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CAPÍTULO DEZESSEIS

Então, você disse a ele que só tinha a amizade de infância? — Júlia perguntou, eufórica, do outro lado da linha.

— Sim. — Meu tom de voz estava baixo, evitava demonstrar as minhas dúvidas com essa decisão.

Mas você ainda gosta dele? — mordo os lábios antes de responder. Droga, não consigo esconder nada dela por muito tempo.

— Eu não sei, Júlia. Por qual motivo tudo tem que ser sempre um sim ou não? Ele nem me deu escolhas ou tempo de dizer que iria pensar.

Conclui irritada com a postura dele. Se ele fosse menos impulsivo talvez a conversa tivesse sido outra.

Você não faria isso, Liv. Dar esperanças atoa. — Ela resmunga. — Você faria se soubesse que existe alguma possibilidade de ter sentimentos além de amizade. — Podia sentir o tom de voz dela ficando mais sério. — Você não é obrigada a responder o que não quer. E nem ficar com ele de imediato, poxa. Quem ele pensa que é para te confrontar assim? — suspirei irritada ao lembrar de seu jeito egoísta.

— Eu nunca quis que ele se afastasse. Eu só não estava pronta para conversar com ele depois de... — parei imediatamente. Nunca contei a ninguém sobre o que houve nas montanhas. Nem para minha melhor amiga.

Depois de? — Júlia incentiva. — O que você não está me contando, Olívia? — aperto meus olhos e suspiro.

— Antes de mudar daqui, nós meio que... — Sentia que se falasse tornaria real, não apenas imaginação dos meus desejos escondidos. — Nos beijamos. Muitas vezes. E nossa, foi tão bom, Júlia. Ricardo se declarou para mim, e eu correspondi. Senti que precisava há muito tempo fazer aquilo. — Tagarelei de uma só vez. Ela ficou muda do outro lado da linha. — Não consegui contar pra ninguém. Logo eu fui embora e nunca mais o vi. Ignorei o que houve até agora.

Olívia, não sei o que te dizer. — Respiro fundo e olho pela janela. Uma chuva fraca estava embaçando os vidros.

— Amiga, é tudo tão confuso. Eu quis aquilo anos atrás, mas minha vida agora está diferente. Disse a Ricardo que não iria ficar com ele para não me preocupar com outras coisas. Mas ele me ignorar despedaça o meu coração.

Ei, amiga. Calma, aí. — Ela me alerta. — Entendo que é seu primeiro amor, mas tenha a mente clara, sim? vamos pensar juntas. — Ela fica muda por alguns instantes. — Você está confusa. Acho que fez bem em se afastar. Amiga, se você gostar mesmo dele o tempo vai te dizer. Não se afobe com isso não, por favor.

— Certo, obrigada, Júlia.

Resolva sua bagunça antes de começar outra. Porque nunca se sabe como um namoro é até estar nele. — Ela diz e depois ri alto. Saudade dela.

— Te amo.

Te amo, e carregue o celular.

Agora temos um esquema criado por ela para eu não esquecer disso. Sempre que eu chegar no meu quarto, coloco o celular na tomada. Já estou aqui há minutos e só tirei para atender a ligação. Enfim, a saudade que sinto da Júlia é tanta que isso já nem é mais sacrifício.

— Já estou indo trabalhar, filha. — Papai diz e me beija na testa. — Lembre de colocar aquelas caixas no quartinho. Depois eu vejo o que faço com elas.

Concordei com a cabeça. Duas semanas desde que voltamos e ainda temos coisas embrulhadas da mudança. A maior parte das coisas eram da mamãe. Ela quem enfeitava a casa com os objetos e as pinturas. Pensei que papai colocaria tudo como antes. Deve ser doloroso para ele mexer nisso.

Peguei a primeira caixa que vi perto da escada. Ela não era tão pesada. Pelo barulho reconheci ser aquelas bolinhas que enfeitam nossa árvore de Natal. Levei ela até o quartinho dos fundos.

Acendi a luz e vi a bagunça que aquilo estava. Muita poeira e teias de aranha. Acho que esse lugar não foi limpo desde a última vez que estivemos aqui. Quando sai de lá tossi para limpar a garganta que se incomodou com o odor dali.

Voltei até a escada e peguei outra caixa. Ela não estava lacrada, dava para ver o fio todo enrolado do velho pisca-pisca. Não comemoramos o Natal como antes. Os últimos dois anos sem a mamãe fez papai e eu ignorarmos todos os feriados importantes que a família comemorava. Sacudi a cabeça para afastar esses pensamentos. O ar mudou novamente.

Esse quarto tanto tempo fechado está horrível. Tirar um dia para dar uma limpeza básica. Nem parece parte da casa. Deixei a caixa próximo a primeira que trouxe e me virei para sair. Meu olhar parou na parede em frente. Lençóis brancos empoeirados cobriam o que pareceu ser uma estante de livros. Não sei o que houve. Uma intuição?

Caminhei lentamente até estar próxima o suficiente e descobrir parte da estante. Não eram livros. Andei para o lado e quanto mais eu tirava o lençol, mais molduras eu enxergava. Havia muitas ali. Uma sobre a outra. Quando peguei a primeira que estava ao meu alcance, ouvi meu coração disparar.

— Mamãe. — Sussurrei com lágrimas inundando meu rosto.

Era um quadro assinado em baixo com " Isabela Menezes", eu nunca tinha visto esse. Um rosto de um cavalo negro tão realista que pude enxergar a profundida dentro de seus olhos. Que traços eram aqueles? Meu Deus.

Coloquei ele no chão, e ergui o segundo quadro daquela prateleira. Neste tinha pessoas, como borrões e um trilho de trem. Que lugar era aquele? Seria uma lembrança ou apenas seu lado criativo? Queria tanto perguntar para ela. Eu sabia que mamãe pintava. Mas o que sempre vi foram coisas aleatórias do dia a dia. Nada tão profissional como esses. Cada novo quadro que eu pegava tinha mais certeza de que ela amava pintar.

Lembro  do que Clarisse me disse, sobre o desejo delas de abrir a galeria. A mamãe queria expor o seu talento, sempre quis e agora vejo que abandonou esse sonho. E ver tudo isso cercado de poeira me fez soluçar. Olha onde o tempo dela veio parar? Em um quartinho escondido no escuro. Isso não pode ficar assim.

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Papai milagrosamente apareceu para almoçar comigo. Vejo seu esforço em não me deixar sozinha e trabalhar ao mesmo tempo. Por isso não demonstro minha mente tão barulhenta. Não quero preocupa-lo.

— Papai — chamo sua atenção. — Por que a mamãe nunca expôs seus quadros? — Ele me olha surpreendido. Acho que não esperava esse assunto.

— Acho que sabia que isso tomaria muito tempo do dia dela. Tornar profissional.

— Mas se não fosse isso ela teria arriscado?

— Sem dúvidas. Quando conheci sua mãe ela era uma sonhadora. Ganhou prêmios na escola e em alguns concursos. Ela amava autografar. — Ele parou, baixando os olhos para a mesa. — Ela sonhou abrir uma galeria de arte com Clarisse durante muitos anos. Mas as coisas foram acontecendo e mudanças. — Suspirou. — Quando eu penso sobre isso me sinto culpado. Intencionalmente ou não, Isabela não fez nada para cuidar da nossa família. Eu não seria nada se ela não tivesse feito isso. — Meus olhos lacrimejaram. — Alguém tinha que cuidar de você e alguém tinha que trabalhar.

— Isso é tão injusto, pai. Aqueles quadros são perfeitos e contam a história e o talento da mamãe. Estão mofando dentro daquele quarto.

— Eu sei. Se eu pudesse fazer alguma coisa para mudar isso.

Uma lâmpada parece acender em minha cabeça.

— Eu sei exatamente o que fazer.

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Horas depois eu acompanhava a governanta da mansão pelos corredores.

— Senhora, a senhorita Olívia. — diz e me deixa sozinha na enorme sala de Clarisse.

— Peço desculpas em ter vindo sem avisar. Espero não estar te atrapalhando.

— Não diga isso, filha. Esse sempre será seu lar. Sente aqui. — Caminhei até Clarisse e me sentei ao seu lado. — Do que precisa?

— Eu encontrei os quadros da mamãe. Eles estão guardados faz anos, mas conservados. — Parei de falar quando um nó se formou em minha garganta. — Queria te pedir ajuda para realizar esse desejo da mamãe.

Ela prestou atenção em minhas palavras. Quando percebeu do que se tratava me lançou um sorriso frágil.

— Você quer ajuda para expor os quadros da Isabela? — Confirmei. Fui surpreendida por um abraço apertado. Fecho meus olhos. Pude sentir sua emoção. — Sabe, Liv — Ela segura minhas mãos e me encara com os olhos cheios de lágrimas. — Durante anos eu esperei pelo dia em que finalmente sua mãe me pedisse isso. Eu sinto tanto que ela não realizou isso em vida. Mas... — Clarisse sorriu para mim. — Você honrar o trabalho dela assim me traz tanta felicidade. Você é motivo de orgulho, querida. Sinta isso sempre.

Eu não tinha palavras suficientes que mostrassem toda a minha gratidão por ela. Então a puxei novamente para um abraço.

— Você já é maior de idade, pode assinar o contrato se quiser. Seu pai concordou? — assenti. — Pois bem, vou organizar tudo na galeria e daqui a alguns dias eu irei buscar os quadros em sua casa.

— Muito obrigada mesmo, Clarisse.

— Não me agradeça. Isso é o mínimo que posso fazer por ela. — Ela sorri. — Quer alguma coisa para beber?

— Não, não. Eu já vou. — Disse levantando. Ela me acompanha pelos corredores até a porta de entrada.

— Você veio de táxi? O chofer te leva para casa. Passe na cabine e fale com ele.

— Obrigada mais uma vez. — Ela me deu um beijo na testa de despedida.

Desci os largos degraus. Antes de pisar na passarela escuto passos ligeiros perto de mim. Me virei percebendo Miguel parar ao meu lado.

— Oi, Olívia. — Ele estava ofegante. — Não esperava te encontrar aqui.

— Nem eu. O que faz aqui?

— Vim entregar uns papéis a Tia Clarisse. Encontrou o meu primo?

Me surpreendi com sua pergunta. Demoro alguns segundos até responder. Por que ele perguntaria isso? Talvez soubesse de algo do passado?

— Não, não o vi hoje. — Mas queria saber se ele está bem. Penso — Miguel, bom te ver, mas agora tenho que ir para casa.

— Eu te levo — Disse abruptamente. — Se quiser. — Mordo os lábios. Pensei em negar, no entanto que problema teria?

— Obrigada!

Caminhamos em direção ao estacionamento até pararmos em um carro sem teto vermelho.

— Nossa! — Era um lindo automóvel. Parecia ter acabado de sair da fábrica.

— Incrível, né?

— Incrível? Quando eu te conheci você rodava bicicleta. Isso é mais do que uma evolução qualquer.

Abro a porta e me sento ao lado dele.

— Coloca o sinto, Olívia.

Obedeço e em seguida atravessamos os portões da mansão. Miguel ligou o som do carro em um volume razoável, tocava uma canção a qual eu não conhecia. Ele estava sério, prestando atenção ao volante. A barba dele estava mais destacada desde que nos encontramos no restaurante. Não posso negar, um arrepio percorreu todo meu corpo.

Balancei a cabeça tentando não focar nesses pensamentos. Não posso me confundir mais. Miguel é só amizade, Olívia.

— Você está fazendo aquela cara. — Escuto o seu resmungo.

— Qual cara?

