Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

16. Aldeia dos Gnomídeos

Ontem foi um dos melhores dias, na minha opinião, aqui em Célazul. Na casa de Miriana e Osvald, tivemos uma grande mesa, semelhante a um banquete, onde comemos e bebemos para celebrar o nascimento do filhote de Sal e Pimenta. Miriana, que muito me amava, separou uma porção generosa de néctar, para que eu pudesse me esbaldar.

Os casais se mantiveram juntos todo o tempo e Olga encheu a casa de gnomídeos buliçosos que fizeram uma bagunça. Entretanto, as criaturas de chapéus pontudos também relembraram Celina que ela ainda precisava estudá-los mais detalhadamente. Ela tinha ficado fascinada com as propriedades mágicas da saliva das pequenas criaturas.

No dia seguinte, no caso, hoje, a mais velha pediu a Olga, que aceitou de bom grado, para acompanhá-la até a aldeia dos gnomídeos, para que ela pudesse coletar amostras das criaturas para poder estudar e ter conhecimento de seus poderes.

Celina também pediu que Rúbia desenhasse tubos de ensaio, para que ela guardasse em segurança as amostras de saliva, urina, fios de cabelo ou qualquer coisa mágica que eles produzissem.

Escolher Olga para guiá-la pela aldeia foi uma ideia inteligente de Celina, visto que a caçula conhecia todo o lugar como a palma da sua mão. Olga amava passar as tardes na aldeia, pois as criaturas eram inofensivas, curiosas e bastante simpáticas.

Eu, sendo um narrador responsável, as acompanhei nessa missão. Honestamente, eu também gostava das tardes com as criaturas azuladas, os bebês deles eram graciosos e um pouco fortes demais para sua idade. Sempre tentavam me esmagar, uns fofos.

— Olga, os gnomídeos costumam mexer muito com a natureza? Quer dizer, coletar folhagem, frutas ou sementes? — perguntou Celina enquanto se esquivava de um galho pontudo.

— Sim, eles costumam coletar de tudo.

— Eles costumam brigar entre si?

— Nunca os vi brigando.

— E os bebês? Eles são inteligentes?

— Eles são bebês, Celina. Eles são bobos, fofos, engraçados e babam bastante.

— Hmm, interessante!

Bom, logo percebi que ia ser uma experiência interessante assistir à Celina tentando coletar amostras dos gnomídeos. Eu mencionei que ela queria coletar a URINA deles? Por acaso, ela está achando que é formada em biomedicina? Me perguntei como ela pretendia testar essas amostras.

— Voltei, pessoal! — cantarolou Olga, animada. — Sentiram minha falta?

As criaturinhas correram e se aglomeraram ao redor da caçula. Se eu fosse uma ave ciumenta, com certeza estaria com ciúmes agora. Mas já superei isso, se a Olga não me trocou pelo Sal, ela não ia me trocar por mais ninguém.

Quando percebi onde estava, me dei conta de que nunca dei detalhes dessa parte da floresta a vocês. Bom, a aldeia dos gnomídeos, diferente de qualquer outra parte da floresta, possuía algumas construções. As casinhas coloridas amontoadas na sombra, protegidas pelas grandes árvores do recinto, eram um charme à parte. Elegantes rosas rodeavam a vila, junto a grandes cogumelos, que eram usados como sombreiros, e também havia um degrau feito de pedra na entrada da vila, recoberto de grama e que levava em direção ao berçário.

Ah, não! — exclamou Olga. — Os estoques de frutinhas estão baixos de novo! Vocês comem demais, hein.

— Quando foi a última vez que você os ajudou a repor? — falou Celina, aproximando-se para checar.

— Faz uns dias.

Alguns gnomídeos deram um passo à frente e começaram a fazer mímicas, na tentativa de explicar algo.

— Acho que eles estão tentando te dizer algo, Ol... Será que aconteceu alguma coisa?

— Vou investigar. Também vou aproveitar para colher mais amoras. Pede ajuda ao Alfajor se tiver alguma dúvida, ele conhece bem a área.

Perfeita colocação! Eu não teria dito melhor.

Assim que Olga se foi, duas dúzias de criaturas a seguiram. A aldeia ficou quase vazia. Existia um deles que eu imaginei ser o líder, pois portava um cajado e a ponta do seu chapéu era reta e não inclinada para o lado como a dos outros. Optei por chamá-lo de Ancião. Pois bem, Ancião ficou vigiando Celina o tempo todo, como se estivesse com receio. Provavelmente, ele ainda guardava memórias de Celimonstro.

— Vou tentar recolher pelos desse gnomídeo mais velho aqui — disse Celina, abaixando-se para tocar a criatura.

Ancião sequer se mexeu.

— Espera! — exclamou Celina, assustada. — Ele não tem pelo. Agora que reparei, nenhum deles tem pelos no corpo.

Não era preciso ter uma supervisão para deduzir isso. Era nítido até para mim que os gnomídeos possuíam uma pele lisa com textura semelhante à giz de cera.

— Bom, já que não vou coletar pelos, então vou coletar saliva e urina — disse Celina, tirando dois tubos de ensaio da bolsa. — Você pode, por favor, cuspir e urinar dentro desses potes, senhor gnomídeo?

Será que ela pirou? Era óbvio que não daria certo. Quando ela contou o que tinha em mente, pensei que ela fosse usar seus poderes ou achar um jeito mais certo de fazer isso. Como eu previa, Ancião não entendeu nem uma palavra do que ela disse, manteve-se encarando-a, confuso, como quem espera um ataque.

— Acho que ele não entendeu...

Você jura?

Pensei que, ao perceber que sua abordagem inicial havia falhado, ela desistiria e partiria para um plano B, mas eu estava enganado. Ela insistia em tentar fazer o gnomídeo cuspir dentro do tubo. Não aguentei ver aquilo por muito tempo, então me virei e voei até um lugar onde seria mais fácil colher amostras.

— Alfajor, espera! Aonde você vai?

Levando você para o sucesso.

— Me espera! — pediu ela, correndo atrás de mim pela floresta.

Era tão óbvio que o jeito mais fácil de fazer o que ela queria era simplesmente ir direto ao berçário. Bebês gnomídeos cuspiam uns nos outros à beça. Era quase como um esporte para eles. Talvez fosse isso que fazia suas peles serem zero oleosas, mesmo enquanto bebês, já que a saliva deles tinha propriedades antioleosidade.

Finalmente, após me seguir aos berros durante todo o caminho de pedras, Celina chegou a zona dos bebês, ficando, de imediato, encantada pelo lugar. E não era para menos. O ambiente era um enorme círculo feito de diamantes acinzentados, onde os mais novos ficavam restritos, interagindo entre si.

— Alfajor, eu não acredito... — comentou Celina, boquiaberta, enquanto rodava analisando a área com atenção.

As borboletas monarcas azuis e laranjas que enriqueciam o lugar também tinham sua função: pelo menos uma vez ao dia, elas pegavam o pólen das flores que rodeavam a área e jogavam sobre os bebês para ajudá-los em seu processo de desenvolvimento. Ainda bem que eles não eram alérgicos.

Sem precisar de muito esforço, Celina logo viu quando um dos bebês, o que tinha um dos braços maior que o outro, cuspiu no bebê que estava à sua esquerda, aquele que possuía um chapéu arredondado, conseguindo assim suas amostras de baba de gnomídeo. Imperfeições eram comuns em recém-nascido, ao longo da vida, iam desaparecendo.

— Você é um gênio, Alfajor! — exclamou Celina, guardando os tubos de amostra em sua bolsa. — Vir à seção dos bebês foi, sem dúvidas, o melhor a se fazer.

Era o óbvio. Às vezes nem parecia que ela era a dona da dimensão.

— Tudo bem, o próximo passo é recolher urina. Mas como eu vou fazer esses bebês urinarem nesse tubinho?

Cada um com seus problemas, Celina.

Deixei a aspirante a cientista recolhendo amostras e fui tentar me enturmar com as borboletas metidas que estavam sobrevoando próximo a nós. Elas eram lindas, mas eu não costumava dizer isso em voz alta. Elas já eram naturalmente convencidas.

— Você não tem casa, Alfajor? — perguntou Pupila, uma das monarcas azuis. — Você está sempre aqui!

— Lembra que ele falou que odiava ficar aqui porque os bebês sempre tentavam esmagá-lo? — lembrou Córnea, gargalhando. — É, pelo visto, ele não os odeia tanto assim.

— Fiquem quietas, suas presunçosas — falei, revirando o rosto. — Para a informação de vocês, eu apenas vim acompanhar a minha amiga ali.

— Aquela louca tentando levantar um dos bebês gnomídeos é sua amiga? Dá para ver porque você anda tão louco das ideias.

— Eu não sou louco, Córnea. Apenas mudo de ideia com facilidade.

— Tá bom! Vou fingir que acredito.

— Celina! Celina! Celina! — gritava Olga, em desespero.

O som agudo de sua voz foi ficando cada vez mais audível conforme ela se aproximava.

— O que houve, Ol?

— Uma pedra. Caiu uma pedra enorme na entrada da área de colheita dos gnomídeos, é por isso que tem tão pouca comida. Eles têm economizado — explicou Olga, ofegante.

— E por que eles não nos avisaram?

— Eu acho que eles tentaram, mas estávamos tão ocupadas com os poderes, o nascimento do Colorau e tudo mais que nem tivemos tempo de ouvi-los.

— Vamos ajudá-los agora mesmo, Ol — disse Celina, guardando os tubo em sua bolsa. — Já consegui tudo que eu queria.

Celina movimentou as mãos, abrindo um portal bem a nossa frente. Essa era uma clara evolução dela em relação aos seus poderes. Antes, ela os usava apenas para viagens longas. Agora, ela os estava usando para abrir portais para todo lugar, especialmente dentro da sua própria dimensão.

Entramos no portal e saímos exatamente no local em que a pedra estava. Era realmente grande. A primeira ideia que passou pela cabeça da mais velha foi tentar chamar Sal, já que, com o seu poderoso chifre, ele conseguia fazer objetos sumirem com facilidade. Entretanto, seria desnecessário incomodar o papai unicórnio naquele momento, visto que ele estava ocupado cuidando de sua família.

— Eu posso mandar essa rocha enorme para outro lugar, mas aonde? — indagou Celina.

— Qualquer lugar. Só tira ela daqui! — retrucou Olga, impaciente.

E assim ela o fez, liberando a passagem. Foi quase como se tivéssemos conseguido ouvir uma comemoração vinda dos gnomídeos, que correram depressa em direção às árvores.

— Obrigada, Celina. Vou ajudá-los, se quiser ir para casa, eu te encontro mais tarde — disse Olga.

— Claro que não, sua boba. Eu vou te ajudar a coletar essas amoras.

***

O resto da tarde foi de muito esforço e trabalho duro. Junto às criaturas, nós enchemos todo o estoque de comida da vila. Para a surpresa de Celina, as frutinhas colhidas não estavam sendo usadas apenas para alimentação, mas também para fazer poções. SIM, GNOMÍDEOS ERAM CIENTISTAS. Ficamos mais tempo lá, pois Celina queria analisar como eles faziam.

