Capítulo 4
Jarede POV
A intensidade do pôr do sol, já batia fortemente na janela do meu quarto, fazendo reflexos no tecido leve da cortina da janela, consequentemente bate no meu rosto, viro-me do outro lado para tentar ignorar a claridade, mas o som estrondoso do meu despertador começou a tocar, abro os meus olhos calmamente devido a intensidade do sol. Viro o lençol para o lado oposto e me sento a beira da cama, olho para o despertador e são 6h da manhã .
— Porra...— Murmuro alto, enquanto me levanto da cama, vou até a janela que estavam abertas, detesto a claridade do sol logo pela manhã, as ruas da centralidade estavam quase movimentadas com crianças, adolescentes e adultos a maior parte deles descalços, com roupas rasgadas, residentes do povoado, vêm até a centralidade para prestar serviços a alguns apartamentos daqui, embora que em Angola exploração a menores é crime, mas tem pessoas que ainda o praticam, realidade triste quando se há crianças que são exploradas pelos seus pais ou pelos seus responsáveis.
O povoado fica de trás da centralidade, a centralidade e o povoado é separado por uma estrada.
Fecho as janelas do quarto bruscamente, e resulta um barulho estrondoso e irritante, hoje estou com um humor insuportável, típico da merda de segunda-feira, vou até ao banheiro que fica dentro do meu quarto, faço minhas higienes matinais, saio do banheiro apenas de toalha , vou até ao armário e opto por vestir, uma calça social branca, com uma camisa social preta e um sapato preto .
Saio do quarto, com a minha pasta executiva, as minhas chaves e o meu telefone na mão, chego até a sala e sinto o cheiro de omelete invadir as minhas narinas, a minha atenção simultaneamente vai para a cozinha e vejo a minha mãe de frente ao fogão, vou até ela, me sento em uma das cadeiras rolantes do balcão que separa a cozinha da sala, que é em estilo cozinha americana.
— Bom dia mãe! — Cumprimento-a, enquanto pouso a minha pasta na cadeira ao meu lado.
— Bom dia filho... Dormiu
bem? — Tirou a frigideira do fogão, pousando-a no balcão.
— Sim e a senhora? — Pergunto seco, sem expressar nenhum sentimento nas minhas palavras.
— Eu também dormi bem... Pelos vistos o seu mau humor de uma típica segunda-feira está a reinar em alto nível. — Diz, enquanto serve omelete em um prato.
Não respondi, apenas fiquei observar cada gesto que ela faz enquanto, coloca os alimentos do pequeno café da manhã, as chávenas, os talheres e a no balcão.
— Agora está tudo pronto... Vamos comer, que você tem que
trabalhar. — Diz ao terminar de organizar as coisas no balcão.
— Filho nós temos que conversar sobre um assunto, eu acho que já está na hora de te contar, nós precisamos viver livre do passado, deixar as mágoas e ódio para trás. — Senta-se na outra cadeira rolante que estava ao meu lado direito.
— O que a senhora quer dizer com mágoas do passado? — Indago perplexo, sem entender aonde ela queria chegar com aquilo.
— Sobre o seu pai... Eu e ele nos encontramos ontem no shopping. — Esclarece e se vira para olhar o meu rosto.
— E o que ele queria com a senhora, e porquê a senhora não me contou antes? — Os meus ânimos já estavam alterados, sem sequer eu me aperceber.
— Ele veio me pedir perdão e eu o perdoei, ele quer se reaproximar de você, ele está arrependido, eu senti enquanto conversava com ele, ele está a sofrer muito com essa
culpa. — segura a minha mão direita e olhando fixamente nos meus olhos.
Levantei da cadeira bruscamente.
— DEPOIS DE VINTE E QUATRO ANOS ELE RECONHECE QUE TEM UM FILHO, E ELE QUER SE REAPROXIMAR DE MIM QUEM ELE PENSA QUE É?... A SENHORA PODE ATÉ O PERDOAR, MAS EU NUNCA VOU O PERDOAR EU FIQUEI MAIOR PARTE DA MINHA VIDA SEM PAI E EU JÁ ESTOU ACOSTUMADO A VIVER SEM PAI ENTÃO, A SENHORA DIZ PARA ELE IR SE FUDER COM TODO O SEU DINHEIRO E TODA SUA MERDA DE VIDA QUE EU NÃO QUERO NADA DELE. — Grito enquanto encaro a minha mãe, com os olhos marejados, cuspo a cada palavra debaixo dos dentes com raiva e fúria.
— Independentemente do que ele fez, ele é seu pai, ele quer se reaproximar de você, ele admitiu o seu erro e se sente culpado filho, da uma oportunidade ao seu pai, ele está arrependido. — Se levanta r vem em minha direção.
— A SENHORA ESTÁ A FALAR SÉRIO MESMO?.... — Indago sarcástico. — POR MIM ELE DEVERIA ESTAR MORTO DE TANTO ARREPENDIMENTO, MOFANDO EM UM CAIXÃO, ELE TEM NOÇÃO DE QUANTAS VEZES EU QUERIA TER ELE PERTO DE MIM, QUANTAS VEZES EU FIQUEI COM INVEJA DOS MEUS COLEGAS DE ESCOLA QUANDO ELES FALAVAM BEM DOS SEUS PAIS, O QUE PASSEI DURANTE ESSE PERÍODO, E AGORA ELE VEM SIMPLESMENTE PEDIR PERDÃO E ESPERA QUE EU LHE PERDOE NUMA BOA COMO SE NADA ESTIVESSE ACONTECIDO?
— Filho, eu entendo o seu lado, mas não é bom você guardar tanto ódio de alguém dentro de ti, não é bom você carregar as culpas dos outros, apenas me promete que vai pensar nesse assunto? —Segura as minhas mãos, com lágrimas no seu rosto. Minhas mãos tremem de raiva e nervosismo.
— Não é bom carregar culpa dos outros, mas eu já carrego, e quando a senhora se encontrar com ele lhe diz que o seu filho morreu. E para a senhora, eu não vou pensar em porra nenhuma, agora eu preciso ir trabalhar já perdi tempo demais com essa merda. — Em um tom baixo, cuspo cada palavra com raiva, me solto minhas mãos bruscamente das mãos da minha mãe, pego minhas coisas, ela simplesmente me observa, com um semblante de decepção, enquanto saio do apartamento bato a porta fortemente.
Que filho da puta ele pensa que é? Semeia ódio e depois quer colher amor das pessoas, e a minha mãe o perdoa como se nada estivesse acontecendo, nem a porcaria do seu sobrenome ele me deu, arrependimento bateu e ele quer perdão como se fosse tão simples?
Pensativo e com os nervos á flor da pele, desço as escadas, chego até a portaria do prédio, desbloqueio a fechadura do carro, após precionar no botão de desbloqueio cravado na chave do mesmo, atiro a minha pasta no banco de trás do carro, inclino a minha cabeça no volante, a raiva e as palavras da minha mãe ecoavam na minha cabeça, como se fosse uma música desagradável.
— Merda de vida que porra! — Penso alto , batendo a minha cabeça várias vezes no volante.
Ainda inclinado no volante, até decidir dar partida, até ao meu local de serviço.
Mais um capítulo terminado! Desculpa por qualquer erro e se estiver não exitem em falar! Não se esqueçam do vosso voto e comentários. Fiquem com Deus!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro