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32. Cinco Dias Para Demolição

Na habitação, Paulo repousava em uma poltrona, cuja espuma desvergonhada saia do material aranhado por Marlon. Envolta na penumbra, Kaimbe detinha-se junto à janela, altivo em sua quietude, enquanto Mendes entregava seu espírito à cadência da música "Chão de Estrelas" que do rádio tocava.

— Bela canção — Paulo comentou para Mendes que acenou em concordância.

— Sim. É mesmo bela.

Kaimbe paralisado, interveio. — Essa coisa... ela canta as palavras da música?

— Como disse? — Paulo estranhou. — Essa coisa é um rádio.

— Sei o que é, só nunca vi um de perto.

— O rádio... — Paulo apontou para o eletrônico sobre a mesa — é uma das melhores invenções já criadas, quer dizer, temos a tv também...

— Tv, é outra caixa como esta?

— Ah, sim é, só que ainda mais incrível, — Paulo riu, evitando complicar ainda mais a explicação e se voltando para Mendes — Como será que serão as próximas invenções, heim?

Nesse indago, Mendes sentiu o silêncio das vozes no cômodo. Isso o fez levantar os olhos, encontrando Paulo fixando-se nele.

— Falou comigo? — Questionou, ao ver que Paulo não desviava o olhar.

— É claro que sim. É o único nessa sala que se diz possuído por alguém do próximo século.

— Ha é, mas... não sei se posso dizer qualquer coisa sobre isso.

— Espere um pouco... por que não poderia?

— Por motivos óbvios... — Mendes gesticulou no ar, procurando a palavra certa. — Já assistiu "De Volta para o Futuro"?

— Que filme é esse? — Paulo franziu a testa.

— Ah, certo... — Ele soltou um riso nervoso. — O filme ainda não saiu, não é mesmo? Espero que isso não cause um efeito borboleta.

— Do que está falando?

— Melhor esquecermos tudo isso — Mendes apressou-se em dizer, tentando desviar do assunto. — Vamos decidir o que fazer com Kaimbe e Isadora, melhor.

Kaimbe que olhava através janela, interveio. — O que precisa ser decidido?

— Onde vão ficar é um detalhe.

— Calma, eles não têm aonde ir? — Paulo questionou.

— Ainda não. Mas eu estava pensando em deixá-los comigo por enquanto — Mendes trocou um olhar com Kaimbe.

— Certo, mas se quiserem, posso ajudar — disse Paulo massageando a poltrona, — eu tenho um quarto de visitas. Tenho alguns colchões sobrando. Se abrirmos a janela, talvez o cheiro passe um pouco. Não é o ideal, mas...

— Obrigado... — Mendes interrompeu. — Obrigado Pela oferta Paulo, mas já fez de mais.

— Tem certeza?

— Sim, pode confiar.

— É melhor então irem mais tarde, já que o-o...

— Kaimbe. — Corrigiu Mendes ao vê-lo apontando para o homem.

— Isso, ele mesmo... ele vai precisar de mais tempo antes de andar até a sua casa.

— Acho que não tem problema se ficarmos um pouco mais. — Mendes fitou Kaimbe — Algum problema para você?

O homem forte balançou a cabeça negativamente.

— Ótimo. Então mais tarde o levo comigo, e amanhã, busco Isadora no hospital.

— Espera — Kaimbe diz quando a música ameaça acabar. — Também quero ir com você.

A preocupação de Kaimbe o fez constranger-se ao responder contrário a esse pedido.

— Gostaria de levá-lo, mas só tenho um cavalo, e além do mais, é roubado. — Explica Mendes.

— Entendo, — Kaimbe suspira em frustração — eu queria, mas, já que não tem o que fazer... vou esperar por vocês.

Paulo vigiando a interação, oferece uma alternativa — Eu posso levar meu cavalo até a sua casa amanhã, o que acha? Assim, levo o índio comigo, e resolvemos o problema.

— Obrigado. — Kaimbe diz antes que Mendes tremesse os lábios para responder — Sei que é uma boa pessoa e... só gostaria de dizer antes que sou um Wanakaua, enquanto ficarmos juntos, precisam saber quem sou, e eu quem são vocês. — Kaimbe analisou Mendes antes de incluir uma nova pauta — nunca te chamei pelo nome até hoje aliás, detetive. Talvez tenha me acostumado a te chamar assim, do mesmo modo que me chamam por outros nomes fora da minha terra. Então me diga como quer ser chamado e eu o chamarei daqui por diante.

Esse conceito de identidade, encapsulado na escolha de um nome, era a Mendes, mais complexo do que o usual, algo que ele próprio evitara. Então encontrou-se em reflexão, provocado pela simples questão de Kaimbe. Na cabeça, uma coleção de nomes, todos com diferentes facetas de sua existência – um detetive, um marinheiro, um amigo, um estranho. E, no entanto, diante do indago, a decisão sobre qual nome escolher revelou-se surpreendentemente difícil. Com uma leveza no coração então, notou que sempre deixara essa escolha nas mãos dos outros, uma deferência à percepção alheia sobre quem era.

— Chame-me como bem entender, são apenas palavras. Não ditam minha pessoa. Nomes são mutáveis, adaptáveis. Já o que eu sou, não muda.

Essa rápida constatação lhe trouxe que os nomes, sendo flexíveis, transitórios como as nuvens no céu, o cerne de sua verdadeira essência permanecia imutável. Kaimbe acenou imperceptivelmente a resposta do homem enquanto ele alinhava o olhar para falar com Paulo.

— Voltando ao assunto, levar o seu cavalo até minha casa resolve o problema, mas, mesmo assim é melhor que só haja um cavalo por lá. — Explica Mendes.

— Discordo. — Paulo tenta argumentar. — Se alguém te reconhecer, será pior, tanto para você quanto para moça. Melhor irmos juntos.

— Isso não chamaria mais atenção?

— Talvez sim, mas se colocarmos na balança, precisamos considerar as armas. Por exemplo, as que estávamos usando no armazém foram roubadas, eu tenho mais uma que é do departamento, mas você está sem nada, pois está suspenso.

Mendes massageou a testa — e você pensa em nos proteger sozinho?

— Só porque você que pensa em se proteger da mesma forma.

Seus pontos foram levantados. Com Paulo sendo tão pragmático, propondo soluções lógicas, mesmo que arriscada, faziam as palavras fugirem da garganta de Mendes que por outro lado pretendia que recuasse para evitar conflitos e, talvez, preservar a segurança de todos mais um dia.

— Sabe que correrá risco? — alertou Mendes.

— Pense mais na sua segurança e na da moça, eu vou levar meu cavalo amanhã e é melhor que não saia antes de mim.

Esse foi um pedido exitosamente bem atendido. Pois ao despontar do novo dia, Paulo e Kaimbe, em galopes, trilharam até a casa de Mendes. Onde lá, o anfitrião observou que o desenho dos Guardiões do Tempo raspado no pelo do animal de seus companheiros, fora astuciosamente velado sob um tecido que só não era branco por suas manchas impregnadas. Tal precaução demandara de Mendes momentos de diligente procura por um pano que, igualmente pudesse ocultar a marca reveladora em seu próprio bicho.

Com o símbolo velado, Mendes libertou seu cavalo, preso entre sua própria casa e a do vizinho no propósito de dirigir-se junto aos outros até o hospital onde Isadora os aguardava.

Felizmente, o destino lhes sorriu, em um caminho sem contratempos apesar das precauções extras. Mendes, concluiu as burocracias do hospital, assegurando que Isadora estivesse pronta para seu retorno. Com delicadeza, ajudaram-na a se acomodar atrás do cavalo de Mendes, e entre conversas a respeito de seu estado, iniciaram um trote lento em direção ao lar do detetive suspenso. Por bem, a arma de Paulo permaneceu em seu coldre e naquele dia, ela não precisou ser usada.

O pequeno grupo chegou à casa de Mendes, cuja fachada logo camuflaria o tumultuo daquelas vidas em desassossego. O trote dos cavalos cessou diante da entrada, cujo material rangeu levemente ao ser aberta, como se dando as boas-vindas ao trio cansado.

