68
Já é noite e eu continuo com toda aquela cena fresca na minha memória. Fiquei todo o tempo na expectativa de receber uma ligação do Douglas para acabar de vez com isso, porém, meu celular não tocou uma vez sequer. Para piorar, Kássia e Eduardo levaram mamãe para ver a casa que estão querendo comprar. Ou seja, não tenho com quem conversar ou pelo menos me distrair um pouco.
Bia já pegou no sono. Acabei de deitá-la no carrinho aqui na sala mesmo. Assim posso jantar e vigiá-la ao mesmo tempo. O problema é que ouvir aquela conversa mais cedo me fez perder o apetite. Penso em ligar para a Paola, mas logo lembro da nossa última conversa e chego a conclusão de que é melhor não. Na opinião dela, o Douglas estava fazendo tudo direitinho e não iria me esperar eternamente. Ela tinha razão. Se eu tivesse dito que sinto falta dele e que queria tentar mais uma vez, mesmo que fosse difícil no começo, ele não ponderaria voltar para a polícia e ir embora de novo. Só que eu não vou pedir para ele ficar desta vez. Se ficar aqui e abrir o restaurante não é seu sonho, talvez eu deva deixá-lo cumprir sua missão na terra.
Meu celular começa a vibrar no bolso e chego a tremer junto. Pego-o rapidamente e abro a notificação de mensagem.
Douglas: Tô no seu portão.
Todo o meu corpo gela. Talvez seja agora que eu vou ouvir o que eu temi desde que o Douglas pediu para voltar pela primeira vez.
Saio e abro o portão tentando evitar contato visual com ele. Não sei se vou conseguir fingir que não estou sabendo de nada caso tenha que olhá-lo nos olhos.
— Bia já dormiu? — questiona ao entrar.
— Sim. Ela passou o dia todo acordada, mas dei um banho nela ainda há pouco e ela dormiu.
Ele entra e vai direto até ela, no carrinho. Tento digitalizar e decifrar cada gesto que ele faz, mas não tenho nenhuma ideia se ele vai acabar com minha angústia agora ou vai me torturar por mais tempo. Por alguns instantes, ele a observa em silêncio e depois se vira para mim.
— Karen, eu não ia aparecer aqui a essa hora, mas preciso conversar com você — diz fazendo meu coração pular uma batida.
— Sobre o quê? — ele respira fundo e coça a barba por fazer.
— O Ronisthei esteve no restaurante hoje. Disse que o chefe da Interpol quer que eu volte para o caso do cartel e já tem outros trabalhos pra mim depois disso.
Engulo em seco. Não estava à espera de tanta sinceridade de uma única vez.
— Hum... — resmungo me limitando.
— Eu fiquei surpreso por ainda se interessarem pelo meu trabalho depois de eu ter colocado tudo a perder... Enfim... — ele faz uma pausa pegando fôlego para finalizar o que veio dizer. — O Ronisthei ameaçou tirar a sua escolta e da Bia se eu não me apresentar até amanhã.
Sinto as lágrimas começarem a se acumular em meus olhos e me esforço para não deixá-las cair. Eu não tenho como saber se isso é verdade. Desci as escadas correndo e não ouvi mais nada. Talvez a vontade de voltar para a investigação seja tão grande, que ele escolheu inventar argumentos sólidos para me convencer.
— Karen, eu sinto muito mesmo, mas não acho essa casa segura pra vocês. — sinto uma ruga se formar em meu cenho. — Eu vou ficar, mas não vou poder estar por aqui o tempo todo por causa do restaurante. Talvez se eu colocar um sistema de alarme na sua casa, consiga…
— Fala isso de novo — peço desorientada. Douglas é quem franze o cenho desta vez.
— Talvez seja uma boa ideia instalar um sistema de…
— Essa parte não, Douglas! A outra.
Ele meneia a cabeça e chega a parecer mais desorientado que eu.
— Eu vou ficar, Karen — diz usando um tom mais suave. — Era isso que você queria ouvir? — assinto deixando as lágrimas rolarem livres pelo meu rosto.
Enxugo uma lágrima inutilmente e me aproximo do Douglas ainda tentando ter certeza de que eu ouvi isso mesmo ou se estou sonhando. Alterno olhares entre suas íris à procura de algum indício de veracidade em suas palavras.
— Eu te amo, Karen. Não vou deixar vocês de novo. Não me importa se vão manter o programa de proteção ou não. Eu protejo vocês.
Toco seu rosto como uma última forma de atestar a autenticidade do que acabo de ouvir. Douglas não se move e me deixa passar aos mãos por cada traço seu. Só que isso ainda não é suficiente. Preciso de um pouco mais para findar o que aconteceu. Nossos lábios se encontram da mesma forma que diz naquela canção do Skank, como dois rios inteiros sem direção. Seus braços me envolvem trazendo de volta aquela sensação de que ele é tudo o que eu e Bia precisamos. Mais nada. Agora eu sei que é real.
Eu não sabia exatamente o que eu estava esperando acontecer para entregar meu coração a ele novamente, mas acabo de descobrir. Meu maior medo era vê-lo se render ao trabalho mais uma vez, deixando Bia e eu para trás. Mas é nos braços dele que eu tenho a certeza de que agora, nada mais pode nos separar.
O contato dos nossos corpos juntos mais uma vez envoltos por uma sensação de calor torna tudo ainda mais vívido do que eu precisava. Minha respiração ofegante implora por mais oxigênio, mas todo o tempo que ficamos separados me faz querer cobrar com juros cada beijo e cada toque que nos privamos de viver.
— Eu senti tanta falta disso... — diz em meu ouvido entre um beijo e outro. O rastro molhado que ele deixa em meu pescoço deixa minha pele arrepiada.
— Eu também... — respondo sentindo suas mãos quentes levantarem um pouco minha blusa e acariciando minhas costas.
Dou um pulo quando a porta da sala se abre de supetão e somos pegos em flagrante. Douglas abaixa minha blusa rapidamente e me puxa para a frente dele. Kássia nem tenta segurar o queixo quando entra. Eduardo ergue as sobrancelhas e quase deixa cair a caixa de pizza que carrega nas mãos.
— Oh, meu Deus! — mamãe exclama boquiaberta olhando dele para mim e de mim para ele. — Finjam que não entramos aqui. — ela pega Kássia pelo braço e a puxa para fora.
— Mãe, não precisa disso — falo indo em direção à ela, mas Douglas me segura.
— Karen... — diz tentando se comunicar apenas com olhares.
— Senta aí no sofá e coloca uma almofada em cima — sussurro sem conseguir conter uma risada quase silenciosa.
É claro que ele não quer que ninguém veja que ele está de pau duro, mas não posso deixar minha mãe, minha irmã e meu cunhado irem para a rua uma hora dessas. E se eu e o Douglas estamos bem de novo, eu quero que todo mundo saiba. Vou até a porta e encontro Kássia com cara de paisagem e mamãe com os olhos arregalados. Eduardo está abrindo a pizza e não parece muito surpreso com a situação.
— Por que você não ligou avisando que ele estava aqui?! — mamãe questiona.
— Aconteceu tudo tão rápido, mãe... Nós nos entendemos — digo sorrindo. Kássia cobre a boca com a mão e começa a dar pulinhos de alegria.
— Isso é ótimo, Karen! — mamãe me abraça forte e fico com a sensação de que todo mundo estava esperando por isso.
— Vamos comemorar com uma bela pizza de quatro queijos?! — Edu sugere mostrando a caixa semiaberta exalando um cheiro maravilhoso.
Todos entram novamente. Desta vez mamãe vai até Douglas e o cumprimenta alegre.
— Fico feliz que tenham se resolvido — diz ela. Ele se levanta, recuperado da onda de excitação e recebe um abraço terno da minha mãe.
— Obrigado, Dona Heloísa. Eu prometo que não vou mais deixar as mulheres da minha vida. Nunca mais.
— Eu sei que não — diz mostrando compaixão.
O tom de voz, o olhar compreensivo e o gesto positivo quase imperceptível que minha mãe fez, foi o último algarismo que faltava para que eu conseguisse calcular essa equação. O Douglas, assim como eu, passou por muitas coisas que o fizeram entender que agora somos tudo o que ele tem. E ele não vai deixar nada ser mais importante que nós agora. Pelo menos foi o que eu interpretei com cada parte do meu dia.
Parece que o tempo não passou. Eduardo e Douglas estão conversando como se tivessem se visto pela última vez ontem. Lembro que quando estivemos em São Paulo, Douglas se deu muito bem com o Edu e com poucos minutos de conversa, já pareciam melhores amigos de infância. Eu fico feliz por ver isso. O círculo de amigos do Douglas é todo da área policial e acho que é hora disso começar a ser mudado. Minha irmã e meu cunhado vão morar aqui perto, então vai ser ótimo para podermos nos ver com mais frequência e até sairmos todos juntos, quando Bia crescer um pouco mais.
Comemos a pizza enquanto Douglas falava sobre seus planos para o restaurante e Edu sobre a mudança para o Rio. Eu estou nas nuvens vendo essa conversa acontecer. Me sinto preenchida por uma forte vontade de viver e apreciar cada conquista do Douglas. Agora sinto que é para valer e quero estar junto dele em tudo.
Eduardo abre um bocejo cansado e me lembro que eles vão dormir aqui hoje. Na verdade, por alguns dias, já que a casa que foram ver não os agradou por ficar ao lado de um bar super agitado.
— Kássia, tem roupas de cama no armário embaixo da escada — lembro-a. — Sabe transformar o sofá em cama, não sabe?
— Sei — diz indo até o armário.
— Eu vou dormir no quarto da Bia — mamãe avisa.
— Tem um colchonete em cima do guarda-roupa dela — explico.
Noto Douglas confuso, já que ele não sabe que minha mãe se separou do meu pai. Ele olha para a tela do celular e se volta a mim.
— Você vai ficar aqui comigo, né? — pergunto.
— Quem sou eu pra debater isso com você? — diz com sarcasmo. Sorrio.
Trazer Bia para o quarto sem despertá-la parecia uma missão impossível, só que de missão impossível, o Douglas entende. Acho que nossa filha já está ajustando seus horários e não troca mais o dia pela noite. Ela está num sono bem pesado no bercinho ao lado da cama. Isso nos dá liberdade para o nosso tão merecido momento a sós.
Douglas apaga a luz do quarto e deixa apenas o abajur aceso. Meu corpo já está clamando por seu toque desde o momento em que nos beijamos lá embaixo. Ele deita ao meu lado e me abraça ao mesmo tempo em que inspira e expira meu cheiro. Depois beija meu pescoço repetidas vezes pelo caminho até minha boca. Um calor começa a percorrer todo o meu corpo em fração de segundos e minha respiração está totalmente fora do ritmo. Minhas mãos correm pelo seu tórax até chegar a barra de sua camisa. Eu não quero perder mais tempo. Desço a mão pelo seu tórax seguindo caminho se sua cicatriz do peito até sua bermuda, onde seu pau duro pulsa na minha mão. Ele arfa em meu ouvido e aperta minha bunda com força. Depois levanta minha camisola e começa a tatear minha calcinha.
— É aquela fúccia?! — sussurra.
— É... — devolvo o sussurro. Por coincidência eu estou usando a calcinha que ele admitiu gostar enquanto ainda estávamos separados.
— Você me deixa maluco. — suspiro ao ouvir sua voz rouca declarando que eu o enlouqueço. Eu quero dizer que ele também está me deixando maluca de desejo, mas ele está acariciando meu clitóris por cima da calcinha. Se eu tentar dizer qualquer coisa agora, vou acordar a casa toda. — E ainda usa aquela argolinha...
Tiro seu pau de dentro da roupa e começo a fazer movimentos de vai e vem. Sinto-o latejar no instante em que ele afasta minha calcinha e desliza o dedo até minha entrada. Tento controlar a onda de prazer que se espalha pelas minhas terminações nervosas, mas um gemido escapa e eu cubro a boca com a mão livre. Douglas descobre minha boca deixando claro que quer me ouvir gemer e isso me deixa tão excitada que sinto minha intimidade ficar ainda mais molhada.
Repentinamente, Douglas desfaz nosso contato e chego a pensar que algo está errado. Mas ele só está muito excitado e agitado. Ele tira minha calcinha e abre minhas pernas e se posiciona no meio delas. Levanta mais minha camisola e beija minha barriga, fazendo caminho até lá embaixo. Sua língua quente encontra meu clitóris rígido e todo meu corpo se contrai enquanto ele faz mágica comigo. O que ele está fazendo é uma delícia, mas senti muita falta desse homem e prefiro gozar com ele dentro de mim. Seguro seu rosto afastando-o apenas o suficiente para ele entender que estou prestes a ter um orgasmo. Me ergo rapidamente e beijo sua boca com luxúria, depois me viro de costas e fico de quatro para ele.
— Você continua fogosa, pequena — fala baixinho.
Viro o rosto para olhá-lo e sorrio com malícia. Ele devolve o sorriso safado e me penetra devagar. Sinto meu sorriso se desfazer enquanto mordo o lábio para não gemer. Faz bastante tempo que não transo, então está doendo um pouquinho para entrar. Mas isso deixa de ser percebido quando o Douglas volta a acariciar meu clitóris lentamente. Aperto o lençol a medida em que a dor se vai e tudo o que sinto é prazer. O choque do seu corpo contra o meu vai ganhando mais força até que eu grito involuntariamente. A porra do joelho.
— O que foi? — ele pergunta.
Nego com a cabeça. Não quero estragar nosso momento. Começo a deitar bem devagar e ele entende que é melhor trocar de posição, então deita por cima de mim e volta meter com força de novo. Aperto o lençol para evitar emitir algum som e acordar Bia. Douglas beija meu pescoço e segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. Uma sensação reconfortante me atravessa e aquece meu coração ao sentir seu toque carinhoso contrastando com a voracidade de suas estocadas. Sinto uma explosão de prazer se espalhar pelo meu corpo a medida em que meu orgasmo chega. Meus gemidos são baixos, mas suficientes para levar o Douglas ao mesmo nível de prazer que eu. Ele arfa em meu ouvido fazendo todos os pelos do meu corpo se erissarem. Em seguida, deita ao meu lado e me beija. Eu retribuo, pois esse beijo quer dizer muitas coisas.
Senti sua falta.
Eu te amo.
Estamos juntos de novo.
█▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀█
Olá, gente linda!
Em primeiro lugar, quero dizer que estou leve com o desfecho da história desses dois até aqui, tanto que parece que fui eu que tive esses orgasmos aí desse hot kkkk. Aliás, fazia tanto tempo que não escrevia um capítulo desse que nem sei se está no agrado de vocês. Espero que sim.
Bom, estou usando um celular novo e ainda estou me adaptando. Não sei se já comentei com vocês, mas eu escrevo e faço tudo sobre os livros pelo celular mesmo. Então me perdoem se deixei passar algum erro. Bjosss 😘😘😘
█▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄█
Capítulo publicado em 13/09/2020
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro