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CAPÍTULO DEZOITO

— Como você faz isso? — Questiono assim que vejo minha tia sentar ao meu lado no sofá. Seu rosto aparenta confusão.

— O que, menina?

— Sempre aparece quando eu preciso. — Ela sorriu largo.

— O sangue não mente, querida. — Ela me chama com a mão e indica para que me deite em seu colo. Obedeço e fecho os olhos ao sentir seu cafuné em meu cabelo. — Pronto. Pode me dizer o que se passa nessa sua cabecinha?

Puxo o ar pensando por onde começar.

— Está tudo tão confuso, tia. — Decido falar tudo que me vier na mente. — Você sabe que depois de tudo o que aconteceu com a minha mãe eu vivi no automático. Acompanhei meu pai em todas as cidades, me formei no ensino médio e desenhava. — Olho para seu rosto. Marta estava encostada na almofada do sofá de olhos fechados me ouvindo enquanto mexia no meu cabelo. — Agora que eu voltei, coisas que eu sentia e não foram resolvidas quando adolescente voltaram com tudo. — Já sentia minha voz embrulhar. Logo choraria. — E para eles o tempo também parece não ter passado...

— Espera, eles? — me interrompeu.

— O Miguel, lembra dele? E o Ric. — Ela balança a cabeça indicando pra continuar. — Quando conversamos o tema da conversa foi o mesmo de cinco anos atrás. O que me deixou em crise, tia.

— Deixa eu ver se entendi o que está tentando me dizer. — Ela faz uma pausa. — Você tinha sentimentos por esses rapazes antes de se mudar, e ocultou isso por estar longe e agora tudo voltou?

— Sim, é isso. — Admito. — Bom, no caso do Miguel, eu não gostava dele da mesma maneira que gosto do Ricardo.

— Que gosta?

— Que gostava... Quer dizer... Ai, tia. É complicado. — Abraço forte suas pernas.

— É, ou você que está complicando? — não disse nada como resposta. Não sabia. — Querida, você disse que para eles parece não ter mudado, então o Ric gosta de você também?

— Ele diz que sim, mas, não sei. Ele é tão teimoso e impulsivo. Faz coisas que só de lembrar não quero nem olhar para cara dele. Mas, ao mesmo tempo eu lembro...

— Lembra? — Me incentiva a falar.

— Dos beijos. Da sensação. E faz tudo parecer certo entre nós.

— Então, meu amor, não tenha medo. Você sabe o que sente por ele e o que ele sente. Você não é mais uma adolescente de quinze anos, filha. Já pode tentar viver um amor de novela.

Tia Marta me aconselhou. Não aguentei segurar as lágrimas. Parecia que algo tinha sido libertado dentro de mim. Eu me sentia leve. Leve por ter admitido meus sentimentos e por abraçar alguém que tanto amo.

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Saindo do estacionamento, tia e eu subimos pela escada lateral até entrar no prédio onde fica a galeria de Clarisse. Pela manhã ela ligou avisando que já havia organizado as telas da mamãe em um espaço reservado. Agora nós estamos aqui em silêncio nos guiando até lá.

Acho que Marta também está controlando a chuva de emoções que esse momento traz. É tão surreal. Estamos realizando o sonho de décadas dela. Essa é a coisa que mais encheu meu coração de felicidade nos últimos dois anos.

— Bem-vindas. — Clarisse nos cumprimenta. — Apreciem o talento de Isabela Menezes como as primeiras visitantes.

Não precisei dizer nada. Acenei com a cabeça e ela me retribuiu com um sorriso acolhedor.

Dei passos lentos. Não tenho palavras que descrevam tamanha alegria que olhar essas pinturas expostas me causa. Em casa analisei uma por uma, no entanto, ver todas elas aqui, penduradas, com seu nome, e pessoas virão aqui para vê-las, é o sentimento mais gratificante que já tive.

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Duas semanas se passaram desde que a divulgação da exposição dos quadros de minha mãe começou. Hoje é o dia da inauguração do evento, o contrato diz que a equipe de Clarisse cuidará dos processos de vendas e eu irei para representar a artista.

Estou usando o vestido mais caro que já toquei. Clarisse me presenteou com ele, só aceitei porque ela insistiu muito e já havia pago.

Era um vestido longo, vermelho, coberto por pedras brilhantes. Se encaixou tão perfeitamente em meu corpo que parecia sob medida. Eu estava me analisando no espelho há alguns minutos, meu cabelo estava preso, alguns cachos caídos davam um toque de realeza, apesar da maquiagem básica que fiz. Ouço batidas na porta.

— Entre. — Vejo papai me encarar através do espelho.

— Olívia, você nem parece real, minha filha. — Ele pega minha mão e me gira. — Uma verdadeira princesa. Tudo que essa noite especial pede.

Seus olhos estavam marejados.

— Você também não perde, pai. Olha só pra você. — Giro ele igual como fez comigo.

— Certo. Vamos deixar de moleza que já estamos atrasados.

— Atrasados? — Papai não responde, me guia até sairmos de casa e entrarmos no carro. — Estamos adiantados. Você quis dizer, né?

Ele ficou calado durante todo o percurso. Papai apertava o volante com as duas mãos. Ele estava nervoso, parecia...triste. Toquei em seu ombro para demonstrar que estava ali com ele.

— Está tudo bem. — Sussurrei. Ele sorriu.

Assim que chegamos na galeria, dava pra notar um número expressivo de carros do lado de fora. Os eventos de Clarisse sempre trazem muitas pessoas.

Sinto meu rosto queimar. A maioria dos olhares estava direcionado a mim. Eu segurava o braço do meu pai enquanto caminhava até a área da exposição. Calma, Olívia. Respira. Está tudo bem, você mesma disse a pouco.

As batidas do meu coração estavam aceleradas. Talvez fosse por todos me olharem. Eu diria isso se não soubesse da culpa de qual olhar essa agonia pertencia. Ricardo Fernandes. O que me causa enorme confusão de sentimentos, a qual já admiti ser bom gostar. Desde aquela conversa com minha tia eu o esperei. Esperei uma mensagem, uma visita, encontrar com ele em sua casa, na galeria, em qualquer lugar nesses últimos dias. Mas isso não aconteceu. Clarisse disse que ele estava resolvendo uns assuntos importantes. Isso não impediria de fazer um contato mínimo se ele realmente quisesse.

Lembrei daquela vez que ele sumiu da minha vista por semanas na escola. Seria de propósito? Me evitar novamente? Eu estava doida pra perguntar. Dessa vez eu tenho motivo, já que ele mesmo disse que não se afastaria outra vez. Mas isso foi antes de sair correndo depois de bater em sua cara. Poxa, Olívia. Ricardo deve ter se cansado de tanto problema em uma pessoa só.

Algo que parece confirmar essa minha teoria é Angélica Ferraz estar perfeitamente alinhada ao seu lado. Seu vestido azul curto e decotado chama a atenção de quem a nota. Ele me encarava. Seus olhos não desviaram um só momento desde que entrei no salão. As borboletas na minha barriga me denunciavam.

— Uau. Você é uma mulher deslumbrante, Olívia. — Miguel se aproxima e me cumprimenta. Solto um riso envergonhada.

— Obrigada, Miguel.

— Parabéns pela exposição. Ainda estou analisando qual comprarei, sua mãe era muito talentosa. Vai ser difícil escolher apenas uma.

As palavras dele foram copiadas por muitas das pessoas que vieram me cumprimentar. Elogios paras os quadros da mamãe, e elogios para mim. Eu já não conseguia esconder meu rosto quente de vergonha. Respondi muitos rapazes formalmente para tentar amenizar meu rosto vermelho. Agora eu caminhava observando as obras penduradas. Algumas delas já estavam com a indicação da venda, o que me deixava em paz. É realmente uma pena ela não poder ver todo esse sucesso.

— Eu já conheci muitos artistas, todavia, essas pinturas conseguiram me deixar sem palavras com tamanha carga emocional e subjetividade. — Um homem para ao meu lado e olha para a mesma tela que eu. — É realmente impressionante.

Ele afirma agora me olhando. Tento não demonstrar nervosismo com sua aproximação repentina.

— Obrigada por sua presença aqui. Espero que já tenha escolhido algum quadro.

— Sim, exatamente esse em nossa frente. Gosto de ter memórias vinculadas aos meus objetos. — Ele passa os dedos pelo cabelo. — Permita-me dizer que a senhorita é uma bela moça. Posso te levar para tomar uma bebida?

