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De tudo que acontece na vida, a gente pode tirar uma lição. E a que tirei daquele acordo sem pé nem cabeça com a Layla, foi que era melhor colocar o pessoal e o profissional em linhas bem opostas. Faz quase dez anos que isso aconteceu, e esse foi o tempo que ficamos sem nos falar. E mesmo quando voltei a trabalhar no Firmino Machado, ainda não havia tido coragem de lhe dirigir a palavra e muito menos um olhar. O que me fez passar por cima disso tudo foi a Karen em trabalho de parto dentro do meu carro.

Aquela noite estava carregada de adrenalina, preocupação, medo. Só depois que toda a correria acabou e a cirurgia da Bia chegou ao fim, foi que Layla e eu tivemos tempo para nos dar conta de que, um dia, tivemos uma ligação no passado que extrapolou muitos limites. A lembrança de tudo desabando em cima de nossas cabeças ainda era fresca. Layla tentou iniciar uma conversa paralela, saindo do foco da cirurgia cardíaca da Ana Beatriz. Eu limitei. Não conseguia lidar com aquilo. No entanto, o decorrer dos dias me mostrou que seria inevitável tê-la presente no meu dia a dia por trabalharmos no mesmo hospital. E não só por isso. Bia se tornou o gatilho para tudo o que estava tentando afastar. Duas paixões antigas: neonatologia e...

— Mas como a Layla encarou tudo isso, já que estavam seguindo por um caminho além do combinado? — Karen pergunta cheia de curiosidades.

— Por ela, teríamos seguido em frente, mas como eu te falei, passei a me sentir menos homem perto dela. Por isso resolvi fazer residência em outro hospital. — ela assente em silêncio e sei que isso é um lamento da parte dela. — Karen, por mais que esse seja um assunto pesado, parece que eu tô mais leve agora que falamos sobre isso.

No exato momento em que a Marcela disse que estava grávida, eu me senti um idiota ao cubo. Por ser traído, por quase dar meu nome a um bebê que não é meu e por ter deixado esse relacionamento ir tão longe. Nunca pensei que em algum momento da minha vida eu poderia agradecer a Deus por ter tido um tumor na bexiga. Se não fosse por aquele tumor, eu estaria agora fazendo a mudança da Marcela para cá e transformando meu escritório em um quarto para um bebê que é fruto de seu mau caráter.

— Eu também tô mais leve agora. Achei que você fosse berrar comigo por estar me intrometendo na sua vida — diz sorrindo. Eu jamais faria isso com ela. — Como vai contar isso à Marcela?

— Eu não queria contar — falo. — Cheguei a perguntar se ela esteve com alguém... Tentei fazer com que ela assumisse o erro sem que eu precisasse falar. — respiro fundo. — Você é a única pessoa que sabe disso. Além da Layla, é claro.

— Não se preocupa, Daniel. Não vou contar isso pra ninguém — diz convicta. Eu confio na Karen e sei que por ela, ninguém vai ficar sabendo. — Mas ela é uma muito dissimulada!

— Isso também te irritou, né? — indago deixando um sorriso escapar.

— Mas é claro! Eu dei força pra vocês ficarem juntos... Dei minha passagem pra que ela fosse com você ao congresso de medicina ano passado. E ainda deixei de ficar com minha filha ontem pra fazer o exame dela — fala sem parar para respirar. Ela faz gestos negativos com a cabeça e volta a olhar para mim, mas agora, com preocupação. — Daniel, a Marcela disse que não quer ser mãe solteira...

— Azar o dela.

— Sim, eu sei... Mas ela se referiu a fazer um aborto — explica.

Engulo em seco. Cada minuto que se passa eu vou conhecendo lados da Marcela que pensava só existir em novelas mexicanas. E parece que a Karen virou uma espectadora para esse tipo de cena. Queria que ela não se preocupasse tanto com isso, mas depois de tudo o que ela passou na gravidez, sei que ficou mais sensível a qualquer coisa sobre o assunto. E isso inclui esse suposto aborto que a Marcela quer usar para chamar a atenção.

— Karen, o filho não é meu. O problema também não. Se eu fosse o pai dessa criança, a história seria outra. Só que em algum momento, eu não iria aguentar viver com ela. Já não tava aguentando essa manipulação ridícula. Com certeza travaríamos uma guerra na justiça pela guarda da criança, e eu ganharia, é claro. Ela não tem sanidade mental pra ser mãe.

— Agora eu não sei o que fazer... Aquela cínica tá esperando uma ligação minha pra contar como foi essa conversa. Ela tá achando que você vai lá na casa dela hoje pra conversar.

— Pode ligar e dizer que eu vou. Só que a conversa não vai ser do jeito que ela tá pensando.

•°• ✾ •°•

A Marcela não merece nem um pingo de consideração minha. Contar toda a verdade para ela é a forma que escolhi para fazê-la se corroer pelo que fez. Ela é do tipo que faz qualquer coisa para conseguir o que quer, só que dessa vez se deu mal.

Mesmo que eu tenha deixado a Karen por dentro de tudo e a par de todos os meus segredos mais obscuros, achei melhor ela fingir que eu não havia lhe contado nada. Pelo bem dela. Disse que ela podia ligar ou mandar mensagem para a Marcela dizendo que eu já estava arrependido e que iria à casa dela à noite para conversarmos. É claro que em algum momento ela se daria conta de que isso é mentira, mas não me importo. Ela só precisa acreditar na Karen. O resto eu vou assumir sozinho.

Meu plano é o seguinte: entrar na casa dela; mostrar um espermograma que fiz há quase dez anos como prova de que ela é uma mentirosa da pior espécie e meter o pé de lá. A primeira parte do plano começa agora. Marcela abre a porta de sua casa com um semblante cansado. Deve ter ensaiado isso em frente ao espelho por longos minutos.

— Entra — diz com a voz fraca. Tudo soa tão falso que me inoja. Então resolvo que nem vou entrar.

— Não posso demorar. Vou encontrar meus primos num barzinho. — ela chega a abrir a boca para dizer algo, mas desiste quando me vê engatando em outro assunto. — Queria que a Karen me mostrasse seu exame?

Marcela me encara com uma expressão explicitamente fingida.

— Foi o único jeito que encontrei de fazer você me dar a chance de falar. Não é lindo o nosso bebê?! — sorrio impressionado com sua encenação.

— Também tenho um exame para te mostrar. — estendo a mão para lhe entregar o laudo.

— O que é isso?! — pergunta confusa. Espero até que leia e entenda tudo sozinha, mas ela parece tão surpreendida, que apenas alterna olhares entre mim e os papéis.

— Isso é um laudo médico que comprova que eu sou estéril, Marcela. Esse bebê não é meu.

Ela nega com gestos e vira as páginas como se pudesse encontrar alguma coisa errada nelas.

— Isso é impossível, Daniel! — diz começando a perder o controle da cena que ensaiou por horas. Saboreio sua expressão enquanto é desmascarada. — Esses resultados... Eles... Não podem estar corretos...

— Marcela, aceita que você foi pega. Desse golpe eu tô imune. Agora vai atrás do verdadeiro pai desse bebê. Isso se você souber quem é. — dou-lhe as costas e abro a porta do carro, mas ela me segura.

— Como pode desconfiar de mim e não desses exames, Daniel?! Eu não mereço nem que você refaça esse exame???

— De mim você não merece nada, Marcela. Eu só espero que você consiga se tornar uma pessoa melhor antes que esse bebê venha ao mundo, porque neste momento, você não passa de uma mentirosa sem caráter. Qual era o seu objetivo me enganando desse jeito?!

— Em primeiro lugar, eu não estou enganando você! Você foi enganado por esse... Exame. — gargalho alto. — Nós estamos prestes a nos tornar uma família... Vou ter um filho seu e você não vai mais precisar ficar em cima da filha da Karen como se fosse pai dela!

Sou obrigado a segurar a náusea que as palavras da Marcela me causam. Isso tudo é por ciúme, inveja e sabe Deus mais o quê. Tudo o que eu odeio em um relacionamento compilado em uma única mulher.

— Eu tava prestes a terminar com você por razões que você tava cega demais pra enxergar.

— Daniel... — ela tenta em desespero.

— Sabe? Eu não posso nem ficar chateado... Você me fez um imenso favor facilitando as coisas! Obrigado.

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Oiê!
O capítulo de hoje é bem pequeno, mas espero que tenham gostado.
No próximo já terá se passado algumas semanas, então teremos algumas mudanças.
Ansiosas?
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Capítulo publicado em 26/08/2020

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