Prólogo
Levou os últimos goles de sua garrafa d'água aos lábios. Ele estava faminto e já não comia há alguns dias. Seu estômago reclamava, mas não falaria nada com o irmão sobre o incomodo. Na verdade andava ao seu lado tentando passar o mais desapercebido possível. Apenas o som de seus passos podiam ser ouvidos.
Há alguns dias percebia o seu irmão mais estranho que o de costume. Em alguns momentos tinha a impressão de que Zeke comia escondido dele, mas logo balançava a cabeça em negação, seu irmão não faria tal coisa.
Estavam descansando de uma longa caminhada. Eren viu que de longe um caminhão do exército se aproximava. Estavam a salvo! Nem acreditava que finalmente eles seriam resgatados.
- Zeke! Olha, Zeke! - chamou o irmão depressa.
- O que você quer, Eren? - irritou-se com a voz do irmão.
- O exército! Estamos salvos. - o sorriso apareceu em seu rosto, esqueceu de sua exaustão e começou a levantar e antes que conseguisse pedir ajuda, sentiu um golpe em sua costela e com a dor caiu no chão.
- Zeke? - meio tonto ainda, tentou entender o que acontecia.
O que aconteceu a seguir, foi a verdadeira face de Zeke sendo exposta.
Depois que o pai de ambos morreu, todo o tempo em que sobreviveu com o irmão, fê-lo por imaginar que poderia obter em alguma vantagem nisso. Na verdade o seu plano era apenas usar Eren, para o que quer que precisasse.
Seu pai muitas vezes lhe alertou que haviam lugares onde compravam-se sobreviventes para que trabalhassem nos bordéis pós-apocalípticos frequentado por gente rica. O mundo como eles conheciam havia acabado, mas de algum jeito, as pessoas ricas e poderosas não foram tão afetadas. Elas podiam pagar o conforto e a segurança nos refúgios designados para a sua classe social.
A verdade, é que desde que a praga dizimou grande parte dos humanos, em alguns lugares, existiam os chamados "centros de diversão" para os que pudiam pagar, desfrutassem de serviços que as pessoas que eram sequestradas ou vendidas eram obrigadas a oferecer.
Mas ver o comboio do exército, fez o homem considerar que ao invés de vender o irmão, era melhor se livrar dele e ser salvo sozinho. Com isto em mente, espancou o irmão ao ponto dele não conseguir se levantar.
Com a face cheia de sangue, Eren viu o irmão correr pedindo por ajuda. Um dos soldados foi em sua direção e imediatamente o acolheu, cobrindo-o com uma manta quente e conduzindo-o a um dos caminhões.
Agora Eren se via sozinho, com dor e decepcionado por ser traído pela única família que lhe restava. Nunca sentiu que o irmão o amasse, mas jamais imaginou que algo do tipo poderia acontecer.
Sua visão estava cada vez mais embaçada, não tinha certeza de quanto tempo estava jogado ali e nem se sobreviveria.
Tentou pensar em coisas boas para que seus últimos momentos tivessem um pouco de felicidade. Sorriu lembrando de sua mãe, seu pai e seus amigos.
Em algum momento perdeu a consciência.
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