Capítulo 23
Paula POV
N
ão existe nada mais correcto de se ter numa relação do que a reciprocidade, sinto-me tão confiante e tão apaixonada só de saber que Jarede mesmo tendo as suas opiniões rispidas sobre a sua paternidade, decidiu seguir o meu conselho de resolver os seus problemas com o seu pai e deixar o passado para trás, tudo isso porque de certa forma ele confia em mim.
O resto da minha tarde se resumiu em conversas entre eu, minha mãe e Miriam e séries da Netflix. Contei para Miriam e para a minha mãe sobre o que aconteceu no hospital e sobre o que tem atormentando o Jarede. Contei também sobre o meu parecer mediante a situação de Jarede, e elas disseram que eu dei o conselho certo à ele, pôs já está na hora de encarar os problemas do passado e esquecê-los, para ter um presente e um futuro sem nenhum ressentimento.
São quatro horas da manhã, estou sentada no sofá da sala assistindo um canal de músicas Americanas para tentar me distrair, não consigo dormir de tanto pensar em como será a conversa de Jarede com o seu pai, não sei se tomei a atitude certa em dizer para ele ir até ao seu pai e conversar civilizadamente e se reaproximarem um do outro, mas o medo de que essa conversa pode acabar por piorar ainda mais a relação de ambos e que Jarede pode acabar por ficar bem mais frio que antes, acaba me corroendo e me causando insónia.
Estou desde às duas horas da manhã sentada no sofá, apenas com as luzes da televisão iluminando um pouco da sala, Miriam acabou por dormir aqui em casa mesmo. Todos estão a dormir excepto eu. Decido mandar uma mensagem de texto no Jarede, mesmo sendo ainda cedo, torcendo que pelo menos ele esteja dormindo e não esteja na mesma situação de insónia que eu.
Mensagem On
Paula: Amor, vai dar tudo certo! ❤️
Mensagem off.
Tento consciencializar, o pequeno texto de positividade que enviei ao Jarede, pois o medo de que está conversa possa agravar ainda mais a situação de ambos é muito maior. Sou retirada dos meus pensamentos, com a melodia de chamada do meu telefone ecoando na sala, olho no ecrã do telefone e é Jarede, respiro fundo para tentar aliviar a tensão e deslizo na tela de atender.
Ligação On.
— Hey! — A sua voz do outro lado da linha, está totalmente suave. Me proporcionando um enorme conforto e de certa forma me acalmando.
— Oiee! — Respondo tímida, abrindo um sorriso no canto dos lábios. — Acordado à estás horas? — Indago, enquanto me acomodo devidamente no sofá.
— Nem consigo dormir direito, acho que é ataque de ansiedade, e tu o que fazes acordada à estás horas filha. Deves saber que para todas as crianças como tu é essencial ter às oito horas de sono. — Diz sarcástico, do outro lado da linha e instaneamente começa gargalhar, me fazendo gargalhar também.
As suas gargalhadas pelo outro lado da linha soa tão brutas, que me fazem até arrepiar.
— Seria tão bom se eu voltasse a ser criança. As crianças hoje em dia querem crescer tão rápido que até assusta. — Sorrio bruscamente, com a minha pequena explanação. — Mas enfim, não vem ao caso agora. Eu também não consigo dormir desde às duas horas da manhã.
— Enfim, a hipocrisia da insónia. — Gargalha novamente me fazendo gargalhar também. — Deixando as gargalhadas de lado, diz-me tu, qual a razão da sua insónia? — Indaga preocupado.
— Tenho quase certeza que a razão da minha insónia é a mesma que a tua. Na verdade, eu estou preocupada contigo, eu não quero que está conversa de daqui à poucas horas te afecta mais do que já te afectou. — Digo sincera, mordiscando o lábio inferior.
—Obrigado por se preocupares comigo de verdade. — Do outro lado da linha dava para perceber o quanto ele estava nervoso e ansioso para esta conversa. Me dói tanto não estar perto dele neste momento de bastante tensão para ele, queria estar perto dele para lhe abraçar e lhe passar o máximo de positividade possível.
— Estarei contigo, independentemente de como a conversa irá fluir. — Tento passar o máximo de confiança possível para ele.
— Obrigado, posso vir até a sua casa, o sol já está quase se pondo. — Me levanto do sofá, indo até a janela abrindo as cortinas, consigo ver o sol se pondo.
— Podes vir sim, nem me apercebi que o sol já está a se pôr. — Sorrio, vendo o sol nascendo lindamente.
— Estás em que parte de casa? — Indaga.
— Eu estou na sala, minutos atrás estava no sofá, agora estou de frente a janela olhando para o sol se pondo e tu? — Retruco.
— Eu estou no meu quarto, fazendo o mesmo que você, o Luís está aqui a recionar que nem o motor de uma charrua. — Diz do outro lado da linha, me fazendo gargalhar bruscamente.
— A Miriam, está a dormir no quarto e eu preferi vir para sala para não interromper o sono dela.
— Enfim, vou desligar para eu poder fazer as minhas higienes e vir ter contigo. — Diz, do outro lado da linha se despedindo.
— Tá bem, eu vou fazer o mesmo. Até daqui a pouco então. — Me afasto da janela e fico em direcção ao sofá.
— Até meu bem! — Despede-se, encerrando a chamada.
Ligação Off.
Me sento no sofá e dou um longo suspiro de satisfação, por pelo menos ter falado com o Jarede por telefone, foi tão bom ouvi-lo, a sua voz estava mais grossa que o normal e ao mesmo tempo afável que de certa forma me tranquilizou bastante. Me levanto do sofá, vou em direção ao meu quarto e Miriam ainda está a dormir, ela está tão exausta que nem sentiu a minha ausência na cama, ontem deve ter sido um dia cheio para ela, os seus pais viajaram ontem e ela agora terá de cuidar dos Empreendimento dos seus pais cá em Luanda e tomar conta da casa.
Vou até ao meu closed, opto por vestir uma saia jeans pré-lavada que chega acima do meu joelho, com uma regata de tom nude, com o decote rendado dignamente em um tom preto. Depois de ter escolhido a roupa, pego a minha toalha e saio do quarto, indo em direção ao quarto de banho.
Faço as minhas higienes matinais e volto para o quarto, me arrumo e opto por calçar um ténis da marca puma preto e branco, o que eu mais gosto mesmo é usar ténis, prefiro usar ténis do que até uma simples sandália. Deixo o meu cabelo solto, realçando os seus cachos e o seu volume estrondoso. Passo o meu creme de frutas no corpo. Acho que os cremes de frutas são os mais cheirosos e os mais nutritivos para a nossa pele.
Pego o meu telefone e saio do quarto, mal termino de andar pelo o corredor para chegar até a sala e a melodia do meu telefone ecoa, abro a mensagem que por sinal é de Jarede, avisando que já está no portão.
Ando em passos rápidos e abro a porta e não o vejo, continuo procurando até que vejo o carro dele estacionado me fazendo sinal com os piscas do carro. Encosto a porta e vou até ele.
— Não vai sair do carro para entrar, ou prefere entrar lá dentro com o carro? — Indago sarcástica.
— Bom dia para ti também! — Sorri, com a minha pequena brincadeira. — Na verdade não seria nada mal entrar com o carro dentro da sua casa. — Dá de ombros.
— Enfim, são seis horas da manhã Jarede. — Digo, olhando para o temporizador do seu carro. — Não vás me dizer que vás a casa do teu pai à essas horas? — Indago.
— Obviamente que não, eu só quero que está conversa comece e termine o mais rápido possível, mas também não quero tirar o descanso de ninguém, então vamos para lá as nove horas. — Desce do carro, ficando de frente à mim.
— Então vamos entrar? — Faço gestos com as mãos, para ele passar a frente.
— Desculpa senhorita cavalheira, mas eu não quero encomodar. — Diz sarcástico e sorrindo. — Você já está arrumada e eu também, podemos sair, sei lá, ir para qualquer lugar para queimar tempo. — Acrescenta, olhando no meu visual me fazendo ficar envergonhada.
— Não será incómodo algum, por favor vamos entrar. — Faço gestos com os braços, abrindo caminho para ele passar. Ele ia dizer mais alguma coisa, mas eu o interrompi antes dele dizer. — Por favor Jarede! — Peço, quase implorando.
Ele apenas suspirou bruscamente e passou por mim, pelo pequeno espaço que eu abri com os meus braços para ele passar. O sigo e entramos dentro de casa.
— Custou assim tanto? — Indago fechando a porta.
— Tu não tens noção do quanto. — Diz sarcástico. — Agora, o que nós vamos fazer aqui dentro da sua casa, enquanto a tua mãe e a sua melhor amiga estão dormindo? — Indagou, colocando as mãos nos bolsos traseiros da sua calça jeans de um tom azul escuro que acabou por ficar perfeito nele, realçava as suas belas pernas definidas. A calça combinou tão perfeitamente com o seu ténis branco da marca Pollo e a sua camisa polo da marca lacoste branca que ele usava que marcava o seu peitoral, resumindo ele estava tão simples mais tão bem vestido.
— Olha a baba caindo. — Retirar-me dos meus devaneios, limpando irónicamente o canto dis meus lábios.
— Enfim. — Digo, envergonhada, sem saber o que realmente iria dizer mais, fui surpreendida quando inesperadamente ele me puxou para um abraço, um abraço tão forte e tão aconchegante.
— Só para não te beijar e depois rasgar a sua saia bem dentro da sua casa, eu prefiro te abraçar. —, Sussurra no meu ouvido, me fazendo arrepiar.
— Quanta malandrice. — Digo gargalhando. — E nos desfazemos do abraço, e ele também estava sorrindo. — Agora vamos na cozinha vou preparar algo para nós comermos. — Digo lhe puxando pela mão até a cozinha.
Já na cozinha, Jarede na cadeira da lateral esquerda do balcão e eu estando do outro lado, preparando uma sandes de queijo e presunto para nós.
Terminei de preparar as sandes, me sentei ao lado de Jarede e comemos disfrutando de um sumo de limão que ele por sinal gosta e eu também, enquanto comíamos conversavamos sobre vários assuntos.
— Bom dia casal do momento! — Cumprimentou Miriam, abraçando o Jarede pelas costas a partir da cadeira rolante.
— Eu até hoje me pergunto se tu és mesmo a bar tender que sorriu timidamente para nós na discoteca. — Diz, Jarede sem sequer se vira para olha - lá.
— Pior que é mesmo ela. —Digo, enquanto Miriam abre um sorriso amarelo nos lábios. — Eu quando a conheci, ela também estava meio tímida, mas depois se libertou. — Me levanto da cadeira rolante recolhendo a loiça que sujamos para lava-las.
— Eu também não podia mostrar os meus dotes logo de uma só vez, vocês não acham? — Indagou, dando de ombros e vindo até mim.
— Que dotes mais extrovertidos você tem minha querida. — Digo sorrindo. — Agora mostra os seus dotes para nós lavando está loiça que eu tenho que sair com o Jarede.
— Se for para vocês saírem, eu limparia até toda a cidade de Luanda. — Diz, brincalhona. — Só não gastem as energias porque mais tarde eu e o Luís vamos vos esperar lá em casa.
— Tá bem, mãe dos dotes. — Diz Jarede, sorrindo e se levantando para irmos embora.
Íamos passando pela cozinha quando cruzamos com a minha mãe saindo do corredor dos quartos.
— É um hábito feio, quando um genro vem na casa da sua sogra e nem sequer a cumprimenta. — Diz, sarcástica, parecendo estar chateada.
Jarede, estava com uma expressão difícil de se distinguir, o mesmo parecia que não sabia nem o que dizer.
— Mãe, a senhora estava dormindo. — Justifico.
— Mas vocês iriam sair sem ele sequer me saudar. — Diz manhosa
— Enfim, nós temos um compromisso, ele nem quis incomodar, tanto é que nem quis entrar, mas eu o forcei a entrar.
— Eu percebo filha, apenas quis testar as minhas habilidades em melodrama. — Sorri. — Está tudo bem contigo filho? — Indagou, estendendo a mão para ele e ele retribuiu.
— Sim e com a senhora? — Diz em um tom sério.
— Comigo está tudo ótimo, ainda mais agora que eu finalmente consegui conhecer o meu genro. — Sorri, e Jarede apenas fez sinal positivo com a cabeça.
— Mãe, com a sua licença nós precisamos ir. — Seguro na mão de Jarede.
— Tá bem filha, cheguem bem! — Sorri fraco. — Jarede venha mais vezes filho.
— Ta bem mãe ele virá, agora temos mesmo é de ir. — Digo desta vez andando com destino a saída da casa, Jarede apenas sorri para a minha mãe enquanto saíamos de casa e ela faz o mesmo.
Subimos no carro, Jarede no seu lugar de motorista e eu no lugar de passageiro, colocamos os nossos cintos de segurança e Jarede deu partida com o carro.
Mais um capítulo terminado, desculpem a demora e por qualquer erro que tenha no capítulo, caso tenha não exitem em falar, porque é de facto muito importante. Não esqueçam de deixar os seus votos e comentários meus amores e conto convosco nos próximos capítulos porque estão fodasticamente bons. Fiquem com Deus!....
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