CAPÍTULO 15: A capacidade do Elfo
Elthenkai acordou mais disposto do que nunca. O restante do grupo foi acordado pelo mago. — Acordem! Vamos, vamos! Chegou o dia! - berrava.
Elthenkai tomou toda uma garrafa d'água. — Onde está o Elfo? - perguntou Argdáin.
Elthenkai olhou bem a sua volta e realmente, Grielion não estava ali. — Ora, será que acordou antes de nós?
Tōnpo foi o último a se levantar. Estava sem sua jaqueta, como sempre. O Animago costumeiramente ficava sem sua veste superior, mas sempre vestia assim que acordava. Vestiu-a. — Como vocês falam alto. - reclamava. — Ué, onde está o outro? - perguntou.
— Estamos falando sobre isso, dorminhoco! - gritou Argdáin.
Não era tão cedo, mas o sol ainda estava bem fraco, como o de uma manhã comum no Reino. Elthenkai sabia que cada vez mais estava próximo de seu aprendiz. Argdáin pegou sua arma e ficou por alguns minutos treinando com ela em mãos.
Minutos depois, Grielion salta das árvores e pousa categoricamente no chão. — Finalmente, onde estava, miserável? - Reclamava sem parar Argdáin.
— Levantei antes, fui averiguar o inimigo. Estão bem a nossa frente, na Torre, como você havia nos dito. Ele, uma grande quantidade de Orcs e se não me engano, três Trolls.
Elthenkai virou bem animado com a situação. — Usou sua visão, Elfo? - Perguntou sorrindo suavemente. - — Sim, exato.
— Ora, eu nem me lembrava disso. - comentou o Animago. — Eu avisei, todo grupo que se preze, caminha ao lado de um Elfo. - Se gabou Grielion.
— De grande valia é sua visão elfica. Uma utilidade sem precedentes. - agradeceu Elthenkai.
Grielion se virou a Elthenkai e arremessou um pacote. — Segure, homem. Não havia pedido?
— O que é? ...Oh! Minhas Beladonas! - O mago ficou demasiadamente contente.
Todos já estavam preparados para a última caminhada. — A postos. Vamos acabar com isto. - Finalizou Elthenkai, que montou em Perkiel.
Eles bateram em retirada pelas árvores, foram cerca de trinta minutos de cavalgada, até terminarem a passagem e ficarem frente a uma cadeia de montanhas. A única coisa que os separava da Torre de Uklard. — Aqui atrás está nossa meta. Cientes e atentos a qualquer golpe! - avisou Elthenkai.
— É melhor deixarmos nossas montarias. - Avisou o Elfo.
Argdáin não gostou. — Quer que façamos o trajeto a pé, está doido? Eu que não vou subir essas montanhas! - — É por causa das pernas curtas? - debochou Grielion. — Ah, seu... - não complementou a frase.
Elthenkai concordou. Desceu de Perkiel e recomendou que todos fizessem o mesmo.
— Todos eles irão voltar a minha casa. - Disse Grielion. - — Como sabe, Elfo? - Questionou Elthenkai. — Eu irei dialogar com eles.
As montarias rumaram para as costas e caminharam em direção a Fortaleza Elfica. - — Fiquem tranquilos em relação ao tratamento. Os Elfos saberão o que fazer.
O quarteto iniciou a subida da grande montanha. Argdáin era o último e ficara a reclamar em excesso. Elthenkai era o primeiro, logo seguido pelo Animago e o Elfo.
Chegaram ao topo da montanha. — Enfim. - respirou fundo o mago.
— Grielion, o que enxerga? - perguntou Elthenkai. - — O Elfo Negro acabara de chegar. Conversam, ele e seu aprendiz. - Enquanto falava, Grielion quase babava de ódio ao ver o assassino de seu irmão. - — Estão se retirando. Pelas costas, não sei para onde vão. Ah! Atente-se, os três Trolls estão indo junto. Cerca de 80 Orcs também.
— Para onde vão? Não consegue descobrir? - questionava o mago. - — Não. Estão saindo pela direita posterior ao Reino. Não enxergo a partir dali.
Elthenkai tremeu. — O Vale! Estão indo para o Vale dos Homens! - gritava desesperadamente.
— O que aquele maldito quer lá? Vamos segui-lo, quero esmagá-lo por completo! - respondia o Anão.
— Ele não pode atacar o Vale. Nunca ninguém fez isso. É imoral até para criaturas malignas. - Elthenkai não conseguia acreditar naquilo.
Segundos depois, uma clava veio abaixo. Sobre Argdáin, que estaria para morrer. Até que Grielion como um feixe de luz, segura o Anão e o salva do golpe.
Um estrondo sobre a montanha. — Que é isso? - gritou Tōnpo. — Mas que merda é essa. Um Troll! - avisara Elthenkai.
— Você não disse que tinham três, seu delinquente!? - perguntava aos berros Argdáin. — Eu salvo você e ainda reclama, perna-curta? - Argdáin soltou-se do Elfo.
A criatura deixava sua baba cair pelo chão. Media aproximadamente 2,30. Um colete prateado e uma clava enorme em sua mão direita. Ela grunhia bastante.
— É mandada! Veio para nos atrasar. - disse Tōnpo.
A criatura desferiu muitos golpes mas o grupo se saiu bem. Ótimos desvios em todos os ataques. — Já saíram da Torre! Já estão sumindo da minha vista! - Avisava o Elfo.
Elthenkai ficava preocupado a cada instante e seguia segurando o Troll no combate.
— Vão! Deixem esse nojento comigo. - pediu Grielion. — Ele quer toda glória para ele!!! - resmungava Argdáin.
— Perna-curta, leve o mago e o outro. Fujam, rápido!
Grielion entrou na frente do grupo e arremessou uma flechada, que rebateu na armadura e voltou. — Não vai ser como eu pensei.
Elthenkai olhou para o Elfo. — Confiamos em você. Os três desceram a montanha e Grielion ficou para o combate. Enquanto descia, Argdáin resmungava, mas resmungava de forma sadia e torcendo por seu companheiro. — Aquele cara-pálida! Fantasma! Espero que sobreviva pois eu mesmo quero dar uns murros naquele orelhudo!
Elthenkai, Tōnpo e Argdáin desceram a montanha em razoável velocidade. — Você sabe que os Trolls só podem ser mortos pelas chamas ou por ácido, não sabe? - perguntou em voz baixa a Elthenkai. — Ele não tem um e nem outro. - comentou Elthenkai, ciente do perigo.
Acima, Grielion era muito veloz. Saltava sobre o Troll e o golpeava no rosto, sempre tentando cegá-lo. Sacou suas flechas e disparou quatro em sequencia, sem efeito.
— Ora, como não me lembrei. Só fogo e ácido! - falava consigo mesmo.
O Troll arrastou sua clava pelo chão e foi rasgando um trecho da montanha. Grielion arremessou uma corda no Troll e girou sobre seu corpo, caindo atrás da criatura. Disparou mais flechas, mas sem dano.
O trio já estava bem distante, mas Elthenkai decidiu interferir a distância. Enquanto caminhava, encostou seu cajado ao chão. — Tacaíocht lasair!, Io, Elthenkai, Dostava do hor! - Uma grande nuvem passou sobre eles neste momento. Elthenkai seguiu a caminhada com seus dois companheiros. — Não falem nada. Seguimos ao Vale! - exclamou.
Grielion já estava sem ter o que pensar no campo de batalha, mas não desistira tão fácil. — Vencerei com minhas flechas. Uma última tentativa.
Ao posicionar a flecha e encaixá-la, girou-a sob os céus e apontou para o Troll. Numa fração de segundos, a flecha se incendiou sozinha. — Elthenkai... - analisou.
Grieliou disparou e carimbou de forma perfeita, como o melhor sempre faz. Tiro certeiro na testa da criatura, que caiu em chamas pela montanha. Grielion respirou fundo, bateu em sua roupa e tomou postura. — Ah! Minhas costas...Que criatura nojenta. O elfo guardou suas flechas novamente e desceu pelas montanhas para ir atrás de seus companheiros.
Elthenkai, Argdáin, Tōnpo já estavam bem a frente. O trio seguia sem pestanejar em direção ao Vale.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro