Capítulo 15
Capítulo com mais de 3k, espero que gostem!
Paula POV
Ficando intacta, ouvindo cada palavra egocêntrica que saia da boca de Jarede, de certa forma me atingia com maior intensidade e me machucava por dentro, as suas palavras ecoavam na minha cabeça e a raiva me consumia, raiva por me deixar levar pela dor e pelo sentimento, raiva por mais uma vez chorar bem na frente dele, raiva por me deixar humilhar por ele.
Eu bem que queria dizer para ele que, o meu sentimento por ele é verdadeiro, mas preferi deixar ele com os seus pensamentos incertos, pois não temos futuro, se eu amo ele na verdade então a hora de lutar contra esse amor é agora.
Neste momento estou de trás da minha bancada de serviço, com o cansaço me dominando e o meu psicológico me atordoando sobre o quanto eu fui ridícula em me rebaixar até aquele ponto pelo Jarede, e como eu fui burra em pensar que quando ele acordasse pelo menos ele deixaria o seu típico mau humor e a sua arrogância de lado. Já eram dez horas da manhã e o movimento no hospital agitado como sempre, já havia ligado a tia Maria para dar a notícia sobre o seu filho, ela e o Luís neste momento estão no quarto do mesmo.
Como habitual estou com os olhos cravados no meu computador, trabalhando desesperadamente, ja que hoje pretendo sair mais cedo para poder descansar e esquecer que este dia ocorreu.
- Bom dia meu Girassol! - Cumprimentou o Elisandro simpaticamente, eu automaticamente retiro a minha atenção do computador para olhar ele.
- Bom dia! - Digo, forçando um sorriso fraco.
- O que aconteceu? - Indagou preocupado, colocando uma das suas mãos no meu rosto.
- Nada só estou um pouco cansada mesmo! - Digo. - Daqui a pouco já vou para casa, estou terminando já os trabalhos de hoje! - Digo novamente.
- Olha para mim. - Diz, erguendo o meu rosto para o encarar e passeando com os seus dedos pelo o meu rosto, de uma forma ou de outra eu já estava bem desconfortável.
- Hoje é quarta-feira seu dia de folga, a secretária hoje não abre você esqueceu disso? - Indagou, com os seus olhos castanhos me fuzilando fortemente.
- Eu nem sabia que já era quarta feira, havia me esquecido mesmo. - Digo sincera e fazendo um simples movimento para o meu rosto se livrar de uma das suas mãos.
- Agora trata de arrumar as suas coisas e ir para casa, pois você está precisando de um bom descanso. - Diz, baixando a sua mão e sorrindo envergonhado.
- Ok! - Digo, sem expressar nenhuma emoção nas minhas palavras.
- Posso levar você se quiser, hoje só vou começar a atender a partir do meio dia. - Sugere, me observando atentamente.
- Ta bom então! - Digo, pois sei que se disser que não, ele vai dizer que sim e se eu disser que não quero incomodar ele vai dizer não é incômodo algum, então aceitar é a minha única saída.
- Então eu vou ficar a sua espera lá no estacionamento. - Diz, abrindo um sorriso vitorioso.
- Ok! - Digo, ele apenas sussura um até daqui a pouco, e se retira indo em direção ao elevador.
A minha cabeça está meio perdida e bem descontrolada que até do meu santo dia de folga fui esquecer, por isso eu sempre digo Jarede me tira dos eixos.
Com esses pensamentos termino de enviar os registos da movimentação do hospital do dia de ontem para o doutor Lucas, organizo a minha bancada de serviço, pego os meus pertences e saio em direção ao elevador, entro no mesmo que estava vazio que era ótimo para mim e em questão de segundos chego até ao meu destino.
Chegando no estacionamento, Elisandro já me esperava fora do seu carro de um tom cinzento de marca Chevrolet.
- Você demorou. - Diz, abrindo a porta de passageiro do seu carro para entrar.
- Tive que enviar alguns registos para o doutor Lucas. - Digo, entrando no carro. Sorrio fraco para agradecer o seu gesto e ele faz o mesmo.
- Ok, eu entendo. - Entra no carro, se acomodando no banco de motorista.
Coloco o cinto de segurança e ele faz o mesmo dando partida com o carro, enquanto ele dirigia eu sentia o seu olhar algumas vezes, estava com o meu olhar cravado na paisagem que era possível se ver pela janela do carro, de certa forma aquilo me acalmava e me fazia refletir, de um momento para o outro fiquei pensando no meu pai, independentemente do que ele fez para mim e para a minha mãe eu ainda sinto falta dele, sem aviso prévio as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
- Você está bem? - Indaga, enquanto para o carro no canto da estrada, em uma paragem qualquer.
- Sim eu estou bem... - Digo limpando as lágrimas. - Foi só a intensidade do vento. - Abro um sorriso forçado.
