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Capítulo 17

Capítulo 17, Axel.

— Bom dia, Wilson!

— Bom dia, menino mais bonito desse Refúgio!

Apenas sorri.

— Você sabe se o aluno da Perry já chegou?

— Ah, sim. Está em uma das mesas perto da sessão de livros científicos — respondeu, apontando para o final da biblioteca. — Resolveu dar aulas agora é?

— Mais ou menos, eu também não sabia que precisaria. Nunca fiz isso antes, espero conseguir.

— Ah, claro que vai!

Já se era esperado uma resposta como esta vinda dela. Ela tinha o dom de exaltar e exagerar qualquer coisa em mim, então sempre esperava os extremos.

— Muito obrigado! Tenha um bom dia — e peguei o caderno de anotações na bancada de entrada.

— Boa sorte!

— Obrigado de novo.

Sorte sempre era bom, mesmo, particularmente, podendo dizer ter confiança nesta matéria.

Ainda não entendia direito por que Sra. Perry apareceu na Jardinagem ontem à tarde furiosa falando que era para eu assumir o cargo dela ensinando o conteúdo básico de "espécie mutante" — nada mais nada menos que a nossa espécie, os Sarlen.

Gostaria muito de saber o que uma criança pestinha devia fazer para levá-la passar o cargo a mim. Perry disse que eu era o melhor do Grupo Dois na matéria e que conseguiria fazer com excelência, mas o meu medo não era este. Era da pessoa e de o que eu iria precisar fazer para uma criança prestar atenção em mim.

Ela disse que teria o tempo que fosse necessário, mas precisaria fazer com que aprendesse. Tanto que me cortou da Jardinagem por tempo indeterminado. Não conseguia saber se isso era bom ou ruim. Por via das dúvidas, qualquer "Boa sorte" estava prestando, pois o que eu menos tinha ultimamente era sorte.

"Livros científicos," li. Então eu estava na parte certa.

Olhei para as mesas de fundo e vi uma pessoa sentada em uma das últimas cadeiras dormindo com a cabeça entre os braços. Pelos cabelos que pendiam na mesa, era uma menina; e pela altura, não era tão criança assim. Cheguei perto e cutuquei seu ombro.

— Com licença... — e ela acordou.

— Oh, desculpas! — disse, esfregando o rosto. Era...

— Anne?! — soltei assustado.

— É... — começou, olhando-me com olhos arregalados. — Olha, perdão! Eu não queria te meter nessa. Eu imagino que deve ser horrível ter de perder o seu tempo aqui ensinando algo que parece ser tão ridículo para vocês. No entanto eu juro que não imaginava que ela iria te mandar e...

Do que ela estava falando?

— Não, tudo bem. Só fiquei surpreso — a interrompi.

— Esperava uma criança, não é?

— Não — menti. — Foi por ser alguém que eu já conhecesse.

Foi por ser você.

— Hm, entendo. E desculpas também por ter feito você brigar com a sua irmã. Eu não queria mesmo ter ido, Ruby quem me puxou.

— Não precisa se desculpar, eu precisava fazer aquilo. Fiz tanto por você quanto por mim.

Ela deu um sorriso.

— Eu iria me desculpar também por qualquer coisa que eu tenha dito ou feito e não me lembro, mas acho melhor deixar para lá.

Axel, controle-se! Estava ficando nervoso, podia sentir novamente as minhas costas arderem. Era como no dia em que aqueles cortes foram feitos.

"Desculpas, Axel!"

Eu não iria conseguir fazer isso...

— Está tudo bem? — ela perguntou.

Olhei para ela. Os mesmos traços delicados e olhos castanhos preocupados... Ela não mudava com o tempo, continuava sempre sendo perfeitamente a Alice.

— Estou sim. Vamos começar.

[...]

— Querem café ou chá? — perguntou Sra. Wilson.

— Não precisa... — comecei.

Eu tinha até me esquecido de dar uma pausa para comermos, não tinha ficado com fome. Mas provavelmente Anne estava.

— Precisa sim! Vocês devem estar morrendo de fome. E, modéstia a parte, os meus biscoitinhos são maravilhosos — comentou sorridente.

— Tudo bem, aceitamos os seus deliciosos biscoitos — retribuí a gentileza.

— Okay, vou trazer chá de camomila para você, como sempre, e... O que devo trazer para senhorita?

Ela ficou pensativa, parecia que a Sra. Wilson tinha feito uma pergunta muito difícil. Estava à procura das opções.

— O mesmo — Anne disse por fim.

Passei o meu foco novamente para o livro, procurando os tópicos que ainda precisaria abordar e anotando mentalmente o avanço que já tínhamos feito em cada matéria.

— Axel — chamou Anne.

— Diga — respondi enquanto fazia asteriscos nas páginas sobre Seleção Natural.

Metade do tempo que gastamos foi falando sobre isso e ela só sabia um terço do que realmente deveria saber. Tinha mentido quanto a ser boa em Biologia, percebi logo de início. Porém, deixei que prosseguisse, pois no fundo estava gostando de vê-la tentando me impressionar.

— O que você sabe sobre os numerados? — perguntou receosa.

Parei imediatamente o que fazia, me voltando para ela.

— Como você sabe sobre os... "numerados"?

Ela olhou para a mesa, tímida. Não quis deixá-la assim, mas não esperava mesmo que ela soubesse disso.

— Ouvi falar — disse baixo. — Mas esquece, fiquei apenas curiosa. Não devia ter entrado nesse assunto contigo.

Fechei o livro. O modo que ela me tratava, andava me magoando cada vez mais. Talvez por ter esperança que quando reencontrasse a "Anne", ela seria do mesmo jeito comigo. E não era culpa dela, porque agora tínhamos voltado à estaca zero. Apesar de ontem, não sou tão importante para ela quanto é para mim.

— São Proibidos — respondi. — Pessoas que cometeram crimes ou são filhos de criminosos. O Refúgio tem leis muito rígidas quanto a isso. E dependendo do crime que tenha cometido, tanto você quanto os seus filhos serão pessoas banidas dos "privilégios" do Círculo Central.

"E quando isso acontece, quando é condenado. Uma numeração é tatuada na parte interna do seu antebraço e sua cabeça é raspada."

Os olhos dela estavam arregalados, mas essa era a verdade que estava procurando.

— É uma completa humilhação, eu sei. Mas nada é pior do que ter que viver por conta própria na Floresta Costeira.

Olhei novamente para a capa do livro, o qual estava escorando o meu peso. Já tinha amadurecido o suficiente para não voltar a chorar ao relembrar da minha antiga vida, mas já ter vivido como um Proibido e falar sobre isso... Bem, continuava não sendo tão fácil.

— Você... — ela travou no meio da pergunta, só que eu sabia muito bem o que estava tentando saber.

— Não, não sou — mostrei o meu antebraço esquerdo para ela. — Não cresci aqui por que o meu pai foi banido, então posso dizer que entendo como é ser um.

O meu corpo ficou tenso. Era horrível lembrar as noites frias, que a nossa casa era incapaz de conter, a escassez, o isolamento...

— Desculpas por ter perguntado — disse calmamente e afagando a minha mão.

Aquilo me acolheu, me aconchegou. Era uma simples atitude, no entanto era do modo que apenas a Alice sempre foi capaz de fazer... apenas a Alice.

— Que horas são? — perguntei apavorado ao lembrar de quem eu devia estar de fato pensando.

Olhei para o grande relógio aos fundos da biblioteca.

— Droga, já são oito e dez!

— Qual o problema? — perguntou preocupada.

— April... Ela marcou comigo hoje às oito, disse que tinha uma surpresa... — peguei o caderno de anotações. — Guarda estes livros, por favor?

— Claro, mas... — disse.

Eu ficaria, com toda a certeza do mundo era o que eu queria fazer. Mas ao invés disso, tirei a minha mão sob a dela.

— Desculpas, mas tenho que ir mesmo — e fui saindo.

Encontrei Sra. Wilson perto de sua bancada colocando biscoitos nos pratos de porcelana em uma bandeja desenhada, refletindo toda a luz do local em sua prataria.

— Vai aonde, menino bonito?

— Estou atrasado, tenho que me encontrar com April.

— Com April? O que você tem para fazer com essa garota?

— Essa garota agora é minha namorada.

— O quê?! Mas você sempre disse que amava a... outra — disse, apontando para o final do corredor.

— Não tenho como te explicar agora, estou atrasado.

— Tudo bem, mas não vou deixar isso passar. Se eu souber que você está abrindo mão da sua felicidade por causa daquele...

— Tchau, Sra. Wilson! — a interrompi lhe dando um beijo na testa. — Pode deixar que eu cuido dela.

— Muito obrigado.

[...]

— Eu tenho como explicar — disse logo ao ver April sentada em uma toalha estendida no chão de onde tínhamos marcado.

Estávamos no final das Fogueiras, perto dos burgos — mesmo lugar aonde fomos no dia em que Anne chegou às Fogueiras com Jack. Ela levantou o rosto.

— Eu estava dando aula na biblioteca e acabei perdendo o horário — expliquei, enquanto sentava na outra ponta da toalha.

— Tudo bem, eu entendo — disse com a voz entre decepcionada e triste.

A verdade era que eu não conseguia me ver como o namorado dela, e nem queria. Eu não tive coragem de magoá-la e fazê-la passar vergonha na frente de todos. Ela não me deu escolha. Não conseguia me ver como o responsável por sua tristeza, tinha consideração por ela. Ela demonstrava diariamente me amar e eu sabia que nunca seria capaz de amá-la, mas tinha esperanças de algum dia conseguir sentir alguma coisa, por menor que fosse. Eu precisava esquecer Anne, e April poderia ser o caminho para isso. Um longo e complicado caminho, mas uma possibilidade.

— Está mesmo tudo bem?

— Sim... mas é que normalmente quando um casal de namorados se vem não é exatamente assim.

Como ela tinha dado a entender o que queria, estiquei-me e lhe dei um considerável beijo. Se considerável fosse um beijo seco e que não me fazia sentir nada. Eu só queria continuar forte nas minhas esperanças de que isso tudo era só questão de tempo.

Olhei para a comida exposta na toalha.

— Nossa, você quem fez isso tudo? — perguntei, forçando um entusiasmo maior do que realmente tinha.

O seu sorriso voltou a aparecer.

— Sim! Eu que fiz e espero que esteja bom.

Mesmo se não estiver, eu vou "achar" maravilhoso. Então não se preocupe.

Passamos à noite ali sentados conversando sobre os nossos dias. Ou melhor, ela falando sobre o dia dela e eu fazendo comentários programados.

Questionei-me se aquilo que eu estava fazendo era certo. Se não era, pretendia ser a única pessoa prejudicada, pois ela demonstrava ficar alegre com qualquer coisa que eu fizesse ou falasse. E ver que ela, pelo menos, estava contente com aquilo tudo era o que me reconfortava.

Porém, no momento só desejava que amanhã chegasse logo e eu tivesse que ir cumprir meu horário na biblioteca.

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