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28. Uma Última Tentativa - Parte 2

Tudo ficou escuro, minha consciência, porém, ainda estava lá. Eu sabia o que tinha ocorrido, meus pensamentos continuavam intactos. Aos poucos, eu senti como se minha alma estivesse lentamente saindo do meu corpo. Intrigado, saí flutuando, com o olhar atento ao meu corpo e à paisagem ao redor.

Mórgara continuava plena em sua mesmíssima posição: os braços erguidos, nos sufocando. O sorriso assustador em seu rosto, semelhante a uma maníaca, me causava arrepios — mesmo que nem corpo eu tivesse mais, já que eu morri, aparentemente.

Olhei ao redor e, para a minha surpresa, as criaturas mágicas encaravam a cena, curiosas. Lentamente, foram se amontoando ao redor das cúpulas, onde nossos corpos pereciam. Elfos, ogros, fadas, gnomídeos, unicórnios e outras criaturas não mágicas se colocaram contra o ataque de Mórgara.

Não entendi por que não conseguia enxergar os outros, minhas filhas e Magnólia. Serena ainda estava presa em sua cúpula, completamente aos prantos, na tentativa de quebrar o vidro aos murros. Embora eu estivesse assistindo a tudo, não tinha som. Eu não conseguia ouvir o que estavam dizendo.

Os unicórnios apontaram seus chifres para um ponto vazio ao alto, sendo seguidos quase de imediato pelas outras criaturas, que usaram as mãos e os olhos para liberarem raios de energia de diferentes cores. As Soberanas cessaram o ataque, pasmadas com o que seus olhos viam.

Uma esfera de energia luminosa começou a ganhar forma, à medida que a quantidade de poderes das criaturas se intensificava, cortando bruscamente o ar quando uma criatura colossal surgiu no meio da campina.

— A natureza mágica me chamou! — proferiu a entidade em um tom de voz monótono. — A quem devo a honra da minha presença?

A criatura mágica era idêntica a uma borboleta monarca, porém não em estatura. Não sou bom com números, mas diria que a criatura — que eu chamei de Monarca, por motivos óbvios — tinha o tamanho de um arranha-céu.

— Mas o que está acontecendo aqui? — disse Monarca. — Aquela é a Serena? Por que Serena está presa, Mórgara?

Mórgara estava rígida. Dura como uma pedra. Seus olhos sequer piscavam, suas mãos, antes elevadas nos sufocando, agora estavam baixas e trêmulas. Parecia estar diante de um deus.

— Eu fiz uma pergunta, Mórgara — vociferou Monarca, irritado. — Por que Serena está presa nessa estrutura cristalina?

— Eu... Eu... Eu... — gaguejou Mórgara.

— Eu estou à espera de uma resposta — disse Monarca. — E por que há três ninfas e dois humanos presos nessas cúpulas? Vocês não deveriam estar ocupadas administrando a natureza e protegendo as criaturas mágicas?

Monarca revirou os olhos, estalando os dedos e fazendo todas as cúpulas desaparecerem, nos devolvendo o oxigênio. No momento em que a prisão sumiu, me senti sendo sugado de volta ao meu corpo. Tudo escureceu novamente e eu perdi a consciência.

— Benjamin, acorda, por favor, acorda... — repetiu Serena, aos prantos, enquanto me balançava insistentemente. — Aquela cúpula enfraqueceu minha magia outra vez, por favor, funciona. Por favor, funciona.

Abri meus olhos de relance, sendo recebido pela luminosidade em demasia. Meus olhos queimavam, então puxei Serena para ficar sobre mim, tapando aquela luz toda. Ela me abraçou, chorando de alívio.

— Eu pensei que tinha perdido você! — disse ela, enxugando as lágrimas que insistiam em dançar em seu rosto.

— Esqueceu que beija-flores são tão rápidos que nem mesmo a morte consegue alcançá-los? — comentei, fazendo-a rir.

Levantei lentamente, ainda meio tonto, me apoiando em seu ombro. Monarca flutuava, nos assistindo com curiosidade. Magnólia ajudava Celina a se levantar, apoiando-a em seu ombro, assim como Rúbia ajudava Olga. Suspirei tranquilo, todos estavam vivos.

— Agora que todos estão em condições de falar — começou Monarca, sério —, nós precisamos começar o julgamento.

— Julgamento? — exclamou Mórgara, alarmada. — Quer dizer, Orion, isso não é necessário, podemos resolver isso sozinhas.

Orion! Então esse é o nome da criatura.

— Se conseguissem lidar com a situação sozinhas, as criaturas mágicas não teriam me contatado — respondeu Orion rispidamente.

Orion possuía enormes asas e era, de fato, uma borboleta-monarca. Suas asas, porém, não seguiam um padrão. A esquerda era azul-safira enquanto a direita era laranja com bolinhas pretas. Tinha a capacidade de intimidar a todos com sua seriedade avassaladora.

Estalou os dedos novamente, modificando o cenário a nossa volta. Antes na dimensão Casa, agora estávamos em uma espécie de tribunal, onde fomos separados em duas partes: Serena, minhas filhas, Magnólia e eu ficamos em um lado e Mórgara e Dulce do outro. No júri, um representante de cada criatura estava presente. Um ogro, um elfo, uma fada, um unicórnio e um gnomídeo.

— Vamos começar o julgamento! — proferiu Orion. — Um representante de cada lado da história, por favor, dê um passo à frente.

Mórgara e Serena deram um passo, ficando em lados opostos, uma de frente para a outra.

— Começaremos ouvindo a versão da irmã mais velha — disse Orion, direcionando sua atenção a Mórgara.

Mórgara, claramente perturbada, limpou a garganta e se preparou para falar. Enquanto a ouvia falar, fiquei muito surpreso ao ver quão inofensiva ela parecia diante de Orion. Com certeza não era a mesma de minutos antes.

— Serena sempre foi uma ingrata conosco — começou Mórgara —, ela nos traiu, fugiu da Torre de Cristal, roubou joias da Ázula, traiu sua forma física e gerou essas três aberrações híbridas que só envergonham nossa espécie!

Nossos rostos assumiram feições aturdidas no momento em que o júri direcionou o olhar às minhas filhas, logo ao fim da fala de Mórgara.

— Sua vez, Serena — disse Orion.

— Mórgara e as outras sempre foram muito rígidas — começou Celina, séria —, nunca me deixavam fazer nada e esconderam o mundo de mim durante eras. Quando finalmente ganhei liberdade, me apaixonei pelo Benjamin, fugi com ele e juntos formamos uma família.

— Você é patética! — retrucou Mórgara, com voz e feição de escárnio. — Eles não são sua família. Nós somos sua família. Eles são apenas efemeridades da natureza que, assim como as outras criaturas que tivemos que lidar ao longo do tempo, desaparecerão em algum momento.

— Vocês me obrigavam a fazer coisas que eu não queria, tudo em nome de manter o padrão das Soberanas — esbravejou Serena. — Vocês nunca se importaram comigo, se importavam apenas com a impressão que passariam para o reino.

— Manter você na linha era, de certo modo, cuidar de você! — rebateu Mórgara. — Se eu tivesse deixado você fazer tudo que queria, Foremagicst estaria certamente arruinado.

— Vocês literalmente se juntaram para me amaldiçoar, colocando em risco a vida da minha família, daqueles que me fazem felizes — disse Serena, trêmula.

A discussão continuou por quase duas horas. Orion parecia verdadeiramente interessado em cada lado de forma igualitária, permitindo que ambas extravasassem suas raivas e frustrações por longos minutos. Nunca pensei que essas entidades fossem tão fofoqueiras, me lembrou a época em que eu era o Alfajor.

— Ótimo, já consegui compreender a situação como um todo — proferiu Orion, com sua voz avassaladora, cortando o tribunal.

Todos ficamos sobressaltados, com a atenção voltada à entidade de semblante sério.

— Mas, antes de prosseguirmos, onde está Ázula? — indagou Orion, coçando seu queixo, assumindo uma feição divertida. — Confesso que no meio dessa confusão toda, eu acabei me esquecendo dela!

— Elas deram um fim nela porque ela mudou de ideia em relação a mim — retrucou Serena rapidamente, irritada.

O espanto que tomou conta do rosto de Orion foi notado por todos. Encarou Mórgara, rígido, esperando uma resposta, mas, quando a Ninfa começou a gaguejar, sua feição de espanto logo se tornou uma feição de nojo.

— Dizimar criaturas, amaldiçoar e matar sua própria espécie, perseguir humanos indefesos e negligenciar Foremagicst... — comentou Orion, revirando a cabeça em negação. — Tamanho desgosto mal cabe em meu peito.

Orion se levantou bruscamente do seu trono, furioso. Mórgara e Dulce tentavam falar, mas as palavras pareciam fugir delas. Suas feições amedrontadas chegavam a ser cômicas, nem pareciam as mesmas entidades sanguinárias que minutos antes estavam tentando nos matar.

— É hora do júri tomar a sua decisão! — disse Orion, encarando as Ninfas com um olhar fuzilante. — Voltaremos em breve.

Permanecemos no tribunal. Pareceram horas, mas tinham sido apenas dez minutos. Orion voltou, em silêncio, acompanhado do júri.

— Por unanimidade, o júri decretou Serena inocente de todas as acusações, assim como declarou Mórgara e Dulce culpadas por todos os seus crimes hediondos — vociferou Orion, sério. — Como punição aos seus crimes, eu, Orion, condeno as rés a ficarem presas durante toda a eternidade no limbo.

Orion esticou seus inúmeros braços em direção às Soberanas, abrindo um portal viscoso que as capturou e as engoliu.

— Você acha que venceu, mas, na verdade, você perdeu! — gritou Mórgara, enquanto lutava para se desvencilhar de sua sentença. — Você, Serena, é um ser imortal, diferente dessa sua família humana patética que é mortal. Todos eles morrerão um dia e você vai ficar sozinha!

— E nem venha tentar nos salvar quando eles partirem — disse Dulce, quase toda engolida pelo portal. — Já que escolheu eles, se contente com o fim trágico que eles terão.

— Não se preocupem, irmãs! — disse Serena, com um sorriso em seu rosto. — A presença de qualquer criatura, ou até mesmo de criatura nenhuma, é melhor que a de vocês! Divirtam-se no limbo.

Enquanto eram sugadas, as Ninfas urravam de ódio, tentando veementemente escaparem do seu trágico — e entediante — destino, porém foi irrelevante. Foram engolidas e presas.

Orion estalou os dedos novamente e nos levou de volta até a dimensão refúgio, que estava do mesmíssimo jeito em que foi deixada: caótica e bagunçada.

— Não está com raiva de mim pelo que fiz? — perguntou Serena, acanhada. — De certo modo, isso tudo começou por minha causa...

Orion riu.

— Não concordei de início, mas se você está feliz ao lado deles... — disse Orion, encarando o rosto confuso de Serena. — Bom, no fim, tudo que eu quero é ver vocês bem.

— Obrigada, pai! — respondeu Serena, com um largo sorriso. — Acha que elas ficarão bem lá?

— Espero que sim... — respondeu Orion, sério, tentando sufocar a voz embargada. — Confesso que ainda não consigo acredita em todo o mal que elas fizeram...

Serena, sem saber as palavras certas a dizer, apenas abraçou uma das mãos de Orion. Eles permaneceram assim por alguns segundos.

— Não se preocupe em relação à maldição, já está desfeita — falou Orion. — Mas precisei destruir a Torre de Cristal, estava fortemente ligada àquele lugar, e como todas as criaturas vão viver aqui a partir de agora...

— Então, isso significa que eu estou livre? — exclamou Serena, sem acreditar nas palavras que saiam de sua boca. — Finalmente minha família e eu poderemos viver em paz. Em Casa, na terra ou em qualquer outro lugar.

Orion assentiu com a cabeça e um riso sutil.

— E seja feliz — disse Orion sorridente. — Só não se esqueça de cuidar das criaturas mágicas, estou confiando elas a você!

— Mãe, quem é esse? — perguntou Rúbia, se aproximando da mulher junto às suas irmãs. — Visual maneiro, meio assustador, mas ainda é bem maneiro.

— Seu avô, Orion — respondeu a mulher. — Não podia dizer nada antes porque estávamos em tribunal, mas agora que estamos livres...

— Então essas são as minhas descendentes — comentou Orion, curioso. — Tão jovens e tão poderosas. Ah, e obrigado pelo elogio.

As meninas se entreolharam intrigadas.

— Não posso me demorar, há outras questões no cosmos que ainda preciso resolver — disse Orion, se abaixando para tê-las em seu campo de visão —, mas, antes de ir, preciso fazer algo.

Enquanto a entidade se abaixava, as criaturas e até mesmo nós ficamos atentos a cada passo.

— Infelizmente, não posso trazer Ázula de volta e sei que Serena não pretende ter mais filhos, então, para que a essência mágica perdure, darei a vocês três a habilidade de gerarem descendentes com poderes, sem que percam os seus — disse Orion.

— Isso ainda vai demorar bastante, então pode esperar sentado, vovô borboleta — comentou Rúbia, com uma careta.

— Eu nem sei se quero filhos — disse Celina.

— E eu só tenho nove anos — disse Olga.

Orion e Serena gargalharam.

— Tudo a seu tempo, meninas — comentou Orion. — Estarei observando suas aventuras lá do cosmos com muito ternura. Adeus.

Com outro estalar de dedos, Orion brilhou até desaparecer. O brilho era quase cegante.

— Ok, vou finalmente voltar à minha forma humana e buscar Hélio, Mariana e Osvald, seja lá onde eles estiverem — comentou Rúbia.

— E eu vou organizar essa bagunça, porque odeio ver essa dimensão bagunçada — disse Celina. — Fico me sentindo desleixada.

— Vale lembrar que alguém ainda precisa ir à Floresta das Magnólias para aprisionar aqueles espidreros — exclamou Magnólia, indo atrás de Celina.

— Eu posso aprisionar eles em uma caixa outra vez, mas não sei se isso seria certo — retrucou Rúbia conforme se afastava.

— Olga, meu amor, por favor, não se esqueça de agradecer às criaturas mágicas por tamanha ajuda em nossa vitória — disse Serena, rindo, enquanto afagava um dos belos unicórnios ao seu lado.

— Então, é isso? — perguntei, confuso. — Nós vencemos? Acabou?

— Você queria mais? — rebateu Serena, com uma risada. — Vem, vamos organizar tudo.

— Serena, espera — falei, tocando seu ombro. — Tem certeza que está bem? Quer dizer... você perdeu todos as suas irmãs...

Ela respirou fundo e me encarou.

— É confuso, porque ao mesmo tempo em que eu queria me livrar delas, eu também queria acreditar em uma redenção... — respondeu ela. — Talvez minha maior frustração seja saber que minhas duas famílias nunca conviverão.

— Eu sinto muito...

— Não sinta — disse ela, se aproximando de mim com um sorriso. — Não hálugar melhor no mundo do que ao lado de vocês... Minha família!

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