- Hey! - Diz segurando o meu rosto com as suas mãos, ele já estava sem o cinto de segurança. - Eu estou aqui para você, pode contar comigo para o que precisar. - A sua feição estava séria e os seus olhos estavam me fuzilando freneticamente.
- Obrigada! - Sorrio, simpaticamente para ele. - O que quero mesmo é ir para minha casa preciso ficar sozinha. - Digo sincera.
- O seu pedido é uma ordem. - Diz, sorrindo e voltando para o seu lugar, dando partida com o carro novamente. A viagem decorreu tranquilamente, mas ainda sentia o olhar do Elisandro em mim algumas vezes.
- Chegamos! - Diz parando o carro no portão de minha casa.
- Obrigado por tudo! - Agradeço, enquanto retiro o cinto de segurança.
- Você não tem o que agradecer eu sou seu amigo e estou aqui para isso. - Diz, sorrindo simpaticamente.
- Preciso agradecer sim. - Digo, o encarando.
- Então agradeça de uma outra forma. - Diz, sem tirar o seu olhar do meu.
- De que forma? - Indago perplexa, pois não sabia até onde ele queria chegar.
- Me abraçando. - Responde, sorrindo simpaticamente.
Respiro de alívio, já estava pensando que seria uma outra forma de agradecimento.
- Vem cá. - Digo sorrindo, o mesmo retira o seu cinto de segurança e se reaproxima de mim, envolvo os meus braços em seu pescoço e ele envolveu os dele na minhas costas, o abraço foi caloroso e apertado, mas confortável.
Se desfazemos do abraço, com um beijo em sua testa e ele deu um beijo em meu pescoço, nos despedimos saio do carro e fico no portão enquanto ele manobrava o carro, prestava atenção em cada detalhe do seu carro e o movimento que o mesmo fazia, até que noto algo anormal no seu carro, a chaparia do mesmo parecia estar achatada, o Elisandro é tão atencioso na estrada, o que será que aconteceu para a chaparia estar deste jeito? Fico me indagando psicologicamente enquanto o seu carro estava se distanciando da minha visão, seja lá o que for não é da minha conta.
Tiro as minhas chaves da bolsa, abro o portão e entro em casa, a mesma estava silenciosa, mas como sempre arrumada e aromatizada, provavelmente que a minha mãe foi trabalhar, atiro a minha bolsa para o sofá e começo a retirar os meus saltos a partir da sala mesmo, pego os meus saltos e vou até ao meu quarto colocando-os pequena sapateira e começo a tirar a minha roupa me preparando para um banho demorado e relaxante, amarro uma toalha em meu corpo, antes de ir ao banheiro envio uma mensagem para minha mãe avisando que já estou em casa, deixo o telefone por cima da minha cama e saio do quarto.
Faço todas as minhas higienes calmamente, enquanto as fazia não parava de pensar no que Jarede tinha dito para mim mais cedo, o melhor a se fazer agora é seguir em frente, freneticamente começo a pensar no Elisandro, em tudo que ele faz por mim, na sua simpatia, ele é bem atencioso comigo e educado, ele merece uma oportunidade, creio que é a pessoa ideal para mim, posso até não gostar dele do mesmo jeito que ele possa gostar, mas vou aprender a gostar, vou me arriscar e ver se consigo ser feliz nesta vida.
Neste momento estou terminando de vestir o meu blusão e o meu short de tecido leve e fino, de couro cinzento que fica totalmente justo em meu corpo e bastante curto.
Saio do quarto indo em direção a cozinha já que estava com fome, por ser de manhã opto por fazer uma mingau de aveia, preparo os meus simples ingredientes que são apenas o leite, os flocos de aveia, limão e o açúcar e em cinco minutos ficou completamente pronta, prestes a me servir e a campainha toca desesperadamente.
- Já vou! - Grito, saindo da cozinha. Quem será a essas horas? Justamente na hora de comer é que as visitas começam a chegar. A tal pessoa ainda continuava a tocar a campainha desesperadamente, gesto este que me irritava.
- Já que tem tanta pressa assim, rompe a porta! - Digo irritada, e em bom som para a pessoa escutar.
Chego até a porta, giro a massaneta, desvendando a pessoa que estava atrás dela, os meus olhos não queriam acreditar no que viam, fiquei intacta na porta.
Usava uma calça jeans preta colada, uma camiseta branca, que marcava os seus músculos e o formato do seu peito, uma jaqueta preta e vermelha que combinava com os seus tênis da Nike.
Ele estava rindo com dificuldades, com uma das suas mãos na barriga.
- O que você está rindo? -Indago. - Aliás o que você está fazendo aqui? -Indago novamente, em um tom sério.
- Eu estou rindo do que você falou antez de abrir a porta. - Deu um pausa e começou a rir de novo. - Eu até poderia arrombar a porta, mas não posso fazer o meu corpo esta dolorido. - Diz ainda sorrindo.
- Arrombava e teria que comprar uma outra porta em questão de segundos. - Digo sarcástica . - Mas você ainda não respondeu a minha pergunta. -Digo, apoiando a minha cabeça na porta.
- Você vai me deixar aqui fora? - Indaga. - Só vou dizer se você me deixar entrar. - Diz cruzando os seus braços, com dificuldades e apoiando as suas costas na parede da parte de fora da casa.
- Entra! - Digo, e ele sorri vitorioso.- Você tinha de estar no hospital Jarede, você acordou a bem pouco tempo do coma! - Digo, enquanto ele entrava caminhando devagar.
- Eu sei, mas eu preciso conversar com você! - Diz, apertando os seus dentes de dor enquanto andava.
Coloquei o seu braço em volta do meu pescoço o conduzindo até ao sofá.
- Ah.. Puta que pariu! - Choraminga de dor, enquanto se acomodava no sofá.
- Puta que pariu uma ova! - Digo me levantado do sofá, ficando de frente para ele. - Como você saiu do hospital? - Indago exaltada.
- Isso é o de menos Paula. - Diz, depois de se acomodar confortavelmente.
- Então o que você veio fazer aqui? -Indago. - Veio me humilhar de novo? Me chamar de falsa? - Indago, com raiva.
- Muito pelo contrário, eu vim me desculpar com você. - Diz sério, olhando fortemente para os meus olhos.
- Isso é uma brincadeira? - Indago. -Você me ofende, me chama indiretamente de aproveitadora e vem a minha casa dizendo simplesmente eu quero me desculpar, como se fosse tão simples? - Indago, sorrindo sarcasticamente.
- Eu sei que não é tão simples assim, mas pelo menos tenta me ouvir e depois você decide se aceita ou não as minhas desculpas, eu não quero te obrigar a nada. - Diz sério.
-Ok! - Digo, ainda não acreditava no que estava ouvindo e vendo.
- Paula eu sei que sou um mau carácter, e que eu já fui um merda com você, mas é que eu gosto de você eu quero você perto de mim para sempre, durante esses últimos dias eu não paro de pensar em você, nem ficar com outras mulheres como era antes o meu habitual eu consigo mais, porque eu não paro de pensar em você, não sei o que tipo de sentimento é este, porque nunca senti isso por ninguém, nunca desejei ninguém como eu desejo você, eu quero você para mim porra! - Diz, me olhando e se levantando com dificuldades.
De certa forma ouvir aquilo de Jarede alegrava o meu coração, o meu corpo suava frio e as minhas mãos tremiam, a cada palavra que ele dizia, me causava arrepio por toda a minha espinha.
Mas de uma forma ou de outra eu não iria facilitar as coisas para ele, embora que ele parecesse ser sincero com as suas palavras, mas ele duvidou dos meus sentimentos e isso de certa forma me magoou bastante.
- Eu me declarei para você de verdade, dizendo tudo que eu sentia dentro de mim por você, simplesmente você banalizou os meus sentimentos, quem me garante que isso não é uma brincadeira sua?... Quem me garante que isso não é mais uma forma de você me fazer sofrer ou me sentir inferior a ti? - Indago trêmula , com os meus olhos marejados.
- Eu disse aquilo, porque eu tinha medo de fazer mal para você, eu tenho tanta mágoa e recentimentos do meu passado que eu achava que eles me faziam incapaz de fazer bem para alguém, mas eu sei que você só vai ser feliz ao meu lado e eu ao seu, eu fui um covarde em perceber isso tarde, mas eu quero estar com você para sempre por favor, você me conhece e sabe que eu não seria capaz de me declarar para alguém assim desta forma. -Diz, se aproximando de mim, os seus olhos estavam a brilhar e a sinceridade era verídica.
Os meus olhos começaram a derramar lágrimas sem permissão e eu fiquei intacta de novo, era o que eu mais queria ouvir da boca de Jarede esta parecendo até um sonho.
- Eu te quero só para mim, eu sei que demorei para me dar conta do recado, mas eu estou aqui agora, perante a ti dizendo tudo que eu sinto, eu nunca fiz isso por ninguém só para você, me dê uma chance por favor! - Diz, estando mais próximo a mim, limpando as lágrimas que escorriam pelo o meu rosto com o seu dedo polegar delicadamente.
- Eu quero ser uma pessoa normal, eu quero amar e ser amado também, eu quero ser feliz nesta vida, pois sei que só será possível com você... - Ele ia dizer mais alguma coisa, mas eu não aguentei e o beijei, a princípio ele ficou surpreso, mas depois intrelaçou as suas mãos na minha cintura, enquanto as minhas estavam segurando a sua nuca e passeando por seus cabelos ralos.
O beijo era calmo e caloroso, ele beijava os meus lábios explorando cada canto da minha boca, o beijo estava a se tornar profundo e eu já estava ficando sem ar, Jarede começo a ir mais fundo, me fazendo soltar gemidos, as suas mãos passeavam toda parte das minhas costas, ele me puxou mais para o seu corpo, me fazendo sentir a sua ereção na minha barriga, eu já estava ficando completamente sem ar devido a forma profunda que ele me beijava, parecia que iria comer os meus lábios de tanta profundidade, instantâneamente paramos o beijo por falta de ar, as nossas testas coladas uma na outra, de olhos fechados e sentindo as nossas respirações que já estavam totalmente aceleradadas, Jarede depositou um beijo na ponta do meu nariz ainda ofegante.
- Eu te quero, fica comigo para sempre! - Diz, sussurrando no meu ouvido, tão calmamente com a sua voz rouca, me causando arrepios por todo o meu corpo, a sua barba rala roçava no meu ombro, me deixando totalmente dispersa.
- Eu também te quero, eu prometo estar do seu lado sempre! - Digo, quase gemendo.
Nos afastamos um do outro, abrimos os nossos olhos, e instantaneamente começamos a sorrir um para o outro.
- Você tem que ir agora para o hospital. - Digo, sorrindo e olhando para os seus olhos que estavam brilhantes.
- Você tem razão, a essas horas o doutor William já deve estar a minha procura. - Diz, sorrindo.
- Eu vou me trocar para te levar até ao hospital. - Digo, e ele olha para mim de cima a baixo maliciosamente.
- Você é tão linda. - Se aproximando de mim. - Ainda bem que você é só minha. - Delicadamente, coloca as suas mãos nas minhas pernas, e vai subindo as mesmas até debaixo do meu blusão, fazendo o meu corpo se arrepiar com o seu toque e fazer a minha boca soltar leves suspiros.
- Você tem de ir para se recuperar o mais rápido possível. - Digo, em meio aos suspiros.
- Ta bom! - Diz, retirando as suas mãos das minhas pernas.
- Eu vou me trocar já volto! - Digo, prestes a me retirar da sala.
- Não é necessário, o Luís está lá fora!
- Eu sabia que tinha dedo do Luís nessa história. - Digo e ele começa a sorrir e que sorriso lindo, eu nunca vi o Jarede rindo.
- Me acompanha até a saída então? - Sugere, colocando as suas mãos no bolso de sua calça.
Vou até ele, e coloco o seu braço no meu ombro, para lhe ajudar a andar sem sentir tanta dor, Jarede se acomodou devidamente no meu ombro, e era impossível não sentir o seu peso, nunca carreguei algo tão pesado assim na minha vida.
- Ta tudo bem aí? - Indaga, sorrindo enquanto caminhavamos com dificuldades.
- Só o teu peso que está esmagando o meu ombro. - Digo, e as suas gargalhadas só aumentaram.
Saímos de casa, Luís estava fora do carro mexendo no seu telefone e logo que nos viu veio até nós sorrindo igual ao seu amigo, foi até ao outro lado e me ajudou a carregar o Jarede pelo ombro até o carro.
- Pelo visto deu tudo certo. - Diz o Luís, enquanto eu ajeitava o Jarede no banco de passageiro do carro.
- Como você foi capaz de tirar ele do hospital, sabendo que ele está neste estado? - Indago.
- Foi por uma boa causa! - Responde, se sentando no banco de condutor do carro e colocando o cinto de segurança.
Terminei de acomodar devidamente o Jarede no banco de passageiro.
- Quer namorar comigo? - Sussurou Jarede no meu ouvido, enquanto eu lhe colocava o cinto de segurança.
O meu coração acelerou os seus batimentos, parecendo que ia sair pela boca, eu não estava acreditando no que acabei de ouvir, até que :
- Aceita logo Paula! - Diz, o Luís apertando várias vezes na buzina do volante.
Eu amo o Jarede e eu quero estar com ele, se isso for um sonho eu não quero acordar nunca.
- Eu aceito! - Digo, no seu ouvido só para ele ouvir.
O mesmo sorriu, e beijou o topo da minha testa, Luís como sempre continuou buzinando desesperadamente, fazendo todos vizinhos saírem de suas casa para ver o que estava se passando na rua.
Eu e o Jarede nos despedimos com um beijo caloroso, e o Luís deu partida com o carro, fiquei olhando o carro até o mesmo desaparecer da minha visão.
Mais um capítulo terminado! Desculpa por qualquer erro e se estiver não exitem em falar! Não se esqueçam do vosso voto e comentários. Fiquem com Deus!
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