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Capítulo 5

Capítulo 5, relatos.

Tive de andar até a Rua dos Abandonados, Caleb tinha ido uns quinze minutos antes para lá de carro — tudo bem que a distância era mínima, mas qualquer mísero esforço incomodar-me-ia. Ele e o pai de Jack nos levariam até esse Refúgio, ou para perto dele. Eu não quis saber, enfiei-me dentro do banheiro e depois fui direto para o quarto. Jack tinha ficado mais uns trinta ou quarenta minutos conversando com meu pai — ele pareceu ter levado à sério.

Eu nunca tinha entrado nessa rua. Algumas crianças ficavam brincando por aqui nos finais de semana, já que não tinha o acesso de carros, obviamente. O governo nem se preocupou em liberar energia elétrica para os postes daqui, deviam ter considerado como um desperdício, sendo que só se tinham seis moradores ainda mal alojados.

O carro de Caleb estava parado na entrada da vila com o porta-malas aberto, ele e Mason guardavam algumas mochilas e Willian segurava uma lanterna. Perguntava-me de onde vieram as roupas deles.

Teriam sido doações de pessoas comovidas com o caso dos pobres adolescentes das Zonas Abandonadas ou a Mundi mesmo lhe deram o básico? E como eles estudavam antes de vir para cá? Estudavam em casa por livros de algumas bibliotecas abandonadas de onde moravam? O que dizia nas matérias?... Espera, era tudo mentira!

Cheguei perto de onde estavam e taquei minha mochila junto à deles, sem falar nada fui direto sentar no banco atrás ao do motorista. Logo me questionei de ter escolhido aquele lugar, não pretendia ir ao lado de nenhum desses estranhos. Jack iria no carro de seu pai, poderia ir com eles. No entanto estava aqui bancando a pessoa muito irritada. Não sairia.

"Estaria sendo infantil?", imaginei.

Sim, porém esse era o único modo que via de fazer meu pai desistir da ideia fantástica — entretanto, até agora não tinha mostrado efeito algum.

O carro de Edwin, pai de Jack, chegou. Rapidamente, trocaram meias palavras e decidiram que as meninas iriam em um carro e os meninos em outro. Olhei pela janela e Jack estava com a cara fechada e olhos avermelhados, como se tivesse chorado. Precisava saber o porquê, não conseguia nem pensar no que era preciso para deixá-lo triste. Seu pai desligou a luz da frente do carro e não pude mais ver seu rosto no meio daquela escuridão. As duas garotas loiras optaram por irem ao meu lado e a morena, Aubrey — agora sem o gesso —, foi na frente.

— Olá, sou Hilary! — disse a garota à minha direita sorrindo.

— E eu sou Ashley — disse a outra no lado oposto do banco também muito sorridente.

Hilary e Ashley tinham tons bem parecidos de cabelo e pele, apesar de ambos de Ashley serem um pouco mais claros. Hilary tinha olhos castanho-escuros e a outra azul-escuros.

— Prazer, sou Anne.

Tentei forçar um sorriso tão alegre quanto o delas, mesmo sabendo ser impossível.

— Ah, e ela é a Aubrey — disse Ashley.

Aubrey conversava com o motorista sobre qual era o melhor caminho a ser feito. Portanto, nem se quer direcionou uma palavra a mim, a única pessoa que estava no carro quando entrou, ou fez questão de notar minha presença. A cada minuto me tornava mais incapaz de suportá-la.

— Eu te vi no meu primeiro dia de aula. Estava usando uma camisa linda — comentou Hilary.

"Estava?" tentei lembrar.

— Ah... Muito obrigada. Ganhei no meu aniversário do ano passado.

— Quando foi seu aniversário? — perguntou a intrometida número dois, Ashley.

— 7 de outubro.

— Faço 5 de janeiro — disse Hilary.

— 21 de novembro — complementou Ashley.

— Ela faz dia 2 de outubro — cochichou a Hilary, apontando discretamente à Aubrey.

E depois de cinco minutos não aguentava mais as duas e inventei estar muito cansada. De tanto que me forcei a dormir, acabei realmente apagando.

[...]

Acordei pensando no menininho na floresta. "Alice! Alice! Espera!", isso não saia da minha cabeça.

Quem era Alice? Por que Alice?

Tínhamos parado para recarregar o carro em um posto de beira de estrada. Não devia ser a primeira vez, mas eu tinha caído em um sono tão profundo que nem se quer notei. Eu não sei por quanto tempo tinha dormido e que lugar era esse, mas já estava de manhã e me lembrava da conversa de Aubrey com o meu pai sobre ir pelas avenidas marginais. Então podia dizer com certeza que estávamos bem longe de alguma cidade grande. Queriam ir pelas partes mais próximas da Floresta Costeira, que eram quase consideradas áreas rurais. Se eram poucos os que moravam perto da minha casa, por aqui muito menos. Para se ter noção, estas cidadezinhas eram constantemente intercalaras com Zonas Abandonadas. Não entendia o que os levara a quererem ir por ali, mas não perguntei — até porque estava fazendo voto de silêncio.

Todos estavam descendo do carro, de certo modo me levando a fazer o mesmo. Vi Jack e alguns deles entrando em uma pequena loja de conveniência perto de onde estávamos, então fui até lá. Queria falar com ele.

— Anne! — exclamou a me ver.

Aproximei-me.

— Quer um? — perguntou, mostrando um pacote tamanho família de batatas chips.

Parecia bem mais feliz do que na última vez que o vi, mas mesmo assim dava para perceber algo de errado com ele.

— Não, obrigada. Estou evitando comer no momento.

— Entendo.

Deu um sorriso de leve e fui com ele ao caixa — depois de Jack dar uma boa olhada nos doces, claramente.

"Me deixa, Aubrey!", ouvimos de repente um homem dizer em bom som do outro lado da loja. Era Axel e Aubrey.

— Claro. Só se for para você acabar com tudo — ela retrucou, aparentando estar bem mais alterada do que ele.

— Você não acha que está me controlando demais? — disse, virando-se para ela. — Chega a parecer que sou seu capacho.

Empolguei-me. E olhando bem, era perceptível que ele estava mais para esgotado do que de mau-humor.

— Eu. Estou. Sufocado.

— Não me importa como você está. Já conversamos sobre tudo isso e espero não ter que falar de novo — disse, sendo bem autoritária.

Ele enfiou a garrafa que acabara de pegar novamente no frigobar.

— Pois não terá — disse sem elevar a voz, mas com até mais firmeza do que ela.

Axel foi para saída, mostrando estar a fim de esfriar a cabeça.

— Não suporto mais você e essa sua droga de teimosia — ela soltou raivosa.

— E eu não aguento mais você e seu jeito de achar que manda em mim! — exclamou, fechando a porta e deixando-a para trás.

— Babaca — resmungou, esmurrando a prateleira ao lado.

Logo depois seu olhar veio em nossa direção percebendo que tanto eu e Jack quanto as outras pessoas na loja reparávamos na discussão dos dois. Desviou o olhar e saiu também.

Fiquei sem saber que conclusão tirar, mas precisava admitir que no fundo estava triunfante e bem feliz com o desastre alheio. Não sabia se era um término ou uma briguinha qualquer, só que, independente de qual das duas opções fosse, gostei. Ele não a merecia, ninguém merecia esse tipo de relacionamento.

— Nossa, está ruim para todo mundo — comentou Jack, sendo irreverente como sempre.

Meus comentários positivos causariam estranhamento, por este motivo apenas mudei de assunto.

— Falando nisso, o que aconteceu?

— O que quer dizer?

— Sabe, você estava chorando, sabe-se lá como queira descrever, ou foi impressão minha?

Ele pegou a nota fiscal com a caixa.

— Eu sei que não sou de chorar, mas acho que qualquer pessoa na nossa situação ficaria magoada, mesmo com todos os problemas que tivessem.

"E, sinceramente, estou me forçando a parecer bem por causa de você."

— Desculpas, não entendi. Está falando sobre esse negócio de Refúgio e ser evoluído? Pensei que nem tivesse ligado. Na verdade, imaginei que tinha gostado.

— Como assim? — ele me olhou confuso. — Não é disso que estou falando.

— Então seria sobre o quê? — perguntei, mas logo prossegui. — Ah, eu não estava a fim de ouvir mais nada, afinal as explicações que eu, realmente, quero ele não iria me dar.

Tinha deduzido errado novamente pelo estado em que seu rosto ficou.

— Anne... — olhou para fora da loja pela porta de vidro. — eu não sei como te falar isso. Não sou a pessoa certa, entende?

Esperei que continuasse, seu olhar era piedoso.

— Mas é... ? — perguntei nervosa.

— Eles... — não conseguiu terminar. — Eu sinto muito, não dá.

Olhou para o chão, sacudiu a cabeça e pareceu querer sair, mas não deixei.

— Diga logo, Jack.

Seu antebraço, que segurei para impedi-lo, estava enrijecido sob a minha mão.

— Por favor — pedi.

Depois de um tempo, que julguei interminável, seus lábios precisos disseram:

— Eles não são seus pais.

[...]

Não assimilei a informação, nada na minha cabeça fez sentido. A frase pairava sobre mim e eu não era capaz de compreendê-la. Era uma avalanche de memórias e pensamentos desmanchando-se em melancolia, mostrando os quão frágeis e falsas pareciam ser. Foram elas que me impossibilitavam sentir nada além da adrenalina subindo e descendo enlouquecidamente em minhas veias. Isso não podia estar acontecendo comigo, não podia.

— Aquele desgraçado me paga — rosnei.

Não raciocinava, apenas agia. Saí dali e fui disparada em direção ao meu pai. Ou melhor, daquele homem que eu chamava de pai.

— Anne, espera! Vai com calma — gritou Jack.

— Cale a boca. O que eu tenho para resolver é com ele, não com você — disse, puxando Caleb, que entrava no carro, pelo braço.

O mundo estava andando mais rápido que antes, era composto de breves flashes.

— Como você teve coragem de esconder isso de mim?

Ele não falou nada, continuou mudo me olhando pasmo.

— Hem? Fala na minha cara a verdade pelo menos uma vez na vida, papai. Fala!

— Falar do quê?

— QUE VOCÊ NÃO É MEU PAI — gritei.

A atenção dele se desviou instantaneamente de mim.

— Como você teve a ousadia de falar isso para ela? — perguntou furioso a Jack, que estava ao meu lado.

— A culpa não é minha se você não fez o menor esforço em contar — retrucou.

— NÃO IMPORTA. EU QUEM TINHA DE TER CONTADO — gritou, indo em encontro a gola da camisa de Jack.

— Dane-se quem contou. Não interessa — me intrometi.

Ele recuou aos poucos, mesmo transparecendo a vontade de ter o pescoço dele sob seu domínio.

— Por que você me escondeu isso por dezesseis anos? Por que nunca nem se quer me fez pensar na possibilidade?

— Eu não imaginei...

— Não imaginou o quê? Não imaginou que eu não fosse repentinamente acordar e começar a questionar se tinha nascido mesmo naquela família, descobrir e resolver tudo por conta própria?

— Gente, para. Aqui não é lugar para vocês conversarem sobre uma coisa dessas — disse Hilary pacificamente, querendo amenizar uma possível briga que, no meu ponto de vista, não tinha nem começado.

Abaixei um pouco o tom de voz, como se ainda estivesse com meu autocontrole inabalado.

— Não acha que se tivesse me contado quando pequena teria sido melhor?

— Não tenho como te explicar.

Aquilo soou como uma pancada em meus pulmões, retirando todo o ar deles. Fiquei desnorteada.

— Como consegue ainda falar isso?

Lágrimas grossas e desconhecidas por mim até então começarem a escorrer pelo meu rosto. Tinha me tornado incapaz de olhá-lo na cara. Passei as palmas das mãos no rosto e fui me retirando a fim de ir para o mais longe dele.

— Anne... — começou.

Senti a ponta dos seus dedos encostando em meu antebraço, aquilo trouxe consigo uma forte sensação de nojo.

— ME LARGA! — deixei claro. — Esquece que eu existo.

Caleb ficou estático.

— Vou no outro carro.

Edwin me olhou compreensível escorado na lataria do carro, mas só consegui pensar que ele tinha feito o mesmo com Jack. Era exatamente como Caleb.

Fui no banco traseiro junto a Jack e Willian, Axel no do carona e Mason no outro carro. Passei o resto do caminho abraçada ao meu melhor amigo e chorando em seu ombro, era incapaz de fazer mais do que isso. Estava arrasada.

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