doei tudo que já não usava mais. Fora as roupas, só trouxe alguns jogos e ursos que marcaram minha infância. Passei a maior parte dos anos com um lápis de cor na mão desenhando. Desde cedo descobri minha paixão por desenhar pessoas, e com o passar do tempo peguei gosto por moda. Tenho quase certeza que farei algo relacionado quando for mais velha.

— Onde está a razão da minha vida?

Escutei a voz do meu pai atrás da porta.

— PAI!

Corri para abrir e o abracei.

— Um dia sem te ver, quantos centímetros cresceu, em?

Riu e me beijou na testa.

— Pensei que chegaria a tempo para o jantar.

Choraminguei.

— Eu sei, filha. É só até organizar tudo lá no restaurante. Mudança no cardápio, algumas reformas na cozinha, enfim. Quando estiver tudo pronto prometo que levarei você e sua mãe para dar uma volta pelos Mantos Dourados.

— Vou cobrar, em?

Mamãe chegou de repente nos assustando.

— Se eu estiver vivo daqui até lá.

Respondeu e deu um beijo nela.

— No fim de semana iremos jantar com uma amiga minha de infância. — Mamãe falou. — Não sei se lembra dela. Clarisse. Estudamos juntas. Acho que o filho dela já está com quinze anos. Vai te fazer bem falar com alguém de quase mesma idade, já que acha Miguel não tão acessível assim para ser seu amigo.

— Mãe, também não é para falar assim. Ele só é mais velho. Por que iria querer ser meu amigo?

— Certo, quem é Miguel mesmo? — papai perguntou alheio a conversa — E por que tanto interesse em apresentar Olívia a garotos, Isabela? Por que não garotas?

Eu ri alto.

— Não estou empurrando ela para ninguém. Apenas quero que se enturme mais rápido. Ver você sofrer daquele jeito por um ano me partia o coração.

No fim das contas, papai concordou com o que ela disse. Ele tem essa pose de pai ciumento, mas eu sei que no fundo é só para descontrair.

Iremos domingo à casa dessa tal Clarisse. Até onde sei ela estudou com minha mãe e tem um filho de quase minha idade, e quando soube que voltamos convidou nossa família para um jantar de boas-vindas. Mamãe disse que já a conheço, mas não me lembro, o mesmo do filho dela. Papai falou que era difícil me separar dele quando criança e que ele brincava muito comigo.

Não me lembro de nada dessa cidade, então é como se isso não tivesse existido.

Espero que esse meu amigo que cuidava tão bem de mim faça o mesmo agora, caso contrário não adianta nada sabe o que já passou.

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Um dia depois, sábado, acordei tarde devido à noite mal dormida. Não consegui descansar direito desde a mudança.

Adivinha, além de pensar naquele primeiro encontro estranho com aquele rapaz, que insistia em fazer buscas sem sucesso em minha memória, me peguei lembrando do aperto que suas mãos fizeram em meus braços. Nem percebi quando caí em sono profundo ontem.

— Bom dia, mãe.

Dei um beijo em seu rosto.

— Bom dia, melhor e mais linda filha do mundo inteiro.

Reviro os olhos.

— Tem outra filha, Senhora Isabela, que eu ainda não sei?

Brinquei.

— Fui descoberta. — Rimos.

E assim seguiu o resto da manhã. Como tinha acordado tarde perdi o café com meus pais. Desencontros. Sentir saudade de alguém que está próximo é tão horrível.

Aproveitei o dia para organizar as minhas últimas coisas nas gavetas. Assim que terminei, mamãe me esperava para irmos à papelaria. Minhas aulas começam depois de amanhã.

Chegamos em casa só à noite com meus novos materiais escolares. Estou no último ano do fundamental, frio na barriga é o que prevalece.

— Lembrando que amanhã temos o jantar na casa de Clarisse.

Ela estava ansiosa. Falou sobre isso tantas vezes que agora até eu estou começando a me animar. A verdade é que, desde o meu primeiro dia em Canobra, me sinto estranha. Sensações inexplicáveis ora ou outra me atormentam.

Já no meu quarto, espalhei tudo que compramos hoje sobre o lençol. Me ajoelhei no tapete e comecei a testar algumas canetas.

Preenchi os cadernos com meus dados, em seguida organizei o necessário dentro da mochila, deixando apenas alguns materiais em minha mesa de estudos.

O toque do meu celular me fez correr até onde ele estava.

— Ei, Júlia.

Sorri me jogando de costas na cama agora vazia.

Até que fim. Está viva. Já esqueceu de mim?

— Foram só três dias, Júlia. Também já estou com muita saudade sua, amiga.

Ha, ha, ha — debochou. — Sério, Liv. Não respondeu nenhuma mensagem e nem ligou desde que se mudou para dizer como estão as coisas.

— Sinto muito, com a correria fiquei sem bateria e esqueci de colocar no carregador.

Pensei exatamente isso, só você mesmo.

— Quando vi o quanto tinha de mensagens e ligações perdidas suas e do Pedro pensei que poderia ter acontecido algo com vocês. — Comentei. — Mas, por causa do horário achei melhor deixar para ligar amanhã de manhã.

Tudo bem, conheço bem você. E é a única pessoa que fica mais de dois dias sem carga no celular e nem percebe. — Júlia disse, usando um tom aborrecido.

— Nunca me importei muito com isso, minha melhor companhia sempre foi o meu...

Caderno de desenho. — Terminou a frase por mim. Eu sorri. — Entendo. Espero que não precise se esconder da realidade usando ele igual quando você veio morar aqui. — Ela comentou, com certeza a pior coisa que já vivi até hoje. Cidade, rua e escola nova. Sozinha. Foi um tormento. — Então, não me diga que esqueceu do celular por causa disso?

— Não, não! — Neguei. — Muita coisa para arrumar em casa, e saí algumas vezes. Correria dos primeiros dias. — Respondi. — Para falar a verdade nem desenhei nada desde que cheguei aqui.

Essa conclusão me deixou travada. Algo que eu sempre fiz desde sempre era rabiscar qualquer coisa, independente do dia. E desde que mudamos nem toquei no meu caderno além de tira-lo da caixa em que guardei. Então, além da mudança de cidade, também estou mudando o meu jeito de ser e isso que está me fazendo sentir tão estranha?

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No dia seguinte, domingo, levantei tarde mais uma vez. Conversei com Júlia até altas horas, isso contribuiu. Porém, gostaria de saber quando vou finalmente tirar aqueles pensamentos da cabeça. Ele está tirando meu sono, isso porque foi super grosseiro e mal educado comigo. Imagina se ele tivesse me tratado da mesma forma que Miguel quando me conheceu?

Mas, o pior de tudo é o que eu sinto. Como um sentimento de nostalgia, parecido.

— Planeta Saturno chamando Olívia. Câmbio.

Despertei com a voz do meu pai.

— Pai, o que faz aqui?

— Como o que faço aqui? Até onde sei essa é minha casa. Ou estou enganado?

— Ah, nossa, perdão. — Esfreguei a testa com os polegares. — Não estava focando na realidade.

— Não percebemos, filha, não se preocupe com isso.

Mamãe surgiu da área de serviço para zombar da minha cara. Está bem, mereço.

— É que... — comecei a falar. — Na verdade, não sei o que está acontecendo comigo desde que mudamos.

Meus pais se entreolham e sorriem depois de segundos.

— Você está crescendo, meu amor. É esse seu problema que não é problema algum. Não lute contra seu processo, deixe acontecer.

Mamãe sempre sabe o que me dizer. Meus olhos lacrimejaram.

Terminamos de arrumar a decoração da casa. Agora só restam poucas caixas, algumas coisas que não decidiram onde colocar ainda.

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Tomei um banho quente, o clima esfriou do nada como me alertaram que acontecia por aqui. Se já não sabia o que usar nesse jantar, imagine agora.

Se bem que não sei o porquê do nervosismo. Já conheço essas pessoas, elas devem saber muito sobre mim através de ligações e ligações dos meus pais. Agora me dei conta do porquê do nervoso e esse fato agora me deixou com certa vergonha. Talvez esse filho da amiga da minha mãe ainda se lembre de mim, talvez espere algo. Eu era muito pequena para lembrar de alguma coisa daquela época.

— O que devo vestir?

Essa pergunta saiu dos meus lábios mais de uma vez.

Olhando meu guarda roupa, no fim, escolhi cores frias para combinar com o tempo. Quando estava bem agasalhada fiz uma leve maquiagem e prendi meu cabelo na lateral.

Encontrei meus pais que me esperavam em frente ao carro. Após poucos minutos saímos em direção a casa da amiga da minha mãe.

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Então, gente, esse é o segundo capítulo da minha história. ❤️

Se gostou peço que não deixe de votar e comentar, preciso muito saber o que estão achando. ❤️

Essa autora iniciante agradece desde já pela paciência. Até o próximo capítulo!❤️

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