Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

43

Um nó na garganta me incomodou durante o resto da tarde, desde que aquela conversa com a Marcela aconteceu. Eu sinto muito que tudo tenha conspirado para que ela acreditasse que eu ofereço algum tipo de ameaça à relação dela com o Daniel, mas gostaria que ela entendesse que entre nós só há amizade. Por outro lado, paro e penso que chega a ser um pouco compreensível, já que quando foi comigo, eu quis esganar a Vivian. E eu ainda tinha mais motivos. O Douglas e ela tinham uma tensão sexual muito grande e, depois que eu soube disso, por vezes me achei inferior a ela. Isso era eu mesma quem criava, pois ele nunca tinha me dado motivos para achar que eu não era boa o suficiente na cama, pelo contrário. Pensar nisso agora me traz sensações ruins, porque mesmo que eles tenham sido apenas amigos depois que o Douglas e eu começamos a ter um relacionamento, o fato dele me esconder sobre a investigação, me fazia ligar todas as minhas desconfianças à ela. Esse era um dos pontos negativos sobre o tempo em que ficamos juntos. Um motivo entre inúmeros outros.

Eu queria poder contar o que aconteceu hoje para alguém. O Wesley faria um escândalo no telefone e me deixaria surda, então penso na Paola. Mesmo assim não seria boa ideia, uma vez que ela e a Marcela trabalham juntas na clínica e o clima ficaria estranho demais. Já a Kássia nem conhece a Marcela. Logo ela acaba sendo a minha escolhida.

Acordada ainda? São 23h20! — ela atende já me dando bronca.

— Não consigo dormir — falo. — Acredita que a namorada do Daniel veio me visitar e deu uma pequena crise de ciúmes?!

Mentira!!! Que cretina! — é ruim fazer a Kássia odiá-la sem nem conhecê-la.

— Não, Kássia... Ela não é má pessoa e não me tratou mal — explico. — Até trouxe um presentinho lindo para a Bia.

Alerta de falsidade. Agrada e depois dá uma rasteira — ela diz isso e depois ri do próprio comentário.

— Não acredito que seja esse o caso. No período em que eu trabalhei na clínica da mamãe, a gente se dava muito bem — explico. — O problema é que agora que ela está com o Daniel, ela se sente intimidada por mim.

Karen, deve haver algum motivo pra isso. Pode ser que ela tenha desconfiado que já rolou alguma coisa entre vocês.

— Ela sabe — revelo. — Disse que ele contou à ela. Só que muita coisa mudou e acredito que ele não deve sentir mais nada por mim.

E isso está te incomodando? — sua pergunta soa desafiadora.

— Não — respondo imediatamente. — Eu escolhi ficar com o Douglas e não é porque deu tudo errado que eu vou querer me aproveitar de um possível resto de sentimento pra...

Karen, me refiro à crise de ciúmes dela. — respiro fundo e coço atrás da orelha, me dando conta de que interpretei errado.

— Não. Não me sinto incomodada com o ciúme dela por ele. Só não queria ter que me afastar dele, entende? Ela praticamente me fez prometer que não vou me meter no caminho dela.

Credo!

— Mas não com essas palavras. Ele é uma pessoa muito especial pra mim. Tivemos um momento conturbado por causa de toda aquela mentira, aí logo agora que tudo está voltando ao normal naturalmente, vou ter que começar tudo de novo.

Se eu fosse você, não me preocuparia tanto com isso. Na verdade, aproveitaria a situação para tirar a prova de que essa reaproximação não é só coincidência. Seu joelho, a academia, o parto... — fico analisando suas palavras com atenção. — Se ele for mesmo seu amigo, vai até você sem que você precise fazer alguma coisa, entende? Aí a Marcela vai ver com o tempo que amizade entre homem e mulher existe mesmo, e vai ter que aceitar.

— Que a sua teoria esteja correta.

De nada — ela ironiza. — Agora desencana e vai dormir. Se não conseguir, vai ordenhar essas tetas pra Bia poder ter o leitinho dela.

— Boa noite, irmã mais velha.

Boa noite, pirralha.

•°• ✾ •°•

Desperto repentinamente com um sobressalto. Em fração de milésimos de segundos estou sentada na cama do hospital com a mão sobre o peito sendo esmurrado com as batidas do meu coração. Um misto de medo e angústia me invade, coisa que eu posso chamar de pressentimento ruim. Nunca senti nada parecido. Olho ao meu redor e a pouca luz que atravessa a persiana não me permite ver muita coisa, então desço da cama bem devagar, testando o nível de dor no meu joelho. Está suportável, pois além de ter feito repouso, o peso extra da gravidez já está reduzindo e diminuindo a sobrecarga. Corro até o interruptor trazendo luz ao quarto. Nada fora do lugar. Meu primeiro pensamento é a Bia. Será que aconteceu alguma coisa com ela? Não vou conseguir voltar a dormir até ver se ela está bem. Do jeito que estou, acho que consigo ir caminhando até a UTI neonatal. O único problema vai ser controlar meu medo de que algo esteja acontecendo com ela e começar a correr pelos corredores.

Abro a porta e, sutilmente, olho para os dois lados. A madrugada aqui costuma ser calma e a equipe fica reduzida para que alguns consigam descansar para aguentar o plantão. Sigo pelo corredor para a esquerda num ritmo de caminhada, dando a entender que estou apenas sem sono e movimentando o corpo, o que é recomendado no meu caso. Não quero e não posso chamar a atenção até alcançar o fim do corredor até meu destino, pois nesse horário não é permitido a presença de ninguém na UTI, exceto os plantonistas. Meus passos ganham um pouco mais de velocidade quando passo da última enfermaria antes das portas por onde eu, provavelmente, não vou passar se tiver alguém vigiando. Faltam alguns metros ainda, mas não vou nem olhar para trás.

Meu ritmo cardíaco fica incalculável quando uma silhueta nada compatível com a de um profissional da saúde sai da UTI. A pessoa que está vestida com roupas escuras dobra o corredor sem perceber que foi vista por mim. Uma espécie de pânico toma conta de mim quando mil e um pensamentos me apunhalam a mente. Quantas pessoas nesse mundo poderiam querer vingar a morte do Douglas tirando a vida da filha dele?! De passos apressados a corrida desesperada, sigo em linha reta até estar dentro da UTI, onde não há ninguém na enfermaria. Me dirijo rapidamente à grande janela de vidro e busco minha filha com os olhos turvos. Ela está lá dentro parecendo um anjo, para o meu alívio. Coloco a mão direita sobre o peito tentando fazê-lo diminuir um pouco o ritmo, até que ele alcança o mesmo que mostra no monitor cardíaco da minha bebê.

— Você não deveria estar aqui, mãezinha — diz a enfermeira que já até se acostumou com a minha relutância em ver a Bia de hora em hora.

— Eu senti um aperto no peito e resolvi vir aqui pra ver se ela está bem — desabafo.

— Ela está ótima! Estamos cuidando muito bem dela, pode ficar tranquila — diz ela sorrindo.

— Mas assim que eu entrei, não tinha ninguém aqui e um homem estranho acabou de sair — alerto.

— Eu fui ao banheiro rapidinho, mas já estou aqui. Sobre esse homem, talvez tenha sido algum dos seguranças do hospital. Eles fazem rondas noturnas.

— Dentro da UTI neo?! — pergunto perplexa.

— Ou a senhora esteja precisando descansar, Dra. Karen — ela fala tentando não soar de forma ofensiva. Ignoro e inspiro o ar voltando meu olhar à Bia antes de ir atrás de descobrir se estou beirando à loucura ou não.

A sensação que eu fico é de que aquela época em que as pessoas me tiravam como louca, voltou. Porém, preciso provar à mim mesma de que realmente havia alguém aqui. Assim que deixo a UTI, acelero meus passos indo atrás de quem quer que seja essa pessoa. Consigo vê-lo dobrando o corredor para a direita e tento me apressar ainda mais para pegá-lo, porém, ele andando, consegue ser mais rápido do que eu correndo. Meu joelho começa a latejar me obrigando a diminuir a velocidade, o que eu me recuso a fazer, pois não vou desistir tão fácil. O ar começa a faltar devido a corrida e eu me forço a continuar até que uma sombra se coloca diante de mim. Uma sombra com dois braços que me seguram me impedindo de prosseguir.

— Aonde pensa que vai?! — a sombra de boné preto me pergunta.

Dirijo meu olhar aos de Vinícius enquanto respiro de forma apressada para recuperar a capacidade de falar.

— Tinha um... — paro sentindo os pulmões queimarem com todo o esforço. — Tinha um cara estranho saindo da UTI. Você viu alguém passando por aqui???

— Não — ele responde com as sobrancelhas grossas franzidas. — Ninguém passou por aqui.

— Impossível! — vocifero. — Vi com meus próprios olhos!

— Dona, eu tô vigiando esses corredores há horas... Ninguém além de médicos e enfermeiros estiveram aqui.

Me sentindo fracassada, olho em todas as direções à procura do intruso que estava passeando pelo hospital.

— Então você não tá fazendo o seu trabalho direito — falo encarando-o à medida em que seus olhos se estreitam.

— A senhora deve ter visto um dos outros seguranças, nada demais — ele rebate ainda bloqueando o caminho. — Vou te acompanhar até seu quarto.

— Eu sei o caminho — retruco puxando meu braço de sua mão. — Não precisa me levar a lugar nenhum.

— Mesmo assim, eu faço questão.

Bufo e inicio o caminho de volta seguida da sombra desagradável do Vinícius. Talvez ele não queira admitir que alguém estranho passou despercebido por ele e pelos outros seguranças. É uma tremenda falha da parte deles.

— Gostou das flores? — Vinícius indaga com um sorriso malicioso nos lábios. Eu o olho de lado tentando fazer com que raios lasers o atinjam e o transformem em cinzas. — Okay. Nada de papo — diz ele erguendo as mãos em sinal de rendição.

Caminho inspecionando cada canto do trajeto imaginando que alguma pista tenha sido deixada para trás, até perceber que nenhum vestígio ficou evidente. Mas há algo errado nessa história. Mesmo que eu tenha visto um segurança, o Vinícius teria visto, pois o suspeito seguiu pelo mesmo corredor onde ele estava.

Abro a porta do quarto e nem me despeço do Vinícius, apenas entro e piso duro no chão até chegar à minha cama. O problema é que o som da porta se fechando é seguido do barulho dela sendo trancada. Viro meu corpo rapidamente e vejo o Vinícius colocando a chave no bolso. Imediatamente meu corpo todo começa a tremer.

— O que você tá fazendo??? — questiono com a voz embargada. — Se você não sair daqui agora eu juro que vou gritar!!!

— Calma, dona! — ele pede visivelmente assustado com a minha reação. — Eu só quero falar em particular sobre o que a senhora viu no corredor...

Logo meu pânico dá lugar ao interesse no assunto.

— Então fala logo! Tem alguém me perseguindo de novo ou querendo fazer algum mal à minha filha? Aquele cara era membro do cartel???

— Não — ele refuta ao mesmo tempo em que nega com a cabeça. — Era o Sant'Anna. Douglas Sant'Anna.

— O quê?! — toda a minha estrutura entra em declínio com a resposta do Vinícius. — Então... Então ele... voltou?!

— Não — diz ele. — Quero dizer, não tenho todas as informações, só sei que o Ronisthei autorizou que ele viesse ao Rio temporariamente. — vendo meu silêncio pedindo mais explicações, ele continua. — Ele soube que a mãe está mal e que a filha de vocês já nasceu. Nós nos organizamos estrategicamente para que ele fosse vê-las.

— Então ele está com a Dona Ana agora?

— Agora eu não sei te dizer, já que a senhora fez um pequeno alarde no hospital dizendo que viu alguém estranho saindo da UTI — diz fazendo aspas com os dedos.

— Mas e se alguém reconhecer ele??? — pergunto preocupada com o impacto que isso pode ter sobre a segurança da minha filha.

— Dona, ele era só um agente federal, não um astro de Hollywood — rebate Vinícius.

— Eu sei! Mas fico preocupada. — ando meio desnorteada pelo quarto enquanto lágrimas turvam minha visão. — Imagina se alguém descobre que ele está vivo e resolve se vingar usando a minha filha?!

— Nós não vamos deixar isso acontecer — diz ele. — Estamos protegendo vocês 25h por dia, 8 dias por semana... Não estamos deixando nenhuma brecha para qualquer delinquente se aproximar da senhora, da sua filha, ou da mãe do Sant'Anna — ele afirma me transmitindo um pouco de segurança. — E se estivéssemos protegendo vocês desde o começo, aquela tentativa de homicídio contra a senhora não teria acontecido.

Eu tenho um milhão de perguntas para fazer sobre o que acabei de saber, mas prefiro assistir o Vinícius sair do quarto em silêncio. Minha curiosidade é minoria se comparada à minha sede de seguir em frente com a escolha que fiz e pouco me importa se o Douglas vai embora de novo neste exato momento.

█▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀█
Olha só quem apareceu!!! Vocês nem queriam né? Mas se acalmem, tem um ritmo certo pra tudo acontecer. Alguém quer dar palpites sobre o capítulo seguinte ou sobre os próximos acontecimentos?! █▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄█

Capítulo publicado em 25/01/2020

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro