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29. A dança das Crinas

Pequenas eram as pedras tocadas pela derme que compunha os cinco dedos encostados na terra. Firmes eram as mãos cerradas em couro durável de sapatos desgastados por pisoteios forçados. Escura era noite que enxergava por frestas, vulgas bolas de gases, olhos videntes palpitando sobre os passos cambaleados de quatro sobreviventes. "Para onde eles vão?" A estrela perguntaria, mas invejosa ela era por não ter o dom da fala que eles tinham.

­— Que horas acha que são, Sérgio?

— O suficiente para não sermos vistos ao menos. — Os calçados guardados pelos dedos de Mendes balançavam molhados ao lado de seu corpo enquanto respondia a Paulo.

Isadora questionou quando o grupo se aproximou, ela em específico mancando, da elevação enlameada donde quedaram-se livres instantes antes. — Sabem por onde podemos ir?

— Podemos voltar pelo caminho do deslize, subindo até lá, — Paulo apontou para cima do barranco — passaremos pelas costas do armazém e tentaremos voltar para o caminho da mata.

O braço da única presença feminina que os acompanhava girou em torno da cintura do único indígena que aspirava se tornar um líder. Esse, liderou a fala:

— Quanto tempo vai demorar até subirmos até lá?

— Se ninguém aqui pode me dizer as horas, acho justo que ignoremos o tempo.

— Minha dúvida é outra. — Mendes se aprontou — Você ao menos lembra onde deixamos nossas bicicletas?

— Ao lado de uma árvore grande com galhos grossos.

— Está brincando comigo Paulo? Como vamos achá-las no escuro sem esbarrar com os psicopatas de máscara.

— Sua pergunta deveria ser: Como vamos carregar duas pessoas extremamente fracas em cima delas.

— Eu tenho um plano, mas não inclui fugir por trás do armazém, vamos pela lateral, pela margem do rio. — Propôs Mendes.

— Só se estiver tentando se matar. Lembra que vimos eles em reunião ao lado do armazém que dava vista para o rio?

— Mas acredito que não estarão mais lá.

— Por quê?

— Porque Pirra fugiu com um zoológico nas costas. Isso vai chamar atenção.

— Será que ela conseguiu? — perguntou Isadora rapidamente.

— Uma louca viúva perdida por Várzea? Eu trancaria a minha porta na mesma hora. — respondeu Paulo.

— Enfim, faremos como eu disse? — retomou Mendes.

— Você ainda não nos explicou por que quer ir pelo caminho mais perigoso.

— Você não percebeu ainda?

Paulo balançou a cabeça negativamente.

— Nossas bicicletas não carregarão ninguém além de nós mesmos. Se fomos pela borda do rio chegaremos... nos cavalos.

— Não, não Sérgio... — Paulo balançou a cabeça frenético — Não vamos abandonar nossas coisas para trás. A minha bicicleta me custou um valor salgado!

— Bici... o que? valor salgado? — Kaimbe enrugou a testa. — Só entendi que iremos roubar cavalos.

Paulo se opôs — Não, nós não vamos roubar nada. Peguemos carona com o primeiro que aparecer na estrada.

— Olhe o quão tarde é. — Mendes rebateu. — E acha que vão querer nos levar, ensanguentados.

Quando o diálogo acaba, Isadora tomba de joelhos, equilibrando as mãos sobre as pedras sujas. Tal ação provocou preocupação. Mendes se aproximou, mas Kaimbe se apressou perguntando o que houvera.

— Estou bem. Mas... — Ela fecha os dentes para apoiar-se no próprio joelho cortado — vou ficar melhor quando sair daqui.

— Está vendo Paulo? Eles não vão aguentar andar por tanto tempo.

Ele mesmo não poderia. Sua energia estava esgotando como pingos de um chuveiro mal cerrado. E seu corpo, uma tela de arte com pincelada da cor vermelha. Sentia-se abstrato, embora percebesse que as mesmas dores naqueles que o seguiam formavam uma galeria infortuna de pinturas dolorosas de um pintor mal-amado.

— Está bem, — cedeu Paulo enquanto Isadora levantava-se com ajuda de Kaimbe — Vamos pelo seu caminho. E eu rezo para que esteja certo.

Infelizmente, a cerca das boas ideias donde as possibilidades eram plantadas se tornava ridiculamente pequena quando comparada ao lado de fora de sua proteção, donde a terra sem fim, era queimada pelo contexto em que estavam. Suas opções eram, enfrentar a matança ou esperar que o fogo os banhasse. O que Mendes escolhia era resultado dessa limitação.

Então oito pés bateram em terra, rumo a um cercado ainda vivo, aquele que mantinha animais de quatro cascos guardados. No caminho até os seres de crina, os calcanhares molharam-se no rio, as vegetações roçaram as pernas, e mais à frente o grupo abaixou-se para uma arvore envergada apontando para água. Nem se quer ela serviria de barreira para eles.

O rio próximo, produzia seu próprio chiado, até que fora alfinetado pelos ruídos de inimigos conversando, indicando que chegavam aonde pretendiam, mas não onde deviam. O local que Eldric se sentara com seus seguidores estava vazio, mas as vozes ainda eram intrusas em seus ouvidos. Acima daquele morro onde a margem do rio não tocava, ouvia-se pequenas iras. "Pra onde foi?", "sigam os rastros". Mesmo com a barriga queimando gelada, Mendes pensava que essa era a distração de Pirra que talvez os tivesse livrado da descoberta imediata de maneira involuntária.

— Ouviram? — Mendes sussurrou.

— Sim. Já sabem que Pirra escapou. — comentou Isadora.

— Não é isso. Me refiro.... aos relinchos.

Os cavalos fluentes em comunicações sutis, seriam a linha de chegada para que montassem seus troféus e corressem fora daquele hipódromo maldito. "hinnir" o cavalo aumentou seu relincho e o grupo diminuiu sua distância. Teriam que subir o elevado de terra. "venham" foi o que Mendes fez, se adiantando com pisos em galhos fortes e nas elevações mais onduladas da terra.

Sérgio, Paulo, Isadora e Kaimbe; nessa mesma ordem, seguiram pelo barranco de altura menos reclinada daquela área. A todo momento a ansiedade empurrava seus queixos para cima, torcendo mentalmente para que não fossem vistos.

Com metade do corpo no topo, Mendes levantou a cabeça notando que os Perpétunos se reuniam ao redor do armazém com a porta entreaberta a noroeste. De dentro dela correu um lagarto que fora antes carregado por Paulo pelo corredor recém inundado. O bicho passou apressado por baixo do pé de um dos homens de vestes negras que levantou o pé em espanto.

Paulo com sons de esforço tomou sua atenção quando puxou o braço de Isadora para que a mesma pisasse em uma pedra estável que permitiria que eles ficassem da mesma altura que ele. Quando Mendes fitou a porta novamente não havia mais sinais do lagarto. O réptil conseguira escapar e os membros que cercavam a construção murmuravam teorias do que poderia ter ocorrido com o túnel inundado.

— Vamos — sussurrou Paulo cutucando as costas de Mendes com o indicador ao chegar à sua altura.

Mendes virou-se para a esquerda, onde o cercado que prendiam os cavalos, ainda que um pouco distante, ficava. Kaimbe permanecia estático quase um metro abaixo do corpo de Isadora que aguardava com a cabeça quase na altura da cintura dos detetives.

— Assim que sairmos vamos para as arvores, um de cava vez. — Mendes informou a Paulo que passou a informação como um telefone sem fio para Isadora até chegar em Kaimbe.

Mendes puxou um galho cravado na terra com a mão direita machucada e subiu com pés descalços até o topo. Sua atenção dificilmente se desviando dos homenzinhos ao fundo. Seu corpo estava caído e Paulo o observava com cautela atrás do barranco.

Com as mãos latejando, ele se ergueu ereto e correu em direção a uma árvore próxima que o tornaria invisível. Um dos homens, não apenas um mero membro da Seita, mas o próprio comandante, Eldric, saiu do armazém cuja porta estava apontada para Mendes, mas o detetive havia se escondido atrás da árvore no último instante.

Sérgio olhou para Paulo que havia retraído a cabeça. As pernas de Mendes, cansadas, dobraram-se até que sentou-se na grama atrás do tronco em que estava. Passados poucos minutos, Paulo ainda hesitava em sair de seu esconderijo, então Mendes propriamente o fez, retirando sua cabeça para fora do contorno do tronco para observar o que ainda acontecia próximo a construção.

Tal movimento o fez se arrepender quando dois perpétunos conversando seguiam em sua direção. Seu movimento retrocedeu tão rápido que não sabia se os homens haviam lhe visto.

Seu coração palpitou umas vinte vezes até que Paulo levantou a cabeça do esconderijo com as sobrancelhas erguidas e correu agachado em sua direção. Mendes o fitou chacoalhando a cabeça sem entender a escolha do momento para a corrida. Quando Paulo se aproximou, colocando-se a sua altura explicou:

— Sérgio, sujou.

— Sim eu sei. Por que correu na frente dos homens da Seita?

— Porque eles não estavam vindo para cá.

— O-o que?

Isadora moveu-se da mesma forma que Paulo antes de se juntar a eles naquele aglomerado de arvores que os camuflavam.

— Alguém te viu? — perguntou Paulo, desviando para a jovem, que balançou a cabeça negativamente.

— Ótimo.

Mendes ainda interessado na informação questionou. — Ia me dizer aonde eles estavam indo.

— Há certo. Então... os fanáticos desviaram para a cerca onde os cavalos estão.

— Não. — Mendes preocupou-se — Estávamos quase lá e não tinha ninguém vigiando os cavalos.

— E agora? Vamos voltar e fazer como eu havia dito?

Mendes contestou — Nem pensar. Só precisamos de paciência.

— Talvez tenham descoberto que fugimos e estão preparando cavalos para irem atrás de nós. — Isadora teorizou

— Se ela estiver certa. — Paulo começou. — Não poderemos ser nenhum pouco pacientes.

— Pacientes para que? — Kaimbe se aproximou do grupo. — Por que ainda estão parados?

— Um imprevisto. — Informou Isadora — Tem dois homens vigiando os cavalos.

— Então aproveitem que são dois e não vinte. — disse Kaimbe.

— Do jeito que estamos, dois e vinte são quase a mesma coisa amigão. — Rebateu Paulo.

O grupo discutiu uma estratégia, não se prolongando em suas decisões. Paulo durante as trocas se esquecia do nome dos Perpétunos e incorporava nomes próprios, em uma de suas falas, ele os comparou a foliões de carnaval o que deixou Kaimbe confuso. Mendes insistia em serem pacientes e esperarem o momento certo, mas no fim, foi no plano de Isadora em que se apoiaram. A ideia poderia dar muito certo, ou muito errado, mas eram o que tinham para começar.

Mendes encaixou os sapatos nos pés marcados e sujos, e andou cauteloso ao lado de Paulo e Isadora pela parte mais densa das arvores enquanto respirava o ar puro e verde, se aproximando do cercado. Chegando, o trio agachou-se atrás da folhagem para observar os homens malignos trajada de vestes negras. Eles pareciam ocupados, movendo-se através de vários cavalos, prendendo selas e carregando bolsas. Mendes semicerrava os olhos tentando não os perder de vista sempre que desapareciam entre os equinos.

O trio teria que aguardar, mas era uma espera breve. Só ouve tempo para que Mendes girasse o pescoço para observar seus companheiros. Paulo, tinha manchas de terra e sangue nas roupas; Isadora, havia andado mancado até ali e estava com o tecido das vestes rasgadas; Mendes, tinha o corpo sujo, um buraco no joelho esquerdo da calça, Uma mão pulsava pelo inchaço e a outra formigava em sangue seco. As dores nas mãos concentravam cinquenta porcento da dor do resto do corpo. De repente, do interior da mata, um som cristalino de um pássaro cantando. No cercado, os Perpétunos se entreolharam.

— Ouviu o pássaro? — cochichou um deles, virando o pescoço para o outro.

— Claro que ouvi, não sou surdo... mas a essa hora? — o outro respondeu.

— Pássaros não cantam à noite assim. Pode ser Pirra levando alguma das gaiolas.

— Talvez seja apenas um pássaro noturno, nada mais.

— E se não for? E se for um sinal dos fugitivos. Vai ignorar? — O primeiro Perpétuno insistiu, já se preparando para investigar.

— E deixar os cavalos sozinhos? Você sabe que Eldric nos mataria se algo acontecesse com eles.

— Eu só vou checar. Fique aqui e vigie. Se algo acontecer, chame os outros. — O primeiro decidiu, começando a se afastar em direção à mata.