Seu olhar não me passava confiança. Preciso sair daqui de forma que não chame atenção de ninguém.

— Terei que recusar a oferta. Estou trabalhando agora. Eu preciso ir. —Tento caminhar, mas uma mão apertava meu braço.

— Um drink não fará mal algum, você é a dona aqui e não funcionária. Pode decidir.

Paralisei. Quem ele pensa que é para me segurar assim?

— Olívia — Ouço a voz do meu salvador. — Seu pai está esperando por você.

— Sim, é mesmo. Obrigada por me chamar, Miguel.

Saio dali antes mesmo de escutar alguma resposta. Quando a energia de uma pessoa consumir a sua, se afaste o mais rápido possível, mamãe me disse uma vez. Não tinha necessidade dele segurar o meu braço. Cada uma, senhor.

Atravessei o salão em busca do meu pai. Meu olhar encontra Ricardo. Percebo que ele me fitou até parar ao lado do meu pai. Sinto meu coração doer. Ele não falou comigo, faz tempo que estamos aqui e ele não saiu de perto da Angélica. Será que Ricardo cansou mesmo de mim? Eu não entendo. Seria mentira todas aquelas palavras que ouvi em minha casa?

— Muitas peças da coleção já foram vendidas. Superou todas as expectativas. — Clarisse diz eufórica.

— Eu não tenho como retribuir tudo isso, Clarisse. — Papai agradece. — A divulgação, o espaço. Se não fosse por você, esses quadros mofariam no quartinho da bagunça.

— As coisas acontecem conforme foram escritas, meu amigo. Vocês merecem todo esse sucesso.

Não participo da conversa dos dois. Meus pés doíam e um lado do meu rosto também, nunca me senti mal por sorrir tanto. O cansaço que faz isso. Desde que começamos esse projeto estou trabalhando sem parar para que tudo ficasse a altura da estrela da noite. Hoje parece que pesou toda a adrenalina. Miguel se aproxima.

— Te devo uma, amigo.

— Você pode me pagar aceitando sair comigo. — Ele sorri.

— Não perde uma oportunidade mesmo, não é? — solto um riso sincero. — Está bem, você merece depois de impedir um barraco na noite de estreia.

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No finalzinho da noite a maioria das pessoas já tinha ido embora. Os colaboradores de Clarisse estavam retirando as peças que foram vendidas para organizar a entrega amanhã.

— Obrigada, Clarisse. Foi perfeito!

— Sempre farei tudo que estiver ao meu alcance pra te ver feliz, Liv. Você é minha família. Não esqueça. — Me abraçou e saiu em direção ao elevador.

Procuro meu pai, acho que já podemos ir para casa. Não o vejo. Caminhei entre as divisórias do salão e não o encontrei. Talvez esteja no banheiro. Penso.

Vou até o elevador e aperto o andar de baixo. Antes da porta fechar um par de mãos impede. Ricardo entra sério e para ao meu lado. Ele não diz nada. Bufei irritada. Odeio quando ele faz isso. Calma, Olívia, você não vai se deixar abater por ele. Cara bipolar.

Ricardo aperta o botão para parar o elevador. Paralisei. De costas para mim ele pergunta.

— Você está bem? — Ricardo não se decide. Sei que tenho minhas confusões mentais, mas ele é tão indecifrável e imprevisível.

— Sim, estou. — Respondi baixo. — Não precisa parar o elevador pra fazer essa pergunta.

— Não é apenas isso, Liv. — Ele se vira e encara meus olhos. Um arrepio percorreu meu corpo inteiro. — Eu mereci o tapa que você me deu aquele dia...

— Claro que mereceu. Você me beijou a força.

— Não, não. — Ricardo nega. — Eu mereci aquele tapa porque fui impulsivo e te pressionei. Agora dizer que te beijei a força é um pouquinho demais já que você ficou toda mole nos meus braços.

— Seu...seu...como ousa? — Podia sentir meu rosto queimar de raiva. Era muita ousadia. Como pude pensar em querer ter algo com alguém tão convencido? — Escuta aqui, Ricardo Fernandes, você nunca mais irá tocar em mim, entendeu? Eu não permito nem que se aproxime.

— Eu vim aqui assumir meus erros e você vem com sete pedras na mão?

— Acho que não é de hoje que você precisa aprender o jeito certo de se desculpar com as pessoas.

— Meu Deus, por que é tão complicado manter uma conversa tranquila com você?

— Nem vem tentar me culpar por seu descontrole.

— Descontrole? Olívia eu vim numa boa você que sempre complica tudo.

— Olha, quer saber? Você não vai estragar essa noite incrível.

Apertei o botão e esperei calada até o elevador abrir. Encontro meu pai e minutos depois estamos dentro do carro a caminho de casa.

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Já era madrugada, todavia não consegui me deitar e dormir apesar do cansaço. Andava de um lado para o outro pelo meu quarto. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, muitos sentimentos, bons e ruins.

Pego meu celular e ligo para minha amiga. Chamou por alguns minutos e caiu na caixa postal. Bufei irritada. Era óbvio. Julia deveria estar no terceiro sono se a conheço bem. O celular vibra em minha mão. Atendi.

Espero que seja caso de vida ou morte para me acordar uma hora dessas. — Seu tom de voz saiu grave quase rouco.

— Estou sem conseguir dormir.

Ah, e por isso eu não posso também? — Confesso que ri.

— Não, Ju. — mordi os lábios. —Estou com problemas sérios. — suspirei.

Deixa eu tentar adivinhar. Ricardo. O que foi que aquele cretino fez agora?

— Ei, Júlia. Não precisa falar assim dele.

Eu conheço ele apenas pelo que você me conta por telefone. Ricardo te fez chorar então ele é um cretino sim senhora. — Podia imaginar minha amiga revirando os olhos falando isso. — Diz aí.

Contei para Julia com detalhes o que houve no elevador.

Aí, Liv. Seria tão mais fácil se você desse bola para o Miguel que gosta de você sem rodeios. — Ela limpou a garganta e logo continuou. — Você e Ricardo parecem cão e gato. Não é uma combinação boa. Mas, se é o que você sente, tenta conversar com calma com ele. Pra esclarecer tudo isso que você não gosta. Talvez ele entenda. Ah, e escute ele também.

— As últimas vezes que nos falamos, brigamos. Não sei se é uma boa ideia agora. — Talvez eu faça exatamente o que odiei, e me afaste também. — E...ele estava com Angélica na galeria. O tempo todo. Pareciam um casal. Um lindo casal. — Admiti triste.

Mas você não disse que eles eram só amigos?

— Foi o que Ricardo me disse anos atrás. Mas, pode ter mudado as coisas entre eles. Cinco anos é tempo demais.

Pode até ser. Mas, chegar a ser casal acho difícil. Por que raios então ele iria até sua casa falar aquelas coisas?

Eu me fazia a mesma pergunta.

Angélica Ferraz nunca fez nada diretamente pra mim. Contudo, sua aproximação com ele me incomodou desde que cheguei a essa cidade. Seu caminhar fino, suas roupas, ela sempre andava linda. Talvez eu sempre tivesse enxergado nela uma possível concorrente. Aí, credo, Olívia. Eu não permito que se diminua por ninguém.

— Você é maravilhosa. — Penso em voz alta.

Eu sei, eu sei. — Por um momento esqueci que ainda estava na linha. — Amiga, eu preciso, muito mesmo, dormir agora, ok? Estou exausta. E você também deve estar. Tenta dormir agora.

— Obrigada, Júlia. Não sei o que seria de mim sem você.

Encerrei a ligação e coloquei o celular para carregar. Dei poucos passos e logo estava deitada na cama fitando o teto. Pensamentos vão e vem, nem faço ideia de quando peguei no sono.

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Oiê, minha gente, como vocês estão? Espero que tenham gostado do capítulo. ❤️

Gostaria de agradecer pelas críticas e esclarecer que não sou uma profissional ainda, então eu faço o máximo possível para que a leitura seja clara para qualquer um que leia a minha história.

Lembrando que o meu livro é como se fosse a biografia da Olívia, o foco principal sempre foi esse.

Dito isso, espero que não desistam da história e continuem firmes comigo no meu mundo.❤️

Um beijão e até o próximo capítulo!!!

❤️❤️❤️

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