✨ Capítulo 4 ✨
⚜️VICENT⚜️
A reunião da cúpula não estava indo bem, e meu humor se afundava a cada palavra. As notícias que meu conselheiro mais confiável trazia eram sombrias. O duque Galahad, o terceiro na linha de sucessão ao trono, estava tramando tomar o poder à força, aproveitando o desaparecimento do seu verdadeiro rei.
Se eu não me apresentasse em público e reafirmasse minha autoridade, a vida do meu tio - o único que representava a coroa em minha ausência - estaria em risco iminente. As fofocas que circulavam entre os nobres afirmava que o rei estava fugindo da responsabilidade, e que talvez meu poder estivesse enfraquecendo. No entanto, o que mais me consumia era a ameaça real a vida do meu tio. Ele havia se tornado o alvo de todos os conspiradores.
— Como aquele bastardo ousa desafiar o nosso rei! — Exclamou Anne, batendo com o punho na mesa com fúria.
Eu a observei calmamente. Sua raiva era compreensível, mas em momentos como este, não era a fúria que fazia a diferença. Era o controle, a estratégia.
— Acalme-se, Annebeth — Interveio Oscar, meu cavaleiro, em tom pacificador.
A situação não se resolveria com gritos. Anne, no entanto não estava em condições de ouvir. Seu rosto estava vermelho de indignação.
— Como posso me acalmar, Oscar! — Ela se levantou de repente, seus olhos como lâminas afiadas. — Galahad está espalhando dúvidas entre a nobreza e tentando roubar o trono! Isso é traição! Como ele ousa planejar isso?
Inspirei fundo e dei um passo à frente.
— O que ele está fazendo é um erro — minha voz soou cortante como o aço. Eles sabiam que eu não falava por falar. Minhas palavras não eram apenas um consolo, mas eram palavras de autoridade. — E o erro dele nos dará vantagem.
Todos olharam para mim, obviamente surpresos pela minha resposta. A maioria deles exalava tensão, mas eu, como rei, precisava manter o controle para virar o jogo a meu favor. Minha postura firme precisava transmitir confiança mais do que qualquer discurso exaltado.
A porta se escancarou de repente, e um mensageiro encapuzado entrou apressado, sua respiração irregular. Seus olhos, arregalados, refletiam a gravidade da situação.
— Majestade! — arfou, inclinando-se ligeiramente em reverência. — Os soldados de Galahad estarão na cidade em dois dias! Minhas fontes garantem que ele está caçando você. E não descansará até encontrá-lo.
Aquelas palavras caíram sobre mim como um balde de água fria. Mas minha expressão permaneceu impassível.
Em segundos, avaliei minhas opções. Meu disfarce ainda era minha maior arma. Nove anos haviam se passado desde que desapareci da corte, e nesse tempo, tornei-me apenas mais um rosto invisível entre os escravos. Galahad jamais suspeitaria que o rei que ele caçava estava ali, bem diante de seus olhos, vestindo trapos e servindo seu pior inimigo. Não agora. Não depois de tanto tempo.
— Preparem-se — Minha voz carregava a autoridade real. — O duque está mais próximo do que imaginávamos. Precisamos agir.
Anne, ainda com os olhos fixos em mim, questionou com urgência:
— E o que faremos, Vossa Majestade?
Meu olhar encontrou o dela.
— Vamos usar a inteligência, não a força bruta — respondi, sem vacilar. — Galahad acredita que temos medo. Ele subestima nossa capacidade de jogar o jogo da política. E é isso que faremos: viraremos a mesa.
Oscar franziu o cenho.
— Não podemos apenas esperar que ele se enfraqueça sozinho. O que exatamente temos que fazer, meu rei?
Aproximando-me, calculei as possibilidades. Era hora de agir com mais astúcia do que com ferro e sangue.
— Vamos plantar desinformação — falei, olhando diretamente para Oscar. — Vamos espalhar rumores entre os aliados de Galahad. Vamos fazer com que seus próprios seguidores comecem a duvidar dele, questionando sua capacidade de liderar o ducado. A desconfiança será a nossa principal aliada. Quando ele perceber que está sendo sabotado por dentro, ele será forçado a se mover. E é aí que o pegaremos.
Encarei Anne.
— Você tem contatos dentro da corte de Galahad, não é? Espiões disfarçados e infiltrados. Se começarmos a espalhar boatos entre os aliados dele de que o próprio Galahad está perdendo o controle, ele começará a se preocupar com traições dentro de seu círculo.
Anne assentiu lentamente, começando a compreender a direção que o plano tomava.
—Isso certamente o enfraquecerá... mas e a nobreza? Eles também são parte do jogo.
Sorri, satisfeito com o raciocínio de Anne.
— Vamos espalhar que Galahad está planejando um golpe contra a coroa. Não será mentira, apenas uma verdade ampliada. A ambição desmedida dele será exposta. O que ele está fazendo agora, nas sombras, é um movimento desesperado para usurpar o trono. Faremos com que a nobreza enxergue sua verdadeira intenção e comece questionar sua lealdade.
Oscar coçou o queixo, pensativo.
— Mas como garantir que os rumores cheguem às pessoas certas?
Antes que eu pudesse responder, Anne se adiantou, olhos brilhando de compreensão.
— A imprensa da corte! — exclamou. Um sorriso discreto surgiu em meus lábios. Ela finalmente tinha entendido.
—Exatamente. Usaremos os jornais para espalhar ainda mais essas histórias. Publicaremos uma série de artigos questionando a ambição do duque e sua crescente influência sobre as outras casas. A pressão midiática fará dele uma figura cada vez mais duvidosa.
Anne inclinou-se para frente.
— Eu posso cuidar disso, alteza. Mas e se ele reagir de forma impulsiva quando perceber que está sendo manipulado?
Sorri.
— Melhor ainda. Quanto mais desesperado ele agir, mais erros cometerá. E esses erros serão a chave para nossa vitória. A nobreza não tolera instabilidade—assim que perceberem que ele age sem estratégia, começarão a questionar sua capacidade de governar. E, quando a confiança deles vacilar, ele perderá o controle. No fim, tudo se resume a um jogo de xadrez: aquele que não pensa com estratégia jamais chega ao xeque-mate.
Oscar e Anne trocaram olhares. O plano estava traçado.
Ergui o olhar, minha convicção inabalável.
— Brilhante, Majestade — murmurou Oscar, com um misto de admiração e respeito.
Cruzei os braços, minha mente já projetando os próximos movimentos.
— Quanto ao Visconde Westmonst... — minha voz saiu baixa, fria, como uma constatação inevitável. — Mesmo com as provas que temos sobre a conspiração e o assassinato dos meus pais, ainda não podemos acusá-lo diretamente. No momento, sua influência é nossa maior ameaça. E não podemos ignorar sua aliança com Galahad.
Anne assentiu, mas seus olhos refletiam inquietação.
— Se ele tem tanto poder, como o derrubaremos sem levantar suspeitas? — perguntou Oscar, inclinando-se levemente para frente. Seu tom era cauteloso, mas havia uma ponta de curiosidade ali. Ele queria entender o plano que eu já havia traçado em minha mente.
Um sorriso discreto curvou meus lábios.
— Usaremos a mesma estratégia — respondi, minha voz assumindo um tom calculista. — Os Westmonst têm um ponto fraco. E seu nome é Serena Westmonst.
Oscar franziu a testa, mas Anne pareceu entender de imediato.
— Quer atingir Serena? — Ela sussurrou, como se testar as palavras em voz alta as tornasse mais reais.
Meu olhar encontrou o dela, frio e analítico.
— Sim. Quero que espalhem boatos de que Serena Westmonst se deita com o próprio escravo todas as noites por puro prazer. — minha voz não tremulou ao dizer cada palavra, pois sabia o peso do que estava prestes a fazer. — Quero que esses rumores se espalhem como fogo em palha seca. Quero que a reputação dela afunde, arrastando consigo a honra da casa Westmonst.
O silêncio na cabana foi cortante.
Anne hesitou, seu olhar vacilando por um instante.
— Mas... Majestade, isso é cruel — sua voz saiu mais baixa, quase relutante. — Esse tipo de escândalo a arruinará completamente. Além disso, o Visconde pode tentar protegê-la, sufocar os rumores antes que se espalhem.
Cruzei os dedos sobre a mesa, soltando um suspiro controlado.
— Oh, ele tentará — murmurei, como se já pudesse visualizar a inevitável queda da Casa Westmonst. — Mas uma mulher manchada por escândalos se torna um problema para qualquer família nobre. A casa Westmonst construiu sua reputação sobre honra e influência, e ambas desmoronam diante da menor mancha de desonra.
Minha voz ficou mais cortante, cada palavra cuidadosamente calculada para deixar claro que isso não era um plano impulsivo, mas sim um movimento fatal.
— Se sua herdeira for vista como uma mulher promíscua, incapaz de manter sua dignidade, então ela não servirá para um casamento nobre. Nenhuma aliança poderá salvá-los quando os rumores se espalharem. Nenhum título resistirá quando os olhares da corte se voltarem contra eles. A vergonha de Serena será a ruína de toda a sua casa.
Silêncio.
Anne me estudava, como se procurasse algum traço de hesitação em minha expressão. Mas eu não lhe daria isso.
Porque se eu hesitasse, o plano fracassaria.
Se eu hesitasse, significaria admitir que, em algum momento, Serena Westmonst já foi mais do que um nome em minha estratégia.
E ela foi.
Fechei os olhos por um breve instante, enterrando qualquer fraqueza antes que pudesse emergir.
O dever vinha primeiro. Sempre.
Quando os abri, minha determinação estava intacta. Anne, por fim, assentiu. Ela finalmente compreendia que esse era o único caminho. E eu finalmente aceitava que, para vencer esta guerra, precisava enterrar meus sentimentos por Serena junto com sua família.
Oscar quebrou o silêncio, sua mente processando os próximos passos.
— E quando a nobreza virar as costas para eles...
— O próprio Visconde Westmonst estará vulnerável — completei, deixando um leve tom de inquietude escapar.
Oscar respirou fundo, finalmente entendendo a extensão do plano.
— Isso significa que Galahad perderá um de seus maiores aliados.
Inclinei-me levemente para frente, meu olhar afiado.
— Exatamente. Enquanto ele estiver ocupado tentando se segurar, nós estaremos prontos para dar o golpe final.
Oscar trocou um olhar com Anne antes de sorrir, satisfeito com a astúcia do plano.
— Isso realmente pode funcionar, meu rei. A pressão de todos os lados vai esmagá-lo.
Assenti, sentindo o peso da liderança firmemente ancorado dentro de mim. Eu era o rei. Nada escaparia ao meu controle.
— Galahad será lembrado não como o salvador, mas como o traidor.
Oscar se levantou, a tensão em sua postura agora substituída por confiança renovada.
— O jogo de lealdade e poder está em nossas mãos. Estamos prontos, Majestade.
Observei-os, minha expressão firme como uma rocha.
Eu não hesitaria.
A vitória seria minha.
E ninguém poderia tomar isso de mim.
***
N|A: Oi missamore ♥️
Obrigada pelas 200 visualizações 🥹
É pouquinho mas para mim é uma conquista muito importante.
Por isso estou feliz ☺️
Estão gostando? Se tiver alguma crítica construtiva que eu possa melhorar é só falar
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Beijinhos e até em breve 👑
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