Uma vez dentro, Mendes guiou Isadora com cuidado até um sofá confortável na sala de estar, onde ela poderia finalmente descansar. Paulo amarrou os cavalos no pequeno corredor entre a casa vizinha e a de seu amigo, garantindo a segurança dos animais para a tarde que se avizinhava. Do lado interno, Kaimbe seguia os movimentos de Isadora, enquanto de relance os olhos percebiam detalhe da casa que revelavam mais sobre o homem que Mendes realmente era.

Após terem certeza de que Isadora estava acomodada e confortável, os três se reuniram ao redor dela, arrastando cadeiras da mesa de jantar. Conseguinte, instalou-se entre eles, um silêncio só de palavras, pois nos gestos, olhares e postura que mantinham podiam imaginar o que os outros estava pensando, e assim o diálogo se manteve sem que fosse necessário articular um único vocábulo. Até que, munido de curiosidade em confirmar esses pensamentos, Mendes foi quem quebrou o silêncio.

— Precisamos falar sobre a ampulheta.

Isadora aproveitou a entrada da temática para direcionar um olhar significativo a Kaimbe e dizendo em voz baixa — Eu já contei a ele. — Referiu-se a ampulheta.

— E ele também já me falou sobre vocês dois. — Referiu-se a Arthur e Helena.

— Me desculpa... de verdade Kaimbe, eu não consegui te dizer antes. — Isadora o olhou com surpresa

— Eu sei que não.

Ela o viu com a expressão naturalmente tranquilizadora, e no aconchego dos corações, ambos voltaram ao silêncio sincronizado com o cômodo, Paulo aproveitou-se da calmaria para impulsionar Mendes ao retomo do assunto.

Com medo de ultrapassar o limite do volume intimamente criado, Mendes falou em voz igualmente baixa — A Seita... já sabe onde está a ampulheta e nós também. Mas eles tiveram mais tempo para se organizar do que nós.

Isadora, assim como os outros, mudou o foco para ele — A questão é como chegar até ela.

Mendes ajustou-se na cadeira, inclinando-se para frente — A pouco tempo eu visitei a casa do caçador que morreu. A sua esposa mencionou uma demolição que a F.U.I está planejando fazer lá. Será daqui cinco dias.

— Então já temos por onde começar. — Isadora ajustou o tecido da roupa, cobrindo o curativo. — Quer dizer algo sobre a dona da empresa ser do seu sangue?

— Não me importo com isso — Mendes respondeu, com frieza. — Não a conheço; então é só uma estranha para mim.

— Como assim, "do sangue dele"? — Paulo surpreendeu-se — Você está dizendo que...

— Ela é da linhagem de Arthur na verdade — Mendes esclareceu, antecipando a confusão dos outros. — Mas isso não muda em nada o que eu penso sobre essa empresa.

Isadora entrelaçou os dedos em cima da barriga. — Vamos ter muito cuidado com isso. A Seita já deve saber dessa demolição e poderão estar lá sendo qualquer pessoa. Além disso, essa Aurélia e o marido dela são importantes, qualquer coisa pode influenciar no futuro. Qualquer coisa pode acabar com tudo.

— Está bem, já chega. — Paulo aumenta o volume até então respeitado. — É hora de o Departamento fazer alguma coisa.

— O departamento? — Mendes falou com a voz cética. — Armando, aquele bastardo não vai mover um dedo.

— Armando vai ter que abrir os olhos dessa vez. Não pode simplesmente ignorar uma vítima. — Paulo olhou para Isadora que franziu a testa ao ser mencionada.

— E como você sugere que isso dê certo? — Mendes pergunta.

— Levamos ela ao Departamento. Ela confirma a sua história, conta sobre o Armazém, sobre o que fizeram com ela. Eles farão uma investigação... vão ter que fazer.

— Quando ela iria? — questionou Kaimbe.

— Não precisa ser hoje, — explica Paulo — posso voltar amanhã.

— Então vamos fazer isso? Vocês concordam? — Mendes olha para Kaimbe que não diz nada e depois para Isadora que comenta o plano:

— Se isso vai nos ajudar a colocar mais pressão sobre a Seita, eu prefiro ir.

— Está bem, — Mendes percebe um aceno positivo de Kaimbe em seu campo periférico — se todos concordam, vamos tentar.

Após a conversa, ele levantou-se, dirigindo-se à cozinha para preparar algo rápido para os convidados comerem. Então montou sanduíches com o que ainda restava em sua geladeira e armários.

Enquanto todos saboreavam os lanches, Paulo resolveu despedir-se, levando consigo seu último pedaço. — Tenho que ir trabalhar. Mas estarei de volta amanhã com o cavalo e tudo mais que precisarmos — prometeu, antes de sair pela porta.

Com a subtração no grupo, Mendes voltou-se para Kaimbe, oferecendo-lhe algumas de suas roupas e mostrando-lhe como funcionava o chuveiro. — Use à vontade. Vai gostar da água quente.

No início aquilo lhe causou estranhamento, mas conforme explorava livremente as maravilhas do banho moderno abrindo e fechando a torneira, acabou se vendo relaxado com o banho morno. Enquanto isso, Mendes buscava por um grande saco guardado no fundo de um armário na sala vermelha. Dentro dela, havia roupas que pertenceram à sua mãe. Ele as ofereceu a Isadora, que, com gratidão, aceitou-as assim que se sentiu forte o suficiente para se trocar.

No dia seguinte, conforme o combinado, Paulo retornou com o cavalo e usando um chapéu escuro e aparentemente novo, dando-lhe elegância para o deslocamento até o Departamento com Isadora.

Durante o tempo que partiram, Mendes e Kaimbe passaram algumas horas sozinhos. E despojadamente, Kaimbe acabou perguntando sobre a sala vermelha que havia ficado entreaberta após o almoço quando Mendes resolveu arrumar o armário que havia bagunçado no dia anterior.

Sem fazer caso, o detetive lhe mostrou um pouco mais de seu mundo, convidando Kaimbe a sala mencionada. Com melancolia, comentou-lhe sobre as investigações por trás das imagens, desde os casos mais simples até os mais macabros.

Dentre essas histórias, Mendes fez questão de destacar o caso mais recente que havia envolvido rebeldes. Ele detalhou as investigações, as perseguições e imagens da operação. E ao final da narrativa, Kaimbe concluiu: — A floresta é mais segura.

Na hora do intervalo de uma hora de Paulo, Isadora foi trazida de volta, ela estava cansada pelo sol forte que estava do lado de fora. Paulo, que a acompanhou de volta, assegurou que a história dela havia sido registrada e confirmou que haveria uma investigação sobre o armazém. A notícia fez os olhos de Mendes brilharem e o coração saltar em uma satisfação que precisava sentir.

Paulo, dividindo a mesma animação, mencionou sobre tentar acelerar a investigação. — Eu posso dizer que estava lá também, confirmar tudo que Isadora disse — sugeriu com um entusiasmo juvenil.

Mendes, no entanto, balançou a cabeça. — Melhor não, por enquanto. Não depois de ter sido suspenso. Pelo menos um de nós ainda pode ajudar de dentro do D.I.C, e esse é você.

A decisão de acelerar a investigação acabou por não ser necessária. Faltando apenas três dias para a programada demolição, Paulo fez uma chamada para a casa de Mendes, informando que o Departamento já havia solicitado a investigação do armazém. No entanto, até onde ele pôde apurar, o local estava deserto, sem ninguém por perto e com pouquíssimas provas de algum crime.

A ligação o deixou furioso, questionando a investigação e o descaro dos Perpétunos. Ele mal conseguiu dormir naquela noite, revirando-se na cama, a mente atormentada pelas chances perdidas e pelo tempo que rapidamente se esgotava.

Ao amanhecer, já faltando apenas dois dias para a demolição, Mendes se levantou cansado, e evitando acordar Isadora no sofá e Kaimbe em um colchão no meio da sala, quis preparar um café da manhã reforçado para tentar melhorar o ânimo do grupo. Contudo, antes que pudesse dar início aos preparativos, alguém bateu à porta. Ouvindo da cozinha, foi puxado em curiosidade até a sala.

Desconfiado e sem fazer barulho, Mendes chegou até origem das batidas, parou os dedos na maçaneta alguns segundos. Quando ouviu os toques novamente ainda mais apressados girou o pulso, e encontrou-se frente a frente com dois colegas do Departamento de Investigação Criminal (D.I.C) que não eram de seu círculo íntimo, e traziam consigo uma formalidade estranha.

— Sérgio Mendes, precisamos que você venha conosco até o Departamento.

— Aconteceu alguma coisa? — A pergunta dele foi mais uma formalidade do que uma verdadeira busca por informações. Ele já imaginava o porquê daquela visita, mas esperava estar errado.

— Armando vai te dizer. — Ele fez um gesto para fora.

— Entendo. — Virou-se rapidamente para dentro de casa vendo que Kaimbe e Isadora não tinham acordado com a visita e voltou a atenção para o homem que fez o gesto para fora — É-é... Só um momento, não vou sair desse jeito, com licença.

Ele fechou a porta na cara dos homens e foi até seu quarto com pressa vestir suas roupas mais formais, respirou fundo tentando acalmar inutilmente o coração acelerado de ansiedade e abriu a porta para se juntar novamente aos colegas, seguindo-os até o carro estacionado do lado de fora. O veículo era simples, sem os detalhes ou identificações usuais dos carros de polícia da época, provavelmente escolhido justamente para não chamar atenção.

O trajeto até o departamento foi feito em um silêncio mortal, sem ninguém ousar olhar para sua cara. Mendes repassava mentalmente os eventos que o levaram até ali, tentando antecipar as perguntas que seriam feitas e como poderia responder sem incriminar-se mais ou colocar em risco mais alguém.

— Chegamos, saia do carro.

Quando a porta se abriu, ele foi conduzido diretamente a uma sala de Armando, um lugar que ele particularmente não gostaria de entrar até o fim de sua suspensão, mas sua visita até o lugar foi encurtada. Assim que a porta se fechou atrás dele, ouviu um rosnado familiar.

— Sente agora!

Mendes, travado pela pressão, demorou um segundo a mais para reagir, o que foi suficiente para Armando elevar o tom: — Agora!

Com um sobressalto, Mendes puxou a cadeira e sentou-se, encarando Armando com uma expressão petrificada. O chefe do D.I.C parecia abalado, o que não era comum. Ele respirou fundo antes de perguntar, com uma voz cheia de implicação:

— Você sabe o que é isso?

Sem esperar resposta, Armando retirou de baixo da mesa uma lona que cobria as armas e roupas da Seita. Mendes reconheceu imediatamente os itens.

— São as armas que eu mostrei a você alguns dias atrás — Mendes tentou manter a voz estável, mas a ansiedade lhe corroía por dentro.

— Exatamente. E me explique, por que essas coisas foram encontradas numa cena de investigação?

Mendes sabia que qualquer desculpa que desse soaria fraca, mas tentou de qualquer forma. A resposta, contudo, foi interrompida por Armando, que estava claramente frustrado e além dos limites da paciência.

— Não adianta dizer nada. Recebi os registros do hospital. Aquela garota, Isadora, esteve internada e você arcou com os custos, Sérgio. Você! Olha aqui.

Ele jogou um formulário sobre a mesa, assinado por Mendes. E antes que pudesse formular uma resposta, Armando continuou, cortando qualquer tentativa de explicação:

— Mais uma vez, você passa por cima de mim. Mesmo suspenso, consegue se meter em algo que não é da sua conta.

— Você acha que eu estou envolvido com... isso? — Mendes apontou para as armas e roupas.

— Envolvido com o quê? Se não encontramos provas de crime nenhum? Eu te conheço bem o suficiente para saber que você não faria algo assim. Mas você já ultrapassou todos os limites, Mendes. — Armando levantou-se, andando de um lado para o outro no espaço confinado, gesticulando com exasperação. — Você é louco, mas nunca imaginei alguém mais louco que você.

Ele parou, fixando-se nele. — Encontraram duas bicicletas no local. De quem é a outra?

Mendes encarou Armando de volta, sua falta de palavras já era uma resposta por si só. Ele não entregaria Paulo, não importava a pressão.

— Não irei falar.

— O-o que? Você não... — Armando pareceu desapontado. — Vamos lá, mais uma vez, Sérgio. Me dê o nome!

— Desculpe Armando, mas não vou falar. Se quiser aumentar minha suspensão, vou entender.

Ficaram sem se falar até que o cabo de guerra não verbal terminou com Armando soltando um último suspiro derrotado.

— Não vou aumentar sua suspensão, Sérgio. Você está demitido.

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