Com o som do pássaro diminuindo, o Perpétuno restante, mais atento, andava entre os cavalos, deslizando os dedos na caçadora em seu cinto.

Enquanto isso, escondido, Mendes aproveitou para se aproximar mais da cerca. Chegando a frente dela, um símbolo intrincado raspado na pelagem dos cavalos não passou despercebido. Obviamente a figura dos guardiões de sempre que Mendes percebera ser de grande orgulho entre os seguidores da Seita.

Paulo e Isadora se aproximaram logo atrás, observando o Perpétuno solitário que agora parecia inquieto, olhando repetidamente para a escuridão. Mendes sinalizou para que ficassem quietos, apontando para o símbolo nos cavalos. Ambos assentiram e Mendes sussurrou algo para Isadora apontando para um caixote com tralhas espalhadas do outro lado da borda da cerca. A moça apenas ouviu e se retirou pelo periférico direito da cerca enquanto Paulo e Mendes atravessaram os vãos entre as madeiras que separavam os cavalos da liberdade.

Sem fazer barulho, Paulo e Mendes passaram pelos cavalos, os corações batendo com os passos. O escuro era seu aliado, mas também trazia insatisfação. De repente, um dos cavalos robusto garanhão, virou em sua direção, a boca se contorceu para relincho. Mendes congelou, fixo no bicho. Qualquer movimento brusco poderia alarmá-lo junto ao Perpétuno sozinho.

Instintivamente, Paulo estendeu a mão em direção as narinas dele, sussurrando "Calma, amigo..." Mendes agachado a seu lado espantava-se com a influência da voz e do toque seguro, porém delicado, de Paulo que fez o animal relaxar. Com a situação a se normalizar, Mendes sinalizou para que continuassem. Eles abandonaram o cavalo, avançando mais cientes do efeito que sua presença poderia ter neles.

Enquanto isso, Isadora, habilmente se esgueirava até o caixote de tralhas. Ela vasculhou, até que seu toque certeiro encontrou o que parecia ser uma maquininha de cortar, provavelmente a que usaram para raspar os pelos dos cavalos, já que nela continha ainda alguns fios enroscados.

— Hey, o que você está fazendo?

O corpo de Isadora saltou e ao olhar em volta, viu o Perpétuno que já dava um passo em sua direção com o desejo de interrogá-la. A jovem, não permitindo que fosse pega, agiu, apertando a maquininha manual com o impulso fraco, porém suficiente, gerando o barulho dos estalos. O som passou pela obscuridade causando reação ao cavalo mais próximo. O mesmo balançou sua crina ao olhar assustado para objeto, decidido a se afastar daqueles clicks angustiantes, sua traseira esbarrou em outro cavalo com pelos de grãos de café torrado. Esse também se assustou e empurrou mais outro que agitou mais um, até que os relinchos se tornaram altos e a movimentação dinâmica o bastante para que o Perpétuno olhasse ao redor e quando voltasse seus olhos para a jovem não a encontrasse.

— Cadê você?

— Aqui. — O braço aranhado de Paulo enganchou o pescoço frágil do vigia desnorteado que tentou inutilmente libertar-se do aperto.

Os cavalos corriam limitadamente pelo cercado. Das mãos do sombrio mascarado caiu sua caçadora, foi Mendes quem caminhou até ela, agachando-se e tomando a arma com reverência.

Ao se levantar, esticou o braço e tocou a máscara do homem imobilizado. Fechando os dedos ao redor do rosto falso, puxou a máscara dourada, revelando um jovem com cerca de dezoito anos. A língua contorcendo-se, a garganta buscando por ar. Nos olhos, Mendes viu uma tapeçaria de possibilidades desfeitas. O rapaz, com a pele tingida pela asfixia, era o vidro estilhaçado de fragmentos do que ele mesmo pudesse se tornar.

— Já chega Paulo, estamos com a arma.

Paulo, no entanto, permaneceu na mesma posição, sem desafrouxar. A brisa da noite reviveu traços da floresta, as folha e galho narrando resistência e renovação. O detetive tinha a consciência de que cada escolha sua tecia o tecido da realidade, bordando a trama de sua própria humanidade. "É covarde poupar uma vida que, sem pestanejar, apagaria a minha? Ou é valentia desafiar o ciclo vicioso de ódio e represália?" Mendes repetiu seu pedido, desta vez com mais veemência. Nesse tempo, Kaimbe e Isadora emergiram do emaranhado de cavalos no cercado com os rostos preocupados.

Quiçá," continuava a refletir, "a coragem autêntica resida em desbravar o caminho menos trilhado, em optar pela misericórdia onde outros escolheriam a retaliação." Finalmente, o jovem Perpétuno parou de lutar. Seu corpo relaxou e ele desabou, deixando todos arrepiados. Isadora, rápida, agachou-se ao seu lado, verificando a respiração e anunciando em suspiro:

— Ele está vivo.

Paulo ofegou — E-eu sabia... o que estava fazendo.

Mendes olhou do jovem caído a Paulo, o semblante de alívio não querendo se tornar de desgosto. Kaimbe interrompeu o que começava a ser um silêncio tenso:

— O outro vigia já irá voltar.

Mendes concordou, tirando a visão do outro detetive. — Então vamos escolher em qual cavalo montar.

— Vou abrir o portão. — Informou Isadora, balançando o corpo ao sair.

Paulo, canalizando com calma, dirigiu-se a um cavalo cujo corpo vibrava com energia nervosa. Suas mãos deslizaram pelo pescoço do bicho em tranquilidade. Ele falava em tons baixos de bálsamo, e pouco a pouco, a respiração do animal se tornou lenta, os músculos relaxando sob os dedos feridos.

— Hey! sobe nesse. — Paulo indicou a Kaimbe, vendo-o depois montar em seu cavalo selecionado. O detetive logo em seguida subiu à frente, assumindo as rédeas.

Mendes, com a prudência, aproximava-se de Isadora, que, como uma sacerdotisa da natureza, acalmava um cavalo agitado cujos olhos espelhavam o medo que pulsava no ar. Com a delicadeza de uma pluma, ela deslizou suas mãos pelo longo pescoço do cavalo que em pouco tempo, rendeu-se ao toque mágico. Notando a presença do detetive, a jovem o chamou para ainda mais perto:

— Não só olhe, Arthur. Venha.

Mendes, entre a suspeita e a curiosidade, deu um passo à frente. Os olhos negros do animal, esferas espelhando mistérios, fixaram-se nele com atenção. Isadora, com a leveza, conduziu a mão fraca de Mendes até o manto sedoso do cavalo. As mãos de ambos permaneceram juntas, e seus olhares se estabeleceram um no outro. O cavalo se quedou tranquilo sob a influência conjunta de suas energias, e então baixou a cabeça em confiança. Foi quando Paulo, como um falcão, fez um alerta:

— O outro está voltando!

Mendes agiu com rapidez, elevando Isadora com dor e esforço ao dorso do equino com a graça da sobrevivência. Enquanto ela se acomodava, o terror em sua face aumentava com os urros selvagens do Perpétuno que os avistava. "INVASORES! AQUI, RÁPIDO!"

O grito era um clarim, chamando seus companheiros. A arma em sua mão era a extensão da morte, apontada diretamente para Isadora. Ela, montada no cavalo, erguia-se em uma estátua de vulnerabilidade, desafiando a fatalidade que lhe era imposta.

Mas Mendes, com a caçadora, era a encarnação da resistência. Seu dedo pressionou em reflexo. O disparo, um trovão, abateu o grito do vilão, transformando sua chamada por reforços em um grito de dor. "Ahhh! Minha perna!".

Na fervura da necessidade, Isadora ergueu a mão para Mendes. — Arthur, depressa! — O chamado elevou-se, entrelaçando-se com o crescer de disparos.

Os equinos responderam ao caos. Suas crinas, flâmulas de uma tempestade, dançavam ao sabor do vento. Mendes, contra o peso da gravidade, agarrava a mão de Isadora, empregando-a como ponte para alcançar as costas do animal. No instante em que ele encontrou seu lugar, Isadora enroscou os braços em torno de sua cintura.

— Agora, partimos! — Ela clamou.

A montaria, sintonizada com o chamado do perigo, lançou-os em um galope temerário, cortando o ar com cascos, que compunham um ritmo disparado. Ao fundo, os tiros, como um coro sinistro entre as sombras onipresentes. À frente, como espectros guiando-os através do labirinto, Kaimbe e Paulo lideravam, desaparecendo nas profundezas do desconhecido.

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