Capítulo 11
Luís POV
Já são quase 1h da manhã, e nenhuma notícia sobre o estado clínico de Jarede nos davam, o meu corpo dói por estar sentado nessas cadeiras pouco confortáveis do hospital, tia Maria estava andando de um lado para o outro da sala, com os seus olhos marejados, feição de desespero, o seu rosto cansado, Paula estava por de trás da sua bancada de serviço sentada em sua cadeira, seguindo cada movimento que tia Maria fazia, o senhor Marcos saiu do hospital está no lado de fora, ele se culpa por tudo isso que aconteceu e eu claramente que o culpo, porque se ele não tivesse aparecido nada disso teria acontecido. Pode ser que eu esteja sendo precipitado, mas no momento eu o culpo.
Estou sentado apoiando a minha cabeça no ombro de Miriam, “vai ficar tudo bem" ela dizia no meu ouvido e a sua voz doce me acalmava de certa forma.
— Eu não aguento mais, vou entrar nessa sala e vai ser agora! — Diz Paula desesperada, e saindo de trás de sua bancada.
— Fica calma por favor não sei bem a ligação que você tem com o meu filho, mas deve ser muito forte, de certeza que ele não gostaria de te ver
assim. — Diz dona Maria, segurando os braços de Paula delicadamente.
Eu e Miriam nos levantamos e fomos em direção a Paula e a tia Maria.
— Fica calma amiga vamos esperar mais um pouco! — Diz Miriam passando o seu dedo polegar delicadamente no rosto de Paula.
— Você tem coragem de me dizer para ficar calma? — Indagou Paula se virando para olhar sua amiga. — Você por acaso sabe o que eu estou sentindo aqui dentro, você sabe qual a dor de saber que a pessoa que você sempre detestou quando estava bem, que você sempre discutiu com ele por tudo e por nada, é a pessoa que você ama e só te apercebes deste sentimento, depois que ele sofre um atropelamento, depois de ver ele lutar pela sua vida em uma sala com vários especialistas em sua volta. — Retrucou Paula, com os seus olhos marejados, e surpreendendo a todos nós com suas palavras.
Todos nós ficamos calados, a tia Maria se emocionou ao ver Paula falar aquelas todas palavras que soaram como uma declaração de amor e abraçou, um abraço caloroso que fez com que a Paula não resistisse e desabou em choros e soluços ela aproveitou a oportunidade para tirar tudo aquilo que estava dentro de si e colocar para fora, já que era bem perceptível seu alívio, Miriam se juntou ao abraço, e os seus olhos começaram a jorrar lágrimas, ela chorava porque sentia o sofrimento de sua única e melhor amiga.
Enquanto elas estavam lá abraçadas se consolando uma nas outras, o arrependido brotou forte em meu coração como se eu tivesse sido apunhalado no peito, se eu não estivesse me afastado dele, se eu fosse mais unido a ele como eu era antes desses últimos 15 dias, se calhar isso não deveria ter acontecido e hoje não estaríamos neste hospital, eu não podia ter feito isso com ele deveria estar sempre ao seu lado, eu deveria ter entendido que ele não estava em seus melhores momentos.
— Familiares de Jarede Lopes....— Anuncia um homem parecendo ser mais velho, o mesmo estava com um jaleco idêntico ao da Paula identificado-o como médico cirurgião.
— Doutor William estamos aqui como ele está? — Indaga Paula, enquanto nos aproximavamos do Doutor.
A feição do Senhor ficou séria, e exaustiva, ele olhava nos olhos desesperados da tia Maria.
— Como está o meu menino Doutor pode dizer eu vou aguentar. — Diz, tia Maria entre os desesperos.
— Voces puderam notar e constatar a nossa demora em vir dar a notícia, é que o nosso paciente teve que sofrer uma intervenção cirúrgica. — Diz doutor William com um semblante triste, as minhas mãos pareciam ter congelado naquele momento, depois de ouvir o que o Doutor disse.
— E como ocorreu a cirurgia doutor, conseguiram salvar ele? — Indagou Paula, em desesperos, e com os seus olhos já se enchendo com lágrimas.
— A cirurgia foi bem delicada, já que houve uma grande batida na cabeça ocasionando um coágulo que precisava ser retirado imediatamente, mas apesar dos riscos deu tudo certo na cirurgia.
— Uff! — Suspiro aliviado. — Então já podemos vê-lo doutor? — Indago.
— Claro que podem, desde que seja um por vez, mas antes tem um assunto meio delicado que vocês precisam saber. — Diz o Doutor, novamente em um tom sério.
— Sim pode dizer doutor! — Diz Miriam, já que todos nós estávamos em silêncio.
— Jarede, está em estado de coma por tempo indeterminado, ele pode acordar em horas, dias, meses e até em anos, tudo depende de como ele vai se recuperar. — Diz o Doutor em um tom triste.
As palavras do Doutor ecoavam na minha cabeça e uma lágrima desceu dos meus olhos sem permissão, Paula estava trêmula e suspirava frio, parecia paralisada e não ter entendido aquilo que o Doutor havia nos transmitido.
— Eu sinto muito, nós fizemos de tudo! — Diz o Doutor olhando fixamente nos olhos da tia Maria.
