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59

Adentro o hospital novamente sentindo as pancadas do meu coração a cada nova pulsação. Não posso entrar no quarto de Caio para me despedir dos convidados no estado em que estou. Entro na mesma sala onde destravei o zíper da fantasia do Douglas e me sento em uma cadeira. Enterro o rosto nas mãos e tento encontrar um equilíbrio dentro de mim.

O que foi que aconteceu lá fora?

Parece que um furacão passou carregando tudo à minha volta. Me girou para um lado e outro, mas não me derrubou. O lugar onde eu estava enquanto esse furacão passava já não era o estacionamento do INCA, era o meu inferno, e o que ele carregou para longe, foram todos os demônios que me faziam lembrar das minhas piores memórias.

Cheguei a pensar que me entregaria de volta ao Douglas assim que ele disse que desiste da missão. Não sei se o presente é o tempo certo a ser usado nessa colocação, já que as coisas seguiram de outra forma. Ele não desistiu e não pode voltar no passado para consertar tudo. Por outro lado, minhas memórias tiveram um novo acesso através dessa conversa e muitos dos fantasmas que assolavam a minha vida foram dizimados.

Não foi mágica. E também não foi porque nos beijamos novamente depois de tanto tempo e faíscas atravessaram todo o meu corpo. Foram as coisas que ele falou. Suas palavras tiveram um poder muito grande sobre mim. Ele disse algo que eu não cheguei a pensar em momento algum. E pensar foi algo que eu fiz muito desde que ele morreu.

Eu me culpei por muito tempo de diversas formas diferentes e usando motivos diferentes. Mas ele foi bem mais preciso quando refletiu sobre isso e assumiu sua culpa por ter seguido seu instinto obsessivo, preferindo seguir rastros até o Alejandro quando poderíamos ter saído juntos do Rio de Janeiro. Eu sempre soube que tinha razão sobre uma coisa, ele não deveria ir atrás do Alejandro por conta própria passando por cima das ordens do Da Matta, mesmo o delegado sendo o menos inteligente dos delegados que já ouvi falar. Se tivéssemos ficados juntos, nada poderia ter nos afastado.

Foi por pouco que eu não cedi a ele. Toda aquela simulação do encontro que não tivemos foi capaz de me fazer esquecer quase tudo o que me impede de voltar para os seus braços de uma vez por todas. O paradoxo está justo aí: a razão para quase voltar a ser sua mulher é a mesma para não ser. Ele reconhece que tem uma mente obsessiva quando se trata do trabalho dele na polícia. Só que eu guardo um questionamento comigo por medo de manipular, sem querer, suas atitudes. Será que a obsessão que ele estava com aquele caso era porque, talvez, fosse o maior que já pôde diligenciar ou porque me envolvia diretamente?

Fui muito egoísta nesses últimos tempos e até cega. Me senti atingida em cheio por tudo o que aconteceu que ignorei o fato dele ter quase se dividido em dois para não deixar que nada me acontecesse. Desde o início. Ele estava trabalhando no caso em busca do Alejandro e os outros bandidos do cartel e procurando uma maneira de provar minha inocência. Tudo fugiu de seu controle e ele tomou a péssima decisão de partir para aquela missão, mas quando corri perigo, ele voltou e me salvou novamente.

São dois lados diferentes. Ou dois pólos iguais exercendo a mesma força um contra o outro, afastando-os. Foi isso que me fez prolongar um pouco mais essa distância entre nós. Ele quis muito estar perto de mim na mesma medida em que quis ir para longe. E foi. Onde ele quer estar agora e por quanto tempo será que esse querer vai durar?

— Karen?! — uma voz feminina me tira dos meus devaneios. Sofia me encara com curiosidade. — Achei que já tivesse ido embora, mas vi seu carro lá fora e...

— Eu me senti um pouco mal e fui tomar um ar fresco, depois entrei e me sentei aqui... — minto. — Vou lá me despedir do Caio e da família dele — falo me levantando.

