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Capítulo 7

Capítulo 7, relatos.

Dormiria no quarto de Ruby e Ann em uma confortável cama feita com vários edredons e um colchão aos pés da de Ruby. Ele era o mais perto do quarto principal, de Clarabelle e Wilburn — para caso me sentisse mal, bater lá.

Metade do quarto era cheia de bichinhos de pelúcia e a outra de livros. Ann tinha oito anos, mas parecia ser mais inteligente e responsável que as próprias irmãs mais velhas. Essas passaram a noite inteira empoleiradas em Mason e Willian, lembrando-me de Katy. Ela e suas ilusões com "seu Mason". Pensava sobre como ficaria quando descobrisse sobre o meu "sumiço" e o número de telefone inexistente dele, com certeza desejaria matar nós dois. Não imaginava a explicação a ser dada pelos os meus pais e os de Jack. Os Abandonadas voltariam a ser os abandonados... e a gente também? Bem, eu só descobriria depois. Se descobrisse.

Clarabelle me pediu para não ficar pensando muito e tentar dormir, porque seria essencial. Só que era impossível! "Você sempre será a minha filhota.", "Me perdoa, minha querida. Um dia você vai me entender. Eu e sua mãe a amamos muito apesar de tudo."... Como? Como não pensar? Poderia ter sido tudo uma mentira?

Não, não podia ser. Eles quem me criaram, eles sempre seriam os meus pais. Mesmo assim, ainda iria doer bastante...

E quanto a o que eu estava sentindo? Havia pensado nas piores possibilidades. Igual quando se pesquisa os motivos de uma dor no pescoço e obtém como resposta: "Pode estar relacionado desde uma má posição do sono a prováveis tumores". Mas Clarabelle insistia em dizer para eu não me preocupar com nada. Todavia não era tão simples assim, né? Estava tendo problemas que nunca tive antes e eles dizendo apenas para eu não me preocupar... Poderia apenas fingir aceitar.

Incrivelmente, apesar desses problemas considerados bem maiores, eu não parava mesmo era de pensar no sonho. No menino e por quem ele chamava. Em particular, por seus olhos extremamente parecidos com os de Axel. O que era paranoia ou desejos perturbados da minha cabeça, afinal desde quando poderia afirmar claramente ser alguém por causa de um par de olhos?

"Como queria sonhar agora..." admiti ao silêncio.

No entanto não bastava querer.

Respirei fundo absorvendo o ar fresco entrando pela janela do quarto, agarrei o travesseiro e cheguei a mesma conclusão que suspeitava o dia inteiro: precisava confiar apenas em Jack, pois ele ainda era a única coisa que prestava.

"Mas, mais do que tudo, queria tê-lo por perto agora para me livrar de todos os outros pensamentos," pensei.

[...]

Era a segunda vez que eu tomava a vitamina. Essa tinha um gosto melhor do que a de ontem à noite, porém não chegava aos pés do banquete que os outros tiveram. Jack voltou a ser uma criança com um sorriso permanente no rosto e não parando de falar o quão bom tudo aquilo era.

Descobri que Caleb e Edwin foram embora às três da manhã, quase não dormiram. Lembrei de terem me feito subir para o quarto às onze e meia e ambos estarem acordados. Ainda guardava raiva dele, mas nem por isso deixaria de me preocupar ou de ficar triste por nem ter tido a oportunidade de me despedir, diferente de Jack. Pensar que quando ele foi falar comigo poderia ser a minha única e última chance de poder ficar de bem com ele e dizer um "Eu te amo", criava um buraco sem fim em meu peito.

A única coisa que não me perturbava mais tanto era esse Refúgio. Não desisti de receber uma resposta melhor do que a anterior sobre por quanto tempo ficaríamos por lá, mas, simplesmente, me ignoraram — como faziam tão bem. Resolvi que não perguntava mais nada até chegar lá. Odiava ser ignorada.

Meia hora após o café da manhã, Wilburn chegou comunicando que deveríamos nos aprontar, pois quanto mais cedo saíssemos seria melhor — apenas cinco minutos antes soube o porquê. O nosso "passeio" seria por uma Zona Abandonada, que por sinal começava uns quatro quilômetros após a casa em que estávamos. Pelo jeito tornar-me-ia uma Abandonada que nem eles mesmo.

Eu não era lá uma pessoa muito inteligente, mas sabia que ninguém se metia naqueles lugares. A não ser um moribundo ou adolescente drogado à procura de experiências de quase morte ou exclusão social em lugares desabitados há anos — como era convicta.

Clarabelle estava triste nessa manhã, arrumou a mochila de abelhinha de Ruby com olhos inundados d'água e, quando íamos, deu um abraço em Ann como se jamais pensasse em vê-la de novo — confirmando ainda mais a minha hipótese. Mesmo com ambos sofrendo com a falta um do outro, não mostraram em nenhum momento querer voltar atrás.

Axel havia se responsabilizado por elas, prometeu a Clarabelle não deixar que nada acontecesse a suas filhas. Em especial, a Ruby, que precisava de alguém por perto o tempo todo. E eu tinha de prometer não ser imprudente.

— Anne, é sério, caso não se sinta bem, não se force. Avise de imediato. Está entendido? — perguntou Clarabelle pela milionésima quarta vez.

— Sim.

— Promete?

— Prometo.

Sabia que tinha dito aquilo mais com a intenção de acalmá-la do que de fato jurar que não seria irresponsável.

— Vamos logo! — exclamou Mason, o líder do nosso "bando" junto à Aubrey.

Então, às sete e meia da manhã, saímos. Ao término da rua, a que estávamos, começava uma extensão de terra arenosa sem sinais de habitação, onde só bem ao longo enxergavam-se alguns prédios e casas acinzentadas da Zona Abandonada. E por esse agradável caminho seguimos. Eu só pedia para os céus que não esquentasse, pois o lugar se tornaria um plausível deserto com um sol escaldante. Só se via uma árvore ou outra destoando no cenário escasso de vegetação para se chamar de sombra.

[...]

Nunca conheci alguém que entrou em uma Zona Abandonada, mas também não imaginei que botassem uma placa com a seguinte mensagem:

"AVISO

Zona Abandonada E7

Não entre. É uma área de risco fora dos domínios da Mundi. Portanto, a Mundi não se responsabiliza por qualquer calamidade que venha a ocorrer dentro de uma Z.A.

Observação: Pode haver cadáveres de animais ou/e humanos em estágios diversos de decomposição."

— Como se alguém tivesse morrido por aqui ultimamente — comentou Willian, olhando ao redor.

Eu discordava. A placa poderia até ser um pouco apelativa, mas acreditava que um quilômetro à frente eu poderia ser o cadáver em decomposição. Tinha uma garrafa d'água de um litro e meio a minha disposição, no entanto só me permiti quinhentos mililitros até aquele momento — em minha boca nem saliva existia mais. Quanto a Jack, se tivesse mais do que dois dedos de água, era muito.

Encontrava-me mal, mas tentava ficar motivada vendo que Axel e Willian estavam bem piores do que eu. Axel carregava Ruby no colo e Willian tinha feito o mesmo com Ann pela metade do caminho. Além de não terem nem demonstrado resistência ou sede.

— Você está legal? — perguntou Jack ao pararmos em frente à placa de aviso.

— Estou muito bem. Por quê?

— Por nada — disfarçou.

Não precisava de mais nenhuma palavra para saber que não parecia nada bem.

— São onze e quarenta — comentou Willian, olhando em um relógio de pulso.

— Podemos andar mais um quilômetro e parar para comer — disse Aubrey.

E logo depois olhou para mim completando:

— Claro, se todos estiverem dispostos.

Estaria tão débil assim?

— Concordo. Quanto antes melhor — afirmei por simples orgulho.

Eu poderia chegar me arrastando, mas não iria dar o prazer de ser uma langorosa para essa garota. Todos me olharam surpresos. Ajeitei minha mochila nas costas e prossegui.

A Z.A. era repleta de destroços, tendo uma espessa camada de lodo e poeira caída como um lençol por toda sua extensão e líquidos de tons negros correndo pelos cantos das calçadas. De desabitado tinha nada, havia mais ratos, baratas e aranhas que a minha antiga vizinhança. Nitidamente, era um péssimo lugar para se morrer... Pretendia apodrecer em um ambiente mais agradável.

Estava claro que eu era uma sedentária e que essa "doença" tinha me deixado mais fraca do que o normal. Tomei o um litro d'água restante na garrafa por aquele um quilômetro. Paramos para descansar no que antigamente deveria ser uma loja de roupas. Ruby e Ann precisavam ir ao banheiro, eu também. Tentei recusar, mas estava muito apertada. Tive de prender a respiração para entrar naquele banheiro imundo e sem água com elas.

O lugar era horrível! Perfeito painel de fundo para um filme pós-apocalíptico. Não tinha prestado tanta atenção até ali. Estava tão determinada em completar os últimos mil metros que não dei muita bola ao local em si. Escutava-se qualquer mísero barulho, era um silêncio agonizante. Se não dava para voltar a casa, queria, pelo menos, chegar logo nessa droga de Refúgio.

Comecei a tossir igual um cão enfermo, podendo dizer respirar mais partículas de poeira do que de oxigênio.

— Okay, alguém pode me dizer alguma coisa? — perguntei ao voltar do banheiro.

Estava furiosa, mas a minha voz saia mais debilitada do que imaginara. Controlei-me para não voltar a tossir.

— Posso pelo menos saber quanto ainda vai demorar até chegarmos?

Ninguém se pronunciou de imediato.

— Mais quatro quilômetros aqui — disse Hilary.

— E sete na floresta — completou Ashley.

— Mais sete quilômetros de floresta? — repeti assustada.

— Por isso não queríamos dar explicação — resmungou Aubrey.

Deixei o assunto de lado.

— Não tenho mais água — declarei. — Nem Ruby e Ann.

Botei-as no meio para dar um impacto maior.

— Clarabelle deixou três garrafas d'água de dois litros reservadas a Ruby e Ann — comentou Axel, sentado em um sofá roxo destinado a prova de sapatos. — Duas delas estão intactas comigo. Quanto a você, tem mais água do que precisa. Nenhum de nós vai beber a das nossas garrafas, se necessita.

— Como...? — comecei a perguntar, mas lembrei de Aubrey e me calei.

Eles deixariam de beber a própria água para me dar? Por que fariam isso?

Fiquei culpada e revoltada, andando entre as sensações mais controversas e intrigantes, porém sabendo que só pioraria a situação se não simulasse manter certa... submissão?

— Tanto faz, se é o que diz.

No final, um sentimento de pura aversão por como era tratada, não parecendo digna de atenção e justificativas, reinou sobre todos os outros. Mesmo que, em contra partida, fizessem coisas que eu não supunha capazes de se disponibilizar.

Pretendiam me enlouquecer?

— Podem me dar uma garrafinha dessas não? — perguntou Jack.

Eles riram.

Incrivelmente, seriam esquisitos APENAS comigo! Qual era o meu problema?

Até esse Axel tinha me desprezado, parecendo responder como que por obrigação. Ele era bipolar? Senti imensamente a falta de casa.

[...]

Estava à noite. Almoçamos dentro da loja e logo depois seguimos — ainda bem, pois eu estaria prestes a sofrer uma asfixia naquele lugar. Com almoço digo, vitamina para mim e sanduíches para eles. Perto das quatro horas da tarde chegamos à cerca, que separava a Zona Abandonada da floresta, e escolhemos um prédio para passar a madrugada. O prédio era de três andares e seis apartamentos, bem fora do habitual. Por dentro estava muito empoeirado para qualquer pessoa ficar, então decidimos dormir no terraço. Este composto por seis caixas d'água, um quartinho para ferramentas e um bom espaço livre.

Dormir do modo convencional não daria, sendo que tínhamos apenas quatro colchonetes, três cobertas de casal e a mantinha de Ruby. Então colocamos os colchonetes beirando o encontro de dois guarda-corpos, dois de cada lado. Teríamos que ficar sentados. Bem, com exceção a Ruby e Ann, quando percebemos já estavam deitadas e dormindo profundamente.

De um lado ficou Ashley, Hilary, Jack e eu; no outro, Axel, Ann e Ruby — elas dormiram nos encontros entre os colchonetes — e Willian, respectivamente. Aubrey e Mason se negaram a dormir e ficaram de plantão do outro lado do terraço na porta que dava para as escadas.

Para apararem uma ratazana faminta?

Não via nexo em quererem fazer vigília, pois não se tinha uma alma penada se quer por aqui. Porém todos fizeram questão, fui a única exceção.

Estava quase me levantando e indo ficar junto a eles, não pegava no sono de jeito nenhum. Todos tinham apagado sem problemas e eu tentava inúmeras posições e formas de dormir sem sucesso. Aquela parede áspera e o fato de estar com a metade superior do corpo na vertical me impediam de conseguir adormecer, mesmo muito cansada.

— Se continuar se mexendo tanto, nunca vai conseguir — disse alguém calmamente.

Reconheci como Axel, que pelo visto também estava acordado. Fiquei aliviada por não ser a única com insônia, mas não estava com paciência para ele.

— O problema é meu.

Ele engoliu em seco.

— Não queria irritá-la.

Sua voz era baixa e de culpa. Ele só podia estar brincando.

— Esperava o quê? Sorri para uma pessoa em um dia e no outro só falta ser grosseiro esperando que continue a agir de mesmo modo com você?

— Ah, então é por isso? — perguntou, mostrando exaustão.

Ele abriu um sorriso ainda olhando para o céu.

— Desculpas.

DESCULPAS?

Virei-me de volta para parede.

— É sério, não foi a intenção.

— Não interessa. É muito audacioso da sua parte ficar puxando assunto novamente comigo enquanto sua namorada está a poucos metros. Então me deixa em paz.

— O quê?! — disse assustado.

— Você escutou muito bem.

Ele começou a rir e botou a mão na boca para abafar.

— O que dessa vez? Vai dizer que estou vermelha de novo? — soltei sem entender o motivo da graça.

— Eu não estou dando em cima de você. Não sou maluco... Quero dizer, imagino que seja uma pessoa incrível, mas estou aqui em serviço. O que estou pensando ou sentindo, quem sou, vem depois de você. Da sua segurança.

"Não sou tão bom quanto eles nessa parte, admito. Talvez eu apenas te ache interessante o suficiente pra quebrar um pouco desse protocolo, não acha?" explicou.

Saí da defensiva. Axel era o que menos interagia com o restante do grupo, aquele membro importante que apenas se mostrava quando essencial. Ele desde o início me assustou e me fez estar sempre pronta para me defender, porque eu tinha medo, medo do que ele poderia ser e vinha me causando. E mesmo incomodada por ele ter tanto me descartado quanto dito que eu valia o sacrifício de "quebrar as regras", compreendi.

— Além do mais, Aubrey não é minha namorada — completou.

Pensei não ter entendido o murmúrio direito.

— O que você disse?

— Ela é minha irmã.

— Mas ela concordou ser — deixei escapar.

— Imagino que tenha concordado sim... — disse, cessando as risadas.

Não soube se deveria perguntar, mas perguntei assim mesmo.

— Por quê?

Fez-se um silêncio de segundos.

— Ela se preocupa muito comigo e tenta me proteger de tudo e de todos como pode. E nem tenho como reclamar, apesar de ser sem querer, acabo fazendo o mesmo com ela.

— Quer dizer que ela me vê como uma ameaça e concordou para me afastar de você?

Era extremamente tolo eu ser sinônimo de perigo para alguém, muito menos para ela.
Ele me olhou de rabo de olho, senti como se toda a água do meu corpo estivesse momentaneamente fervendo. Seria muito mais fácil continuar controlada, se ele parasse de me deixar desconfortável.

— Só imagine que isso aqui não poderia estar acontecendo.

Axel estava se fechando e uma seriedade estranha tomava conta de si.

— Isso aqui...? — parei com medo de continuar, mas continuei. — Esta conversa?

Não poderia estar se referindo ao que conversávamos, ele mesmo quem tinha começado. O que seria então? Ele fechou os olhos e, inconscientemente, acompanhei sua respiração calma.

— Desculpas por ter te incomodado. Tente dormir — e virou o rosto. — Boa noite.

Uma boa noite isso nunca seria.

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