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Capítulo 33

Capítulo 33, relatos.

Sabe aquele momento que você sente que se o barril de pólvora não incendiar por conta própria, você vai ser quem ateará fogo para essa combustão iminente acontecer logo? Esse era o meu momento.

A distância das Fogueiras até o meu quarto parecia ter triplicado. Se gastei cinco minutos na ida, foram gastos no mínimo quinze na volta. Joguei-me na cama aos soluços nunca desejando tão forte poder beijar minha mãe ou dar um abraço na minha melhor amiga Katy... Poder me perdoar com o meu pai pelas minhas palavras. Eles eram a minha família. Pequena, única e eterna. Não sabia do bem que Moore tinha feito a mim apagando as minhas memórias até agora. Não podiam fazer isso de novo? Estava bem vivendo no meu mundo de faz de conta.

Alguém bateu na porta. Ignorei, pois, por mais que eu amasse Jack, queria apenas ficar sozinha.

Bateram novamente. Ignorei novamente na tentativa de que achasse ter ninguém, mesmo que provavelmente visse a luz por debaixo da porta. E continuou a persistir. Levantei-me já irritada com ele.

— Eu não quero... — comecei.

Não era Jack, era Aubrey.

— Como você tem coragem de aparecer aqui? — ataquei, fechando a porta novamente.

Ela botou o pé entre a porta e o portal.

— Desculpas, mas preciso falar com você — disse calma.

— Mas eu não quero falar com você, não quero nem te ver — disse, abrindo a porta para que retirasse o pé. — E não pensarei duas vezes antes de quebrá-lo.

— Eu também não queria estar aqui, mas preciso — ela transparecia estar sendo sincera.

— Não sei se posso te deixar entrar. Imagino ser uma das pessoas que você mais desejaria que morresse.

— Não sou eu a assassina aqui — soltou sem nem perceber no que tinha dito.

Olhei-a indignada.

— Desculpas, mas você pediu.

Tirei o corpo da frente para que entrasse e encostei a porta.

— O que você quer? — avancei.

— Que quartinho sem graça — comentou, olhando ao redor. — Imaginava que fosse o tipo de pessoa que fizesse desenhos de flores e corações e colasse na parede ou tivesse pilhas de livros. Vive enfurnada naquela biblioteca.

— Surpreende-me que saiba tão bem o que faço.

— Não é muito difícil, é a única coisa que faz.

Com ela botando aquilo em palavras, senti o quanto era humilhante.

— Os únicos livros que tenho aqui é um romance de Shakespeare e um de contos de fadas, que comecei a ler hoje para Ruby.

Ela se sentou na ponta da minha cama.

— Anda visitando ela?

— Sim... — estranhei a pergunta. — Por que você quer saber?

— Ela é uma menininha incrível. Axel falava muito bem dela, ele a amava — disse com a voz meio triste. — E se ela é importante para ele, também é importante para mim.

Seus pensamentos ficaram distantes por um tempo, e falar o nome dele começava a soar como se recordássemos de um defunto. Só o pensamento me deu calafrios.

— Você sente tanto a falta dele assim?

— Muita. Afinal, nunca passei tanto tempo distante dele. Aquele babaca nunca me deixava em paz, ficar sem ele assim do nada é difícil.

"Mas isso não importa," disse querendo mudar de assunto.

Pelo jeito ela não gostava de tratar com o seu lado mais emocional.

— Estou aqui para te pedir desculpas — soltou.

Um silêncio se fez enquanto eu esperava que ela falasse mais.

— É só isso? — perguntei assustada ao perceber que ela não tinha mais nada a dizer.

— E sua cara está horrível. Está vermelha, molhada e amassada. Estava chorando por acaso? — perguntou descrente.

— Eu estava — disse, passando a mão no rosto.

Ela respirou fundo.

— É sério, eu quero que me perdoe. Não merece toda a raiva que direciono a você. Acabo te culpando por algo que não tem culpa. Bem, não a culpa completa.

— Se você está falando sobre a April... — comecei.

— Não estou falando de April, estou falando de você e Axel — ela me interrompeu.

Fiquei surpresa.

— Axel? — perguntei ainda confusa por ela ter entrado no assunto.

— Sim, Axel. Ele não é lá o garoto mais certo da cabeça, entende? Ele sofreu muito quando você foi embora. Acredite, alguém é capaz de sentir a sua falta.

"Então começou a fazer desenhos seus. A maioria são de quando você era pequena. Acho que foi a forma que arrumou de materializar as lembranças que tinha."

— Ele nunca me contou.

— Não queria fazer que você corresse dele — afirmou. — Pelo menos eu entraria em pânico se descobrisse que alguém anda fazendo desenhos meus. É meio que apaixonado demais.

— Ainda não entendi. Você veio se desculpar pelo o que? — perguntei, voltando para o ponto principal da conversa.

— Eu sempre te detestei por ter deixado o meu irmão meio... pancadão das ideias? E até ter feito ele pensar em levar algo a sério contigo. Esquecer aquele papo todo que ele sempre viveu dizendo... Mas tem certas coisas que não são tão racionais assim, né?

"Sei lá, eu não consigo levar muito à sério essa loucura de se criar sentimentos tão fortes por pessoas alheias."

— Espera, você nunca gostou de alguém?

Ela abriu um sorriso de lado.

— Eu sei muito bem o que é ter atração por alguém, apenas. Isso responde a sua pergunta?

Neguei com a cabeça, era difícil de aceitar alguém ser tão autocontrolado. Estar no domínio até das próprias emoções.

— E já que entrou no assunto... Preciso deixar uma coisa clara para você.

— Diga.

— Conte a ninguém sobre eu e Moore.

Ela tinha deixado tudo tão nítido, que me neguei a acreditar que as minhas hipóteses fossem verdade.

— Por que a surpresa? — estranhou, notando minha expressão. — Pensei que suspeitasse desde aquele dia.

— Suspeitar e ter certeza são coisas completamente diferentes.

Ela desviou o olhar, estava levemente desconfortável. Devia ser um assunto péssimo para ela, só que não correu da situação mesmo assim. Tomei coragem e pus meu maior temor em palavras.

— Ele te estupra, Aubrey?

O olhar dela perdeu momentaneamente a vida. Esperei receber alguns dos seus costumeiros foras, mas ela não parecia estar mais sempre na defensiva. Tinha baixado a guarda momentaneamente.

— Na primeira vez, sim. Das outras duas eu não me lembro direito. Bebo o suficiente para ser capaz de esquecer de tudo no dia seguinte.

— Por que você permitiu que tivessem mais duas vezes? — perguntei indignada.

— Eu não permiti — disse com firmeza. — Eu me obriguei a aceitar. Eu aceitei por causa de você. De você e de Axel.

Meu corpo enfraqueceu, ficando com as juntas moles. Caí de joelhos no chão ainda sem conseguir acreditar nela. Aubrey pareceu se desesperar e colocou as mãos nos meus ombros.

— Desculpas, desculpas mesmo... Mas eu precisava te contar a verdade.

"Se você contar para qualquer outra pessoa, ainda mais para Axel, tudo só vai ficar ainda pior."

Eu não consegui falar nada por um longo tempo. Meus olhos ardiam muito.

— Por quê? — disse, tentando arrumar as palavras. — Por que existiram as outras vezes?

Ela respirou fundo.

— A primeira vez foi quando Axel ganhou a Competição de Busca, quase dois anos atrás. Moore achou que eu deveria tê-lo impedido de tentar ir atrás de você, então se eu muito menos pude evitar que ele se inscrevesse... Imagina como as coisas ficaram quando Moore não pode evitar que ele fosse aos Estados. Depois foi quando você chegou, eu tentei impedir que Moore punisse Axel. Mas apenas consegui amenizar a situação. E a última você já sabe, foi depois da morte de April.

"Foi o único jeito de covencê-lo a mandar Axel para outra unidade e evitar que você pagasse ainda mais. Axel nunca se perdoaria sabendo que fez mal para a você... E eu também. Como eu disse, o que é importante para Axel, também é para mim."

— Minha nossa, aonde eu estava com a cabeça quando fui ficar com ele? — disse desesperada. — Por que não me avisou?

— Eu até tentei no início, só que até eu sabia que não adiantaria de nada.

"Se te deixar melhor, não se preocupe comigo. Eu estou bem, sei me cuidar na medida do possível. Não estou querendo a comoção de ninguém.

E Axel sempre foi o irmão que fazia as escolhas certas."

Seu tom era de ajuda, mas eu tinha as minhas dúvidas se suas palavras realmente estavam me ajudando. Elas só me davam mais certeza de uma coisa: que eu nunca mais deveria me aproximar dele, pelo o que já o tinha feito ambos passarem e pelo o que poderia fazer ainda.

— Eu te perdôo, Aubrey. E espero que também consiga me perdoar.

Ela pareceu não acreditar que eu falei aquilo.

— Vamos fingir que nada aconteceu — disse, querendo por logo um fim na conversa. — Então, por que você quer participar da segurança noturna? Cansou de ser inútil?

Enxuguei o rosto, ainda sentada no chão agarrando os meus joelhos.

— Digamos que sim, queria uma ocupação e... — comecei, mas fui interrompida por batidas na porta.

Nos entreolhamos sem muita certeza se era alguém mesmo batendo ou se não tinha passado de um barulho, até que bateram novamente e tive certeza. Levantei-me e fui abrir.

— Jack? — soltei surpresa.

Ele botou as mãos nos bolsos e começou parecendo tímido:

— Eu queria ver se te encontrava antes de ir cumprir horário na vigilância, precisava conversar sobre...

— Nossa — disse Aubrey atrás de mim. — todo mundo anda necessitando de ter uma conversa contigo, Anne?

Jack parecia ter acabado de descobrir um extraterrestre dentro do meu quarto.

— AUBREY? — soltou com os olhos arregalados.

— Bem, me chamam assim.

— O que ela está fazendo aqui? — ele me perguntou. — Pensei que você não gostasse... É a Aubrey!

— Sou uma pessoa tão nojenta assim? Fiquei ofendida agora — disse, fingindo estar magoada pelo tom que Jack colocou em seu nome.

— Era assim que ela te acha. Pelo menos, até ontem — ele disse nervoso.

— Não acredito nisso — disse, demostrando extrema surpresa com as palavras dele.

Olhei repreensível para ela, querendo que parece com os seus joguinhos.

— Tudo bem, eu explico. — Aubrey teve a iniciativa. — Nós tivemos um pequeno desentendimento e passei aqui para trocar algumas palavras com a Anne.

Percebi os olhos dela percorrendo Jack de cima a baixo ao terminar. Dei um empurrão em seu braço.

— Ele melhorou desde a última vez que nos encontramos — comentou, rindo da minha reação.

Jack continuou paralisado na nossa frente.

— Ainda não acredito no que estou vendo.

— Meu Deus, não é porque conversamos que significa que nos tornamos amigas não — ela avançou já um pouco alterada com ele.

Mas até eu estava estranhando, Jack ficou mais nervoso do que poderia esperar.

— Tanto faz — ele disse por fim.

— Então podemos ir? — Aubrey perguntou a mim. — Ou vou ter que dizer a Ira que você matou o seu primeiro dia de serviço?

Ajeitei o meu cabelo, prendendo-o novamente.

— Tudo bem — concordei.

— Podemos conversar depois? — perguntou Jack. — E sem ela, de preferência.

— Claro — disse, dando um breve beijo nele antes de sair com Aubrey do quarto e deixá-lo para trás.

— Você está com ele? — perguntou Aubrey assustada ao ganharmos certa distância.

— Por quê? Ciúmes? — impliquei.

— Não. — avançou. — Não quero terminar a sete palmos debaixo da terra igual a falecida, só estou surpresa dele ainda te querer. E pensei que...

— Pensou em que?

— Nada, deixa pra lá.

Presumi que talvez estivesse pensando em Axel, então preferi não persisti.

— E desde quando você e Jack se conhecem? Digo, não lembro de vocês já terem conversado.

— Digamos que eu já pus uma faca na garganta dele, nada demais.

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