— O meu filho vai sair dessa eu o conheço então eu não vou me desesperar, porque o meu filho é forte e sei que ele vai sair desse estado o mais rápido possível. — Diz tia Maria, convicta, em um tom sério, calmo e despreocupado.
— Sim ele vai a senhora tem razão ele é um jovem cheio de vontade de viver e muito forte mesmo! — Diz o Doutor.
Depois da notícia todos nós ficamos abalados e um pouco despreocupado, pois o pior já passou, falta apenas espera que meu amigo acorde o mais rápido possível, dentro de instantes vamos entrar para vê-lo, o doutor disse que ainda estão organizando algumas coisas, no quarto em que Jarede se encontra.
Enquanto isso,resolvo ir no lado de fora do hospital para dar a notícia no pai do meu amigo.
— Já volto, vou do lado de fora do hospital dar noticias ao senhor Marcos. — Digo.
— Vai meu filho, depois da notícia eu tinha me esquecido até que o Marcos está do lado de fora. — Diz tia Maria, fazendo carinho no meu ombro, com uma feição mais calma.
— Eu vou com você! — Diz Miriam, vindo atrás de mim enquanto eu me aproximava do elevador.
— Não eu vou sozinho, fica aqui amor, dando força na Paula e na tia Maria. — Digo, me virando para olhar ela.
— Ta bom! — Diz Miriam e eu me despeço dela com um beijo caloroso num dos lados de suas bochechas e sigo o meu caminho até ao elevador, enquanto ela se aproximava da tia Maria e Paula.
Diante do elevador clico na tecla de descida e o mesmo em questão de segundos se abre, dentro, clico no botão de número zero, o elevador estava vazio, em questão de segundos o elevador parou e se abriu, saio do mesmo e vou em direção a saída do hospital.
Fiquei olhando o lado de fora do hospital, procurando um sinal de senhor Marcos, até que vejo ele de costas apoiadas no seu carro de marca Prado, de cor preta, vou até sua direcção e ele nem se apercebeu de que eu estava me aproximando dele, quando cheguei mais próximo dele, os seus olhos estavam todos marejados e o seu rosto com lágrimas, ele se apercebeu que eu estava de frente dele e secou as lágrimas que estavam no seu rosto com as suas mãos.
— Já têm alguma notícia? — Indagou ele, com ânsia nas suas palavras e ainda secando as lágrimas que caiam dos seus olhos.
— Já sim, o Jarede sofreu uma intervenção cirúrgica, mas correu tudo bem durante a cirurgia. — Digo lhe olhando e dizendo cada palavra com ódio e amargura.
— Então, ele está bem? — Indagou ele novamente com ânsia.
— Ele está em coma por tempo indeterminado e adivinha de quem é a culpa? — Indaguei, sarcástico.
— Eu sei que eu não deveria ter aparecido agora, eu entendo a sua raiva, mas o sentimo de culpa é maior, por isso eu apareci para me reaproximar do meu filho, para pedir perdão a ele por tudo que eu causei na vida dele e de sua mãe. — Diz, senhor Marcos com um olhar de desespero, cansaço e culpa.
— Você tem noção da merda que você fez na vida do meu amigo e da merda que você causou?... Então se a culpa não batesse tão forte como bate hoje você não se lembraria se quer que tem um filho? — Indago novamente.
— Eu sei que não sou alguém de carácter íntegro, eu sei que falhei muito, mas eu não quero continuar falhando eu quero ser alguém melhor, eu fui imaturo e irresponsável em deixar a Lourdes sozinha enquanto estava carregando uma parte de mim, mas eu quero concertar tudo isso, por favor eu só quero viver tranquilo e ter uma relação ótima com o meu filho. — Diz, começando a lacrimejar, o sentimento de culpa era evidente em seus olhos e da forma que ele soltava cada palavra.
Fiquei calado o encarando, enquanto os seus olhos jorravam lágrimas e as suas mãos cobriam o seu rosto, fiquei com pena de ver ele daquele jeito, eu detesto ver pessoas a sofrer emocionalmente, sentia necessidade de o abraçar mas não o fiz.
— Durante esse tempo que eu fiquei do lado de fora do hospital, eu fiquei pensando muito e cheguei a uma decisão, sei que vai ser difícil para mim, mas é melhor assim. — Diz, ainda com o rosto molhado de lágrimas, retirou as suas mãos do rosto.
— Qual é essa decisão? — Indaguei em um tom mais calmo.
— Eu vou me afastar do Jarede, não quero continuar a causar problemas é melhor eu sair e deixar ele a vontade do jeito que ele era antes.
Dessa vez nem pude mais responder porque eu não esperava essa decisão, fiquei olhando a cada movimento que ele fazia com suas mãos no seu rosto para limpar as lágrimas que insistiam em cair.
Sem obter respostas da minha parte, senhor Marcos simplesmente entrou no seu enorme e luxuoso carro e deu partida com o mesmo. Fiquei ali parado sem saber o que pensar, e sem saber se a decisão que ele tomou foi a melhor.
Mais um capítulo terminado! Desculpa por qualquer erro e se estiver não exitem em falar! Não se esqueçam do vosso voto e comentários. Fiquem com Deus!
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