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Capítulo 37

Capítulo 37, relatos.

Eu sabia! — anunciou Ruby ainda em cima de Encantado. — Florent acabou de contar que cocô de unicórnio é roxo!

Aquilo era tão cômico. Uma garotinha de dente quebrado em seu unicórnio que já se arrastava de cansaço. Imaginava que a qualquer momento Encantado a derrubaria, isso se conseguisse jogá-la para fora dele sem perder nenhum pedaço, e sairia correndo.

Florent era um garoto de uns seis ou sete anos cujo os cachos dos cabelos persistiam em cair sobre os olhos. Ele acompanhava Encantado e Ruby, enquanto Rose arquejava na entrada do celeiro depois de desistir de acompanhar Encantado. Encantado acelerava quanto mais Ruby o apertava para se segurar, porém com o tempo ele pareceu derrotado pelo cansaço e acompanhou Florent, que mesmo pequeno se mostrava muito habilidoso com eles.

— Então... — Rose respirou fundo e retirou um molho de chaves do bolso. — Aqui estão apenas alguns.

Ela analisou as chaves a mão e selecionou uma das maiores.

— Não podemos soltá-los com frequência, infelizmente. Muitos aqui nunca os viram, mesmo sabendo da existência deles. É, triste termos que mantê-los a maior parte do tempo aqui, já que ficam tão felizes quando libertos. Mas a possibilidade de perdemos algum deles ou de serem vistos é abominável! — ela pareceu realmente aterrorizada com a ideia. — Eles merecem cuidados peculiares, por serem peculiares. Não sobreviveriam tão facilmente por conta própria.

Rose empurrou uma das portas grossas e enormes. E só pela pequena fenda aberta era perceptível o quão iluminado era seu interior, tanto pela luz natural quanto pela artificial.

— Protegê-los é nosso dever. Meu dever — e empurrou a porta por inteiro.

Era enorme e incrível por dentro, mais pelo o que o compunha do que por ele em si. Eu não tinha palavras para descrevê-lo.

O teto do celeiro era todo intercalado com vidro, onde a luz solar conseguia entrar sem dificuldades alimentando as pequenas árvores muito bem podadas por um senhor magrelo e um garoto de uns quinze anos de idade.

E respectivamente passei os meus olhos pelo elefante, lhamas com chifres a minha esquerda; búfalos e unicórnios deitados a minha direita; e animais que não pude identificar entre a vegetação ao fundo.

— E esses são nossos Eléfolos, Coácolos, Burienses, Carlingos, Turquiartos e Pitoriclídes. Estas costumam estar em qualquer lugar, então cuidado — disse Rose entre palavras que não entendi.

Eu estava fascinada demais. Depois da minha reação com Eve e Adam, só conseguia ficar admirada.

— Bom dia, Senhor Craig e Dorian!

Eles se viraram.

— Visitas! — disse Craig alegremente.

Fui me afastando para ver o elefante que dormia ao meu lado, ele tinha algo intrigante. Eles foram falar com Craig e Dorian.

— O que é isso em suas orelhas? — comentei baixinho.

— Eu sei, é maneiro! Elas são mais coloridas por dentro — disse uma voz baixinha, Florent.

— Olhe — disse, puxando uma das orelhas do bicho.

Ou melhor... asa?

— O que é isso?

— É a orelha dele, mas parecem mais com asas de borboleta, né?

Do lado de fora era quase imperceptível, tinha os mesmos tons cinzentos escuros de uma orelha normal de elefante, mas por dentro os tons azulados e roxos pareciam com os de uma asa de borboleta.

— Cada eléfolo tem um desenho diferente, mas prefiro os da Penelope.

— Quantos você já viu? — perguntei curiosa.

— Só a Penelope mesmo. Mas mesmo se conhecesse outros, continuaria gostando mais dos do dela — disse, colocando sua orelha no lugar novamente com cuidado. — Craig diz que eles estão em extinção. Então provavelmente a Penelope nunca vai poder ter filhos.

Seu semblante se entristeceu, e mesmo tendo acabado de conhecê-la tinha que admitir que no fundo também fiquei.

— Ah, e esses aqui são Otto e Ottavia — disse novamente alegre.

E o que eu achava a princípio serem lhamas começaram a me deixar em dúvida com aqueles enormes chifres ondulosos na cabeça de um dos dois.

— Eles são...?

— Carlingos! É claro! Corpo de lhama e cabeça de carneiro.

Carlingos poderiam ser a coisa mais rara, mas eram de longe os bichos mais cheirosos. Tampei o nariz.

— Lava eles dia sim e dia não, e mesmo assim continuam fedorentos. Otto se suja minutos depois de que termino de limpá-lo!

O animal rangeu os dentes e começou a comer o pedaço de papel que revestia a parte de baixo de seus baldes de comida.

— E tem um típico gosto alimentar de uma lhama do contra. Se déssemos jornais para ele comer, não comeria.

Ri.

— Anne, olha! — gritou Ann.

Dorian pegava algum bicho esverdeado em seus braços entre as árvores. Fomos até eles.

— O que é? — perguntei não reconhecendo aquela criatura.

— Oh, meu Deus — disse Aubrey repentinamente apavorada. — Não se mexa, Anne.

— Por...? — e fui interrompida por um chiado.

O couro preto de uns trinta centímetros de animal veio deslizando vagarosamente do meu ombro para o braço. Eu me tremia dos pés à cabeça.

— Aubr... — tentei começar, mas a minha situação só piorou ao ver que no lugar de uma cabeça existiam duas.

Duas cabeças de cobra no mesmo corpo e sobre a minha pele! Elas deslizavam desordenadamente pelo meu braço com uma separação de no máximo cinco centímetros entre elas.

— Tira. Isso. De. Mim. — ordenei antes de ameaçar. — Eu vou tacar no chão!

Sabia que começaria a chorar de nervoso.

— NÃO! Não faça isso! — avançou Craig, pegando o animal nas mãos. — É uma Pitoriclídes.

A cobra começou a circular o braço dele cuidadosamente.

— É o símbolo da nossa unidade, do Refúgio — disse orgulhoso.

Aubrey morria de rir. Estava até vermelha de tanto gargalhar, o que só dava certeza de que fora ela quem havia colocado o animal ali.

Lembrei da carta que Garrett Moore havia me enviado meses atrás onde vi um selo de cera vermelho-escuro com o símbolo, uma das poucas vezes que reparei nele. Em minha cabeça, eram duas cobras com seus corpos emaranhados, mas agora olhando para aquele animal e para um escudo ao alto da parede de fundos do celeiro, tive certeza de ser uma Pitoriclídes.

O animal nas mãos de Dorian fez um barulho esquisito, tão esquisito quanto ele mesmo.

— Esse lindinho aqui é um Turquiarto. E sem querer mostrar predileção, mas já mostrando, eles são sensacionais. Dependendo de onde estiverem ficam lindíssimos e das cores mais variadas. Ou melhor, camuflagem. Afinal, são camaleões com olhos e bicos de tucanos — o Turquiarto passou de uma das suas mãos para a outra. — Obviamente, os bicos são menores e um pouco mais discretos. Com suas variações entre verde e tons de marrom e vermelho bordô.

Realmente o animal era... bonitinho.

— Eles são os que existem em maior quantidade entre todos os que temos aqui. Acreditamos que existam mais alguns pela floresta, coisa que não podemos contar muito quanto aos outros. Até alguns unicórnios selvagens não são vistos muito facilmente.

— Eu quero pegar um! Eu quero! — gritou Ruby, finalmente, soltando o pobre Encantado.

O bichinho saiu galopando para junto de de outros dois potros. Enquanto Ruby se encantava com o Turquiarto que acabara de mudar de cor ficando com a mesma cor de seu vestido rosa, eu já tinha novamente desviado a minha atenção deles. Estava agora de olho no unicórnio fêmea bem cansada e pescoço lutando para ficar ereto.

Mesmo que muitos discordassem de mim, a achava ainda mais bela que Eve. Ela era completamente negra, com pelos até mais escuros que o próprio ébano. Seus olhos, também escuros, conseguiam, quase que impossivelmente, sobressaírem. Eles eram tão brilhantes e tão vivos! Sua orelha esquerda não continha um pedaço e seu chifre parecia ser tão afiado e longo quanto o de Adam. Mas aquilo não fazia com que me intimasse, apenas tivesse mais vontade de poder tocá-la.

Aproximei-me a passos lerdos e estiquei a mão em direção ao topo de sua cabeça, perto de seu chifre.

Ela relinchou, dei um passo para trás. Então abaixou a cabeça, colocando-a perto dos meus pés. Tentei o ato novamente e ela balançou a cabeça mexendo o focinho. Não deveria tentar novamente, poderia irritá-la e não tinha garantia de que ela era como Eve. Porém, tive a impressão dela direcionar o olhar a mim, suplicando pelo ato. Sentei-me de joelhos no chão e dessa vez fui na direção de seu focinho, acariciando-o. Ele emitiu alguns sons e fechou os olhos como se apreciasse o que sentia.

— Parabéns — disse alguém ao meu lado. — Não é qualquer um que Ray deixa que se aproxime. Ela é um unicórnio de caça e guerra, não é tão carinhosa quanto os outros.

— Pensei que fosse uma égua. Quero dizer, uma fêmea.

— E é — reconheci a voz. — Seu nome era Victoria, mas desde que Florent nasceu não deixou de chamá-la de Ray. Quando foram perceber, também estavam a chamando assim. Então oficializaram o nome.

— Ela está doente? — hesitava em perguntar, mas era claro que ela parecia debilitada.

— Teve gêmeos antes de ontem, está em repouso. Esses dois — respondeu, referindo-se aos dois filhotes magricelos ao seu lado. — São as gestações mais complicadas.

Afastei a mão dela.

— Pelo jeito os excessivos casos de gêmeos conseguem ser uma praga até entre os unicórnios.

Olhei para Axel de rabo de olho, ele não tinha gostado muito do comentário.

— Eu não estou falando com você por que quero, mas por que estou me obrigando a isso — disse firme. — Sinto que devo te dar uma chance, só que... Caramba, como eu me dava bem com alguém como você? Quero dizer, eu fico irritado contigo.

Ele pareceu se afastar. Lutei contra o resto de orgulho que existia dentro de mim.

— O que você sabe sobre ela? — disse, tentando impedi-lo de que saísse de onde estava. — Poderia me dizer — quase cuspi o resto da frase. —, por favor?

Ele me deixou no vácuo por um bom tempo, mas se pronunciou.

— Ela era do seu pai — girou o anel em seu dedo. — Unicórnios criam ligações muito fortes com os donos e Ray chega a ser bem parecida tanto com ele quanto com você.

Aquilo me irritou. Ele era o tipo de pessoa que gostava de dizer a verdade por meio de indiretas, isso me deixava louca.

— Deixa claro que sou insuportável, mas não acha que se sou grossa é por alguma razão?

E percebi que o bom de estar de joelhos perto de Ray era não poder olhá-lo cara a cara. Foi o que me fez não recuar. Axel conseguia me constranger simplesmente mantendo contato visual.

— Quando não tem? — ele botou a mão no bolso e retirou alguma coisa. — Ainda não consegui entender, mas um tal de Jack me pediu para te entregar — esticou-me um pedaço de papel dobrado. — E foi ele quem fez questão, deixo claro — ele soltou uma leve risada e foi dando meia volta.

Admirei aquele pedaços folha rasgada. Mas antes que eu cogitasse em desdobrar, Axel cochichou em meu ouvido:

— Se precisa de algum motivo para abri-lo, leve em consideração o fato dele ser "seu" namorado.

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