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A madrugada de segunda para terça na casa da Layla havia sido agitada. Tanto tempo longe dela submergiu o fato dela ser uma mulher quase insaciável. O que me fez passar o dia todo cansado. Foi meio que um plantão sexual noturno com fim às quatro da manhã, pois não queria que o filho dela me visse lá. O garoto pode ter pouca idade, mas é muito inteligente. Fora que, como eu conheço bem a Layla, sei que ela não leva homens para sua casa. Pode ter acontecido algumas vezes, já que passou-se quase dez anos depois de mim. Sobretudo, não é do feitio dela colocar pessoas na vida do filho. Isso foi tema de muitas conversas nossas antes dela resolver me propor que eu a engravidasse. Layla pode ter alguns pensamentos no mundo da lua, mas seus pés sempre se mantiveram no chão.

No passado, o que tivemos não chegou a ter um nome. Nunca cobramos nada um do outro e também nunca foi preciso. Só que agora, muito tempo se passou e muitas coisas mudaram. Tem uma criança em sua vida e sei que precisamos ter cautela. Eu conheci o Daniel na noite de segunda-feira, contudo, não quero que ele pense que surgi do nada. Layla até contou a ele que eu sou a pessoa que a influenciou na escolha de seu nome, sobretudo, isso não é suficiente para que ele confie em mim. Quero fazer as coisas devagar e do jeito certo. Na situação em que estamos, é ele a quem eu devo pedir permissão para levar Layla para sair. Ele é o centro de tudo na vida dela e eu respeito isso. Não só respeito, como também admiro.

— A Marcela sumiu — minha irmã me tira dos meus devaneios ao se debruçar à beira da piscina. Sua expressão sugere que ela começou a entender que minha ex não está nem aí para ela. — Tem notícias dela?

Tiro os óculos escuros e me ajeito na espreguiçadeira. O sol das três da tarde ainda queima a pele como o de meio dia. Eu estava sentindo falta de passar o dia à toa pegando sol. Mas voltar ao trabalho amanhã vai ser ótimo, pois vou poder ver a Layla nos meus intervalos.

— Luana, eu ia dizer que você já é bem crescida, mas você tem a mesma idade que eu. Então, acho que você já percebeu que a Marcela tava te usando.

Minha irmã fica em silêncio por um tempo. Ela não me parece surpresa com a minha declaração. Por mais que Luana já tenha se metido muito na minha vida e até chegou a desrespeitar a Karen dentro da minha casa, no momento estou com pena dela. Mesmo Marcela não dando a mínima para a ela, Luana a tinha como amiga.

— Eu defendia ela com unhas e dentes — lembra ela. — Pra vocês terem terminado de uma hora pra outra, ela deve ter feito alguma coisa séria, porque você não seria capaz de fazer mal a uma mulher.

— Isso não importa mais. Aliás, eu já estou com outra pessoa. — Luana ergue os olhos em minha direção com interesse e chega a abrir um sorriso antes de dizer qualquer coisa.

— Diz que ela é dez vezes melhor que a Marcela!

— Ela é um milhão de vezes melhor que a Marcela — falo sem conseguir impedir que um sorriso se forme em meus lábios.

— E quando vou poder conhecer ela?! — pergunta animada.

— Em breve — respondo e coloco os óculos escuros novamente. Luana sorri.

— Também tenho uma notícia pra te dar.

Sinto meus músculos tensionarem. Minha irmã não costumar dar notícias. Ela costuma ser as notícias. Qualquer coisa que ela queira dizer já me deixa assustado.

— Fala logo.

— Arrumei um emprego como atendente de farmácia.

— Sério?! — indago numa mistura de feliz e incrédulo. — Mas tem que ter conhecimento na área. Classes medicamentosas, anatomia básica e…

— Eu comecei a fazer um curso nessa área já faz dois meses. Fui contratada por causa desse curso — diz orgulhosa de si.

— Por que não me contou nada?!

— Queria te surpreender. — Luana meneia a cabeça e sorri.

— E conseguiu. — bato palmas mostrando o quanto me orgulho dela.

— Não mereço os parabéns?! — questiona estendendo a mão para um aperto. Era eu quem deveria ter feito isso. Me levanto no intuito de consertar a gafe e dou minha mão a ela. Luana trai minha confiança e puxa minha mão com força sem me deixar oportunidade de evitar minha queda na piscina. O som externo sendo abafado pela água deixa claro que por mais que minha irmã amadureça, ainda vai ter esse jeitão de menina para sempre.

Subo até a superfície da água com pouco fôlego, mas assim que inspiro a primeira parcela de oxigênio, jogo água no rosto dela devolvendo a brincadeira. Luana tenta fazer o mesmo, mas viro de costas e continuo arremessando mais água por cima da cabeça.

— Seu celular tá tocando! — ela berra.

— Essa não vai colar — aviso e arremesso mais água.

— Juro pela nossa mãe!

Paro com a brincadeira e me volto na direção da mesa onde deixei o aparelho. Realmente está tocando.

— Deve ser minha nova cunhadinha — Luana zomba.

Sorrio e saio da piscina o mais breve que consigo. Seco as mãos na toalha enquanto inspeciono quem está me ligando. O nome da Karen está sendo exibido na tela, junto a uma foto que tirei da Bia na noite do jantar. Seco o rosto e atendo.

— Fala, comadre — brinco.

Como está sendo seu último dia de folga, compadre? — não é difícil identificar um sorriso em sua voz.

— Sol, piscina e água fresca.

Isso que é vida. Escuta, vai fazer alguma coisa hoje à noite?

Meus planos são buscar Layla no hospital e levá-la para casa. São poucos minutos de viagem, mas queria aproveitar de alguma forma. Caso ela ache uma boa ideia entrar e passar a noite, seria lucro. Mas não vou dizer isso à Karen. Não por telefone.

— Por quê? Aconteceu alguma coisa?!

Não. É que como talvez eu faça a cirurgia amanhã, queria fazer logo a cerimônia de apresentação de Bia. Douglas conseguiu agendar pra hoje às 19h30. Você pode ir?

— Claro — agora é na minha voz que um sorriso se instala. — Posso levar alguém?

Quem você quiser.

— Ótimo! Então me manda o endereço da igreja quando puder.

•°• ✾ •°•

Manter a apresentação de Ana Beatriz em segredo da minha irmã não foi algo fácil. Principalmente porque ela iria querer ir, e a pessoa que eu quero levar, não é ela. A ocasião é ótima para levar a Layla, pois além de eu poder passar um tempo com ela depois, ela e toda a família da Karen se conhecem. Ela foi a médica que cuidou da Bia durante todo o tempo de internação e com certeza vai querer participar disso. É uma cerimônia religiosa, mas para mim, que não sou muito apegado a nenhuma religião, é um momento para agradecer a Deus por tudo ter dado certo. Posso não ser religioso, mas acredito em Deus e que foi Ele quem fez eu estar no mesmo lugar que a Karen quando ela entrou em trabalho de parto.

Eu tinha três horas para conseguir falar com a Layla e convidá-la para ir comigo. Ela já sabia que eu seria o padrinho de Ana Beatriz porque contei ontem antes de sair de sua casa. Layla resmungou um pouco porque a babá do Danielzinho não poderia ficar com ele durante a noite. Foi a oportunidade perfeita para começar a incluí-lo nos meus planos. Eu quero que ele me conheça melhor e se acostume comigo, já que eu quero ter algo sério com sua mãe. Aliás, para mim é sério desde o momento em que começamos a nos beijar na sala da casa dela. Apenas não mencionei esse detalhe à ela ainda. Será que é necessário?

Tudo correu como o planejado e consegui que Layla aceitasse ir com o Daniel. Cheguei um pouco cedo em sua casa e estou aguardando Layla terminar de se arrumar. O garoto, fã de Guerra nas Estrelas, está fazendo uma resenha de todos os filmes. E por mais que isso pareça tedioso, não tem como achar monótono uma criança de sete anos dar opinião em uma franquia de filmes que existe há gerações. Só espero que ele não fique entediado na igreja. Se ele for mente aberta como a mãe, vai se entrosar com as outras crianças na área reservada para elas. Sei que isso existe porque um dos meus primos frequenta a igreja da sogra, por livre e espontânea pressão. Seus filhos vivem me dando desenhos que fazem lá e parecem gostar muito disso.

— Vamos?! — Layla sai do quarto com um vestido longo e estampado. Está coberta até os pés e, mesmo assim, está maravilhosamete linda. Não consigo evitar que minha mente comece a trabalhar no que ela está usando por baixo do vestido. Sinto o olhar de seu filho sobre mim e volto do meu devaneio. — Você tá… linda! — ela sorri com timidez.

— Você também — retribui. — Aliás, vocês dois estão lindos!

Danielzinho fica nos encarando de um jeito estranho e engraçado. Num dia eu sou apenas alguém de quem ele ouve falar de vez em quando. Alguém que mais parece uma lenda. No outro, estou elogiando a beleza de sua mãe com o olhar de um homem perdidamente apaixonado. E, levando em conta que ele é um garoto muito esperto para a idade, deve estar percebendo alguma coisa. Ou tudo. Tanto que durante o trajeto até a igreja, chegou a perguntar se já fomos namorados. Crianças têm o dom de deixar os adultos em saia justa. Layla disse que sempre fomos bons amigos. Sei que ela não minimizou o que tivemos, apenas não é o momento e nem a forma adequada de falar sobre nós para o menino.

Assim que adentramos à igreja, uma jovem vem nos receber.

— Dr. Daniel?! — seu rosto me é familiar e não demora mais que três segundos para lembrar que ela estava com a Karen no dia do problema no joelho. Melhor, ela estava acompanhando a mãe do Douglas em seus últimos dias de vida. É ela.

— Sim. Tudo bem? — cumprimento-a.

— Tudo ótimo. Essa é sua esposa? — pergunta causando uma saia justa ainda maior que a do Daniel minutos atrás.

— Não — sorrio embaraçado. — É uma amiga. O nome dela é Layla e esse é o filho dela. Daniel.

A garota fica visivelmente intrigada, mas os cumprimenta normalmente sem comentar mais nada a respeito.

— A Karen está esperando vocês. Tem alguns lugares reservados pra vocês lá perto dela. Venham comigo.

Seguimos a jovem à medida em que nos conduz pelo recinto. A igreja é grande e está praticamente sem acentos vazios, exceto os nossos e alguns poucos do outro lado. Assim que Karen nos avista abre um sorriso de canto a canto do rosto. Noto que ela está usando o imobilizador e fico aliviado. Ela é muito teimosa, mas parece que o Douglas está conseguindo colocar juízo na cabeça dela. Layla e eu nos aproximamos dela para evitar que ande até nós. Com certeza ela já vai ter que subir ao púlpito na hora da cerimônia, e quanto menos esforço ela fizer, menos dolorosos serão as últimas horas antes da cirurgia.

Aperto a mão do Douglas primeiro por ele estar mais perto de mim.

— Boa noite — saúdo.

— Fala aí, compadre.

Legal. Fui promovido de cara para compadre.

Abaixo um pouco para cumprimentar Karen com um abraço.

— Obrigada por trazer a Layla. Eu nem tinha pensado nisso! Amei a surpresa.

— Eu não poderia perder esse momento — diz Layla apertando a mão do Douglas. Em seguida cumprimenta Karen. — Só espero conseguir segurar a emoção.

Toda a família da Karen está presente. Eu já estava pensando na possibilidade da Layla acabar sendo a madrinha de Bia junto comigo porque a Paola estava demorando muito. Ou eu que estava ansioso demais para me tornar oficialmente padrinho dessa menina.

Bia está no meu colo desde que acordou. Faz uns vinte minutos. Não tem como não se emocionar com a trajetória de vida que ela já enfrentou até aqui. E é exatamente sobre isso que o pastor está começando a falar. Eu não sei se ele já conhece a Karen ou o Douglas, mas ele conhece a história deles e está contando para toda a igreja. É um testemunho. Acho que é assim que chamam.

Olho ao redor disfarçadamente e vejo todo mundo que esteve envolvido na recuperação de Ana Beatriz. Desde o nascimento à alta médica. Layla limpa o canto dos olhos com cuidado para não borrar a maquiagem. Karen e Douglas estão de mãos dadas com os dedos entrelaçados. Ela seca as lágrimas com um lenço com a mão livre enquanto sua mãe chora como uma criança. Paola também está emocionada, mas sussurra em meu ouvido que quer segurar Bia também. Sorrio.

— Ela está confortável aqui. Quando ela aprender a falar, vai dizer qual colo ela prefere.

Paola sorri balançando a cabeça. Seremos os padrinhos mais brigões da história.

Finalmente o aguardado momento da cerimônia chega. Karen, Douglas, Paola e eu subimos ao púlpito. Entrego Bia ao pastor torcendo para que ele saiba mesmo segurar um bebê tão pequeno como ela. Por sorte, ele sabe.

— Sua mãe deve estar muito feliz vendo esse momento lá do céu — ele diz ao Douglas afastando o microfone da boca para que ninguém mais escute.

Então é isso. Essa é a igreja da qual a mãe dele fazia parte. Douglas assente contendo um suspiro emocionado enquanto a voz do pastor volta a soar pela igreja.

— O versículo terceiro do livro de Salmos diz assim: "Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão." Sem dúvidas de que Deus enviou Ana Beatriz a este mundo para ensinar muitas pessoas que tamanho não é sinônimo de força. E sim a fé. — as pessoas que assistem e ouvem atentamente as palavras do pastor dizem amém em uníssono. — Provérbios vinte e dois, versículo seis diz o seguinte: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." O mesmo caminho que a Irmã Ana ensinou seu filho a andar, e hoje é ele quem traz sua filha.

Aos poucos vou entrando em uma espécie de transe e não consigo desviar-me da imaginação criando cenas do Douglas vindo à igreja com a mãe aos domingos, enfrentando juntos as perdas que sofreram. Sua história passou na TV quando a entrevista com a Karen e a mãe dele foi ao ar. É diferente ver uma matéria sobre como foi a vida do policial morto, e outra é estar imerso em um cenário que fez parte de sua vida. E faz até hoje. Penso na minha própria infância agora. Nunca tive do que reclamar, mas de repente, fiquei pensando em como teria sido bom me sentir parte de alguma coisa, como Douglas e sua mãe fizeram parte dessa igreja.

O pastor pede que todos fechem os olhos e orem junto com ele. Eu não consigo fechar os olhos porque a cena dele erguendo Ana Beatriz acima de sua cabeça é deslumbrante. Sinto meus olhos encherem-se de lágrimas a cada palavra dita com o fervor de sua voz. Nunca senti nada parecido. Embora as palavras do líder do templo representem tudo o que eu desejo para a vida de Bia, tenho minhas próprias palavras em mente.

Que Deus continue protegendo e dando a força necessária para que ela continue crescendo com saúde.

Que ouça sempre o pai e a mãe, e obedeça seus ensinamentos. Porque ambos provaram muitos sabores amargos na vida e só querem que a dela seja o inverso, querem que seja doce.

Que ela se espelhe em sua mãe e seja uma grande mulher.

Que aprenda com o pai que o caminho certo, é se distanciar das coisas erradas, indo atrás de justiça.

E que seja feliz.

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Caiu um cisco no olho de vocês também? Eu tô só as lágrimas aqui.

Espero que tenham gostado e se emocionado.

Beijos e Feliz dia das Crianças!

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Capítulo publicado em 12/10/2020

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