Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Tiktok, Conversas De Autocarro E Namoro De Um Ano

ACREDITEM OU NÃO, O CAPÍTULO QUE SE SEGUE É INSPIRADO EM FACTOS É CONVERSAS ABSOLUTAMENTE VERÍDICAS.

————

Lena caminhou apressada da paragem de autocarro para o prédio. Tinha na cabeça a conversa que acabara de ouvir na viagem para casa e precisava de a partilhar com alguém antes que se esquecesse dela. Aquilo era digno de romance ou novela, algo que teria muito mais sucesso que a After ou outro livro da moda.

Mal atravessou a porta do Condomínio, correu escada acima, ansiosa demais para se dar ao trabalho de cumprimentar o novo morador do 0°A — temporário, claro. Eles nunca ficavam muito tempo. Talvez na semana seguinte já lá não estivesse.

O seu apartamento, no 4°B, era demasiado longe da área comum no segundo andar, pelo que ela não se deu ao trabalho de ir a casa deixar os seus pertences. Em vez disso, entrou directamente na biblioteca, enviando uma mensagem para o grupo das condóminas.

Reunião. Já.

Elas começaram a aparecer pouco depois, esbaforidas, como se tivessem vindo a correr pelas escadas.

— O que foi? Onde é que é o fogo? — perguntou a Ells, colocando a cabeça para dentro da biblioteca.

A Lena fechou-se em copas, sem revelar nada da história. A Carol entrou pouco depois, seguida da Lah.

— Qual é a emergência? — perguntaram, em coro.

O suspense permaneceu no ar por mais uns minutos, enquanto o resto das meninas que estavam em casa se juntavam à plateia.

— Agora que estão aqui todas, vou contar-vos a conversa que vinha a ouvir no autocarro entre duas miúdas de 16 anos e que dava um best seller melhor que a After.

— Eita... Medo de imaginar o nível... — murmurou a Ells, sentada no sofá, agarrada a uma almofada.

— Conte, conte! — pediu a Carol, entusiasmada. — Só falta vir falando do boy que é igual à cria de Satã daquele livro...

As meninas sentadas nos sofás e almofadas da divisão riram-se com o comentário e a Lena fez um gesto com a mão mal recuperou o fôlego, pedindo silêncio.

— Então foi assim: eu estava sentada no autocarro e atrás de mim sentou-se uma rapariga. Na paragem a seguir entrou uma amiga dela e elas começaram a falar qualquer coisa a que não prestei atenção. A dada altura, ouço: então como é que foi o encontro?, ou qualquer coisa assim do género. Eu teria deixado de ouvir a conversa por ali, não fosse a que já lá estava há mais tempo ter começado a dissertar sobre os dilemas que o encontro provocou.

Mais risos percorreram a plateia. A Lena tinha um talento especial para não conseguir deixar de ouvir conversas alheias e as amigas sabiam-no muito bem.

— Passa lá isso à frente, O que é que aconeceu a seguir? — perguntou a Li, extremamente atenta.

— Então, ao que parece, a rapariga que já lá estava sentada há mais tempo é lésbica. Ela sabe bem que gosta de raparigas, mas não tinha a certeza se gosta de rapazes. E ela tem um Tiktok e, ao que parece está a ter... relativo sucesso. — A Lena sentou-se direta, levantando os braços a cima da cabeça em rendição. — Não me perguntem qual é o user porque eu não a conheço e não se referiu nomes a conversa toda.

Os suspiros desanimados encheram o espaço quente e aconchegante.

— Adiante — continuou a narradora. — Ela tinha conhecido um rapaz pelo Tiktok, com o qual conversou durante bué tempo. Como ele tinha gostado dela, eles marcaram um encontro que, segundo a moça, foi lindo e maravilhoso. O rapaz, segundo o que ela disse à amiga, é super simpático, super educado (inclusive, falou dela e do encontro deles aos pais antes do mesmo acontecer), aprendeu a jogar um jogo de cartas um bocado nerd, talvez derivado de animes, de propósito para jogar com ela, gastou um balúrdio para vir de outra cidade para o encontro... Mas o coitado, apesar de ser lindo de morrer, já tinha levado com os pés quatro vezes seguidas por quatro raparigas diferentes.

— Ai gente, tadinho! — Carol não conteve o lamento de empatia pelo rapaz.

— Né?

— Isto é que é azar!

— Não, pera... — Lah interrompeu a balbúrdia com uma mão balançando no ar. — Deixa eu ver se eu entendi direito: a moça era lésbica, e quis continuar o relacionamento com o moço por pena?

Do canto podiam-se ver as outras meninas ironizando a mesma questão.

— Pois, exatamente.

— AH Não! — A garota gótica do grupo mal podia segurar a histeria da risada de desespero, sendo acompanhada pelas amigas. — Mas que filha da... Quero só ver a desgraça disso!

— Mas vai Lena, continua, como foi? — Kells incentivou a amiga do piso japonês e todas voltaram a escutar atentamente.

Com um gesto de cabeça, Lena continuou.

— Pronto. A nossa tiktoker portuguesa foi num encontro com ele, divertiram-se muito os dois, tudo muito educado, tudo muito bonito. Depois no final, beijaram-se. Quando chegou à parte do beijo, a dita cuja não sentiu nada e descobriu que afinal, só gosta mesmo de raparigas. Ou que, pelo menos, daquele rapaz ela não gosta. Ah! — acrescentou a Lena, assustando as amigas que se tinham sentado ao seu lado. — Acho que em conversa com o rapaz, ela tinha admitido que era bi.

— Sinto que isso vai dar muito errado... — murmurou a Ells.

— E depois no autocarro, a moça estava a dizer à amiga: ai, ele é super atencioso e eu gosto muito dele e preocupo-me muito com ele, mas agora não sei o que é que hei de fazer, porque nos beijámos e eu não senti nada! O que é que eu faço? Já quatro raparigas antes de mim lhe deram com os pés e eu não quero que ele fique de coração partido outra vez! E depois começaram as duas a discutir as opções do que fazer a seguir, colocando logo de parte a solução mais lógica: contar a verdade.

— Santo Deus.....

— Isto porque ela gosta muito dele e não lhe queria partir o coração por não corresponder aos sentimentos dele. Assim, as hipóteses eram: namorar com ele durante um ano e depois acabar tudo; ignorar o rapaz e fugir para as montanhas, fingindo que ela é super mal educada na esperança dele deixar de a chatear no tiktok e outra que já não me lembro.

— Como assim namorar com ele durante um ano? Qual a lógica? Gente, se ela sabe a sua natureza no seu íntimo, porque é que ela não conta!? — exclamou a Carol, indignada.

— Namorar por um ano só iria ser pior... — Ells mudou a posição no sofá, para ficar mais confortável. — E fugir, amada? Ela gosta tanto dele que não partiria o coração, ela só namoraria para terminar!

— É... — A Lena encolheu os ombros. — O bom senso não entrou no autocarro com elas.

— Igual ao que a Tsuin falou. Quem é que fica um ano gastando energia mental, física e tempo de vida que não... Vai ser uma perda de tempo! Para ele e para ela também. Eu estou chocada.

Fez-se uma pausa para ir buscar bebidas quentes, durante as quais todas se perderam em reclamações sobre a tal jovem de 16 anos que parecia não ter nada na cabeça além de cabelo. Assim que todas as condóminas se voltaram a sentar com a sua bebida quente favorita em mãos, a Lena retomou a história.

— Elas estavam a debater isto e a dar muitas opções, mas nunca voltaram a colocar o contar a verdade em cima da mesa. E eu só revirava os olhos e pensava: CONTA A VERDADE! Se namorares um ano e ele ficar mais agarrado a ti, o coração vai ficar mais partido e esfrangalhado do que agora e se, por outro lado fingires que não é nada contigo, pá... Sim, porque ela disse que não queria ser má pessoa e partir-lhe o coração. E eu pensei: e ficares bué tempo sem falar com ele e não responderes à mensagem não é seres má pessoa?

— Enfim, a hipotenusa... — murmuraram todas, mais ou menos em coro.

— A moça ainda se virou para a amiga e disse que não o queria por a chorar porque, ao que parece, ele chora quando ela lhe deixa de responder às mensagens por qualquer coisa, tipo... Se ela se esquecer do telemóvel e não responder, ele fica triste, quase a chorar. E eu fiquei tipo: what? O rapaz não existe. Bonito, inteligente, simpático, atencioso, com relativo sucesso no tiktok... Ah, e outro dos dilemas dela é que os fãs deles já sabiam que eles tinham saído e já eram fãs do casal antes mesmo deste existir.

O veredito final daquela conversa era que a rapariga era mesmo a única culpada por se passar por uma pessoa que não era, apenas por "pena" do rapaz — o que era demasiado errado do ponto de vista de todas ali. Baseando-se nisso, o relato trazido por Lena havia servido de ponte para debater questões morais ainda mais profundas em uma conversa que duraria por horas, quase a parecer um debate político.

Porque o condomínio sem reuniões aleatórias para conversar de tudo e nada, não era o condomínio.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro