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CAPÍTULO 5: Magos


  Após o encontro com o Caminhante Branco, o trio que se tornou quarteto seguiu caminho pelas florestas até o Chácara, onde o Conselho vivia. Prosne os guiara em cavalgadas largas, o grupo demorou cerca de mais três dias até chegar ao local desejado. Por sorte, não encontraram nenhum obstáculos pelo caminho e tampouco o clima foi de desagrado para eles.

  Argdáin era o único dos quatro que parecia cansado da viagem. Agarrado a uma garrafa d'água. Por incrível que pareça, era de fato água na garrafa que ele usava naquele momento.

  — Quase lá, companheiros. Quase lá! - avisava o mago, que os guiava pelos gramados do Reino. 

  Poucos minutos e enfim chegaram a Chácara, mas o mago notou algo errado. Não havia nada frente a eles. — Olha, se nós chegamos, eu fiquei cego pelo caminho, não vejo nada por aqui. - Reclamou o Anão.

  Prosne amarrou seu cavalo a uma árvore e o restante fez o mesmo. O mago caminhou com sua longa veste e parou um pouco mais a frente. Com seu cajado, abaixou-o ao chão. Pediu para que o restante do grupo fechasse seus olhos e serenamente proferiu as seguintes palavras. — En af de syv her er iluzija do kraja.

  Ergueu seu cajado novamente e aos poucos, a imagem a sua frente se desmembrava, e o vazio dava lugar a Chácara do Conselho. — Abram. - pediu.

  — Magia de proteção. Por algum motivo ela foi utilizada pelo Conselho. - Com muitas dúvidas, Prosne contou do que se tratava e seguiu em frente. Adentrou ao local, que estava intacto. Já dentro, as cadeiras onde o Conselho se reunia estavam da mesma forma de antes. O ambiente seguia o padrão para a surpresa do mago.

  — Então é aqui onde o famigerado Conselho vive. - — Ou vivia. - Grielion e Prosne trocaram palavras enquanto observavam o local. - — Muitas lendas eram contadas a nós Elfos a respeito deste lugar.

  A postura conflituosa do velho mago deixava o ambiente ainda mais duvidoso. O restante já não sabia bem o que estavam fazendo ali. - — Viemos por respostas e sairemos com mais perguntas. Olha que beleza! - Argdáin reclamava enquanto mexia nos velhos livros das prateleiras.

  — Não está de todo errado, mas também temos respostas. - riu ao fim da conversa. - — E cadê elas? Não tem nenhuma alma por aqui. - Argdáin já estava deveras insatisfeito com aquele tempo perdido, segundo ele mesmo.

  — Esse feitiço é uma ilusão. Uma técnica muita característica utilizada por um dos nossos. Falsan, o Inventor. 

   — Nunca vi. - debocha Argdáin. Prosne bateu com seu cajado na cabeça do anão e seguiu a história. - — Somos sete. Omom, o Cintilante. Pize, o Fervoroso. Nat-Rum, o Camarção. Falsan, o Inventor. E eu, o Caminhante Branco. 

  — Sua conta parece errada. O senhor citou cinco, incluso você. Onde está Elthenkai e o traidor? - indagou o Animago.

  — Boa observação. Elthenkai não está aqui, não possuí títulos e Fal se foi antes de tê-lo. 

  — Certo, mas como Elthenkai sabia o seu título antes mesmo de você aparecer aqui? - — Pergunte a ele. Ele é o mais sábio entre nós! - comentava com a voz rouca e rindo Prosne.

  — Você não explicou duas coisas. Onde estão eles e o motivo pelo qual recebem esses títulos. - Grielion embora em silêncio, era quem mais entendia o assunto.

  — Nós recebemos nossas alcunhas ou títulos após completarmos os dois ciclos. Nós magos fechamos dois ciclos. O Ciclo do Sol e o Ciclo da Lua. E voltamos com eles. 

  — O que significam? - — Significam o nascimento e a morte. Ao fechá-los, retornamos de uma vez por todas para completarmos nosso objetivo. - Prosne e Grielion entraram em debate.

  — Mas e as gerações passadas de Magos? - — Completaram-os e estão acima de tudo.

  O assunto era mais complexo do que parece, e Argdáin precisou tirar suas dúvidas. — E isso significa que nosso velho mago voltará? - — Ao que tudo indica, sim.

  — Ora, mas que bela notícia! É só esperá-lo! - sorria aos montes.

  — Não há data certa. Pode voltar hoje, amanhã, daqui há meses. E é por isso que precisamos nos movimentar.

   O animago se levantou, estava recostado numa das paredes sujas da Chácara e iniciou um novo debate com uma questão um tanto polêmica. — Isso significa que nosso inimigo irá retornar, mesmo que nós o matemos.

  O silêncio imperou por alguns segundos e o restante do grupo parou em raciocínio, mas Prosne tinha respostas. 

  — Exato. Mas há um caminho para a vitória. Expurgá-lo. Assim, ele nunca mais retornará e irá vagar pelo resto dos tempos num eterno vácuo temporal.

  — É, bem que falam que tudo tem um jeito. - Disse Argdáin ao sair pela porta.

  O resto seguiu o anão e caminhou para fora. Prosne foi o último a sair e com uma fisionomia um tanto quanto derrotista. 

  — Mago, onde está o restante do Conselho? Não lembro-me de tê-lo visto responder essa pergunta. - relembrou o elfo.

  — Creio que estejam com Elthenkai. Não mortos, mas no estado de preservação da alma. O retorno dele será feito pelas mãos do Conselho.

  — E sem o senhor? - — Ora, eu morri no período e voltei fora do tempo. Não posso fazer parte da ressurreição dele. Mas eu estarei aqui para recebê-lo em sua volta.

  — O senhor está ciente da Espada e do guerreiro prometido? - Indagou Argdáin, a respeito das questões deixadas por Elthenkai.

  — É claro. Por isso eu estou aqui. O antigo guia de vocês não deixa ponta solta.

  Prosne caminhou até sua montaria e enquanto fazia carinho em sua crina, comentava com seus novos amigos. - — Amanhã cedo, quero todos de pé. Começaremos nosso avanço. E iremos buscar reforços. 

  — Avanço para onde, homem? Enlouqueceste!? - Argdáin resmungou sentado sobre um toco.

  — Para a vitória, meu caro anão. Cedo iremos caminhar para dar o troco naquele que nos venceu no passado.

  O clima ficou diferente após as falas excitantes do mago e a noite já chegava com um forte frio. Era hora de deitar-se e descansar seus corpos para uma experiência no seguinte dia.

  

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