— A que você sempre fazia quando entrava em seu mundo aleatório. Sabe, queria muito saber o que você tanto pensa. — Corei desviando o olhar. O que eu evitei pensar seria melhor dizer. — Tudo bem, Olívia. Respire fundo, sem pressão.

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Miguel continuava com a capacidade de trocar de assunto rapidamente. Ás vezes eu tinha que parar para associar o assunto novo. Saudade disso.

— Senti saudade das nossas conversas.

— Eu também. Que dia vamos sair?

— Acho que acabamos de fazer isso, não? — Ele sorri.

— Sair de verdade. Todo na beca, em um encontro. Como amigos. — Ele completa antes que eu interrompesse.

— Vamos marcar, prometo.

Miguel para o carro em frente a minha casa.

— Droga. — Ele resmunga. Olhei seu rosto. — Queria não ter que me despedir de você. — Meu coração acelera com a vergonha.

— Tá bom. Conseguiu me deixar vermelha. — Eu admito em sussurro.

— Então quer dizer que agora eu tenho uma chance com você?

— Não. Isso não quer dizer nada, Miguel. — Fechei os olhos suspirando.

Sinto sua respiração próxima ao meu rosto e abro os olhos rapidamente. Ele queria me beijar. Eu quero isso? Por instinto minha mente lembrou do que senti quando estava com Ricardo anos atrás. Não é nada parecido com o que sinto agora. Meu rosto está quente e posso sentir meu coração acelerando. Mas algo parece me dizer que não posso fazer isso. Viro o rosto quando ele está prestes a encostar em meus lábios.

— Miguel, eu... — molhei os lábios antes de falar. — Eu preciso pensar, sim? Não quero ter que me preocupar com nada além do que já tenho.

Miguel se afasta e sorri simples.

— Tudo bem, Liv. Eu entendo. Podemos ser amigos numa boa até você resolver seus problemas. Estou aqui por você. — Ele diz sério.

Um arrepio percorre meus braços. Sussurrei um obrigada e desci do carro. Quando parei na calçada, dei um tchau e observei seu carro dar a volta na rua e sumir das minhas vistas.

Entro em casa e escuto a televisão ligada. Papai em casa? Olhei o horário no relógio da parede e estranhei. Ele deveria chegar daqui a duas horas ou até mais tarde.

— Pai? — chamei, logo me arrependendo. Papai dormia no sofá. Ele abre os olhos e me lança um olhar assustado, que após alguns segundos, suaviza quando percebe que sou eu. — Não queria ter te acordado. Por que está aqui tão cedo? — Ousei perguntar.

— Um problema de energia. Só resolve amanhã. — Ele resmunga. — Já quer jantar?

— Não, descansa, pai. Eu me viro. — Beijei sua testa e sigo em direção a escada.

Entrei no banheiro. Meu reflexo no espelho não estava um dos melhores. Sai tão depressa na ansiedade para conversar com Clarisse, que nem amarrei o cabelo. As ondas estavam enormes, acho que irei cortar daqui a alguns dias. Inspirei e sorri. Eu sou a cara do meu pai, porém tenho o jeitinho da mamãe.

Dois anos depois e toda vez que me vejo no espelho, eu enxergo seu reflexo ao meu lado. Seu sorriso doce, suas caretas na hora de me dar broncas, e seu olhar sensível e carinhoso quando me dava conselhos. A lágrima escorre. Passo a mão rapidamente, e entro debaixo do chuveiro antes que começasse a viajar nas memórias.

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Então, leitores, gostaram do capítulo??? ❤️

Ricardo sumido e Miguel aparecendo na vida da Olívia. O que acham que vai acontecer???

Pelos comentários que eu li as opiniões estão divididas, acham que ela deveria escolher qual deles???

Espero que tenham gostado. Lembrem dos votos e comentários sinceros, estou aqui pronta para ler suas críticas.

Um beijão e até o próximo capítulo!!!

❤️❤️❤️

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