Basicamente, eles misturavam pétalas, pólen, lama, folhas e outros ingredientes naturais com a sua saliva ou urina para criar poções de uso cotidiano. Por exemplo, quando saliva de gnomídeo e pétalas vermelhas eram misturadas, as criaturas assumiam uma cor vermelha durante determinado período. Celina ficou fascinada! Quantas combinações mais poderiam ser feitas? Ela estava disposta a tentar. Quando percebemos, já era de noite e a lua reinava alto no céu, então precisávamos voltar para casa.

— Conseguiu tudo, Celina? — perguntou Olga, bocejando.

— Sim, corujinha. Agora, vamos para casa descansar!

Olga estava exausta do dia, pedindo a Celina que a levasse no braço, para que ela pudesse dormir. A mais velha aceitou, mas teve um pouco de dificuldade em levar a mais nova nos braços até em casa. Olga não era mais um bebê, na verdade, em muitos casos, ela era bem mais madura que todos nós.

Chegamos em casa após minutos andando pela floresta à noite. Confesso que também não facilitei para Celina, pois me deitei em seu ombro e tirei um rápido cochilo. Quando nos aproximamos de casa, a porta abriu, revelando Rúbia vestida em seu pijama.

— Não dormi ainda, estava esperando vocês.

— Obrigada, Rúbia — agradeceu Celina. — Vou colocar a pequena na cama e depois vou me deitar. Pode ir dormir também.

— Vou, sim. Estou morta de cansada.

Minha gazânia estava localizada no quarto da Olga, em sua mesa de cabeceira. Eu, como a Olga, precisava dormir. Que dia trabalhoso, nunca voei tanto de um lado para o outro dando apoio moral!

Fui para o quarto de Olga enquanto Celina foi com a caçula até o banheiro. Vários minutos depois, Celina entra no quarto, carregando Olga, de banho tomado, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Colocou-a na cama e, quando estava prestes a sair, sentiu a menina segurar seu braço.

— Celina, espera... — disse Olga, com a voz embolada de sono —, canta a canção da borboleta que a mamãe cantava, por favor. Eu quero sonhar com ela igual a você.

— Ô, corujinha, mas quem canta bem é você, não eu.

— Ah, mas você também canta bem...

— Tá bom, eu canto. Mas, se eu desafinar, é problema seu!

Celina, apesar de não cantar com frequência, possuía uma voz bonita. No orfanato, às vezes ela cantava para as irmãs e era belíssimo de se ouvir. Me acomodei em minha flor e preparei meus ouvidos para ouvi-la.

Olga estava deitada com os olhos semiabertos, segurando entre os braços a foto de família que havia recuperado no orfanato e encarando sua irmã à espera da canção. Ela lutava contra o sono como quem luta com um animal feroz. Celina, percebendo que não tinha escapatória, limpou a garganta e soltou a voz.

Borboletas livres a voar
Colorindo os céus com sua imensidão
Azul carmim é o tom das suas asas
Enquanto a mágoa é tom do meu coração

Mas não seria melhor superar?
Tantas dúvidas assolam meu existir
Talvez deixar mais esse querer passar?
Quem sabe seja melhor eu ir?

Presa na torre
Do alto não consigo ver
As nuvens cobrem minha visão
Vejo apenas um clarão

Mas será que essa luz que brilha ao longe
Está se comunicando e eu não entendo?
Será que me chama ou me repreende?
Me amaldiçoa ou me benze?

Tudo que eu queria era ser livre para voar
Junto às borboletas, ver minhas asas cintilar
Cruzar a fronteira, ir além do horizonte
Atrás da felicidade, do novo... e da liberdade
Será que eu devo ir? Não sei...
Mas se eu continuar aqui, nunca saberei!

Antes mesmo de terminar a canção, Olga havia adormecido.

— Boa noite, corujinha! — disse Celina, beijando a testa da mais nova e saindo.

Bocejei longas vezes enquanto Celina cantava. A canção era bonita, exceto pelo fato de falar de borboletas e não de beija-flores, mas tudo bem. Valeu a pena só em ouvir Celina cantar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro