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✨Capitulo 10✨

⚜️ SERENA⚜️

A cada passo, minha paciência se esgotava aos poucos. Meu pai continuava conversando com o duque, e o casamento com Barão Erasto Frankfurt era um tópico constante. A cada menção ao meu futuro como esposa dele, sentia o peso da pressão aumentar, como uma corda apertando o meu pescoço.

O banquete já parecia um fardo. A música, as conversas, os olhares curiosos... tudo me sufocava. Eu não aguentava mais. Eu precisava sair. Respirar. Encontrar um momento de alívio antes que a pressão me esmagasse.

— Perdão, pai. Preciso de um pouco de ar. — Falei, interrompendo a conversa entre ele e o duque. Ele me olhou com um sorriso cordial, como se minha ausência fosse apenas mais um detalhe da noite.

— Claro, minha filha. Apenas não se demore. — Ele respondeu sem sequer levantar os olhos, e eu me apressei a sair.

Caminhei pelos corredores sentindo a tensão do castelo em cada esquina. A presença de tantas pessoas, os sussurros abafados, os olhares pesados... tudo parecia sufocante.

Quando finalmente cheguei ao jardim, inspirei profundamente, deixando que o frescor da noite me envolvesse. O aroma das flores trouxe um alívio temporário, uma sensação de tranquilidade que eu ansiava desesperadamente.

Sempre amei este lugar. Desde criança, o jardim era meu refúgio, o único canto da mansão onde eu podia respirar sem pressão. Cada flor ali plantada parecia guardar um pedaço da minha história, das tardes que passei explorando seus caminhos, dos momentos em que me escondi entre as roseiras para escapar dos olhares atentos de minha mãe.

Passei os dedos por uma das pétalas macias, absorvendo sua delicadeza. Era estranho como algo tão frágil conseguia florescer, apesar de tudo. Talvez, no fundo, eu sempre tivesse invejado essa força.

Sentei-me em um banco, olhando para o céu, a lua brilhando intensa. Fechei os olhos por um momento e, sem perceber, deixei escapar um suspiro pesado, daqueles que estava guardando há muito tempo.

São tantas coisas a pensar...

O casamento com Barão, o Duque Galahad, mas, principalmente... Darien. O servo por quem eu me apaixonei perdidamente.

Lembro do dia em que o conheci. Eu tinha apenas nove anos, e ele era a única criança próxima da minha idade no castelo. No início, foi pura curiosidade que me levou até ele, mas, com o tempo, nossa convivência se tornou inevitável.

Darien não era como as outras crianças que eu conhecia. Apesar de sua posição como servo, havia algo nele que me fascinava, uma calma incomum, uma presença autêntica, uma firmeza nos olhos que os outros simplesmente não tinham. Ele não se curvava como os demais, não falava apenas para agradar.

Passávamos muito tempo juntos. Eu o ajudava a explorar os cantos escondidos do castelo, conhecia atalhos, sabia os momentos exatos em que podíamos escapar da vista dos adultos e em troca ele me ensinou a montar a cavalo, com paciência e precisão, sempre segurando as rédeas com uma segurança invejável. A princípio, eu o via apenas como um amigo, mas a verdade é que, desde cedo, ele era mais do que isso.

Eu o admirava. Mais do que qualquer outra pessoa.

E essa admiração, aos poucos, se transformou em algo muito maior, mais intenso. Mais perigoso. Ele me fazia sentir que eu não estava sozinha, como se ele me visse de uma forma que ninguém mais via. Me peguei perguntando como isso aconteceu. Como uma amizade se transforma em algo que não sei mais controlar?

A brisa suave do jardim trouxe um pouco de paz, mas dentro de mim a confusão apenas crescia. Olhei para as flores ao meu redor, tentando encontrar respostas, tentando entender algo que, no fundo, eu já sabia.

O que mais me angustiava era a impossibilidade de ignorá-lo. A cada dia, manter essa verdade oculta se tornava mais difícil, como tentar conter o oceano com as mãos. Meu coração já havia escolhido, e lutar contra isso era um esforço inútil. Mas admitir? Admitir significaria abrir mão de toda a segurança que eu conhecia.

Então ouvi passos no jardim.

Meus ombros se retesaram no mesmo instante, e, quando me virei, lá estava ele.

Darien parou a poucos passos de mim, a luz da lua desenhando sombras sobre seu rosto. Vestia as mesmas roupas simples que usava no castelo, mas, ali, no meio do jardim, parecia diferente. Mais presente. Mais próximo do que eu podia suportar.

— Não devia estar aqui fora sozinha. — Sua voz era baixa, mas firme.

— Precisava de ar. — Respondi, tentando manter a compostura.

Ele me estudou por um momento antes de se aproximar mais um passo.

— E encontrou o que procurava?

Engoli em seco, desviando o olhar.

— Não sei. — Murmurei.

O silêncio entre nós era carregado de palavras que não ousávamos dizer.

— O duque ficou de olho em você a noite toda. — Ele comentou e meus dedos se apertaram ao redor do tecido do vestido.

— E meu pai ficou satisfeito com isso. — Respondi, forçando um sorriso amargo. — Parece que todos já decidiram o meu futuro.

Darien franziu a testa, apertando a mandíbula.

—E você quer isso?

Olhando nos olhos dele, percebi que essa era a primeira vez que alguém me fazia essa pergunta.

Minha garganta se apertou.

— O que eu quero não importa.

Um músculo se contraiu em sua mandíbula, e eu vi o jeito como seus dedos se fecharam em punho por um breve segundo.

Ele queria dizer algo. Eu sabia.

Mas não disse.

Apenas assentiu lentamente, como se guardasse as palavras para si.

— Está tarde. — Ele disse, por fim. — Deveria voltar.

Eu deveria.

Mas não queria.

Fiquei em silêncio por um momento, observando Darien sob a luz pálida da lua. Ele parecia tenso, como se segurasse palavras que não podia dizer.

— Não quero voltar ainda. — Confessei, minha voz saindo mais suave do que eu pretendia.

Ele me lançou um olhar hesitante.

— Serena...

— Só mais um pouco. — Interrompi, voltando meu olhar para as flores. — Aqui fora, longe de tudo... É o único lugar onde posso respirar.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos loiros.

— Isso não muda o que está acontecendo.

— Eu sei. — Minha voz saiu mais dura do que eu esperava. — Acha que preciso de um lembrete?

Ele apertou os lábios, como se se arrependesse das palavras.

— Não quis dizer...

— Eu sei o que você quis dizer. — Cruzei os braços, desviando o olhar. — Todo mundo insiste em me lembrar que minha vida já foi decidida por mim.

Darien ficou em silêncio, e por um momento tudo que se ouvia era o farfalhar das folhas ao vento. Quando ele falou novamente, sua voz veio mais baixa.

— Se pudesse escolher... o que faria?

Meus olhos encontraram os dele, e por um instante, o mundo pareceu encolher até restarmos apenas nós dois naquele jardim.

— Você sabe a resposta.

Ele respirou fundo, e vi seus dedos se fecharem ao lado do corpo.

— Não. Eu não sei a resposta. — Sua voz era tensa. — Preciso que seja clara, Serena. O que você faria?

O pedido dele me atingiu em cheio. Havia um desespero contido, como se estivesse esperando por uma verdade que ele temia ouvir. Como se, de alguma forma, parte dele quisesse que eu dissesse algo diferente.

Respirei fundo, sentindo o coração martelar contra as costelas.

— Eu... escolheria você.

As palavras saíram antes que eu pudesse contê-las. Elas pairaram no ar entre nós, inquebráveis, definitivas.

O tempo pareceu congelar.

A respiração de Darien vacilou, e eu vi algo passar por seus olhos, bruto, intenso. Ele abriu e fechou os punhos, como se estivesse lutando contra uma guerra interna.

Então, ele deu um passo à frente.

Minha pele arrepiou antes mesmo que ele falasse. O espaço entre nós se encurtou, e, por um instante fugaz, achei que ele fosse me tocar. Mas não o fez.

— Serena... — Ele murmurou meu nome, e nunca antes meu nome soara tão diferente.

A dor na voz dele foi como um golpe.

Ele não precisava dizer.

Eu já sabia.

Ainda assim, ele disse.

— Eu não posso...

Seus olhos, sempre tão afiados, pareciam brilhar com algo próximo ao tormento. Ele desviou o olhar por um breve segundo, como se a própria confissão o machucasse.

— Eu não posso ser pra você quem você precisa que eu seja.

A sentença caiu entre nós dois como uma lâmina fria. Minha garganta apertou.

— Está dizendo que não me quer? — Minha voz saiu trêmula, mais vulnerável do que eu gostaria.

Darien fechou os olhos por um breve instante, os músculos da mandíbula contraídos.

— Não. — Sua resposta veio firme, mas havia uma dor oculta ali. — Estou dizendo que não posso.

Cada parte de mim quis contestar. Quis exigir que ele me olhasse nos olhos e admitisse a verdade que seu corpo gritava, mas sua boca se recusava a dizer.

Mas eu não disse nada.

Porque parte de mim sabia que, no fundo, ele já tinha feito sua escolha.

E não era eu.

Ele começou a se afastar, mas, antes que pudesse ir longe, as palavras escaparam de meus lábios.

— É por causa dela?

Ele parou no mesmo instante, virando-se para mim.

— O quê? — A expressão dele se fechou, e eu soube que ele entendeu exatamente de quem eu estava falando.

— Anne. — tentei manter a voz firme. — É por causa dela que você não me quer ?

Darien suspirou, passando a mão pelos cabelos como se estivesse tentando encontrar paciência.

— Serena...

— Responda. — Insisti, dando um passo à frente. — Você a ama?

Ele apertou a mandíbula, desviando o olhar.

— Isso não tem nada a ver com Anne.

— Então olhe nos meus olhos e diga isso. — Me aproximei, desafiando-o.

Ele hesitou por um momento. Então ergueu os olhos para os meus, e seu olhar era uma muralha.

— Não tem nada a ver com Anne.

E repetiu a mesma frase sem hesitação nenhuma. Aqueles olhos azuis tão indecifráveis quanto a  tempestade, carregavam algo que ele se recusava a dizer. Algo que ele trancava dentro de si como se admitir fosse perigoso demais. Algo que o consumia tanto quanto me destruía.

— Então por que está me afastando? — Minha voz saiu mais baixa agora, quase um sussurro. — O que está escondendo de mim?

Ele respirou fundo, os punhos cerrados ao lado do corpo. Alguma coisa dentro dele parecia prestes a se partir, um segredo martelando contra sua garganta, querendo escapar. Mas, num piscar de olhos, ele se fechou de novo.

— Foi você quem me ignorou nos últimos dias, Serena. — Sua voz soou cansada, mas firme. — E agora sou eu que estou afastando você?

Mordi o lábio, sentindo a dor latejar no peito.

— Eu só achei que deveria. — Admiti, minha garganta apertando. — Você e Anne...

Não terminei a frase. Não precisei.

Darien ergueu uma sobrancelha, seus olhos se estreitando ligeiramente.

— Você está com ciúmes?

Não era uma acusação. Era uma constatação.

Engoli em seco, sentindo o coração bater forte contra as costelas. O orgulho gritava para que eu negasse. Mas a verdade, crua e incômoda, escapou antes que eu pudesse detê-la.

— Estou.

Ele me olhou por um momento, estudando meu rosto como se tentasse decidir se acreditava em mim.

— Por quê?

A raiva se misturou à dor, subindo quente pela minha garganta.

— Porque você dorme comigo e acha que eu vou aceitar que fique de gracinha com outras mulheres? — Minha voz saiu trêmula, mas firme. — Sei que não temos nada. Sei que sou só um meio para você se aliviar. Sei que você não sente nada por mim, mas...

Minha voz falhou, e eu respirei fundo, sentindo a queimação no peito, a humilhação de dizer aquilo em voz alta.

Ele piscou, como se minhas palavras o tivessem pego de surpresa. E por um instante, apenas um, eu vi algo em seus olhos.

Dor.

A boca dele se abriu, como se fosse dizer algo importante, algo que estava trancado há muito tempo dentro dele. Mas então, ele fechou os olhos, respirou fundo e se forçou a engolir qualquer verdade que estivesse prestes a escapar.

Quando seus olhos voltaram para mim, estavam diferentes. Defensivos.

— Você nunca foi um meio para eu me aliviar, Serena. Você é... — Ele parou, a palavra pairando entre nós, sem ser dita.

Meu coração parou por um segundo.

Ele ia dizer algo.

Algo que poderia mudar tudo.

Mas ele não disse.

Darien apenas desviou o olhar, sua mandíbula travada.

— Isso não importa.

Aquelas três palavras me atingiram como um golpe. A dor tomou conta de mim como uma onda inevitável.

— Não importa? — Minha voz saiu amarga, cortante, carregada de tudo o que eu tentava esconder. — Para mim, importa. Você importa para mim!

Os olhos dele se fecharam por um instante, e foi o suficiente. Vi a rachadura surgir na muralha que ele tanto se esforçava para manter erguida. Vi algo prestes a ceder dentro dele, uma fração de verdade querendo escapar.

Mas ele não cedeu.

Quando abriu os olhos, qualquer vestígio de hesitação havia sumido. Tudo o que restava neles era o vazio, uma distância que me cortou mais fundo do que qualquer palavra poderia.

— Volte para dentro, Serena.

Uma ordem.

Uma barreira entre nós.

Meu peito se apertou, a garganta queimava, mas eu me recusei a deixar que ele visse. Não lhe daria esse último poder sobre mim. Virei o rosto, encarando o chão, sentindo um nó crescer no peito, sufocante.

Não importava o quanto eu gritasse por dentro, ele já havia decidido me manter do lado de fora.



***

N|A: Alô alô

Aqui está o capítulo prometido em comemoração aos 2k! 🎉🕺💃🏻

2/2 ✔️

Espero que tenham gostado missamore.

Não esqueça de deixar sua estrelinha ⭐️

Até quarta feira ♥️

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