— Eles já foram embora. Todos já foram — diz ela me contrariando. Mas pensando bem, seria difícil fingir que estou bem para eles. — Inclusive eu também já estava indo, mas vi seu carro e voltei. O que você tem?!

Penso por um par de segundos e decido que Sofia não merece ouvir o drama pelo qual tenho passado. Sem levar em conta o fato de que, tanto ela quanto sua mãe, eram muito próximas de Dona Ana e seria desagradável, para ambas, saberem que o filho da falecida irmã da igreja e eu estamos vivendo essa guerra de sentimentos.

— Só uma queda de pressão. — sorrio para tentar fazer parecer que já estou melhor. — Quer uma carona?

•°• ✾ •°•

Parecia que meu argumento havia sido sólido, já que Sofia passou os vinte minutos de trajeto falando sobre sua faculdade de publicidade e o quanto é apaixonada pela informação e propaganda. Ela é articulada e sabe conduzir uma conversa agradável. O assunto nunca se perde. A jovem universitária sempre encontra uma ponta solta da conversa e emenda logo em outra. Apenas quando parei o carro em frente à sua casa foi que ela resolveu dizer que sabe que Douglas e eu estamos tendo dificuldades para nos entender. Me perguntei se ele poderia ter procurado a Irmã Helena para conversar, já que era amiga de sua mãe, mas Sofia não me deixou com essa dúvida por muito tempo. Falou que era fácil perceber por tudo o que vinha acontecendo. Falsa morte; parto da Bia com ele longe; seu retorno em pleno sepultamento da mãe. Fiquei sem saber o que responder. Não que ela tivesse me dado espaço. Pelo contrário, ainda disse que vai orar por nós e aguardar uma resposta positiva nossa em breve. Agradeci a gentileza, pois sei que é sincera, e agora estou indo embora.

Não posso negar que cada centímetro do meu corpo está trabalhando em uma frequência diferente depois daquele beijo. Sentir o toque do Douglas percorrer minhas costas como se procurasse a parte da minha pele onde minha sensibilidade é maior, foi maravilhoso. Eu bloqueei minhas respostas físicas tanto quanto pude.

A lembrança mais desconfortável da nossa conversa ganha mais espaço na minha cabeça agora.

"Não troque o que a gente viveu e o que ainda pode viver por um sentimento que surgiu em meio à vulnerabilidade."

Será que o Douglas faz ideia do impacto que o Daniel tem na minha vida por não ter saído de perto de mim quando ele não estava aqui? Isso não pode ser chamado de gratidão. A verdade é que eu tenho medo de descobrir qualquer que seja a natureza desse sentimento, e chego a pensar se não o criei como uma forma de me defender de uma possível volta com o Douglas. Digamos que tudo o que vivi com ele me faz achar que ele é instável demais e não vai conseguir ficar longe de seu instinto policial.

As luzes da cidade brilhando no caminho de volta para casa me levam a um lugar mais profundo de mim mesma. Parece uma espécie de saudade, só que de algo que eu nunca vivi. Eu senti muito isso nas primeiras semanas de luto pelo Douglas. Queria que tudo o que planejamos para depois da investigação pudesse se realizar de alguma forma. Tínhamos passagens para a Califórnia compradas. Iríamos marcar a data do nosso casamento durante a viagem e retornaríamos com o início de nossa vida juntos diante de nós. A vontade de que tudo isso se concretizasse se despedaçou quando soube que ele estava vivo, porém, não havia se dado o trabalho de me contar.

Deus, o tempo, ou aquele beijo, está fazendo eu refazer e repetir, na minha mente, essas cenas do que não vivemos. Uma vasta gama de possibilidades, de repente, resolve se abrir diante de mim. Mas eu as afasto assim que percebo que minhas defesas estão desmoronando.

Chego em casa e respiro fundo assim que vejo minha irmã sentada no meu sofá com um belo sorriso estampado no rosto. Sei que vai querer saber de cada detalhe da festinha, já que se empenhou tanto em me ajudar com os doces. Assim que coloco minha bolsa na mesa de centro e torno a olhar para Kássia, noto que seu semblante já não é mais o mesmo.

— O que deu errado lá? — indaga com o cenho franzido. Me sento ao seu lado e começo a tirar os sapatos. — Oh, meu Deus! Não me diga que o Douglas causou algum auê em plena festa!

— Não exatamente. — recosto no sofá mirando o teto da cozinha e estico as pernas até alcançar a mesa de centro e apoio meus pés nela para aliviar a dor no joelho. — Ele se fantasiou de herói e animou a festa do Caio. Foi... Incrível o que ele fez.

Noto o silêncio de Kássia e olho-a esperando uma reação. Ela mantém o cenho franzido, mas agora carrega um sorriso idiota nos lábios.

— O que mais aconteceu?! — volto a olhar o teto e inspiro todo ar que consigo

— Ele me beijou. — expiro lentamente esvaziando meus pulmões e tentando manter a calma diante do que deixei acontecer. Olho novamente para a Kássia.

— Você quer que eu fique fazendo perguntas?! Fala logo tudo o que rolou depois disso!

— Não rolou nada, Kássia. Eu não consegui ir adiante com esse beijo. Ele disse que sabe que eu tô confusa e... Sei lá... Balançada pelo Daniel. Disse com todas as letras e ainda me deu razão.

— E o que você falou???

— Não falei nada. Isso me pegou desprevenida... Eu não tava preparada pra ouvir uma coisa dessas dele. Acredita que ele ainda falou que eu não posso trocar o que a gente viveu por um sentimento que surgiu enquanto eu tava vulnerável?!

— Karen, você tá muito dividida!

— Eu?! Dividida?! — tiro os pés da mesa e me ajeito no sofá para encará-la melhor.

— Sim! Você precisa se olhar no espelho e ver com que cara você tá agora. Não é a mesma de quando saiu. — nego com a cabeça. — O Douglas ainda mexe muito com você, Karen. Vocês têm uma história agitada e intensa. Vocês têm uma filha... Um elo pra toda a vida...

— Não é por essa razão que eu devo voltar pra ele!

— Eu sei. Não é isso que eu tô dizendo. Tô tentando mostrar a você o quanto vocês ainda têm uma ligação forte e que foi fruto de amor. Sei que você tá sentindo alguma coisa pelo Daniel e sei também que não é um sentimento sem fundamento. O cara é apaixonado por você...

Foi apaixonado! Não é mais — esclareço.

— Você não sabe. Você deduziu isso, mas não sabe. Continuando... Ele mandou muito mal escondendo a verdade de você, mas passou por cima disso pra não te deixar sozinha. Ele se preocupa pra caramba com você e com a Bia.

— Kássia, você sabe que não tá me ajudando em porra nenhuma falando isso, né? Só tá me deixando ainda mais confusa...

— Você conhece bem o Douglas. Por isso tem medo de voltar e ver ele cometer os mesmos erros de novo. Karen, você precisa conversar com o Daniel. Tem que tentar descobrir se ele ainda te ama e dar uma chance. Não pra ele, uma chance pra vocês.

— Já não bastava você falar deles como se fossem candidatos e que eu precisasse comparar os currículos pra ver qual dos dois pode gerir melhor a minha empresa. Agora quer que eu entreviste o Daniel?! — gargalho achando essa ideia ridícula demais.

— Se você acha mais fácil analisar dessa forma... O Douglas já foi o gerente dessa empresa. Fez umas belas cagadas e quase levou a empresa à falência enquanto o Daniel estava dando um duro danado por uma promoção.

— Okay. Só que o Douglas tomou uma justa causa e o Daniel trabalha pra concorrência agora — simplifico e me levanto na intenção de abandonar essa conversa esquisita.

— Não foi isso. O Douglas pediu demissão e tá arrependido. E o Daniel trabalha pra concorrência agora porque você foi uma péssima chefe não valorizando as habilidades dele.

— Aí você acha que eu devo fazer uma proposta irrecusável pra ele largar a concorrência?! — questiono com ironia.

— Não exatamente. Você só tem que tentar descobrir se ele ainda tem interesse em assumir o cargo.

— Kássia, eu não sou uma empresa; Não estou procurando uma pessoa pra ocupar um espaço vazio na minha vida; Não quero confundir a cabeça de ninguém por causa das minhas próprias confusões. 

•°• ✾ •°•

Embora Kássia tenha usado metáforas completamente fora da caixa, fui obrigada a dar razão à uma coisa ou outra que ela disse. Principalmente a parte sobre eu ter medo de ver o Douglas cometer os mesmos erros. Sentir seu beijo e seu toque ontem à noite me fez titubear. Fez coisas enterradas voltarem à superfície. Coisas enterradas é uma expressão muito vazia. O certo seria usar a palavra soterrada, já que meu mundo havia desabado e meus sentimentos ficaram perdidos embaixo dos escombros. Nesse desmoronamento, o Daniel era o único pilar que me mantinha a salvo. Olhando por esse ângulo, eu mesma me dou razão por ter desenvolvido um sentimento por ele. A única coisa que me obriga a delimitar esse sentimento, é ter a plena certeza de que ele não teve a intenção de me fazer apaixonar por ele. Eu estava vulnerável sim, mas ele não se aproveitou disso em nenhum momento.

Hoje era para ser um domingo como outro qualquer. Eu cuidaria da minha filha e revesaria com a Kássia para darmos conta da casa e do almoço. Receberíamos visitas como nossa mãe e meus amigos. Tudo acaba de ficar confuso quando abro o portão e dou de cara com a Marcela. Ainda seria um domingo comum se ela não estivesse abatida e com uma expressão de quem passou a noite em claro.

— Você tá bem?! — pergunto.

— Posso entrar? — sua pergunta me faz notar que eu não fui nem um pouco educada. Automaticamente abro espaço para que ela entre e me desculpo logo em seguida.

Kássia não esconde que está surpresa pela visita totalmente inesperada da Marcela, porém, ao ver meu olhar repreensivo, ela a cumprimenta gentilmente.

— Quer beber alguma coisa, Marcela? — minha irmã indaga. — Um suco ou uma água?

— Não, obrigada — responde forçando um sorriso. — Eu só... Preciso conversar um pouco com a Karen.

— Tudo bem. Vou deixar vocês a sós — diz minha irmã. — Karen, vou lá em cima ver como Bia está. — assinto.

Não consigo deixar de sentir que algo muito estranho está acontecendo. Trata-se da Marcela. Já estive em uma situação desconfortável com ela e temo que esta seja mais uma. Assisto minha irmã sumir pela escada e depois dedico minha atenção à Marcela esperando que ela comece a falar, mas nada acontece.

— O que tá acontecendo? Você tá tão...

— Grávida. — a única palavra que ela diz cala todas as minhas seguintes. — Eu tô grávida.

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Oieeeee!

Bom, o livro de avisos não está funcionando como eu gostaria, então resolvi usar o fim do capítulo de novo pra gente trocar uma ideia.
Seguinte, esse é o capítulo 59 e eu estou escrevendo o 68. Faltam dois grandes acontecimentos e o epílogo para eu poder dizer que concluí o livro 2.
"Mas o que isso tem a ver?"
Eu gostaria de saber o que vocês esperam que aconteça ou algum acontecimento que vocês acham que ficaria legal. Tudo de importante já foi escrito, e como não tenho planos (por enquanto) de escrever o livro 3, fiquei pensando no que poderia agradar vocês.

Conto com as respostas, mas não vou dizer se a sugestão de vocês vai entrar ou não. Será surpresa.

Obrigada pela colaboração e paciência
😘
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Capítulo publicado em 19/08/2020

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